Resumo
Centrado no exame das trajetórias de atrizes e atores brasileiras/os que migraram para os Estados Unidos com o propósito de estudar e trabalhar naquele país, este artigo tem como objetivo discutir as complexas retóricas da diferença mobilizadas por sujeitos para descrever Estados, mercados e suas experiências. A proposta está alinhada a pesquisas antropológicas interessadas em investigar as políticas da diferença em contextos transnacionais. Realizei entrevistas com onze artistas brasileiros/as que moravam nos EUA, entre 2015 e 2016. Essas pessoas defendiam existir uma comunicação “universal” conferida pela “arte” e apostavam na transcendência de suas técnicas - consideram poder interpretar qualquer personagem no novo país. À medida que tentavam obter papéis, perceberam restrições justamente por serem estrangeiros/as: o sotaque, a aparência física e o tipo de visto impediam o pleno exercício profissional. A pergunta central é: como esses sujeitos formulavam a respeito da diferença?
Palavras-chave:
Discursos da diferença; intérpretes; teatro; Brasil; Estados Unidos