Resumo
Este artigo se propõe analisar os desafios da antropologia brasileira diante do contexto político atual, marcado pelo retrocesso, intolerância, repressão e censura diante de avanços democráticos anteriormente conquistados. Para isso reflete sobre diferentes dinâmicas no campo da antropologia, em diferentes conjunturas políticas no Brasil, nas últimas cinco décadas. Na primeira parte, empreende uma análise do contexto histórico em que a antropologia brasileira se institucionaliza em plena época da ditadura militar. Em seguida destaca o engajamento social de antropólogo(a)s na luta pelos Direitos Humanos, no momento de redemocratização do país, na década de 1980, e a implantação gradativa das “políticas de identidades” com a participação de antropólogo(a)s junto aos grupos que estudam. Na segunda parte, busca avaliar o impacto dessas mudanças no campo da antropologia e os dilemas vividos pelos antropólogo(a)s no novo contexto de enfrentamento político. A última parte analisa e interpreta a movimentação neoconservadora e as estratégias e desafios para antropologia no Brasil contemporâneo.
Palavras-chave:
Antropologia brasileira; intelectual público; direitos humanos; neoconservadorismo, intolerância