Resumo
Neste artigo, tenho por objetivo debater a participação de LGBT na política institucional brasileira, focando nas candidatas que se autoidentificam como travestis/transexuais. Primeiramente, faço revisão do debate acadêmico sobre representação política e representação descritiva. Utilizando dados quantitativos, investigo o perfil social destas candidatas (sexo, idade, escolaridade, ideologia política, performance eleitoral etc.) contrastando-as com candidatos LGB. Por fim, analiso qualitativamente o material de campanha (banners, websites/ blogs, perfis no Facebook/twitter, vídeos on-line) das candidaturas trans. Os dados quantitativos e qualitativos nos ajudaram a responder a algumas questões: a) quais são as semelhanças/diferenças entre os perfis sociais das candidatas trans e LGB?; b) as candidatas trans têm envolvimento prévio com o ativismo político LGBT ou estamos testemunhando novo tipo de engajamento na política sexual?; c) elas se utilizam da identidade travesti/transexual (e suas experiências de discriminação) como um tipo de capital político?; d) suas propostas políticas estão comprometidas com as demandas do ativismo LGBT?
Palavras-chave:
diversidade sexual; candidaturas LGBT; travestis/transexual; eleições; representação descritiva