RESUMO DE TESE
OBJETIVOS: Avaliar a concordância inter e intraobservador na quantificação dos nódulos sideróticos esplênicos observados por meio da ressonância magnética num grupo de pacientes com esquistossomose hepatoesplênica e correlacionar a quantidade de nódulos com parâmetros de hipertensão portal. Avaliar a concordância da quantificação dos nódulos pela ressonância magnética e pela ultrassonografia e correlacionar a quantidade dos nódulos visualizados pela ultrassonografia, com parâmetros de hipertensão portal.
MÉTODOS: Entre fevereiro de 2005 e fevereiro de 2007, foi realizado estudo observacional e transversal em 30 pacientes com esquistossomose hepatoesplênica que apresentavam nódulos sideróticos esplênicos em exames de ressonância magnética e sem sinais clínico-laboratoriais de outras hepatopatias associadas. Os pacientes foram categorizados, pelo número de nódulos, inicialmente em três grupos: (I) 1-5; (II) 6-20; (III) > 20. Como só um paciente pertenceu ao grupo I, os pacientes foram reclassificados em duas categorias - (I) 1-20; (II) > 20 - para a análise da associação entre as categorias dos nódulos e os parâmetros de hipertensão portal estudados. Vinte e um pacientes também realizaram exames de ultrassonografia e foram divididos, inicialmente, em três grupos e reclassificados em dois grupos, de acordo com os mesmos critérios da ressonância magnética. Os dois grupos foram correlacionados a fibrose periportal, dimensões do baço, dimensões das veias porta e esplênica, velocidade e volume do fluxo portal e tipo de colaterais venosas portossistêmicas. A análise estatística foi feita pelo teste kappa (κ ) ponderado para a concordância inter e intraobservador e pelos testes t de Student e exato de Fisher para a associação entre as categorias dos nódulos.
RESULTADOS: A concordância inter e intraobservador encontrada para a ressonância magnética foi κ = 0,67 (p < 0,001; IC 95% [0,33; 1,0]) e κ = 0,81 (p < 0,001; IC 95% [0,479; 1,0]), respectivamente. Os pacientes classificados nos grupos I e II não apresentaram diferença estatisticamente significante quanto ao padrão e grau de fibrose, o tipo de circulação colateral portossistêmica, os diâmetros das veias porta e esplênica, a espessura da fibrose e a velocidade média e o volume do fluxo sanguíneo portal, tanto pela ressonância magnética quanto pela ultrassonografia (p > 0,05). No entanto, a classificação dos nódulos sideróticos nos dois grupos de pacientes apresentou correlação estatística significante com as medidas do baço, tanto para a ressonância magnética (p < 0,001) quanto para a ultrassonografia (p < 0,05). A concordância na categorização dos nódulos sideróticos entre a ressonância magnética e a ultrassonografia foi regular, com valor de κ = 0,37 (p < 0,05; IC 95% [0,038; 0,661]).
CONCLUSÕES: A ressonância magnética mostrou concordância interobservador substancial e concordância intraobservador quase perfeita. Entre os parâmetros de hipertensão portal analisados, somente as dimensões do baço apresentaram correlação com o número de nódulos sideróticos identificados pela ressonância magnética e ultrassonografia. A concordância na categorização dos nódulos entre a ressonância magnética e a ultrassonografia foi considerada regular.
Avaliação pela ressonância magnética e ultrassonografia dos nódulos sideróticos no baço de pacientes portadores da forma hepatoesplênica da esquistossomose mansônica
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
10 Mar 2009 -
Data do Fascículo
Fev 2009