Resumo
Este artigo analisa as atividades cotidianas de mulheres comerciantes em feiras, casas e estradas através de uma abordagem comparativa entre duas etnografias, uma realizada no Plateau Central (Haiti) e a outra no Kongo Central (República Democrática do Congo). Em ambas as pesquisas, identificamos um conhecimento fundamental para fazer comércio, o qual consiste em criar e manter relações interpessoais que ajudam a formar estoques, garantir clientela e viabilizar deslocamentos, empréstimos e financiamentos em cenários incertos, de muita instabilidade econômica e em constante transformação. Por outro lado, assinalamos também um universo moral que qualifica as maneiras mais ou menos aceitas de se conseguir dinheiro. Através deste enfoque comparativo, oferecemos uma compreensão alternativa às economias convencionalmente tratadas como informais, sugerindo uma perspectiva centrada, sobretudo, nas relações de proximidade que as estruturam.
Palavras-chave:
comércio; pessoas; dinheiro; Haiti; República Democrática do Congo