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O DESASTRE DA MINERAÇÃO NO RIO DOCE, BRASIL: ENTRE A GESTÃO DA CRISE E A POLÍTICA DAS AFETAÇÕES

Resumo

O artigo discute os aspectos da política das afetações e suas consequências tomando como caso etnográfico o desastre ocorrido no final de 2015, quando uma barragem de rejeitos de minério de ferro se rompeu, afetando milhares de famílias na bacia do Rio Doce, sudeste do Brasil. O propósito é examinar os desafios colocados às vítimas do desastre, visto que o sujeito social ‘atingido’ passa por um processo dramático de sociabilidade forçada, forjada nos processos políticos e nas demandas burocráticas que lhe são alheios. Desse modo, suas reivindicações são transmutadas pelas racionalidades e técnicas do gerir corporativo, tolhidas e recodificadas pelas taxonomias que definem as formas de reparação dos danos, bem como os modos de reconstrução do seu viver. Trava-se uma luta entre a objetivação imposta pela política das afetações e a subjetivação política de atores compulsoriamente trazidos aos cenários de disputa sobre o controle de seu próprio destino.

Palavras-chave:
mineração; desastre; conflito; atingido

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