Resumo
Objetivo:
Analisar o modo como a aids se configura sob o olhar de mulheres índias e não índias.
Método:
Estudo descritivo, com abordagem mista, realizado em três aldeias indígenas e em município circunvizinho às aldeias. Utilizou-se de um roteiro de entrevista semiestruturado, constando dados de identificação e perguntas relacionadas à percepção da doença, modo de ver e sentir a aids. O corpus foi processado pelo software IRaMuTeQ e analisado pela Classificação Hierárquica Descendente, Análise de Conteúdo e Nuvem de Palavras.
Resultados:
Participaram 164 mulheres da etnia potiguara e 386 mulheres não índias. Foram conformadas três classes: “aids e suas repercussões”, “aspectos sociais, espiritualidade e sentimentos atribuídos” e “modos de transmissão”. Entre as mulheres não índias, há uma melhor compreensão quanto à etiologia, tratamento e modos de transmissão da aids. Entre as mulheres índias, os conteúdos circundam principalmente em elementos negativos, tais como: morte, medo, tristeza e preconceito.
Conclusão:
Presume-se que os conhecimentos produzidos nas interações se moldem de acordo com o contexto social e ganhem significação própria. Tais considerações podem contribuir para o direcionamento de políticas estratégicas de controle do HIV/Aids com foco nas especificidades étnicas/culturais.
Descritores:
Síndrome De Imunodeficiência Adquirida; Saúde Da Mulher; Saúde De Populações Indígenas; Enfermagem Em Saúde Pública