O medo é um sentimento de diversas faces que durante a vigência de uma grave epidemia torna-se onipresente, podendo motivar tanto a discriminação e a exclusão, quanto a procura desesperada, e muitas vezes solidária, pela cura da doençaMoléstia que desafiou o saber médico-científico, a epidemia de influenza espanhola fez aflorar entre os brasileiros o medo do contato com o outro, a indiferença das pessoas e o temor ancestral dos hospitaisMas, o medo da gripe de 1918 motivou também a solidariedade, expressa de maneira singular na divulgação de práticas caseiras de cura que, combinadas com esparsas informações médicas e com a fé, traduziram a generosidade de indivíduos que difundiam gratuitamente aquilo que, acreditavam, poderia acabar com a epidemia.
gripe espanhola; história social da cultura; medicina popular