Resumo
Este artigo examina redes de solidariedade que tem sido organizadas durante a Pandemia Covid-19 nas periferias da cidade de São Paulo para responder às sobreposição de crises, econômica e sanitária, que afeta, particularmente, famílias em condições precárias de vida. O objetivo é argumentar que estas articulações revelam um contexto marcado pelo abandono do Estado de suas responsabilidades para garantir direitos sociais, e pelas resistências e lutas que articulam raça, gênero, classe e território, que tem crescido na última década nas periferias. Por fim, enfatiza o fundamental papel das mulheres que produzem essas redes a partir de suas experiências cotidianas marcadas pelo cuidado. Cuidado não é entendido aqui como restrito à dimensão doméstica, mas sim como prática generificada que produz relações e lutas.
Palavras-chave:
Periferias; Pandemia Covid-19; Movimentos sociais; Cuidado; Marcadores sociais da Diferença