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Tendência de mortalidade por quedas em idosos

RESUMO

Objetivo:

Analisar a tendência temporal da mortalidade por quedas em idosos no Brasil de 2008 a 2016.

Método:

Estudo de série temporal das taxas de mortalidade por quedas segundo CID-10 de 2008 a 2016. Utilizaram-se dados de registro de óbito de residentes no Brasil, com idade ≥ 60 anos, constantes no Sistema de Informação sobre Mortalidade. Foram calculadas as taxas de mortalidade específica por quedas em idosos por meio da razão entre o número de óbitos e a população idosa residente naquele ano e região. As informações populacionais foram obtidas dos censos de 2000 e 2010. A taxa de variação e a tendência temporal foram obtidas por regressão linear (p < 0,05).

Resultados:

Foram identificados 72.234 (31,2%) óbitos por quedas em idosos ≥ 60 anos. Quedas no mesmo nível foram as mais frequentes (53,8%) e as taxas de óbito em todas as idades variaram de 29,7 a 44,7 por 100.000 idosos. Os óbitos por queda aumentaram conforme a idade.

Conclusão:

Houve tendência crescente de óbitos por quedas em idosos em todas as faixas etárias, eventos evitáveis com a adoção de medidas preventivas. As elevadas taxas e a tendência de aumento dos óbitos por queda, bem como o envelhecimento da população brasileira, sugerem que políticas públicas de proteção aos idosos devem ser priorizadas.

DESCRITORES
Idoso; Acidentes por Quedas; Morte; Estudos de Séries Temporais; Saúde Pública

ABSTRACT

Objective:

To analyze the temporal trend of fall-related mortality in elderly in Brazil from 2008 to 2016.

Method:

Study of time series of rates of fall-related mortality according to CID-10 from 2008 to 2016. Data from the Mortality Information System on death registers of people ≥ 60 living in Brazil were used. The specific rates of fall-related mortality among the elderly were calculated through the ratio between the number of deaths and the elderly population of that year and region. The populational information was obtained from the 2000 and 2010 censuses. The variation rate and temporal trend were obtained through linear regression (p < 0.05).

Results:

The fall-related deaths among the elderly aged ≥ 60 amounted to 72,234 (31.2%). Falls from the same level were the most frequent (53.8%) and death rates in all ages ranged from 29.7 to 44.7 per 100,000 elders. Fall-related deaths increased with age.

Conclusion:

There was a growing trend of fall-related deaths among elderly in all age groups, an event which is avoidable through the adoption of preventive measures. The high rates and growing trend of fall-related deaths, as well as the aging of the Brazilian population, suggest that public policies for protecting the elderly must be prioritized.

DESCRIPTORS
Aged; Accidental Falls; Death; Time Series Studies; Public Health

RESUMEN

Objetivo:

Analizar la tendencia temporal de la mortalidad por caídas en ancianos en Brasil de 2008 a 2016.

Método:

Estudio de serie temporal de las tasas de mortalidad por caídas según CIE-10 de 2008 a 2016. Se utilizaron datos de los registros de defunción de residentes en Brasil con edad ≥ 60 años disponibles en el Sistema de Información sobre Mortalidad. Las tasas de mortalidad específica por caídas en los ancianos se calcularon mediante el cociente entre el número de muertes y la población de ancianos por año y región. La información poblacional se obtuvo de los censos de 2000 y 2010. La tasa de variación y la tendencia temporal se obtuvieron mediante regresión lineal (p < 0,05).

Resultados:

Se identificaron 72.234 (31,2%) muertes por caídas en ancianos ≥ 60 años. Las caídas desde el mismo nivel fueron las más frecuentes (53,8%) y las tasas de mortalidad en todas las edades oscilaron entre 29,7 y 44,7 por cada 100.000 ancianos. Las muertes por caídas aumentaron según la edad.

Conclusión:

Hubo una tendencia al aumento de las muertes por caídas en los ancianos en todos los grupos de edad, un evento evitable con la adopción de medidas preventivas. Las elevadas tasas y la tendencia al aumento de las muertes por caída, así como el envejecimiento de la población brasileña, sugieren que las políticas públicas de protección a los ancianos deben ser prioritarias.

DESCRIPTORES
Anciano; Accidentes por Caídas; Muerte; Estudios de Series Temporales; Salud Pública

INTRODUÇÃO

A mortalidade por quedas em idosos gera um custo econômico, social e psicológico, representando um problema mundial de saúde pública(11. Morsch P, Myskiw M, Myskiw JC. Falls’ problematization and risk factors identification through older adults’ narrative. Cien Saude Colet. 2016;21(11):3565-74. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/1413-812320152111.06782016.
https://dx.doi.org/10.1590/1413-81232015...
33. Cheng P, Wang L, Ning P, Yin P, Schwebel DC, Liu J, et al. Unintentional falls mortality in China, 2006-2016. JoGH. 2019;9(1):010603. DOI: https://dx.doi.org/10.7189/jogh.09.010603.
https://dx.doi.org/10.7189/jogh.09.01060...
). As quedas implicam altas taxas de hospitalização, incapacidade funcional, isolamento social e morte, especialmente nessa faixa etária(44. Antes DL, Schneider IJC, d’Orsi E. Mortality caused by accidental falls among the elderly: a time series analysis. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. 2015;18(4):769-78. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/1809-9823.2015.14202.
https://dx.doi.org/10.1590/1809-9823.201...
66. Verma SK, Willetts JL, Corns HL, Marucci-Wellman HR, Lombardi DA, Courtney TK. Falls and fall-related injuries among community-dwelling adults in the United States. PLoS One. 2016;11(3):e0150939. DOI: https://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0150939.
https://dx.doi.org/10.1371/journal.pone....
), e podem levar a limitações físicas com maior nível de dependência(77. Luzia MF, Prates CG, Bombardelli CF, Adorna JB, Moura GMSS. Characteristics of damage falls in hospitalized patients. Rev Gaucha Enferm. 2019;40(n. esp):e20180307. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/1983-1447.2019.20180307.
https://dx.doi.org/10.1590/1983-1447.201...
).

As quedas lideram mundialmente as causas de morbimortalidade, impondo uma carga para os idosos vitimados, a família e a sociedade(22. Hartholt KA, van Beeck EF, van der Cammen TJM. Mortality from falls in Dutch adults 80 years and older, 2000-2016. JAMA. 2018;319(13):1380-2. DOI: https://dx.doi.org/10.1001/jama.2018.1444.
https://dx.doi.org/10.1001/jama.2018.144...
,66. Verma SK, Willetts JL, Corns HL, Marucci-Wellman HR, Lombardi DA, Courtney TK. Falls and fall-related injuries among community-dwelling adults in the United States. PLoS One. 2016;11(3):e0150939. DOI: https://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0150939.
https://dx.doi.org/10.1371/journal.pone....
,88. Hartholt KA, Lee R, Burns ER, van Beeck EF. Mortality from falls among US adults aged 75 years or older, 2000-2016. JAMA. 2019;321(21):2131-3. DOI: https://dx.doi.org/10.1001/jama.2019.4185.
https://dx.doi.org/10.1001/jama.2019.418...
). Os custos associados a esse evento variam entre 731 e 1.186 dólares para idosos acima de 65 anos(66. Verma SK, Willetts JL, Corns HL, Marucci-Wellman HR, Lombardi DA, Courtney TK. Falls and fall-related injuries among community-dwelling adults in the United States. PLoS One. 2016;11(3):e0150939. DOI: https://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0150939.
https://dx.doi.org/10.1371/journal.pone....
). A Organização Mundial de Saúde (OMS) projeta que as quedas serão a 17ª maior causa de morte até 2030, caso não sejam realizadas ações de prevenção(99. World Health Organization [Internet]. WHO Global Health Estimates. 2014 [cited 2018 Mar 22]. Available from: https://dx.www.who.int/data/global-health-estimates.
https://dx.www.who.int/data/global-healt...
).

No Brasil, apenas dois estudos investigaram o cenário nacional das internações hospitalares e as taxas de mortalidade por quedas em idosos(55. Stolt LROG, Kolisch DV, Tanaka C, Cardoso MRA, Schmitt ACB. Increase in fall-related hospitalization, mortality, and lethality among older adults in Brazil. Rev Saude Publica. 2020;54:76. DOI: https://dx.doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054001691.
https://dx.doi.org/10.11606/s1518-8787.2...
,1010. Abreu D, Novaes ES, Oliveira RR, Mathias TAF, Marcon SS. Fall-related admission and mortality in older adults in Brazil: trend analysis. Cien Saude Colet. 2018;23(4):1131-41. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/1413-81232018234.09962016.
https://dx.doi.org/10.1590/1413-81232018...
), registrando aumento dos óbitos nos últimos anos. Considerando que há um aumento anual expressivo de idosos, os quais estão expostos ao risco de quedas, este estudo traz dados mais recentes, que adicionam evidências importantes ao cenário brasileiro. Além disso, fortalece a discussão sobre os tipos de quedas, permitindo estratégias com maior possibilidade de sucesso para a prevenção desse evento, muitas vezes evitável, nessa população.

A preocupação com a prevenção de mortes por quedas em idosos traz novas questões de pesquisa que poderão fornecer subsídios para otimizar o planejamento de cuidados futuros para a população idosa por parte da rede assistencial de saúde. Assim, realizar estudos de análise de tendência dos óbitos por queda poderá contribuir para uma melhor elaboração de ações de promoção, prevenção e intervenções. Dessa forma, este estudo teve como objetivo analisar as taxas e a tendência temporal da mortalidade por quedas em idosos no Brasil de 2008 a 2016.

MÉTODO

Tipo de Estudo

Estudo de série temporal realizado com dados secundários do Sistema Nacional de Informação sobre Mortalidade (SIM) da base de dados do DATASUS, do Ministério da Saúde.

População

A população do estudo foi constituída por pessoas com 60 anos ou mais residentes no Brasil com registro de óbito no SIM. Os dados foram coletados no SIM/DATASUS e as fontes utilizadas foram as declarações de óbito (DO) do período de 2008 a 2016. As informações pertencem a um banco de dados público do Ministério da Saúde e a sua utilização dispensa a aprovação de comitê de ética.

Foram utilizados dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para se obter informações populacionais de idosos ≥ 60 anos, residentes nas unidades federativas (UF), 26 estados e o Distrito Federal, de acordo com os censos de 2000 e 2010. Estimou-se a população para os anos de 2008 a 2016 por meio do método de interpolação, calculado pelo Ministério da Saúde e disponível em sítio de domínio público.

Fonte dos Dados

Foram selecionados no SIM os óbitos por queda segundo a causa básica, conforme a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), capítulo XX, códigos W00 a W19. Os dados de mortalidade foram extraídos diretamente do SIM.

Variáveis do Estudo

As variáveis de interesse que poderiam contribuir para a classificação e análise dos dados foram data do óbito, data de nascimento, código do município de residência e ocorrência, sexo, idade, situação conjugal, local de ocorrência e códigos CID-10.

Análise e Tratamento dos Dados

Foi realizado o download nas bases de dados do SIM e, após sua extração, os dados foram convertidos para um documento stata data file (DTA), permitindo a análise pelo Data Analysis and Statistical Software (STATA), versão 12.

Inicialmente, foi calculada a porcentagem de óbitos por queda conforme as categorias sociodemográficas e a variação entre 2008 e 2016. As taxas de mortalidade por quedas em idosos foram calculadas por meio da razão entre o número de óbitos por queda e a população total com 60 anos ou mais residentes em cada região no mesmo período multiplicada por 100 mil. Também foi calculada a taxa específica de mortalidade por quedas para as faixas etárias de 60–69, 70–79 e ≥ 80 anos de idade. As informações populacionais foram obtidas dos censos realizados em 2000 e 2010.

Em todos os casos, observou-se que a suposição de uma evolução linear ao longo do tempo poderia ser assumida. Por isso, para a análise da tendência, foram estimados modelos de regressão linear. Em seguida, procedeu-se à modelagem, considerando as taxas de mortalidade por quedas como variáveis dependentes (Y) e o ano em que ocorreu o óbito como variável independente (X).

O modelo de regressão linear simples revelou distribuição normal. Após a obtenção dos modelos, estimou-se a tendência (crescente, decrescente ou estacionária) das taxas de mortalidade. Os resultados de R² medem a porcentagem explicativa do modelo em relação à variável em resposta Y. Também foram apresentados o coeficiente de β, seus intervalos de confiança de 95% e os respectivos valores-p. Esse último descreve a inclinação da reta e representa a quantidade de aumento médio em Y para o momento de uma unidade de X. Foi considerada significativa a tendência cujo modelo estimado obteve significância de p < 0,05.

RESULTADOS

No período de 2008 a 2016, foram registrados no SIM 231.878 óbitos de idosos com idade maior ou igual a 60 anos por causas externas. Desse total, 72.234 (31,2%) se deveram a quedas, conforme o fluxograma de seleção de registros de óbitos por quedas (Figura 1).

Figura 1
Fluxograma da seleção da amostra – Brasil, 2008–2016.

A variação da causa básica do óbito, de acordo com o CID-10, mostrou que houve uma redução de 28,9% nas “quedas sem especificação” (W19). A maior proporção de mortes por quedas ocorreu para “quedas no mesmo nível” (53,8%), com um aumento de 31,7% (W01/W18) (Tabela 1).

Tabela 1.
Frequência de mortalidade por quedas em idosos e variação percentual segundo a causa básica do óbito de acordo com o CID-10 – Brasil, 2008–2016.

No período avaliado, houve 72.234 óbitos por queda e aumento do número de mortes a cada ano. Observou-se o aumento do percentual com o avançar da idade, o qual foi maior entre as mulheres que não tinham companheiro e residiam na região Sudeste. Os maiores percentuais de morte por queda ocorreram no hospital (Tabela 2).

Tabela 2.
Mortalidade por quedas em idosos segundo características sociodemográficas por ano no Brasil – 2008–2016 (n = 72.234).

A Tabela 3 apresenta as taxas de mortalidade por quedas, demonstrando variações entre as regiões. Houve um aumento do número de mortes por quedas no período avaliado em todos os estados e em todas as faixas etárias. Esse aumento ocorreu também com o avançar da idade, sendo maior para os idosos com 80 anos ou mais em todas as regiões. Nas regiões Norte e Nordeste, a variação de 60 a 69 anos foi maior quando comparada com a faixa etária de 70 a 79 anos. Considerando todas as regiões do Brasil, houve aumento anual de óbitos por quedas em todas as faixas etárias, o qual foi maior na faixa etária de 80 anos ou mais. As maiores variações percentuais na faixa etária acima de 80 anos entre 2008 e 2016 ocorreram nas regiões Norte e Centro-Oeste.

Há uma tendência de aumento da mortalidade por quedas na maioria das regiões e faixas etárias. Nas regiões Centro-Oeste e Norte, a tendência é estacionária nas faixas etárias de 60 a 69 anos e de 70 a 79 anos; na região Sudeste, de 60 a 69 anos (Tabela 4).

Tabela 3.
Taxa de mortalidade por quedas em idosos (100 mil) e variação percentual por faixa etária e regiões Brasil, 2008–2016.
Tabela 4.
Tendência da mortalidade por quedas em idosos por faixa etária e regiões – Brasil, 2008–2016.

DISCUSSÃO

Este estudo apresenta dados nacionais sobre as taxas de mortalidade por quedas em idosos no Brasil no período de 2008 a 2016 e faz uma análise temporal, que mostra o aumento da tendência de óbitos por quedas, de acordo com regiões e faixa etária.

No período investigado, houve crescimento das taxas de mortalidade por quedas em idosos em todas as faixas etárias com o aumento da idade. Essas taxas são maiores do que as encontradas em estudo regional realizado no Brasil(44. Antes DL, Schneider IJC, d’Orsi E. Mortality caused by accidental falls among the elderly: a time series analysis. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. 2015;18(4):769-78. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/1809-9823.2015.14202.
https://dx.doi.org/10.1590/1809-9823.201...
), na Espanha(66. Verma SK, Willetts JL, Corns HL, Marucci-Wellman HR, Lombardi DA, Courtney TK. Falls and fall-related injuries among community-dwelling adults in the United States. PLoS One. 2016;11(3):e0150939. DOI: https://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0150939.
https://dx.doi.org/10.1371/journal.pone....
) e Estados Unidos(88. Hartholt KA, Lee R, Burns ER, van Beeck EF. Mortality from falls among US adults aged 75 years or older, 2000-2016. JAMA. 2019;321(21):2131-3. DOI: https://dx.doi.org/10.1001/jama.2019.4185.
https://dx.doi.org/10.1001/jama.2019.418...
).

As maiores taxas de óbitos por quedas na faixa etária de 80 anos ou mais estão relacionadas ao avanço da idade, que

é um fator de risco independente para quedas(1111. Pereira SG, Santos CBD, Doring M, Portella MR. Prevalence of household falls in long-lived adults and association with extrinsic factors. Rev Lat Am Enfermagem. 2017;25:e2900. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.1646.2900.
https://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.164...
1212. Bhattacharya B, Maung A, Schuster K, Davis KA. The older they are the harder they fall: injury patterns and outcomes by age after ground level falls. Injury. 2016;47(9):1955-9. DOI: https://dx.doi.org/10.1016/j.injury.2016.06.019.
https://dx.doi.org/10.1016/j.injury.2016...
), depressão, incontinência, dor(1313. Gale CR, Westbury LD, Cooper C, Dennison EM. Risk factors for incident falls in older men and women: the English longitudinal study of ageing. BMC Geriatr. 2018;18(1):117. DOI: https://dx.doi.org/10.1186/s12877-018-0806-3.
https://dx.doi.org/10.1186/s12877-018-08...
), ao sexo feminino e baixa renda(1414. Gazibara T, Kurtagic I, Kisic-Tepavcevic D, Nurkovic S, Kovacevic N, Gazibara T, et al. Falls, risk factors and fear of falling among persons older than 65 years of age. Psychogeriatrics. 2017;17(4):215-23. DOI: https://dx.doi.org/10.1111/psyg.12217.
https://dx.doi.org/10.1111/psyg.12217...
), comorbidades, pior desempenho em testes de equilíbrio(1313. Gale CR, Westbury LD, Cooper C, Dennison EM. Risk factors for incident falls in older men and women: the English longitudinal study of ageing. BMC Geriatr. 2018;18(1):117. DOI: https://dx.doi.org/10.1186/s12877-018-0806-3.
https://dx.doi.org/10.1186/s12877-018-08...
1414. Gazibara T, Kurtagic I, Kisic-Tepavcevic D, Nurkovic S, Kovacevic N, Gazibara T, et al. Falls, risk factors and fear of falling among persons older than 65 years of age. Psychogeriatrics. 2017;17(4):215-23. DOI: https://dx.doi.org/10.1111/psyg.12217.
https://dx.doi.org/10.1111/psyg.12217...
) e multimorbidades que levam ao uso de polifarmácia(22. Hartholt KA, van Beeck EF, van der Cammen TJM. Mortality from falls in Dutch adults 80 years and older, 2000-2016. JAMA. 2018;319(13):1380-2. DOI: https://dx.doi.org/10.1001/jama.2018.1444.
https://dx.doi.org/10.1001/jama.2018.144...
).

Também houve redução na taxa de mortalidade por quedas em idosos no CID-10 W19, “Quedas sem especificação”, provavelmente devido à melhoria nos sistemas de informações sobre mortalidade, resultado dos investimentos para a qualificação dos serviços de vigilância em saúde(1515. França E, Teixeira R, Ishitani L, Duncan BB, Cortez-Escalante JJ, Morais OL Neto, et al. Ill-defined causes of death in Brazil: a redistribution method based on the investigation of such causes. Rev Saude Publica. 2014;48(4):671-81. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048005146.
https://dx.doi.org/10.1590/S0034-8910.20...
). Estudo sobre óbitos por causas mal definidas, realizado com dados do SIM de 2010, evidenciou que 9,3% dos óbitos por causas externas foram reclassificados para causas definidas. Essa reclassificação ocorreu em maior proporção nas regiões Centro-Oeste e Nordeste(1515. França E, Teixeira R, Ishitani L, Duncan BB, Cortez-Escalante JJ, Morais OL Neto, et al. Ill-defined causes of death in Brazil: a redistribution method based on the investigation of such causes. Rev Saude Publica. 2014;48(4):671-81. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048005146.
https://dx.doi.org/10.1590/S0034-8910.20...
).

O percentual de mortes de idosos pela causa básica “queda no mesmo nível” foi elevado neste estudo, com variação crescente quando comparado com os demais estudos, que tiveram variação negativa e são compatíveis com os fatores de risco elencados na literatura(1111. Pereira SG, Santos CBD, Doring M, Portella MR. Prevalence of household falls in long-lived adults and association with extrinsic factors. Rev Lat Am Enfermagem. 2017;25:e2900. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.1646.2900.
https://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.164...
,1414. Gazibara T, Kurtagic I, Kisic-Tepavcevic D, Nurkovic S, Kovacevic N, Gazibara T, et al. Falls, risk factors and fear of falling among persons older than 65 years of age. Psychogeriatrics. 2017;17(4):215-23. DOI: https://dx.doi.org/10.1111/psyg.12217.
https://dx.doi.org/10.1111/psyg.12217...
).

Os resultados apontam, ainda, para uma maior frequência de óbitos por quedas entre mulheres sem companheiro. Essas mulheres provavelmente caem mais por usarem maior dose e variedade de medicamentos(1616. Musich S, Wang SS, Ruiz J, Hawkins K, Wicker E. Falls-related drug use and risk of falls among older adults: a study in a US medicare population. Drugs Aging. 2017;34(7):555-65. DOI: https://dx.doi.org/10.1007/s40266-017-0470-x.
https://dx.doi.org/10.1007/s40266-017-04...
1818. Garcia BP, Gonzalez SM, Munoz AMC, Anton-Solanas I, Caballero VG, Vela RJ. Risk of drug-related falls among noninstitutionalized older adults. Rev Esc Enferm USP. 2018;52:e03319. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/s1980-220x2017012603319.
https://dx.doi.org/10.1590/s1980-220x201...
) e por apresentarem problemas de equilíbrio(1313. Gale CR, Westbury LD, Cooper C, Dennison EM. Risk factors for incident falls in older men and women: the English longitudinal study of ageing. BMC Geriatr. 2018;18(1):117. DOI: https://dx.doi.org/10.1186/s12877-018-0806-3.
https://dx.doi.org/10.1186/s12877-018-08...
,1616. Musich S, Wang SS, Ruiz J, Hawkins K, Wicker E. Falls-related drug use and risk of falls among older adults: a study in a US medicare population. Drugs Aging. 2017;34(7):555-65. DOI: https://dx.doi.org/10.1007/s40266-017-0470-x.
https://dx.doi.org/10.1007/s40266-017-04...
) e maior vulnerabilidade social(1919. Bolina AF, Rodrigues RAP, Tavares DMS, Haas VJ. Factors associated with the social, individual and programmatic vulnerability of older adults living at home. Rev Esc Enferm USP. 2019;53:e03429. DOI: https://dx.doi.org/http://dx.doi.org/10.1590/S1980-220X2017050103429.
http://dx.doi.org/10.1590/S1980-220X2017...
). O fato de viverem sozinhas as expõe a maior risco de quedas por não terem com quem dividir algumas tarefas do cotidiano, consideradas de risco para essa faixa etária.

Neste estudo, a análise de tendência de óbitos por quedas em idosos com 80 anos ou mais evidenciou aumento em todo o país, independentemente da região. Entretanto, destaca-se que nas regiões Nordeste e Sul houve tendência de aumento de quedas em todas as faixas etárias. É possível que as disparidades regionais quanto às iniquidades em saúde e culturas de cuidado influenciem o acesso aos serviços nas diferentes regiões do país. Na região Nordeste, isso ocorreu provavelmente em decorrência do aumento da população idosa com diminuição da renda e dependência financeira da população mais jovem(2020. Nakatani-Macedo CD, Fiuza-Moura FK, Ferreira CR, da Camara MRG. Projeções do envelhecimento da população do nordeste de 2000 a 2030 e suas implicações na renda. Revista Nexos Econômicos. 2016;10(1):107-33. DOI: https://dx.doi.org/10.9771/1516-9022rene.v10i1.13187.
https://dx.doi.org/10.9771/1516-9022rene...
). Chama a atenção que nas regiões Centro-Oeste, Norte e Sudeste houve tendência estacionária das taxas de mortalidade por quedas. Uma possível explicação é que os dados se referem a uma faixa etária mais jovem (60 a 79 anos), que apresenta melhor equilíbrio e força muscular mais preservada.

Esses resultados são consistentes com dados dos Países Baixos(22. Hartholt KA, van Beeck EF, van der Cammen TJM. Mortality from falls in Dutch adults 80 years and older, 2000-2016. JAMA. 2018;319(13):1380-2. DOI: https://dx.doi.org/10.1001/jama.2018.1444.
https://dx.doi.org/10.1001/jama.2018.144...
) e dos Estados Unidos(88. Hartholt KA, Lee R, Burns ER, van Beeck EF. Mortality from falls among US adults aged 75 years or older, 2000-2016. JAMA. 2019;321(21):2131-3. DOI: https://dx.doi.org/10.1001/jama.2019.4185.
https://dx.doi.org/10.1001/jama.2019.418...
), que também encontraram maior variação de óbitos em idosos mais velhos entre 2000 e 2016. Dados diferentes foram encontrados na Espanha(2121. Padron-Monedero A, Damian J, Pilar Martin M, Fernandez-Cuenca R. Mortality trends for accidental falls in older people in Spain, 2000-2015. BMC Geriatr. 2017;17(1):276. DOI: https://dx.doi.org/10.1186/s12877-017-0670-6.
https://dx.doi.org/10.1186/s12877-017-06...
), os quais apresentaram tendência aumentada de óbitos por quedas no período de 2000 a 2015 em pessoas de 75 a 84 anos, mas sem diferença entre esse grupo e aquele com idade maior ou igual a 85 anos. A variação nas tendências desses estudos tem relação com as diferenças entre os países, tanto na composição demográfica (imigrantes), quanto na qualidade de vida, padrões de atividades diárias e tempo de vida da população idosa.

Há uma tendência mundial de aumento de mortalidade por quedas em idosos com mais de 80 anos(1111. Pereira SG, Santos CBD, Doring M, Portella MR. Prevalence of household falls in long-lived adults and association with extrinsic factors. Rev Lat Am Enfermagem. 2017;25:e2900. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.1646.2900.
https://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.164...
,1616. Musich S, Wang SS, Ruiz J, Hawkins K, Wicker E. Falls-related drug use and risk of falls among older adults: a study in a US medicare population. Drugs Aging. 2017;34(7):555-65. DOI: https://dx.doi.org/10.1007/s40266-017-0470-x.
https://dx.doi.org/10.1007/s40266-017-04...
,2222. Burns E, Kakara R. Deaths from falls among persons aged >65 years – United States, 2007-2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2018;67(18):509-14. DOI: https://dx.doi.org/10.15585/mmwr.mm6718a1.
https://dx.doi.org/10.15585/mmwr.mm6718a...
), pois eles estão vivendo mais tempo e são mais independentes, o que aumenta o risco de quedas(22. Hartholt KA, van Beeck EF, van der Cammen TJM. Mortality from falls in Dutch adults 80 years and older, 2000-2016. JAMA. 2018;319(13):1380-2. DOI: https://dx.doi.org/10.1001/jama.2018.1444.
https://dx.doi.org/10.1001/jama.2018.144...
). Ainda, muitos desses idosos residem em áreas de elevada vulnerabilidade social e são frágeis fisicamente(1919. Bolina AF, Rodrigues RAP, Tavares DMS, Haas VJ. Factors associated with the social, individual and programmatic vulnerability of older adults living at home. Rev Esc Enferm USP. 2019;53:e03429. DOI: https://dx.doi.org/http://dx.doi.org/10.1590/S1980-220X2017050103429.
http://dx.doi.org/10.1590/S1980-220X2017...
).

A tendência crescente de óbitos por quedas em idosos no Brasil, evidenciada neste estudo, e o conhecimento das causas internas(22. Hartholt KA, van Beeck EF, van der Cammen TJM. Mortality from falls in Dutch adults 80 years and older, 2000-2016. JAMA. 2018;319(13):1380-2. DOI: https://dx.doi.org/10.1001/jama.2018.1444.
https://dx.doi.org/10.1001/jama.2018.144...
,1212. Bhattacharya B, Maung A, Schuster K, Davis KA. The older they are the harder they fall: injury patterns and outcomes by age after ground level falls. Injury. 2016;47(9):1955-9. DOI: https://dx.doi.org/10.1016/j.injury.2016.06.019.
https://dx.doi.org/10.1016/j.injury.2016...
,1313. Gale CR, Westbury LD, Cooper C, Dennison EM. Risk factors for incident falls in older men and women: the English longitudinal study of ageing. BMC Geriatr. 2018;18(1):117. DOI: https://dx.doi.org/10.1186/s12877-018-0806-3.
https://dx.doi.org/10.1186/s12877-018-08...
) e externas(1111. Pereira SG, Santos CBD, Doring M, Portella MR. Prevalence of household falls in long-lived adults and association with extrinsic factors. Rev Lat Am Enfermagem. 2017;25:e2900. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.1646.2900.
https://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.164...
,1414. Gazibara T, Kurtagic I, Kisic-Tepavcevic D, Nurkovic S, Kovacevic N, Gazibara T, et al. Falls, risk factors and fear of falling among persons older than 65 years of age. Psychogeriatrics. 2017;17(4):215-23. DOI: https://dx.doi.org/10.1111/psyg.12217.
https://dx.doi.org/10.1111/psyg.12217...
) que levam a essas quedas, representam um alerta para a saúde pública e para os profissionais de saúde. Programas de prevenção podem diminuir os índices de quedas em idosos nessa faixa etária, o número de internações e a procura por serviços de alta complexidade, além de reduzir gastos públicos em saúde(2323. Johnston YA, Bergen G, Bauer M, Parker EM, Wentworth L, McFadden M, et al. Implementation of the Stopping Elderly Accidents, Deaths, and Injuries initiative in primary care: an outcome evaluation. Gerontologist. 2019;59(6):1182-91. DOI: https://dx.doi.org/10.1093/geront/gny101.
https://dx.doi.org/10.1093/geront/gny101...
).

Por fim, estratégias precisam ser discutidas, planejadas e implementadas pelos profissionais de saúde de forma interprofissional e colaborativa, especialmente as relacionadas à prevenção de comorbidades, redução de polifarmácia e prática de atividade física regular com foco no fortalecimento muscular e no equilíbrio postural, capazes de prevenir quedas. Ainda são necessárias adequações no ambiente doméstico, uma vez que o principal tipo de ocorrência é “quedas no mesmo nível”.

Também se considera importante a difusão e adoção de medidas simples na residência do idoso que podem prevenir as quedas nesse ambiente. A criação de redes de apoio, coordenadas pela Rede de Atenção Básica, envolvendo a comunidade e vizinhança dos idosos, é uma perspectiva que precisa ser pensada e implementada para o apoio aos idosos, que vivem cada vez mais sozinhos.

As limitações do estudo estão relacionadas às subnotificações de dados de base secundária. No entanto, a principal vantagem deste estudo consiste em sua grande base populacional, que mostra uma realidade preocupante e crescente de morte por quedas em idosos, a qual necessita de intervenção profissional, familiar, comunitária e pública para a sua prevenção.

CONCLUSÃO

A análise da tendência temporal da mortalidade por quedas em idosos no Brasil de 2008 a 2016 demonstra que houve tendência crescente de óbitos por quedas em idosos em todas as faixas etárias, de modo progressivo com o aumento da idade. Entretanto, essas quedas são evitáveis com a adoção de medidas preventivas.

Considerando as altas taxas de óbitos por quedas evidenciadas neste estudo e o acelerado envelhecimento da população brasileira, as políticas públicas de proteção aos idosos devem ser priorizadas e fortalecidas, visando a redução da mortalidade por quedas entre essa população.

  • Apoio financeiro Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG), Projeto de apoio ao Programa.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Out 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    28 Fev 2021
  • Aceito
    23 Jun 2021
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