RESUMO
O artigo analisa o papel dos rios pertencentes às bacias do Purus e do Juruá, especialmente o rio Iaco, nas disputas políticas em torno da autonomia estadual do Acre e na escolha de sua futura capital entre 1904 e 1920. Nesse período o Acre era dividido em quatro unidades políticas independentes (departamentos do Alto Acre, Alto Purus, Alto Juruá e Tarauacá), que disputavam a hegemonia política sobre o território. Consultaram-se periódicos publicados nos departamentos, em Belém do Pará e na capital federal, bem como relatórios dos prefeitos locais, para mapear a presença dos rios nos acontecimentos políticos. O rio Iaco foi agente produtor de incertezas, atuando decisivamente na resolução de conflitos, nas relações políticas do governo federal com as elites locais, nos surtos de doenças que marcavam a imagem externa e na escolha definitiva da capital, com a grande cheia de 1915.
Palavras-chave:
Amazônia; Acre; rio Iaco; Sena Madureira; Rio Branco