Resumo
O artigo pretende fomentar debates sobre o desenvolvimento da Ciência Aberta na América Latina. Para tanto, apresenta, na primeira seção, elementos para subsidiar uma análise de conjuntura sobre esse movimento internacional, buscando identificar, através de discursos e ações dos atores que estão conduzindo este debate, suas motivações e direções. Posteriormente, na segunda seção, serão apresentadas perspectivas latino-americanas a partir da experiência da rede de pesquisa Open and Collaborative Science in Development Network e de debates para elaboração da Declaração do Panamá sobre Ciência Aberta por ativistas e pesquisadores em novembro de 2018. As considerações finais indicam a existência de, pelo menos, duas perspectivas em disputa: a primeira fomenta uma visão utilitarista da ciência em termos de maior eficácia, produtividade e competitividade; a segunda se volta para temas como garantia de direitos, justiça cognitiva e justiça social. Esse debate dialoga estreitamente com o fenômeno do capitalismo acadêmico e com a transição das universidades de seu papel de agente de mudança social, a partir da produção do conhecimento como bem comum para um empreendimento orientado ao mercado e à ideia de eficiência.
Palavras-chave América Latina; Análise de conjuntura; Ciência Aberta