Resumo
Orientados por interesses políticos, culturais e econômicos específicos, os mapas hegemônicos nomeiam e, com isso, produzem regimes de visibilidade que fixam representações sobre bens e recursos da terra, ao mesmo tempo em que congelam e invisibilizam as dinâmicas sociais e espaciais que caracterizam as regiões e populações cartografadas. Atentas a essa realidade e aos seus efeitos de poder, distintas associações e coletivos artístico-ativistas têm feito uso de tecnologias digitais e certificados de direitos intelectuais de código aberto com a finalidade de atribuírem visibilidade a uma série de processos políticos, os quais tendem a ser ocultados pelos mapeamentos "oficiais" e de controle. Tendo como referência esses enfrentamentos simbólicos, a proposta deste artigo será refletir, de forma detida e sistemática, a respeito dos desdobramentos políticos e associativos relacionados à disseminação contemporânea do acesso a uma diversidade de recursos técnicos voltados à prática do mapeamento.
Palavras Chave:
técnicas de mapeamento; ativismo artístico; visualidade; território; espaço urbano