Para quem pesquisa, nas práticas usuais da Idade Média, os vestígios de um espaço de mediação política, o mundo das comunas italianas dos séculos XII-XIV oferece um laboratório privilegiado de observação. O desenvolvimento de instituições representativas (conselhos "legislativos" e colégios "executivos") se caracterizou pela utilização de técnicas de seleção de pessoal dirigente destinadas a evitar o monopólio de algumas famílias e a garantir a rotatividade das atribuições no seio das classes dirigentes. O presente artigo examina as fontes, notadamente estatutárias, que definem as modalidades de representação dos cidadãos chamados a governar ou a tomar decisões. Ele retoma a cronologia de instauração do princípio de representação que se impõe sobre o de unanimidade. Examinando igualmente os processos eleitorais, ele busca precisar o que os contemporâneos desejavam valorizar por meio da seleção eleitoral dos governantes. Uma atenção particular é dada às questões materiais dos votos e dos escrutínios (segredo das eleições, instalação de graus eleitorais, etc.).
técnicas eleitorais; comunas italianas; práticas deliberativas