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Circuitos da boa vizinhança. Diplomacia cultural e intercâmbios educacionais entre Brasil e Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial

Resumo

Este artigo analisa o programa de intercâmbio educacional firmado, em 1938, entre o Instituto Brasil-Estados Unidos (IBEU) e a Universidade de Michigan. A proposta partiu do instituto binacional recém fundado no Rio de Janeiro e veio ao encontro dos interesses daquela universidade em atrair ao meio-oeste dos EUA os estudantes latino-americanos que buscavam o país estimulados pela política da boa vizinhança do governo Roosevelt. Focalizando o percurso e a rede de atores, interesses e práticas que conformaram o Brazilian Fellowship Program, argumenta-se que esse é um caso exemplar das dinâmicas concretas e complexas que conformaram os circuitos da boa vizinhança e da diplomacia cultural interamericana durante a Segunda Guerra Mundial. Utiliza-se como fontes, preferencialmente, a documentação sob a guarda da Universidade de Michigan. O período analisado se estende de 1938, quando o programa foi formulado, até 1943, quando as relações interamericanas deixaram de ser o carro-chefe da diplomacia cultural e da política externa estadunidense, tendo em vista as expectativas para o pós-guerra. Ao focalizar essa experiência particular de cooperação educacional, em uma fase decisiva na construção da hegemonia global dos EUA, busca-se contribuir para os debates historiográficos sobre a circulação transnacional de saberes, pessoas e práticas enquanto processo marcado por encontros mas também por tensões e assimetrias.

Palavras-chave
relações Brasil-Estados Unidos; diplomacia cultural; política da boa vizinhança

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