Resumo
Este artigo se concentra no processo de criação de um novo circuito de comércio (entendido como um espaço onde circulam moralidades, dinheiro, pessoas) relacionado com o cirujeo entre 2002 e 2011. Enquanto a coleta informal é tão antiga quanto a própria Buenos Aires, em 2002 a agenda de duas crises (econômica e ambiental) combinou-se para posicionar cirujeo não apenas como uma atividade de sobrevivência, mas também como uma atividade ligada ao meio ambiente. O artigo argumenta que enquanto as crises emolduraram o novo circuito que perturbou as relações de gênero, os grupos dentro dos colecionadores e a forma como eles construíram a atividade como uma forma legítima de ganhar a vida, ele levanta o perigo de apresentar o cirujeo apenas como um epifenômeno da crise. Para isso, o texto dá conta das diferentes sedimentações que produziram a forma como a coleta é feita hoje.
Palavras-chave:
economia; crise; coleta informal; Buenos Aires; ganhando a vida