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Sounds of youth in the metropolis: the different routes of the Hip Hop movement in the city of São Paulo.

Abordo nesse artigo diferentes momentos do movimento hip hop na cidade de São Paulo. Analiso as íntimas relações desse fenômeno com os processos de segregação urbana. Discuto inicialmente o surgimento do break no centro urbano, em meados dos anos 80. Constato que os temas e sonoridades presentes nas músicas desse período expressam aspectos da centralidade da vida pública na metrópole. Nas décadas seguintes ocorreu o deslocamento do hip hop em direção aos bairros periféricos. Analiso nesse contexto as relações entre o rap e uma nova modalidade de segregação urbana, marcada pelo recolhimento das elites em enclaves fortificados e a transformação dos bairros periféricos em “zonas de guerra”, controladas por micro-poderes locais e violência policial. Os rappers assumem nesse instante a posição de cronistas de uma realidade urbana violenta, segregada e silenciada. Mapeio ainda as novas produções culturais centradas nos saraus, instâncias que agregam músicos de rap, mas também poetas e escritores marginais. As fronteiras entre esses grupos são cada vez mais tênues, muitos artistas possuem, inclusive, a dupla filiação. O que os unifica é a reação, o protesto contra a violência e a segregação urbana.

juventude; música; segregação urbana


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