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Avaliação do curso de auxiliar de enfermagem segundo a visão dos alunos

Evaluate of the course of auxilliary in nursing by student's vision

Resumos

Trata-se de um estudo comparativo que buscou investigar como os alunos de dois grupos avaliaras os cursos de auxiliar de enfermagem por eles cursados quanto a qualidade, duração, estágios e conteúdos de aula teórica. A coleta de dados foi realizada através de um questionário distribuido ao final dos cursos. Os resultados demonstraram que a maioria dos dois grupos julgou a qualidade do curso excelente, a duração, estágio e conteúdo das aulas suficientes e apontou a Biblioteca como um recurso muito utilizado por todos no decorrer dos cursos.

Avaliação do curso de auxiliar de enfermagem


Treats from comparative study who seeked to investigate how the students from two groups evaluate the courses of auxilliary in nursing by they coursed all that quality, duration, training and contents of the theoretical class. The seeks of the datas the result went realized through from the questions distribute finish of courses. The results demonstrated who the bigget peace the two groups judged the quality of course excellent, the duration, the training and contents of the theoretical class sufficients and aimed the library who a recourse very utilized for somebody in to pass of the courses.

Evaluate of the course of auxilliary in nursing


ARTIGOS ORIGINAIS

Avaliação do curso de auxiliar de enfermagem segundo a visão dos alunos

Evaluate of the course of auxilliary in nursing by student's vision

Katya Araujo Machado; Patrícia Santesso

Alunas do Curso de Licenciatura em Enfermagem da USP

RESUMO

Trata-se de um estudo comparativo que buscou investigar como os alunos de dois grupos avaliaras os cursos de auxiliar de enfermagem por eles cursados quanto a qualidade, duração, estágios e conteúdos de aula teórica.

A coleta de dados foi realizada através de um questionário distribuido ao final dos cursos. Os resultados demonstraram que a maioria dos dois grupos julgou a qualidade do curso excelente, a duração, estágio e conteúdo das aulas suficientes e apontou a Biblioteca como um recurso muito utilizado por todos no decorrer dos cursos.

Unitermos: Avaliação do curso de auxiliar de enfermagem

ABSTRACT

Treats from comparative study who seeked to investigate how the students from two groups evaluate the courses of auxilliary in nursing by they coursed all that quality, duration, training and contents of the theoretical class. The seeks of the datas the result went realized through from the questions distribute finish of courses. The results demonstrated who the bigget peace the two groups judged the quality of course excellent, the duration, the training and contents of the theoretical class sufficients and aimed the library who a recourse very utilized for somebody in to pass of the courses.

Unitermos: Evaluate of the course of auxilliary in nursing.

1 INTRODUÇÃO

A Enfermagem é muito antiga. Antes mesmo de se tornar uma ciência, já era praticada por leigos para a cura de enfermidades.

O tempo foi passando, estudos foram realizados, e esta então, passou a ocupar o posto de ciência, com embasamento teórico e científico.

Como diria FLORENCE NIGHTINGALE: "A Enfermagem é uma arte e como arte requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso como a obra de qualquer pintor ou escultor. Mas, o que é tratar da tela inerte ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? E uma das Belas Artes, eu quase diria, a mais bela de todas".(5)

Sendo assim, todos os membros que constituem a equipe de enfermagem devem ter um preparo para estarem desenvolvendo o processo de cuidar. Para isso, existem os cursos de auxiliares e técnicos de enfermagem a nível médio e de graduação em enfermagem que corresponde ao nível superior.

Um problema é o fato de muitos atendentes de enfermagem não terem o 1.º grau completo, que constitui uma exigência para o ingresso no curso de auxiliar de enfermagem. Acaba-se percebendo a procura pelas suplências, que é uma forma de estar realizando provas para obtenção do certificado sem ter realizado o curso.

Sabe-se que a contribuição do pessoal está também, na dependência do grau de preparo de cada um para o desempenho de suas funções.

CORREA DE CARVALHO(2) diz: "a formação do técnico e do auxiliar de enfermagem é tão importante para a ABEn quanto a dos enfermeiros, uma vez que a melhoria da assistência de enfermagem ao povo brasileiro, depende da eficiência de cada um dos elementos da equipe".

Historicamente, a criação de cursos regulares de auxiliares de enfermagem foi em decorrência da deficiência numérica de enfermeiros para estarem prestando assistência aos doentes. Como o preparo dos enfermeiros era demorado e dispendioso e existiam apenas 6 escolas de enfermagem em 1941, essa solução pareceu a mais viável.(1)

O decreto 27.426/49 em seu artigo 20 (que regulamentou a Lei 775f49) dizia que a principal atividade dos profissionais desse nível seria a de "auxiliar o enfermeiro em suas atividades de assistência curativa", não prevendo portanto a utilização dessa categoria funcional nos serviços de saúde pública.(4)

A legislação sobre o curso de auxiliar de enfermagem regida por força da Lei n.º 775f49 (4), sofreu sucessivas alterações devido as necessidades sentidas.

A Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) sempre esteve atenta e interessada pelo auxiliar de enfermagem reconhecendo a sua perfeita integração na equipe de enfermagem, e tendo como base de sua política de trabalho, "que a melhoria dos serviços de saúde do país depende de elevados padrões profissionais", não podendo portanto descuidar da formação desse grupo.(3)

Assim a ABEn, desde a criação de sua Divisão de Educação já tinha em seus objetivos o preparo do auxiliar de enfermagem, sendo assunto matéria de formação de uma comissão especial em abril de 1949 (Comissão de Auxiliar de Enfermagem) e assuntos de palestras de especialistas nos Congressos Nacionais, como também matéria de reuniões de especialistas, de diretores de escolas, de assembléias gerais e de levantamentos especiais na área de recursos humanos.(3)

Hoje em dia, vemos um grande incentivo ao curso de auxiliar de enfermagem, uma vez que em 1996 a categoria que engloba os atendentes de enfermagem será extinta, e suas atividades desenvolvidas deverão ser supridas pelos auxiliares de enfermagem.

Por esse grande incentivo, e pelo grande número de cursos existentes, julgamos importante saber qual a avaliação que os alunos fazem do curso de auxiliar de enfermagem, para que as falhas sejam corrigidas, a fim de oferecer cursos de qualidade.

2 OBJETIVOS

O presente trabalho tem como objetivo principal:

• Verificar como os alunos avaliam o curso de auxiliar de enfermagem quanto a:

- Forma de divulgação; Duração; Qualidade; Estágios; Conteúdo;

3 METODOLOGIA

A coleta de dados foi realizada em duas Escolas de Auxiliar de Enfermagem, gratuitas, sendo uma ligada a Hospital Privado (Curso A) e outra ligada a Hospital Público (Curso B), ambas localizadas na zona oeste da cidade de São Paulo.

A amostra foi constituída de 50 alunos, regularmente matriculados no curso de Auxiliar de Enfermagem, de ambos os sexos, igualmente distribuídos nas duas escolas.

Como instrumento para a coleta de dados foi utilizado um questionário (ANEXO I ANEXO I ), que foi preenchido por todos os alunos após uma breve explicação do mesmo. Foram gastos aproximadamente 20 minutos para o seu preenchimento.

O questionário de coleta de dados, foi constituído de três partes:

I) identificação: constando sexo, idade, religião, estado civil, nacionalidade, escolaridade, situação ocupacional, turno e horário de trabalho, faixa salarial e tipo de escola que está cursando;

II) questões fechadas: com o objetivo de dar um panorama da qualidade do curso de auxiliar de enfermagem, bem como suas características;

III) questões abertas: com o objetivo de dar um espaço para o aluno expressar suas idéias e opiniões a respeito das questões colocadas.

Os dados obtidos nos questionários foram agrupados e dispostos, tanto em frequência absoluta quanto relativa, onde foi possível a comparação e análise dos mesmos.

Para facilitar a tabulação dos dados, foram utilizados 25 questionários de cada curso, escolhidos de forma aleatória, impedindo assim que a subjetividade dos autores influenciasse nesta escolha.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste trabalho observou-se que a enfermagem continua tendo um público predominantemente feminino (64% e 68%), mas com uma parcela significativa do sexo masculino (36% e 34%) tanto no curso A como no B, respectivamente, e que os alunos destes cursos concentram-se na faixa etária de 18 a 30 anos, ou seja, correspondem a um público jovem.

Observou-se que 100% dos alunos do curso A e 88% dos alunos do curso B tem empregos, ganhando de 3 a 5 salários mínimos. No curso A houve um predomínio de pessoas trabalhando no turno da manhã (89,3%) e no curso B de pessoas trabalhando no turno da tarde (86,4%).

O fato dos cursos serem procurados pela população jovem, mostra que é muito comum estes procurarem cursos a nível médio para obterem, em curto espaço de tempo, uma profissão.

Houve um predomínio em ambos os sexos, da religião católica tanto no curso A (56% no sexo feminino e 32% no sexo masculino), como no curso B (60% no sexo feminino e 16% no sexo masculino).

No curso A observou-se predomínio no sexo masculino de pessoas solteiras (28%) e no sexo feminino, ao contrário, de casadas (36%). Já no curso B observou-se que há um predomínio no sexo feminino de pessoas solteiras (28%), enquanto que no masculino há uma distribuição igual de pessoas solteiras e casadas (16% casados e 16% solteiros). Nota-se ainda, no sexo feminino o aparecimento de pessoas separadas, divorciadas e desquitadas, que corresponde à 4%, 4% e 8% respectivamente, enquanto no sexo masculino isto não ocorre.

Observou-se no curso A um grande número de mulheres com o 2.º grau completo (32%); bem como um número elevado de homens com curso técnico (20%) nas diversas áreas como contabilidade, agropecuária, que não estão ligadas à saúde.

Verificou-se no curso B que há uma igualdade de números de mulheres que possuem o 1.º grau completo, 2.º grau incompleto e 2.º completo que correspondem cada um 20%. Observa-se ainda, que há um predomínio de pessoas do sexo masculino com o 2.º grau completo (16%), seguido de 1.º grau completo (8%). Surgiram 2 pessoas de ambos os sexos que referiram possuir 3.º grau incompleto correspondendo a 4% cada. Além disso, observou-se que apenas 1 pessoa do sexo feminino possuia somente o primário incompleto.

Isto tudo nos leva a pensar que o nível de escolaridade destas pessoas é relativamente baixo, o que conseqüentemente contribui pela procura deste curso pela sua rapidez e possibilidade de ingressar numa profissão.

Todos os alunos do curso A trabalham e é exigência do hospital, só poder ingressar no curso funcionários que trabalham nesta instituição, ou seja, o curso é destinado exclusivamente para os funcionários do hospital. Observou-se no curso A que a maioria dos alunos 89,3% trabalham no turno da manhã e 10,7% à noite. Por isso 100% dos alunos de ambos os sexos ocupam o cargo de auxiliar aluno. Nenhum dos alunos referiu ocupar o cargo de atendente de enfermagem.

Já no curso B nota-se que 28% dos alunos de ambos os sexos referiram ocupar o cargo de atendente de enfermagem, distribuídos em 8,0% no sexo masculino e 20,0% no sexo feminino: 32% não referiram o cargo que ocupava, e apenas 8% do sexo masculino referiram não trabalhar.

Observou-se que a maioria dos alunos do curso B de ambos os sexos, trabalham no turno da tarde (86,4%), tendo uma menor proporção de alunos no turno da noite, correspondendo a 13,6%.

Quanto ao motivo da escolha do curso, temos os seguintes quadros:


Observa-se no quadro I que 13 alunos (curso A+B) não responderam a esta questão. Percebe-se que há uma diversificação nas respostas. Apareceram vários motivos de escolha do curso como, o fato da escola fornecer trabalho imediato (16%-A), escola fazer parte da estrutura do hospital onde trabalha (16%-A e 20%B), e por ser a área que queria trabalhar (8%-A, 4%-B), pela escola ser de boa qualidade (24%-A e 20%-B).

Observa-se através do quadro II que a grande razão que levou a escolha do curso de auxiliar de enfermagem pelos alunos do curso A foi o fato de existirem uma diversificação de áreas de atuação após formado (60%-A e 24%-B) e por se sentirem úteis, por gostarem da profissão, por ser um curso bom (36%-A e 52%- B). Isso nos mostra que, hoje em dia, há uma grande procura por cursos que tenham várias áreas onde se possa trabalhar, pois com a concorrência, cada vez fica mais difícil arranjar emprego.


Ao contrário do que se esperava, nenhum aluno assinalou como motivo o fato do curso ser rápido. Percebe-se assim, que o tempo de duração do curso não é um fator que influi de forma significativa na escolha do curso.

Percebe-se que tanto o curso A como o B não foram praticamente divulgados pela imprensa (8%-A e 4%-B). A maioria dos alunos ficaram sabendo do curso através de conhecidos (72%) pelo próprio hospital (24%-A e 56%-B). Dos 50 alunos que participaram do estudo, apenas 9 referiram ter procurado sozinhos informações sobre o curso.

Verifica-se assim, que em ambas as escolas, as formas de divulgação acabam ficando restritas ao ambiente hospitalar, uma vez que a população interessada está dentro dele.

Nota-se que a grande maioria dos alunos (92%-A e 100%-B), consideram o tempo de duração do curso suficiente para o seu aprendizado e apenas uma minoria 8% no curso A consideram-no insuficiente.

Pelo perfil do quadro V, os alunos do curso A consideram-no, na sua maioria, como excelente (68%). Em pequena porcentagem, temos o curso classifcado como bom (28%) e regular (4%). Nenhum aluno classificou o curso como ruim.


Os alunos do curso A que classificaram o curso como excelente, justificaram sua escolha mencionando:

- "Que o curso forma excelentes profissionais";

- "Que ensinam com muita responsabilidade”

- “Que aprende-se muito no curso em curto espaço de tempo”

- “Que o curso possui professores capacitados”

Já os que classificaram o curso como sendo bom, justificaram dizendo que: -

- “As aulas são claras e objetivas”

- “Não existe nada excelente”

- “Professores possuem boa bagagem”

Vale lembrar que apenas 15 alunos (60%) justificaram a sua escolha, e 10 (40%) deixaram em branco.

Nesta mesma tabela pode-se observar que a maioria dos alunos do curso B caracterizam-no como excelente (84%), e os outros 16% restantes consideram o curso bom. Nota-se que nenhum aluno considera o curso regular ou ruim. Isto nos mostra, que os alunos de ambas as escolas estão satisfeitos com a qualidade do ensino oferecido.

Os alunos que caracterizaram o curso B como excelente, justificaram sua escolha da seguinte maneira:

- “Saem preparados e capacitados para atuar na área”

- “O curso é bastante exigente”

- “O conteúdo das aulas teóricas é bom”

- “O curso conta com bons campos de estágio”

- “Os professores são bem qualificados e preparados”

- “A escola é muito eficiente”

Os alunos que classificaram o curso como bom, justificaram da seguinte forma:

- “O aprendizado é bom”

- “Os estágios são realizados concomitantemente com o bloco teórico”

- “Proporciona enriquecimento pessoal, intelectual e profissional”

Através do quadro VI pode-se perceber que todos os alunos do curso A e todos os alunos do curso B, referiram que os estágios realizados são muito aproveitáveis, ricos em experiências e aprendizados. Isto mostra que todos os alunos de ambas as escolas estão satisfeitos com os campos de estágio uma vez que estes propiciam vivenciar na prática aquilo que aprenderam na teoria.


Observa-se pelo quadro VII que todos os alunos do curso A (100%), consideram os estágios oferecidos, como suficientes para o aprendizado. Justificaram esta escolha citando que atuam em várias áreas do hospital, tendo assim várias oportunidades de verem diversas patologias, de forma a aprimorar os conhecimentos já adiquiridos na teoria.


Apenas 8 alunos (32%) justificaram a sua escolha e 17 (68%) deixaram em branco.

O quadro VII mostra claramente que a maioria dos alunos do curso B (92%), consideram os estágios realizados suficientes para o aprendizado, justificando que possuem uma visão geral de todas as áreas, com oportunidades de realizar muitos procedimentos, complementando assim a teoria dada em sala de aula. Apenas 5 alunos não justificaram sua resposta e apenas 1 deixou a questão em branco. No entanto, ao contrário do observado no quadro VII, percebe-se que uma pequena proporção de alunos (8%) não consideram os estágios suficientes para o aprendizado, argumentando que o tempo destinado aos estágios é muito pequeno e que a maioria das vezes não têm muitas oportunidades de realizar todos os procedimentos aprendidos na teoria.

Observa-se no quadro VIII que nenhum aluno classificou o conteúdo das aulas como ruim. A maioria dos alunos do curso A (64%) classificam-no como excelente, alegando que o conteúdo é:

- “Compatível com as necessidades do auxiliar de enfermagem”

- “A transmissão do conhecimento é muito boa”

- “Abrange todos os tópicos”

- “Tem um espaço reservado para as revisões”

- “tem a parte prática que complementa a teoria”


Dos 25 alunos que participaram do estudo, 5 deram os argumentos acima descritos, sendo que o restante não justificou a sua escolha.

Dos 9 alunos que classificaram o conteúdo das aulas como sendo bom, apenas 2 justificaram sua escolha mencionando que:

- "Não é possível aperfeiçoar todo o conteúdo na prática"

- "Não é possível captar todo o conteúdo durante as aulas"

O restante dos alunos que classificaram o conteúdo como bom, não justificaram sua escolha.

Já no curso B, nota-se que a maioria dos alunos (72%) referiram que o conteúdo das aulas é excelente, alegando que:

Fornece base para que muitos princípios e técnicas sejam, compreendidas”

-“Aprimora e traz maior conhecimentos”

-“As aulas são muito bem dadas”

-“Os professores são capacitados e preparados”

Já os alunos que classificaram como bom o conteúdo das aulas (24%), argumentaram suas escolhas alegando que:

- "O curso é bem aproveitável, embora seja dado em pouco tempo"

Em relação a questão que aborda se as escolas do curso A e B possuem ou não biblioteca, percebemos através dos dados coletados que as duas escolas em questão possuem biblioteca. Dos 25 alunos do curso A, 21 (84%) referiram que utilizam a biblioteca para realização de trabalhos e pesquisas. Os 4 alunos restantes (16%) que não utilizam a biblioteca, referem não terem tempo disponível para frequentá-la.

Já a escola B, embora a maioria dos alunos tenha referido a existência da biblioteca, notamos através dos dados levantados, que 2 alunos referiram não existir biblioteca na escola. Isso mostra o desconhecimento de alguns alunos da existência de um recurso que a escola dispõe para aprimorarem seus conhecimentos adquiridos, bem como o desenvolvimento de outros novos.

No curso B, 17 alunos (68%) disseram utilizar a biblioteca também para a realização de trabalhos, pesquisas, bem como para leituras. Dos outros 8 alunos restantes que disseram não utilizar a biblioteca, apenas 2 justificaram o fato, um alegando a falta de tempo e o outro dizendo não sentir a necessidade de freqüentá-la.

Em relação a questão que aborda se os alunos do curso A e B, consideram ou não o curso cansativo, percebemos que 22 alunos do curso A e 20 alunos do curso B, 88% e 80% respectivamente, referiram que o curso era cansativo. Tanto os alunos do curso A como do curso B apresentaram as mesmas opiniões, informando que há dificuldade de conciliar estudo e trabalho, uma vez que passam muitas horas dentro do hospital. Além disso alegaram que o curso exige muito dos alunos, causando estresse e cansaço.

Quanto às questões abertas, resolvemos colocar as mesmas em itens para facilitar a visualização das respostas.

1. MUDANÇAS PROPOSTAS PELOS ALUNOS DO CURSO A

- Conhecimento de outras atividades;

- Visita ao IML para estudar anatomia em peças humanas;

- Utilização de livros no curso;

- Ensino do manuseio de equipamentos e aparelhos existentes no hospital;

- Diminuição da carga horária dos estágios;

- Melhora do lanche;

- Estágios em outros hospitais, postos de saúde etc.

Dos 25 alunos, 14 (56%) não manifestaram suas sugestões de mudanças no curso. Os 11 alunos restantes (44%) propuseram mudanças que visem melhoras para o curso.

2. MUDANÇAS PROPOSTAS PELOS ALUNOS DO CURSO B

- Mudança no critério das notas de provas;

- Maior tempo de estágio na área de Materno Infantil e Centro Cirúrgico;

- Maior tempo das aulas teóricas;

- Estágio em indústrias;

- Diminuição da pressão dos professores sobre os alunos;

- Sala de aula mais ventilada;

- Maior tempo de curso;

- Estágio e o reconhecimento de campo no início do curso.

Dos 25 alunos do curso B, apenas 1 (4%) não manifestou suas sugestões de mudanças no curso e 11 alunos (44%) referiram que o curso está excelente, não necessitando assim de mudanças. Os 13 alunos restantes (52%) manifestaram propostas de mudanças descritas.

Comparando os cursos percebe-se que os alunos do curso B mostraram-se mais preocupados em estar avaliando positivamente o curso, e propondo mudanças significativas com o objetivo de trazer melhorias para o ensino oferecido. Já no curso A, 56% não mostraram idéias de mudanças, o que nos leva a crer que estes estão satisfeitos com o curso.

3. PRETENSÃO DE TRABALHO DOS ALUNOS DO CURSO A APÓS O TÉRMINO DO CURSO

- 100% dos alunos do curso A referiram que pretendem trabalhar no próprio hospital a qual o curso está, ligado.

Este resultado pode ser explicado pelo vínculo obrigatório que os alunos têm com o hospital de, após formados, trabalharem por 1 ano no mesmo.

Apenas 4 alunos (16%) mencionaram terem a pretensão de também trabalharem em outro hospital, para abrir novos caminhos.

4. PRETENSÃO DE TRABALHO DOS ALUNOS DO CURSO B APÓS O TÉRMINO DO CURSO

- No próprio hospital, onde fez o curso, nas mais diversas áreas como Pediatria, Centro Cirúrgico;

- Em outros hospitais que tenha recursos suficientes;

- Onde oferecer melhor salário;

- Em postos de saúde;

Dos 25 alunos que participaram do estudo, 18 (72%) referem que pretendem trabalhar no próprio hospital a qual o curso está ligado, apenas 1 referiu que pretende trabalhar em postos de saúde e 3 referiram em hospitais com boas condições de trabalho e bons salários. Os 3 restantes disseram que ainda não tem planos e que a decisão será após o término do curso.

5. CONCLUSÃO

Neste presente estudo, verificamos como os alunos avaliam o curso de auxiliar de enfermagem.

Observou-se tanto no curso A como no curso B que as melhores formas de divulgação dos cursos em questão foram o hospital a que estão ligados e pessoas conhecidas (amigos, parentes), com 24% e 48%, 56% e 24% respectivamente em cada curso.

Já quanto ao tempo de duração do curso, 92% dos alunos do curso A e 100% dos alunos do curso B julgaram-no suficiente para o aprendizado.

Com relação a qualidade do curso grande parte dos alunos classificaram-no como excelente (68% no curso A e 84% no curso B), um número menor como bom (28% no curso A e 16% no curso B). Vale lembrar que apenas 1 aluno (4%) do curso A classificou o curso como sendo regular e nenhum aluno mencionou como ruim.

Quanto aos estágios realizados, 100% dos alunos de ambos os cursos, classificaram como sendo muito aproveitáveis, e a maioria como sendo suficientes.

Em relação ao conteúdo das aulas, 64% dos alunos do curso A e 72% dos alunos do curso B, classificaram como excelente, alegando ser compatível com as necessidades do auxiliar de enfermagem, por abranger todos os tópicos.

Quanto a existência da biblioteca, ambas as escolas possuem. Dos alunos do curso A, 21 deles (84%) referiram utilizá-la para realização de trabalho e pesquisas; os 4 restantes referiram não ter tempo disponível para frequentá-la.

Já no curso B, 2 alunos referiram não existir biblioteca, mostrando o desconhecimento destes da sua existência, e 17 (68%) referiram utilizá-la para realização de trabalhos e leituras.

Quanto a considerarem ou não o curso cansativo, 88% (curso A) e 80% (curso B), referiram o curso como sendo cansativo, pela dificuldade encontrada para conciliarem estudo e trabalho e por passarem maior parte do tempo no hospital.

Vale salientar que mais estudos, englobando o curso de auxilar de enfermagem devem ser realizados a fim de podermos como educadores, promover um aproveitamento máximo dos alunos, oferecendo-lhes oportunidades ricas em aprendizado.

ANEXO I

QUESTIONÁRIO

I. IDENTIFICAÇÃO

Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

Idade:

Religião:

Estado Civil:

Nacionalidade:

Escolaridade:

trabalha: ( ) Sim ( ) Não

Cargo que ocupa:

Turno: ( ) Diurno ( ) Vespertino ( ) Noturno

Horário:

Faixa Salarial: ( ) menos de 1 salário mínimo

( ) de 1 a 2 salários mínimos

( ) de 3 a 5 salários mínimos

( ) 5 ou mais salários mínimos

OBS: O salário mínimo atual é de R$ 70,00

Escola de Auxiliar de Enfermagem: ( ) pública

( ) privada

Porque da escolha desse tipo de escola:

II. QUESTÕES FECHADAS

Nas perguntas abaixo assinale apenas uma alternativa:

A) Porque optou pelo curso de auxiliar de enfermagem:

( ) Pelo curso ser rápido

( ) Pela grande oferta de emprego após formado

( ) Pela diversificação das áreas de atuação após formado

( ) Outros. Especificar:

B) Como ficou sabendo desse curso:

( ) Pela imprensa (TV, jornal, rádio,outdoors)

( ) Por conhecidos (amigos, parentes, conhecidos)

( ) Procurou sozinho

( ) Outros. Especificar:

C) Você considera o tempo de duração do curso:

( ) suficiente

( ) insuficiente

( ) outros. Especificar

D) Você considera o curso:

( ) excelente. Porque:

( ) bom. Porque:

( ) regular. Porque:

( ) ruim. Porque:

E) Os estágios realizados são:

( ) muito aproveitáveis

( ) pouco aproveitáveis

( ) nada aproveitáveis

F) Voce considera os estágios oferecidos suficientes para o aprendizado:

( ) sim. Porque:

( ) não. Porque:

G) O conteúdo das aulas é:

( ) excelente. Porque:

( ) bom. Porque:

( ) regular. Porque:

( ) ruim. Porque:

H) Essa escola possui biblioteca:

( ) sim

( ) não

I) Costuma utilizar a biblioteca:

( ) sim

( ) não

Se sim, costuma utilizá-la para que fim:

Se não, porque não costuma utilizá-la

J) Considera o curso cansativo:

( ) sim. Porque:

( ) não. Porque:

III. QUESTÕES ABERTAS

1. O que você gostaria que mudasse no Curso de Auxiliar de Enfermagem?

2. Onde você pretende trabalhar após o término do curso?

  • 1. CASTRO, B.T. et al. Subsídios para a orientação de planejamento de curso intensivo de auxiliar de enfermagem. Enf.Novas dimensões, v.1, n.2, p.81-7, 1975.
  • 2. CORREA DE CARVALHO, A. Associação Brasileira de Enfermagem. 1926-1976. Documentário. Folha Carioca. Edit. Rio de Janeiro, 1976.
  • 3. GOMES, D.S. O auxiliar e o técnico de enfermagem no Brasil. Algumas considerações históricas. Enf.Atual, n.16, p.21-9, 1981.
  • 4. OGUISSO, T. Considerações sobre a legislação do ensino e do exercício do técnico de enfermagem e do auxiliar de enfermagem. Rev.Bras.Enf, v.30, n.2, p.168-74, 1977.
  • 5. NIGHTINGALE, F. Notas sobre enfermagem Ed. Cortez, 174p, 1989.

ANEXO I

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Mar 2010
  • Data do Fascículo
    Abr 1997
Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 419 , 05403-000 São Paulo - SP/ Brasil, Tel./Fax: (55 11) 3061-7553, - São Paulo - SP - Brazil
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