Resumo
Com base em pesquisa etnográfica de 14 meses em Old Bank, na costa caribenha do Panamá, busco mapear como os domínios que conheci desta vila foram moldados pelas relações multissensoriais que estabeleci com meus interlocutores e com os espaços em que eles viviam, circulavam e projetavam seus gritos (sháut). Em diálogo com a literatura caribenha, mostro como os contrastes localmente estabelecidos entre “antigamente e hoje, assim como a existência dos distintos bairros da vila eram expressões do processo histórico de ocupação do espaço, fundado no uso, herança e posse coletiva da “terra familiar”. Por fim, traço uma ponte a argumentação de Ingold sobre paisagem e a análise etnográfica, sublinhando como a formação dos tempos e espaços de Old Bank se da a partir das relações dos seres humanos entre si e também com Deus.
Palavras-chave:
Paisagem; Terra familiar; Afro-Caribenhos; Panamá