Resumo
Este texto problematiza as noções de fronteiras e urbanidades a partir de pessoas e coletivos que se movimentam nas bordas das cidades e tecem os chamados mercados do sexo e podem se identificar (mas não necessariamente) como travestis e mulheres transexuais. Esta reflexão faz parte de uma pesquisa em andamento, vinculada ao Núcleo de Antropologia Urbana da Universidade de São Paulo, e pretende elaborar uma etnografia multisituada em duas regiões do país: na Paraíba, compreendendo a Região Metropolitana de João Pessoa, e no Alto Solimões, na tríplice fronteira amazônica, entre Brasil, Peru e Colômbia, em Tabatinga, Letícia, Santa Rosa. A partir da circulação de pessoas trans nas bordas das cidades busca-se compreender quais modelos urbanos emergem dessas experiências liminares, que transitam entre fronteiras espaciais, corporais e simbólicas. A investigação sugere repensar o campo da antropologia da cidade no Brasil a partir de formas do urbano que permitem cruzamentos entre campo e cidade, floresta e metrópole, periferia e centro.
Palavras-chave: travestis; cidades; fronteiras; sexo; urbanidade