Resumos
Contextualização:
Ações concêntricas apresentam maior estresse cardiovascular quando comparadas às excêntricas. Entretanto, não se sabe a influência desses tipos de ações no comportamento da modulação autonômica cardíaca durante o processo de recuperação pós-esforço.
Objetivo:
Comparar o efeito de um treinamento resistido para o grupo extensor do joelho realizado com ênfase concêntrica vs excêntrica sobre a força muscular e a recuperação pós-exercício considerando índices de variabilidade de frequência cardíaca (VFC) em jovens saudáveis.
Método:
Cento e cinco homens, com idades entre 18 e 30 anos, foram randomizados em quatro grupos: controle concêntrico (CCONC), controle excêntrico (CEXC), treinamento concêntrico (TCONC) e treinamento excêntrico (TEXC). Os grupos CCONC e CEXC realizaram uma sessão de exercício reduzido (ER) para o grupo extensor do joelho [três séries de uma repetição a 100% de uma repetição máxima (1RM)], e os grupos TCONC e TEXC realizaram dez sessões de treinamento. A VFC foi analisada no momento basal e na recuperação após as sessões (T1, T2, T3 e T4).
Resultados:
Observou-se aumento da força muscular para o grupo TEXC. Em relação à modulação autonômica cardíaca, observou-se, em comparação ao momento basal, aumento dos índices SDNN e SD2 no momento T1 nos grupos CCONC e CEXC e aumento dos índices RMSSD, SD1 e AF (ms2) nos momentos T1, T2 e T4 no grupo TEXC.
Conclusões:
Conclui-se que o treinamento resistido realizado com ênfase em contrações excêntricas promoveu ganho de força e aumento da modulação vagal cardíaca durante o processo de recuperação em relação à condição basal.
recuperação cardiovascular; treinamento resistido; sistema nervoso autônomo; força muscular; fisioterapia
Background:
Compared to eccentric contractions, concentric contractions result in higher cardiovascular stress. However, we do not know how these two types of contractions influence cardiac autonomic modulation during the post-exercise recovery period. Objective: to compare the effect of resistance training that is performed with concentric vs. eccentric emphasis on muscle strength and on post-exercise recovery which was assessed by examining heart rate variability (HRV), for the knee extensor muscle group in young healthy adults.
Methods:
For this study, 105 men between 18 and 30 years of age were randomized into 4 groups: concentric control (CONCC), eccentric control (ECCC), concentric training (CONCT) and eccentric training (ECCT). The CONCC and ECCC groups underwent one session of resistance exercise (RE) using the knee extensor muscle group (3 sets of 1 repetition at 100% of the maximal repetition [1MR]) and the CONCT and ECCT groups performed 10 training sessions. The HRV was analyzed at baseline and across four recovery periods (T1, T2, T3 and T4).
Results:
The ECCT group exhibited increased muscle strength at the end of the study. Regarding cardiac autonomic modulation, the CONCC and ECCC groups exhibited increases in overall variability (SDNN and SD2) at T1 compared to baseline, and the ECCT group demonstrated increases in variables reflecting vagal modulation and the recovery process (RMSSD, SD1 and HF [ms2]) at T1, T2 and T4 compared to baseline.
Conclusions:
Resistance training with emphasis on eccentric contractions promoted strength gain and an increase in cardiac vagal modulation during recovery compared to baseline.
cardiovascular recovery; resistance training; autonomic nervous system; muscle strength; physical therapy
INTRODUÇÃO
A realização de exercícios localizados com ênfase em contrações concêntricas ou
excêntricas tem sido efetuada com destaque para desfechos como ganho de força,
adaptação cardiovascular e indução de dano tecidual11. Roig M, Shadgan B, Reid WD. Eccentric exercise in patients with
chronic health conditions: a systematic review. Physiother Can. 2008;60:146-160.
http://dx.doi.org/10.3138/physio.60.2.146
http://dx.doi.org/10.3138/physio.60.2.14...
2. Cooke WH, Carter JR. Strength training does not affect vagal-cardiac
control or cardiovagal baroreflex sensitivity in young healthy subjects. Eur J Appl
Physiol. 2003;93:719-25. http://dx.doi.org/10.1007/s00421-004-1243-x
http://dx.doi.org/10.1007/s00421-004-124...
3. Melo RC, Quitério RJ, Takahashi ACM, Silva E, Martins LEB, Catai AM.
High eccentric strength training reduces heart rate variability in healthy older men.
Br J Sports Med. 2008;42:59-63. http://dx.doi.org/10.1136/bjsm.2007.035246
http://dx.doi.org/10.1136/bjsm.2007.0352...
-
44. Seger JY, Thorstensson A. Effects of eccentric versus concentric
training on thigh muscle strength and EMG. Int J Sports Med. 2005;26:45-52.
http://dx.doi.org/10.1055/s-2004-817892
http://dx.doi.org/10.1055/s-2004-817892...
.
Sobre efeitos, o cenário atual mostra que o exercício resistido (ER) excêntrico tem
vantagens sobre o concêntrico em relação ao gasto de ATP, concentrações de lactato e
produção de força muscular11. Roig M, Shadgan B, Reid WD. Eccentric exercise in patients with
chronic health conditions: a systematic review. Physiother Can. 2008;60:146-160.
http://dx.doi.org/10.3138/physio.60.2.146
http://dx.doi.org/10.3138/physio.60.2.14...
. Por outro lado, durante o ER concêntrico, observam-se maiores valores de
frequência cardíaca (FC) e pressão arterial (PA) devido à maior ativação de unidades
motoras, o que resulta em maior estresse cardiovascular quando comparado à contração
excêntrica, que produz menor ativação motora para equivalente produção de força
devido à estimulação de componentes elásticos presentes nas unidades
músculo-tendão55. Overend TJ, Versteegh TH, Thompson E, Birmingham TB, Vandervoort AA.
Cardiovascular stress associated with concentric and eccentric isokinetic exercise in
young and older. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2000;55(4):177-82.
http://dx.doi.org/10.1093/gerona/55.4.B177
http://dx.doi.org/10.1093/gerona/55.4.B1...
6. Thompson E, Versteegh TH, Overend TJ, Birmingham TB, Vandervoort AA.
Cardiovascular responses to submaximal concentric and eccentric isokinetic exercise
in older men. J Aging Physl Act. 1999;7:20-31.
7. Okamoto TB, Masuhara M, Ikuta K. Cardiovascular responses induced
during high-intensity eccentric and concentric isokinetic muscle contraction in
healthy young adults. Clin Physiol Funct Imaging. 2006;26:39-44.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1475-097X.2005.00651.x
http://dx.doi.org/10.1111/j.1475-097X.20...
-
88. Vallejo AF, Schroeder ET, Zheng L, Jensky NE, Sattler FR.
Cardiopulmonary responses to eccentric and concentric resistance exercise in older
adults. Age Ageing. 2006;35:291-7.
http://dx.doi.org/10.1093/ageing/afj082
http://dx.doi.org/10.1093/ageing/afj082...
.
A partir do descrito, as ações musculares concêntricas ou excêntricas parecem
influenciar as respostas clínicas e funcionais, sobretudo o comportamento do sistema
nervoso autônomo (SNA) cardíaco. Considerando essa influência, outro desfecho merece
atenção: a recuperação pós-esforço. O controle dessa condição pode não só prevenir
risco de efeitos deletérios do exercício físico como garantir prescrições mais
adequadas. Estudos99. Heffernan KS, Kelly EE, Coliier SR, Fernhall B. Cardiac autonomic
modulation during recovery from acute endurance and resistance exercise. Eur J
Cardiovasc Prev Rehabil. 2006;13(1):80-6. PMid:16449868.
10. Rezk CC, Marrache RCB, Tinucci T. Post-resistance exercise
hypotension, hemodynamics, and heart rate variability: influence of exercise
intensity. Eur J Appl Physiol. 2006; 98:105-12.
http://dx.doi.org/10.1007/s00421-006-0257-y
http://dx.doi.org/10.1007/s00421-006-025...
-
1111. Andrade Lima AHR, Forjaz CLM, Silva GQM, Menêses AL, Rofrigues Silva
AJM, Ritti-Dias RM. Efeito agudo da intensidade do exercício de força na modulação
autonômica cardíaca pós-exercício. Arq Bras Cardiol. 2011;96(6):498-503.
http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2011005000043
http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2011...
apontam que, durante o processo de recuperação após ER, ocorre predominância
da modulação autonômica simpática e redução da parassimpática, o que pode estar
relacionado com o aumento do risco cardiovascular99. Heffernan KS, Kelly EE, Coliier SR, Fernhall B. Cardiac autonomic
modulation during recovery from acute endurance and resistance exercise. Eur J
Cardiovasc Prev Rehabil. 2006;13(1):80-6. PMid:16449868.
10. Rezk CC, Marrache RCB, Tinucci T. Post-resistance exercise
hypotension, hemodynamics, and heart rate variability: influence of exercise
intensity. Eur J Appl Physiol. 2006; 98:105-12.
http://dx.doi.org/10.1007/s00421-006-0257-y
http://dx.doi.org/10.1007/s00421-006-025...
11. Andrade Lima AHR, Forjaz CLM, Silva GQM, Menêses AL, Rofrigues Silva
AJM, Ritti-Dias RM. Efeito agudo da intensidade do exercício de força na modulação
autonômica cardíaca pós-exercício. Arq Bras Cardiol. 2011;96(6):498-503.
http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2011005000043
http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2011...
-
1212. Heffernan KS, Sosnoff JJ, Jae SY, Gates GJ, Fernhall B. Acute
resistance exercise reduces heart rate complexity and increases QTc interval. Int J
Sports Med. 2008;29(4):289-93.
http://dx.doi.org/10.1055/s-2007-965363
http://dx.doi.org/10.1055/s-2007-965363...
.
Apesar da importância do processo de recuperação pós-esforço, verificou-se, a partir do levantamento bibliográfico realizado, que estudos que avaliem a modulação autonômica cardíaca após exercícios com ênfase em contrações concêntricas e excêntricas são desconhecidos. Dessa forma, observar a relação de ganho de força muscular e custo na recuperação pós-esforço parece pertinente. Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi comparar o efeito de um treinamento resistido para o grupo extensor do joelho realizado com ênfase concêntrica vs excêntrica sobre a força muscular e a recuperação pós-exercício considerando a modulação autonômica cardíaca em jovens saudáveis.
MÉTODO
População de estudo e critérios de elegibilidade
Para realização deste estudo, foram analisados dados de 105 homens, aparentemente saudáveis, classificados como fisicamente ativos por meio do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ)1313. Pardini R, Matsudo S, Araújo T, Matsudo V, Andrade E, Braggion G, et al. Validação do questionário internacional de nível de atividade física (IPAQ)- versão 6: estudo piloto em adultos jovens brasileiros. Rev Bras Ciên Mov. 2001;9(3):45-51., e com idade compreendida entre 18 e 30 anos. Para a participação do estudo, todos os sujeitos foram informados sobre objetivos e procedimentos e, após concordarem, assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Todos os procedimentos foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Presidente Prudente, SP, Brasil, sob número de protocolo 20/2010.
Foram incluídos no estudo os sujeitos que apresentavam as seguintes características: ausência de doenças cardiovasculares, respiratórias e/ou metabólicas conhecidas, não etilistas, não fumantes, sem episódio de lesão músculo-tendínea ou osteoarticular nos membros inferiores e/ou coluna no último ano e não terem participado de programa de musculação há pelo menos seis meses.
Os sujeitos foram orientados a não consumir qualquer alimento e/ou bebida com cafeína 24 horas antes de cada sessão e não alterar drasticamente suas atividades diárias e, caso o fizesse, informasse para registro. Uma semana antes do início dos protocolos de exercício foi destinada para realização de testes e familiarização dos sujeitos com o equipamento e forma de exercício a ser realizado em cada grupo. A coleta dos dados aconteceu em uma sala com temperatura (21 e 23 °C) e umidade do ar (40 e 60%) controladas, e os registros foram coletados entre 18 e 21 horas.
Alocação e grupos
Os sujeitos foram randomizados aleatoriamente em quatro grupos conforme fluxograma abaixo (Figura 1). Dois grupos realizaram apenas uma sessão de ER, sendo que o grupo controle concêntrico (CCONC) realizou o ER com predomínio da fase concêntrica, e o grupo controle excêntrico (CEXC) realizou o ER com predomínio da fase excêntrica. Dois grupos realizaram treinamento de ER, sendo que o grupo treinamento concêntrico (TCONC) realizou o treinamento com predomínio da fase concêntrica e o grupo treinamento excêntrico (TEXC), com predomínio da fase excêntrica. Para todos os grupos, foi utilizado o grupo muscular extensor do joelho para realização do exercício.
Teste de 1RM
Anteriormente ao início dos protocolos, uma semana foi destinada para realização do teste de 1RM (repetição máxima). O teste foi realizado em aparelho de musculação (Ipiranga equipamentos, linha academia Hard) e determinou a carga máxima, em quilogramas, que cada indivíduo conseguiu realizar durante a extensão do joelho para, posteriormente, serem determinadas as cargas de treinamento e da sessão única de ER. O teste iniciou-se com 50% da massa corpórea do individuo recebendo incrementos de 30% desse valor, e também de acordo com a percepção de esforço do sujeito, e foi concluído quando o voluntário alcançou sua carga máxima ao executar o movimento de extensão de joelho sem falha mecânica. Não foi permitido mais do que cinco tentativas para estabelecimento da carga máxima. Se isso ocorresse, o teste era considerado inválido, e o voluntário era submetido ao teste em outro dia1414. Brown LE, Weir JP. Asep procedures recommendation I: accurate assessment of muscular strength and power. J Exerc Physiol Online. 2001;4(3):1-21..
Caso as tentativas com incrementos de 30% fossem superiores ao que o voluntário conseguisse alcançar, reduzia-se a valores intermediários (intervalos de 5 kg). Caso o indivíduo alcançasse valores próximos de sua capacidade máxima e respondesse favoravelmente ao incremento discreto de carga, aumentava-se a carga utilizando valores intermediários de 30% (intervalos de 5 kg).
Optou-se por realizar o teste de 1RM com o membro inferior não dominante do
voluntário, pois, de acordo com Gleeson et al.1515. Gleeson N, Eston R, Marginson V. Effects of prior concentric
training on eccentric exercise induced muscle damage. Br J Sports Med.
2003;37:119-25. http://dx.doi.org/10.1136/bjsm.37.2.119
http://dx.doi.org/10.1136/bjsm.37.2.119...
, o membro dominante pode ser influenciado por esforços físicos,
concêntricos e excêntricos, realizados durante as atividades de vida diária,
potencializando o efeito de ganho de força muscular. O teste de 1RM e as sessões
de exercício foram realizados no mesmo aparelho de musculação e durante eles, os
indivíduos foram fixados por meio de faixas de velcro pelo tronco e coxas a fim de
diminuir as compensações.
Força muscular
A força muscular foi avaliada por meio do teste de 1RM, conforme descrito alhures. Portanto, a avaliação da força muscular foi realizada antes e após o término (96 horas) de ambos os protocolos de exercício.
Protocolos
Os grupos CCONC e CEXC realizaram apenas uma sessão de ER, que correspondeu a três séries de uma repetição a 100% de 1RM. Os grupos TCONC e TEXC foram submetidos a dez sessões de treinamento de ER, realizado de forma progressiva.
A dinâmica de prescrição foi baseada na forma clássica de cargas crescentes, respeitando a interdependência volume × intensidade, como proposto por Chiesa1616. Chiesa LC. La Musculación Racional: Bases para um entrenamiento organizado. Barcelona: Editorial Paidotribo; 2007., e adaptado à necessidade de evolução em dez sessões realizadas três vezes por semana, com intervalo de 48 horas entre elas.
As sessões 1 e 2 foram compostas de três séries de oito repetições (80% de 1RM), com 3 minutos de intervalo entre as séries; as sessões 3 e 4, de três séries de seis repetições (85% de 1RM), com 2 minutos de intervalo entre as séries; as sessões 5 e 6, de três séries de quatro repetições (90% de 1RM), com 1 minuto e 30 segundos de intervalo; as sessões 7 e 8 de, três séries de duas repetições (95% de 1RM), com 40 segundos de intervalo; e as sessões 9 e 10 foram compostas de três séries de uma repetição a 100% de 1 RM, com 20 segundos de intervalo entre as séries.
Descrição do exercício
Cada grupo foi orientado a realizar a contração do músculo quadríceps de modo que predominasse uma das fases, concêntrica ou excêntrica, realizadas em diferentes velocidades de contração. Para os grupos CCONC e TCONC, os sujeitos realizaram, com o membro inferior não dominante, a extensão do joelho a partir de 90° de flexão, sendo que a contração muscular deveria acontecer em 3 segundos, até atingir a amplitude de movimento (ADM) completa. O retorno do membro para a posição de origem ocorria em 1 segundo.
Os sujeitos dos grupos CEXC e TEXC realizaram a extensão de joelho a partir de 90° de flexão em 1 segundo, e a contração excêntrica ocorria durante a flexão, no tempo de 3 segundos.
Variabilidade de frequência cardíaca
Para captação dos intervalos RR (iRR) foi utilizado um frequencímetro da marca
Polar, modelo S810i (Polar Electro, Finlândia), equipamento previamente
validado1717. Vanderlei LCM, Silva RA, Pastre CM, Azevedo FM, Godoy FM. Comparison
of the Polar S810i monitor and the ECG for the analysis of heart rate variability in
the time and frequency domains. Braz J Med Biol Res. 2008;41(10):854-9.
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-879X2008005000039
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-879X2008...
. Anteriormente às sessões dos grupos CCONC e CEXC e às 10ªs
sessões dos grupos TCONC e TEXC, os sujeitos permaneceram em repouso, com
respiração espontânea e em posição supina por 20 minutos para coleta da VFC basal.
Após esse procedimento, os sujeitos realizaram a sessão de exercício e continuaram
a ser monitorados durante a recuperação pós-exercício, com respiração espontânea e
em posição supina por 45 minutos.
Os dados obtidos foram submetidos inicialmente a uma filtragem digital, realizada
pelo software do próprio dispositivo, o Polar Precision
Performance, versão 3.0, e somente séries com mais de 95% de
batimentos sinusais foram incluídas no estudo. Posteriormente, uma filtragem
manual foi feita, caracterizada pela inspeção visual dos iRR e exclusão de
intervalos anormais, e séries com 256 batimentos foram analisadas pelo
software
Kubios HRV1818. Niskanen JP, Tarvainen MP, Ranta-Aho PO, Karjalainen PA. Software
for advanced HRV analysis. Comput Methods Programs Biomed. 2004;76(1):73-8.
http://dx.doi.org/10.1016/j.cmpb.2004.03.004
http://dx.doi.org/10.1016/j.cmpb.2004.03...
. Para análise dos índices, cinco janelas foram selecionadas: basal
(pré-exercício), T1, T2, T3 e T4. A primeira janela de recuperação (T1) iniciou-se
2 minutos após interrupção do exercício e, a partir do 2º minuto, foram contados
256 batimentos, formando a primeira janela. A janela de recuperação T2 iniciou-se
logo após o tempo final de T1, selecionando 256 batimentos novamente. O mesmo se
repetiu com as janelas T3 e T4, que se iniciaram após o fim dos 256 batimentos das
janelas T2 e T3 respectivamente.
Métodos lineares
Foram analisados, no domínio do tempo, os índices SDNN (desvio padrão da média de
todos os iRR normais) e RMSSD (raiz quadrada da somatória do quadrado das
diferenças entre os iRR no registro, dividido pelo número de iRR em um tempo
determinado menos um iRR), ambos expressos em milissegundos1919. Vanderlei LCM, Pastre CM, Hoshi RA, Carvalho TD, Godoy MF. Noções
básicas de variabilidade de frequência cardíaca e sua aplicabilidade clínica. Rev
Bras Cir Cardiovasc. 2009;24(2):205-17.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-76382009000200018
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-76382009...
.
No domínio da frequência, foram analisados os componentes espectrais de baixa
frequência [BF (0,04 a 0,15 Hertz)] e alta frequência [AF (0,15 a 0,4 Hertz)],
expressos em ms2 e unidades normalizadas (u.n). A análise espectral foi
calculada utilizando o algoritmo da transformada rápida de Fourier1919. Vanderlei LCM, Pastre CM, Hoshi RA, Carvalho TD, Godoy MF. Noções
básicas de variabilidade de frequência cardíaca e sua aplicabilidade clínica. Rev
Bras Cir Cardiovasc. 2009;24(2):205-17.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-76382009000200018
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-76382009...
.
Métodos não lineares
Nos métodos não lineares, foram analisados, por meio do Plot
de Poincaré, os índices SD1 (desvio padrão da
variabilidade instantânea batimento a batimento) e SD2 (desvio padrão a longo
prazo dos iRR contínuos)1919. Vanderlei LCM, Pastre CM, Hoshi RA, Carvalho TD, Godoy MF. Noções
básicas de variabilidade de frequência cardíaca e sua aplicabilidade clínica. Rev
Bras Cir Cardiovasc. 2009;24(2):205-17.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-76382009000200018
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-76382009...
.
Análise dos dados
A distribuição quanto à normalidade dos dados foi testada por meio do teste de Shapiro-Wilk. As variáveis de força, antropométricas e idade foram comparadas entre os grupos por meio do Teste t de Student para dados paramétricos e Mann-Whitney para dados não paramétricos.
Para as comparações entre contrações (concêntrica vs excêntrica), grupos (controle vs treinamento) e momentos (basal vs T1, T2, T3 e T4), utilizou-se a técnica da análise de variância para modelo de medidas repetidas, paramétrica para as variáveis SDNN, RMSSD, SD1, SD2, BF (n.u), AF (n.u) e não paramétrica para as variáveis BF (ms2) e AF (ms2), no esquema de dois fatores, complementada com o teste de SNK (Student-Newman-Keuls) e Dunn, respectivamente.
Para o cálculo do tamanho da amostra, considerou-se, a partir de estudo piloto, a variável central (força muscular) com perspectiva de ganho de 6 quilogramas e desvio padrão de 7. Dessa forma, obteve-se o valor de 21 sujeitos por grupo, com poder de teste de 80%. Todos os testes foram realizados com nível de significância de 5%.
RESULTADOS
A Tabela 1 apresenta as características dos sujeitos em relação às variáveis antropométricas, idade e força. Observou-se aumento da força muscular, avaliada por meio do teste de 1RM, no momento final em relação ao momento inicial para o grupo TEXC.
As Tabelas 2, 3 e 4 apresentam o comportamento dos índices de VFC ao longo do período de recuperação em todos os grupos analisados. Não foram observadas diferenças significantes entre as ações concêntricas e excêntricas em todos os momentos analisados. Observou-se, para o grupo TEXC, aumento dos índices RMSSD, SD1 e AF (ms2) nos momentos T1, T2 e T4 em relação ao basal, evidenciando melhor recuperação da modulação autonômica cardíaca nesse grupo.
DISCUSSÃO
Os achados deste ensaio sugerem maior efetividade quanto ao ganho de força e melhor recuperação pós-esforço para o grupo que realizou treinamento com ênfase em contração excêntrica. Em relação ao ganho de força, há diferença significante para o grupo TEXC quando comparados os momentos inicial (50±11) e final (55±11). Nota-se que os achados do presente estudo relacionados ao ganho de força corroboram os da literatura científica. Apesar do curto período de treinamento proposto (dez sessões), vale ressaltar que o ganho do grupo foi de aproximadamente 5%. Hortobágyi et al.2020. Hortobágyi T, Hill JP, Houmard JA, Fraser DD, Lambert NJ, Israel RG. Adaptative responses to muscle lengthening and shortening in humans. J Appl Physiol. 1996;80(3):765-72. PMid:8964735. observaram, após 12 semanas de treinamento isocinético concêntrico e excêntrico, aumento da força excêntrica. Segundo os autores, esse incremento de força está relacionado à hipertrofia das fibras musculares do tipo II e a uma maior ativação neural.
Aagaard et al.2121. Aagaard P, Simonsen EB, Andersen JL, Magnusson SP,
Halkjaer-Kristensen J, Dyhre-Poulsen P. Neural inhibition during maximal eccentric
and concentric quadriceps contraction: effects of resistance training. J Appl
Physiol. 2000;89:2249-57. PMid:11090575.
http://dx.doi.org/10.1097/00005768-199805001-01178
http://dx.doi.org/10.1097/00005768-19980...
também identificaram, após 14 semanas de treino, aumento da força muscular do
quadríceps e maior ativação neuromuscular após treinamento excêntrico quando
comparado ao concêntrico. Esse tipo de estímulo parece promover aumento do
drive neural e eficiência nos padrões de recrutamento de fibras. As
adaptações em relação ao ganho de força após treinamento excêntrico, quando comparado
ao concêntrico, parecem estar bem descritas na literatura, entretanto acredita-se
que, somado a essas características, a velocidade de contração tenha contribuído para
tal achado, pois, segundo Corvino et al.2222. Corvino RB, Caputo F, Oliveira AC, Greco CC, Denadai BS. Taxa de
desenvolvimento de força em diferentes velocidades de contrações musculares. Rev Bras
Med Esporte. 2009;15(6):428-31.
http://dx.doi.org/10.1590/S1517-86922009000700005
http://dx.doi.org/10.1590/S1517-86922009...
, maiores valores de desenvolvimento de força podem ser observados em
velocidades mais baixas de contração.
É importante ressaltar que, apesar dos estudos citados apresentarem períodos de treinamento superiores aos do presente estudo, as dez sessões do treinamento resistido foram suficientes para mostrar incremento na força muscular para o grupo que realizou exercício com contrações excêntricas. Dessa maneira, propõe-se esse modelo de trabalho para ganhos mais precoces de força com volumes menores de trabalho, o que pode ser interessante nos processos de reabilitação dentro da prática clinica.
Considerando o processo de recuperação pós-esforço como objeto de estudo, a ênfase para o comportamento do sistema nervoso autônomo parassimpático (SNAP) merece atenção. Assim, para os índices analisados que refletem a modulação vagal, observa-se que, entre os grupos (controle vs treinamento), não há diferença. Entretanto, quando se analisa a recuperação, percebe-se que para os grupos controle não há resposta evidente de recuperação e que nos grupos de treinamento essa resposta é evidenciada, com maior ocorrência, para o treinamento excêntrico. Notam-se maiores valores de RMSSD, SD1 e AF (ms2) nos momentos da recuperação em relação ao momento basal para o grupo TEXC.
Deve-se considerar a dificuldade na comparação dos achados com a literatura,
sobretudo pelo presente estudo ser o primeiro a avaliar a modulação autonômica
cardíaca durante o período de recuperação após ações concêntricas e excêntricas. Após
levantamento bibliográfico, foram encontrados apenas estudos que analisam efeito do
treinamento sobre o comportamento da VFC, ou seja, investigam o processo de
adaptação22. Cooke WH, Carter JR. Strength training does not affect vagal-cardiac
control or cardiovagal baroreflex sensitivity in young healthy subjects. Eur J Appl
Physiol. 2003;93:719-25. http://dx.doi.org/10.1007/s00421-004-1243-x
http://dx.doi.org/10.1007/s00421-004-124...
,
33. Melo RC, Quitério RJ, Takahashi ACM, Silva E, Martins LEB, Catai AM.
High eccentric strength training reduces heart rate variability in healthy older men.
Br J Sports Med. 2008;42:59-63. http://dx.doi.org/10.1136/bjsm.2007.035246
http://dx.doi.org/10.1136/bjsm.2007.0352...
e não o seu comportamento como marcador de recuperação, sobretudo
considerando tipos de exercícios com dinâmicas diferentes.
Os índices que refletem a variabilidade global1919. Vanderlei LCM, Pastre CM, Hoshi RA, Carvalho TD, Godoy MF. Noções
básicas de variabilidade de frequência cardíaca e sua aplicabilidade clínica. Rev
Bras Cir Cardiovasc. 2009;24(2):205-17.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-76382009000200018
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-76382009...
,
2323. Task Force of the European Society of Cardiology of the North
American Society of Pacing Electrophysiology. Heart rate variability standards of
measurement, physiological interpretation, and clinical use. Circulation.
1996;93(5):1043-65. http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.93.5.1043
http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.93.5.10...
(SDNN e SD2) mostram aumento na primeira janela de recuperação (T1) para os
grupos controle. Ao observar o conjunto dos índices, parece que tal comportamento é
devido a uma interação dos componentes simpático e parassimpático, já que ambos estão
aumentados em T1 para os grupos CCONC e CEXC. Alguns autores99. Heffernan KS, Kelly EE, Coliier SR, Fernhall B. Cardiac autonomic
modulation during recovery from acute endurance and resistance exercise. Eur J
Cardiovasc Prev Rehabil. 2006;13(1):80-6. PMid:16449868.
10. Rezk CC, Marrache RCB, Tinucci T. Post-resistance exercise
hypotension, hemodynamics, and heart rate variability: influence of exercise
intensity. Eur J Appl Physiol. 2006; 98:105-12.
http://dx.doi.org/10.1007/s00421-006-0257-y
http://dx.doi.org/10.1007/s00421-006-025...
-
1111. Andrade Lima AHR, Forjaz CLM, Silva GQM, Menêses AL, Rofrigues Silva
AJM, Ritti-Dias RM. Efeito agudo da intensidade do exercício de força na modulação
autonômica cardíaca pós-exercício. Arq Bras Cardiol. 2011;96(6):498-503.
http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2011005000043
http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2011...
observaram uma predominância da modulação simpática ao analisar índices de
VFC no domínio da frequência (DF) após estímulos agudos de ER. Heffernan et al.99. Heffernan KS, Kelly EE, Coliier SR, Fernhall B. Cardiac autonomic
modulation during recovery from acute endurance and resistance exercise. Eur J
Cardiovasc Prev Rehabil. 2006;13(1):80-6. PMid:16449868. observaram diminuição no índice AF (u.n) e aumento do BF (u.n) após ER e
exercício de endurance, entretanto maiores reduções na potência
total (PT) foram observadas apenas após os ER. Rezk et al.1010. Rezk CC, Marrache RCB, Tinucci T. Post-resistance exercise
hypotension, hemodynamics, and heart rate variability: influence of exercise
intensity. Eur J Appl Physiol. 2006; 98:105-12.
http://dx.doi.org/10.1007/s00421-006-0257-y
http://dx.doi.org/10.1007/s00421-006-025...
e Andrade Lima et al.1111. Andrade Lima AHR, Forjaz CLM, Silva GQM, Menêses AL, Rofrigues Silva
AJM, Ritti-Dias RM. Efeito agudo da intensidade do exercício de força na modulação
autonômica cardíaca pós-exercício. Arq Bras Cardiol. 2011;96(6):498-503.
http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2011005000043
http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2011...
também observaram predomínio da modulação simpática e redução da modulação
parassimpática após ER globais para membros superiores (MMSS) e tronco,
respectivamente, realizados em diferentes intensidades.
Deve-se ressaltar que os estudos citados acima não avaliam os dois tipos de contração de forma isolada, o que impossibilita maiores comparações e se diferenciam da presente pesquisa em relação ao número de grupos musculares recrutados, intensidade de esforço e volume de trabalho, fatores que influenciam diretamente o comportamento da modulação autonômica cardíaca após exercício.
Em síntese, ao observar o comportamento autonômico cardíaco durante o processo de recuperação pós-esforço, os grupos que realizaram apenas uma sessão de exercício apresentaram aumento da variabilidade global na primeira janela de recuperação, e os grupos que realizaram treinamento, com destaque para o grupo TEXC, apresentaram melhores valores nos índices que refletem a modulação vagal (RMSSD, SD1 e AF) nas janelas de recuperação quando comparadas ao momento basal. Portanto, sugere-se que o treinamento excêntrico leva à adaptação positiva no controle vagal cardíaco, representando uma melhor recuperação.
O ensaio apresenta uma limitação que deve ser discutida. Refere-se à postura para captação dos batimentos. Em ambos os momentos, basal e recuperação, utilizou-se a postura supina para registro dos batimentos, o que não permitiu a análise da modulação autonômica cardíaca imeditamente após o esforço para avaliação da reentrada vagal, já que o exercício foi realizado na postura sentada. Como repercussões para os achados, deve-se considerar a análise do período de recuperação pós-esforço a partir de índices de VFC, sobretudo os que refletem a atividade parassimpática. Apesar de não haver diferenças entre os tipos de contração, explorações sobre condições diferentes de estresse ou patológicas podem mostrar dados de interesse e, com isso, atentar para riscos ou segurança para realização de sessões de exercícios de qualquer natureza.
CONCLUSÃO
A partir dos achados da presente pesquisa, conclui-se que o treinamento resistido realizado com ênfase em contrações excêntricas promoveu ganho de força e aumento da modulação vagal cardíaca durante o processo de recuperação em relação à sua condição basal e que não há diferença entre os tipos de contração considerando os índices de VFC e os momentos analisados.
AGRADECIMENTOS
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP: 2010/09687-0), Brasil e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Brasil pelo apoio financeiro concedido.
REFERENCES
-
1Roig M, Shadgan B, Reid WD. Eccentric exercise in patients with chronic health conditions: a systematic review. Physiother Can. 2008;60:146-160. http://dx.doi.org/10.3138/physio.60.2.146
» http://dx.doi.org/10.3138/physio.60.2.146 -
2Cooke WH, Carter JR. Strength training does not affect vagal-cardiac control or cardiovagal baroreflex sensitivity in young healthy subjects. Eur J Appl Physiol. 2003;93:719-25. http://dx.doi.org/10.1007/s00421-004-1243-x
» http://dx.doi.org/10.1007/s00421-004-1243-x -
3Melo RC, Quitério RJ, Takahashi ACM, Silva E, Martins LEB, Catai AM. High eccentric strength training reduces heart rate variability in healthy older men. Br J Sports Med. 2008;42:59-63. http://dx.doi.org/10.1136/bjsm.2007.035246
» http://dx.doi.org/10.1136/bjsm.2007.035246 -
4Seger JY, Thorstensson A. Effects of eccentric versus concentric training on thigh muscle strength and EMG. Int J Sports Med. 2005;26:45-52. http://dx.doi.org/10.1055/s-2004-817892
» http://dx.doi.org/10.1055/s-2004-817892 -
5Overend TJ, Versteegh TH, Thompson E, Birmingham TB, Vandervoort AA. Cardiovascular stress associated with concentric and eccentric isokinetic exercise in young and older. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2000;55(4):177-82. http://dx.doi.org/10.1093/gerona/55.4.B177
» http://dx.doi.org/10.1093/gerona/55.4.B177 -
6Thompson E, Versteegh TH, Overend TJ, Birmingham TB, Vandervoort AA. Cardiovascular responses to submaximal concentric and eccentric isokinetic exercise in older men. J Aging Physl Act. 1999;7:20-31.
-
7Okamoto TB, Masuhara M, Ikuta K. Cardiovascular responses induced during high-intensity eccentric and concentric isokinetic muscle contraction in healthy young adults. Clin Physiol Funct Imaging. 2006;26:39-44. http://dx.doi.org/10.1111/j.1475-097X.2005.00651.x
» http://dx.doi.org/10.1111/j.1475-097X.2005.00651.x -
8Vallejo AF, Schroeder ET, Zheng L, Jensky NE, Sattler FR. Cardiopulmonary responses to eccentric and concentric resistance exercise in older adults. Age Ageing. 2006;35:291-7. http://dx.doi.org/10.1093/ageing/afj082
» http://dx.doi.org/10.1093/ageing/afj082 -
9Heffernan KS, Kelly EE, Coliier SR, Fernhall B. Cardiac autonomic modulation during recovery from acute endurance and resistance exercise. Eur J Cardiovasc Prev Rehabil. 2006;13(1):80-6. PMid:16449868.
-
10Rezk CC, Marrache RCB, Tinucci T. Post-resistance exercise hypotension, hemodynamics, and heart rate variability: influence of exercise intensity. Eur J Appl Physiol. 2006; 98:105-12. http://dx.doi.org/10.1007/s00421-006-0257-y
» http://dx.doi.org/10.1007/s00421-006-0257-y -
11Andrade Lima AHR, Forjaz CLM, Silva GQM, Menêses AL, Rofrigues Silva AJM, Ritti-Dias RM. Efeito agudo da intensidade do exercício de força na modulação autonômica cardíaca pós-exercício. Arq Bras Cardiol. 2011;96(6):498-503. http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2011005000043
» http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2011005000043 -
12Heffernan KS, Sosnoff JJ, Jae SY, Gates GJ, Fernhall B. Acute resistance exercise reduces heart rate complexity and increases QTc interval. Int J Sports Med. 2008;29(4):289-93. http://dx.doi.org/10.1055/s-2007-965363
» http://dx.doi.org/10.1055/s-2007-965363 -
13Pardini R, Matsudo S, Araújo T, Matsudo V, Andrade E, Braggion G, et al. Validação do questionário internacional de nível de atividade física (IPAQ)- versão 6: estudo piloto em adultos jovens brasileiros. Rev Bras Ciên Mov. 2001;9(3):45-51.
-
14Brown LE, Weir JP. Asep procedures recommendation I: accurate assessment of muscular strength and power. J Exerc Physiol Online. 2001;4(3):1-21.
-
15Gleeson N, Eston R, Marginson V. Effects of prior concentric training on eccentric exercise induced muscle damage. Br J Sports Med. 2003;37:119-25. http://dx.doi.org/10.1136/bjsm.37.2.119
» http://dx.doi.org/10.1136/bjsm.37.2.119 -
16Chiesa LC. La Musculación Racional: Bases para um entrenamiento organizado. Barcelona: Editorial Paidotribo; 2007.
-
17Vanderlei LCM, Silva RA, Pastre CM, Azevedo FM, Godoy FM. Comparison of the Polar S810i monitor and the ECG for the analysis of heart rate variability in the time and frequency domains. Braz J Med Biol Res. 2008;41(10):854-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-879X2008005000039
» http://dx.doi.org/10.1590/S0100-879X2008005000039 -
18Niskanen JP, Tarvainen MP, Ranta-Aho PO, Karjalainen PA. Software for advanced HRV analysis. Comput Methods Programs Biomed. 2004;76(1):73-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.cmpb.2004.03.004
» http://dx.doi.org/10.1016/j.cmpb.2004.03.004 -
19Vanderlei LCM, Pastre CM, Hoshi RA, Carvalho TD, Godoy MF. Noções básicas de variabilidade de frequência cardíaca e sua aplicabilidade clínica. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2009;24(2):205-17. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-76382009000200018
» http://dx.doi.org/10.1590/S0102-76382009000200018 -
20Hortobágyi T, Hill JP, Houmard JA, Fraser DD, Lambert NJ, Israel RG. Adaptative responses to muscle lengthening and shortening in humans. J Appl Physiol. 1996;80(3):765-72. PMid:8964735.
-
21Aagaard P, Simonsen EB, Andersen JL, Magnusson SP, Halkjaer-Kristensen J, Dyhre-Poulsen P. Neural inhibition during maximal eccentric and concentric quadriceps contraction: effects of resistance training. J Appl Physiol. 2000;89:2249-57. PMid:11090575. http://dx.doi.org/10.1097/00005768-199805001-01178
» http://dx.doi.org/10.1097/00005768-199805001-01178 -
22Corvino RB, Caputo F, Oliveira AC, Greco CC, Denadai BS. Taxa de desenvolvimento de força em diferentes velocidades de contrações musculares. Rev Bras Med Esporte. 2009;15(6):428-31. http://dx.doi.org/10.1590/S1517-86922009000700005
» http://dx.doi.org/10.1590/S1517-86922009000700005 -
23Task Force of the European Society of Cardiology of the North American Society of Pacing Electrophysiology. Heart rate variability standards of measurement, physiological interpretation, and clinical use. Circulation. 1996;93(5):1043-65. http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.93.5.1043
» http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.93.5.1043
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
Jan-Feb 2014
Histórico
-
Recebido
19 Dez 2012 -
Revisado
13 Jun 2013 -
Aceito
27 Set 2013