O artigo descreve três momentos do pensamento psicológico brasileiro sobre relações étnicoraciais no final do século XIX e no início do século XX, caracterizado pela consolidação da Escola Nina Rodrigues, que investiga características psicológicas dos escravos e ex-escravos e fornece elementos para a configuração do negro como sujeito psicológico; o período de 1930 até 1950 é caracterizado pelo debate da construção sociocultural das diferenças e da desconstrução do determinismo biológico das raças, e o período de 1990 em diante, pelos estudos sobre branqueamento e branquitude. Utilizando a perspectiva histórica, foi possível traçar uma linha no tempo identificando esses momentos de ruptura e de configuração de novos saberes em Psicologia: biológico-causal, culturalista e relacional. A construção dessa linha no tempo configura uma tentativa de trazer para o campo da Psicologia uma outra perspectiva de discussão da temática étnico-racial, repensando o papel dos modelos e das teorias psicológicas.
História da Psicologia-Brasil; Relações étnico-raciais; Psicologia social; Atitudes étnicas e raciais