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Um papel intransferível

EDITORIAL

Um papel intransferível

O que há de novo para os enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e pessoal dos trabalhos de apoio deverá aparecer na Revista Brasileira de Enfermagem, noInformativo ABEn, nas publicações Normas e Notícias do Conselho Federal de Enfermagem e congêneres dos CORENs e nas publicações e informações que os sindicatos de enfermeiros imprimem e divulgam. Esse é um dos papéis que estes órgãos mencionados têm que cumprir: chamar a atenção de todos nós que exercemos enfermagem para aquilo que nos convém saber. Uma das comparações que se pode fazer: assim como as boas rodovias sinalizadas têm que ajudar seus usuários, também nossos órgãos de classe nos alertam e nos informam sobre os assuntos de nosso interesse.

Entretanto, o Brasil está muito importante, muito populoso; é um país em desenvolvimento. As mudanças sociais se aceleram. Será que os órgãos de c/asse estão, atualmente, dando conta do papel intransferível de informar e guiar, acima referido?

Ouve-se sempre enfermeiros mencionarem que sua categoria não está obtendo os empregos que deveria obter e outras constatações da mesma ordem. Colegas nossos, com capacidade de entender fatos sociais inter-relacionados, mencionam dois comportamentos que existem, ambos com efeito negativo sobre o crescimento da profissão: um, seria a enfermeira com apatia,sem envolvimento com grupos profissionais; neste caso, apesar de ocupar cargo ou emprego, a pessoa não exprime atitude de compromisso com a profissão e não participa de atividades, nem mesmo se engaja em conseguir melhorar o desempenho para obter progresso de sua classe. Outro comportamento é a enfermeira envolvida e atuante, entretanto, sua motivação é mais voltada para o interesse pessoal que para o da classe. Neste caso, não hesita em tripudiar sobre prerrogativas da própria categoria a que pertence. São atitudes conhecidas como demagógicas.

Retorne-se ao assunto dos órgãos de classe. Podem estar ocorrendo falhas de conseqüências alarmantes. Por exemplo, um órgão não gastar esforço humano, não saber estruturar-se para conseguir ações e, desse modo, não cumprir seu papel de informar, acima referido. Pode o motivo de sua falha ser alguma dubiedade sobre se tal atribuição deva ser cumprida por outro órgão. Exemplifiquemos: a que órgão competiria obter decisão do INAMPS, digamos, para criar empregos para enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem, em número adequado ao trabalho a ser prestado? Aos CORENs? Aos Sindicatos da categoria respectiva? Parece claro que uma coesão entre os três diferentes órgãos, na modalidade de consultas freqüentes, uns aos outros, seria uma das medidas úteis, no atual momento nacional.

Outra sugestão que complementaria essa última seria instituir-se, em cada um dos três organismos, grupo ou comissão, com o encargo de trabalhar, para trazer, às reuniões plenárias, fatos relevantes sobre os assuntos de grande interesse da categoria. Quantas vezes vemos membros numerosos de assembléias gastando o tempo precioso de cada um e, no entanto, não podem deliberar por falta de estudos completos, factuais, de assuntos que, entretanto, constam da reunião, mas não trazem pareceres objetivos e esclarecedores.

A Câmara dos Deputados, por exemplo, prepara-se para deliberações; fazem parte de sua estrutura não só as Comissões Técnicas, como um grupo de assessores, que reúnem fatos sobre os assuntos em que vai deliberar. As atuais associações de trabalhadores estão, cada vez mais, buscando assessores a fim de se esclarecerem e poderem pressionar a direção desejada das possíveis mudanças.

Estarão os enfermeiros tal como um barco frágil, sujeito a ventos variáveis, ou ainda não se conscientizaram de que a enfermagem será forte ou fraca, dependendo de como agem seus organismos profissionais.

Todos nós, no âmbito da enfermagem, estamos aspirando ficar em sintonia com o momento nacional, que é de o Brasil caminhar democraticamente para seus altos destinos. Somos um povo que dentro em breve deverá atingir níveis desejados de educação, saúde, habitação e trabalho, a fim de que todos os brasileiros possam exercer plenamente seu direito de cidadania. (H.G.D.)

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    03 Mar 2015
  • Data do Fascículo
    Dez 1985
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