Este texto tem como objetivo problematizar algumas questões recentes a respeito da promoção de políticas públicas para afrorreligiosos no Brasil. Para obter acesso a estas políticas, os afro-religiosos tem se organizado nas últimas décadas sob a forma de associações civis e suas lideranças participam de diversos conselhos e comitês ministeriais. Por conta deste engajamento, os afro-religiosos foram classificados como "povos tradicionais de terreiro" e, mais recentemente, receberam o rótulo de "povos e comunidades tradicionais de matriz africana". O texto analisa os diferentes argumentos que embasam a construção discursiva das religiões de matriz africana como representantes de uma herança cultural negra no Brasil.
Religiões de matriz africana; Religiões afro-brasileiras; Políticas públicas; Negro