RESUMO
Introdução:
Tem sido observado que indivíduos acometidos por acidente vascular encefálico (AVE) apresentam, além dos danos físicos, diminuição da capacidade aeróbica e alteração da modulação autonômica da frequência cardíaca, sendo estes importantes fatores para o aparecimento de doenças cardíacas e arritmias.
Objetivo:
Investigar os efeitos crônicos do AVE sobre a capacidade aeróbica (VO2pico) e os índices de variabilidade da frequência cardíaca (VFC), e se existe correlação entre essas duas variáveis.
Métodos:
Foram avaliados 11 indivíduos do sexo masculino, com idade entre 55 e 65 anos, acometidos por lesão cerebrovascular há pelo menos seis meses, e todos com hemiparesia. Foram realizadas as seguintes avaliações: teste de capacidade aeróbica máxima; registro dos intervalos R-R e cálculo dos índices da VFC (RMSSD, pNN50, AF, BF e a razão BF/AF). Para comparação entre VO2pico previsto e obtido utilizou-se o teste t de Student não pareado. Para testar a hipótese de correlação entre os índices de VFC e o VO2pico utilizou-se o teste de correlação de Pearson.
Resultados:
VO2pico (mL.kg-1.min-1) previsto e obtido, respectivamente = 32,15 ± 1,87 e 16,12 ± 5,51; índices da VFC: RMSSD (ms) = 28,69 ± 26,78; pNN50 (%) = 8,76 ± 12,62; AF (u.n.) = 51,96 ± 22,4; BF (u.n.) = 48,04 ± 22,49. O VO2pico correlacionou-se negativamente com os índices RMSSD, pNN50 e AF e positivamente com o índice BF (p < 0,05).
Conclusão:
Na fase crônica do AVE, variabilidade da frequência cardíaca encontra-se normal e os indivíduos com menor capacidade aeróbica apresentam maior modulação parassimpática e menor simpática, provavelmente em consequência da maior exigência física nas atividades de vida diária.
Descritores:
acidente vascular cerebral; frequência cardíaca; consumo de oxigênio; sistema nervoso autônomo.