Resumo
Este artigo tem por objetivo fornecer um breve panorama dos escritos historiográficos sobre a tributação Aquemênida, demonstrando como a tese da tributação excessiva influenciou nosso entendimento de Ne. 5 e da Yehud Persa no século V a.C. O trabalho descreve como foi outrora amplamente aceita a tese de que uma tributação excessiva teria conduzido à instabilidade social e econômica em muitas áreas periféricas do Império Aquemênida, incluindo Yehud. De acordo com estudos tradicionais, a narrativa de Ne. 5 contaria como o governador local teria agido para mitigar essa crise ao garantir perdão temporário de tributos e dívidas de pequenos proprietários rurais. Depois, discute como alguns pesquisadores questionaram a visão estabelecida, ressaltando a natureza retórica da fonte bíblica e as inconsistências lógicas das explicações econômicas empregadas para descrever essa presumida crise. Finalmente, este artigo enfrenta a questão de uma suposta calamidade econômica ocorrida na Yehud sob domínio persa e fornece algumas pistas para a reavaliação da narrativa bíblica, particularmente à luz de estudos recentes a respeito da economia e da tributação no Império Persa. Defende-se, em alguma medida, a leitura de Ne. 5 em um contexto histórico Aquemênida.
Palavras-chave:
Yehud; economia antiga; Império Aquemênida