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História da Historiografia, Volume: 17, Publicado: 2024
  • O nó górdio da modernidade: universalismo e escrita da história na formação de um disputado conceito Artigo Original

    Williams, Rachel Saint

    Resumo em Português:

    Resumo O objetivo deste artigo é problematizar algumas das tensões em torno do conceito de modernidade. Central para diferentes áreas das ciências humanas, “modernidade” congrega, em um mesmo vocábulo, um conceito e uma proposta de periodização, ambos instrumentos essenciais da escrita historiográfica. Pretende-se aqui explorar de que forma a análise do conceito de modernidade, em conexão com uma ideia específica de universalismo, pode nos ajudar a compreender algumas características presentes nas concepções historiográficas europeias formuladas no século XIX, mas que deixaram marcas persistentes ao longo de grande parte do século XX. Nessa direção, buscou-se avaliar de que maneira o conceito de modernidade acabou fornecendo os parâmetros a partir dos quais as sociedades dos demais continentes seriam julgadas e, ato contínuo, hierarquizadas, com os povos da Europa ocidental ocupando o vértice dessa pirâmide classificatória.

    Resumo em Inglês:

    Abstract The purpose of this article is to problematize some of the existing tensions around the concept of modernity. Central to different areas of the human sciences, ‘modernity’ is a theme that brings together, in the same word, a concept and a periodization proposal, both essential instruments of historiographic writing. The aim here is to explore how the analysis of the concept of modernity, in connection with a specific idea of ​​universalism, can help us to understand some characteristics present in European historiographical conceptions formulated in the 19th century, but which left persistent marks throughout much of the 20th century. In this direction, we sought to assess how the concept of modernity ended up providing the parameters from which societies from other continents would be judged and, subsequently, hierarchized, with the peoples of Western Europe occupying the apex of this classification pyramid.
  • Entre Koselleck e Krenak: diálogos entre espaço de experiência, horizonte de expectativas e ancestralidade? Artigo Original

    Leal, Bruno Souza; Rêgo, Ana Regina

    Resumo em Português:

    Resumo Este ensaio tem como objetivo tensionar as categorias meta-históricas propostas por Koselleck como antropológicas e universais, e que seriam centrais na composição do tempo histórico, e confrontá-las com o pensamento de Ailton Krenak. Nesse percurso, partimos da elaboração de Koselleck, passamos pela apropriação que realiza Ricoeur das categorias na proposição de uma Hermenêutica da consciência histórica e apresentamos ainda a concepção de Hartog de regimes de historicidade, na qual experiência e expectativa também se manifestam. Em um segundo momento, trabalhamos as temporalidades dos povos não historicizados e, portanto, excluídos do modo de existir eurocêntrico, para, ao final, nos dedicarmos ao pensamento de Krenak, que colhemos nos textos lançados nos últimos quatro anos e com o qual confrontamos a proposição universalista de Koselleck para espaço de experiência e horizonte de expectativas.

    Resumo em Inglês:

    Abstract This essay aims to stress the metahistorical categories proposed by Koselleck (2014) as anthropological and universal and that would be central in the composition of historical time, confronting them with the thought of Ailton Krenak. In this path, we start from the elaboration by Koselleck, go through the appropriation that Ricoeur (2010) performs of the categories in the elaboration of a Hermeneutics of the historical conscience and we also present Hartog’s conception (2015) of regimes of historicity, where experience and expectation are also manifested . In a second moment, we work with the temporalities of non-historicized peoples and, therefore, excluded from the Eurocentric way of existing, in order to, in the end, dedicate ourselves to Krenak’s thought that we gleaned from the texts of the last four years and with which we confront the universalist proposition of Koselleck for space of experience and horizon of expectations
  • Do divã para o arquivo - Psicanálise aplicada à História: o caso de Peter Gay Artigo De Revisão

    Castelo, Sander Cruz

    Resumo em Português:

    Resumo Avalia-se como o historiador teuto-americano Peter Gay (1923-2015) se apropriou da Psicanálise na História. Com esse intuito, sonda-se como os objetos (no caso, o inconsciente), as teorias (especificamente a do complexo de Édipo), os métodos (a regressão, a associação livre e a análise de sonhos, de lapsos e de chistes) e as formas narrativas (“histórias de casos”) empregadas por Freud na clínica e na crítica da cultura foram ressignificadas na prática historiográfica de Gay, principalmente em suas obras publicadas a partir dos anos de 1980, período em que se consolida o seu projeto intelectual. Conclui-se que o aporte psicanalítico possibilitou ao historiador, além de revisar o papel desempenhado pela burguesia nos últimos três séculos, ampliar o horizonte temático, teórico, metodológico e estético da disciplina.

    Resumo em Inglês:

    Abstract It is evaluated how the German-American historian Peter Gay (1923-2015) appropriated Psychoanalysis in History. To this end, we probe how objects (in this case, the unconscious), theories (specifically, the Oedipus complex), methods (regression, free association and the analysis of dreams, lapses and jokes) and the narrative forms (“case histories”) employed by Freud in the clinic and in the criticism of culture were re-signified in Gay’s historiographical practice, mainly in his works published from the 1980s onwards, period in which his intellectual project is consolidated. It is concluded that the psychoanalytic contribution made it possible for the historian, in addition to reviewing the role played by the bourgeoisie in the last three centuries, to expand the thematic, theoretical, methodological and aesthetic horizon of the discipline.
  • Desafiando conceitos rígidos: a eugenia latina, a transnacionalidade e a crítica ao excepcionalismo Artigo De Revisão

    Munareto, Geandra Denardi; Diwan, Pietra Stefania

    Resumo em Português:

    Resumo O livro A hora da eugenia, da historiadora Nancy Stepan, constitui uma importante referência sobre a história da eugenia no Brasil, não só por seu aspecto pioneiro, mas pelas chaves interpretativas que apresenta, como o conceito de “eugenia latina”. O intuito deste artigo é avançar a discussão proposta por Stepan, analisando-a de forma crítica e trazendo novos elementos apresentados não só pela historiografia, mas também por algumas fontes que demonstram que os conceitos e a abordagem proposta pela autora precisam ser superados, uma vez que focam excessivamente a construção de excepcionalidades e de antagonismos, encobrindo os aspectos comuns entre países não latinos e criando representações estereotipadas sobre a região. Acreditamos que, por seu caráter limitado e restritivo, conceitos como o de “eugenia latina” devem ser desafiados a partir da adoção de uma abordagem transnacional e comparativa, de forma que busquemos conexões e aspectos comuns e fujamos da armadilha dos “excepcionalismos” como chave interpretativa de análise.

    Resumo em Inglês:

    Abstract The book A hora da eugenia, by historian Nancy Stepan, constitutes an important reference on the history of eugenics in Brazil, not only for its pioneering aspect, but for the interpretative keys it presents, such as the concept of “Latin eugenics”. The purpose of this article is to advance the discussion proposed by Stepan, analyzing it critically and bringing new elements presented not only by historiography, but also by primary sources, which demonstrates that the concepts and approach proposed by the author need to be overcome since they focus excessively on the construction of exceptionalities and antagonisms, covering up the common aspects among non-Latin countries, and creating stereotyped representations about the region. We believe that, due to its limited and restrictive nature, concepts such as “Latin eugenics” must be challenged by adopting a transnational and comparative approach, in order to seek connections and common aspects and escape the trap of “exceptionalisms” as a key interpretative analysis.
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