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A ética que se constrói no processo de formação de enfermeiros: concepções, espaços e estratégias

Resumos

OBJETIVO: discutir as concepções de professores sobre a dimensão ética da formação do enfermeiro, com base nas relações estabelecidas entre ética, competências e perfil profissional, bem como identificar os espaços e estratégias para o ensino da ética nesse processo de formação. MÉTODO: estudo qualitativo, delineado como estudo de caso. Os dados foram coletados entre grupos focais, com professores de seis cursos de graduação de enfermagem de uma universidade do Estado de Santa Catariana, totalizando 50 sujeitos. Tomando-se como base o discurso dos professores, foram analisadas as concepções e mútuas relações entre competências profissionais, processo formativo e ética. RESULTADOS: os resultados foram organizados e exploram a discussão acerca das categorias temáticas: a ética que se constrói no processo de formação de enfermeiros, as concepções de professores e espaços e estratégias para o ensino da ética na formação em enfermagem. CONCLUSÕES: o tema da ética mostrou-se transversal no processo formativo. O estudo evidenciou o desafio de se criar espaços e estratégias de ensino e fomenta a discussão acerca das novas demandas por mudanças colocadas às escolas, da qualificação do cenário do cuidado e do exercício da educação problematizadora e crítica.

Educação em Enfermagem; Pesquisa em Educação de Enfermagem; Ética


OBJECTIVE: to discuss the professors' conceptions about the ethical dimension of nurse training based on the relationships which this establishes with the competencies with the professional profile; and to identify the spaces and strategies for the teaching of ethics in this process. METHOD: A qualitative study delineated as a case study. The data was collected based on focus groups with professors from six undergraduate nursing courses in the state of Santa Catarina, Brazil, totaling 50 subjects. Based on the professors' discourse, the conceptions and mutual relations between professional competencies, the formative process and ethics were analyzed. RESULTS: The results were organized and the discussion explored through the thematic categories: The ethics constructed in the process of training nurses - the professors' conceptions, and spaces and strategies for the teaching of ethics in nurse training. CONCLUSIONS: The issue of ethics was shown to be transversal in the formative process. The study evidenced the challenge of creating spaces and strategies for teaching and fosters discussion about the new demands for changes placed upon the nursing schools, about the suitability of the care setting, and about the exercising of critical and problem-based education.

Education Nursing; Nursing Education Research; Ethics


OBJETIVO: Discutir las concepciones de los profesores sobre la dimensión ética de la formación del enfermero, a partir de las relaciones que establece con las competencias del perfil profesional; e identificar los espacios y estrategias para la enseñanza de la ética. MÉTODOS: Estudio cualitativo delineado como estudio de caso. Los datos fueron obtenidos a partir de grupos focales, con profesores de seis cursos de pregrado en Enfermería del estado de Santa Catarina, totalizando 50 sujetos. RESULTADOS: Los resultados fueran organizados y exploran la discusión de dos categorías temáticas: La ética que construye en el proceso de formación en enfermería - las concepciones de profesores y Los espacios y estrategias para la enseñanza de la ética en la formación de enfermería. CONCLUSIONES: La ética se mostró transversal en el proceso formativo. El estudio mostró el reto de desarrollar espacios y estrategias de enseñanza y sus contribuciones fueron la discusión sobre las nuevas demandas por cambios presentadas a las escuelas y sobre la cualificación del escenario del cuidado y del ejercicio de la educación problematizadora y crítica.

Educación en Enfermería; Investigación en Educación en Enfermería; Ética


ARTIGO ORIGINAL

A ética que se constrói no processo de formação de enfermeiros: concepções, espaços e estratégias

Flávia Regina de Souza RamosI; Laura Cavalcanti de Farias BrehmerII; Mara Ambrosina de Oliveira VargasIII; Dulcinéia Ghizoni SchneiderIV; Laila Crespo DragoV

IPhD, Professor Associado, Departamento de Enfermagem, Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil

IIDoutoranda, Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil

IIIPhD, Professor Adjunto, Departamento de Enfermagem, Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil

IVPhD, Professor, Universidade do Sul de Santa Catarina, Brasil

VEnfermeira. Bolsista PIBIC CNPq/UFSC, 2010-2012

Endereço para correspondência

RESUMO

OBJETIVO: discutir as concepções de professores sobre a dimensão ética da formação do enfermeiro, com base nas relações estabelecidas entre ética, competências e perfil profissional, bem como identificar os espaços e estratégias para o ensino da ética nesse processo de formação.

MÉTODO: estudo qualitativo, delineado como estudo de caso. Os dados foram coletados entre grupos focais, com professores de seis cursos de graduação de enfermagem de uma universidade do Estado de Santa Catariana, totalizando 50 sujeitos. Tomando-se como base o discurso dos professores, foram analisadas as concepções e mútuas relações entre competências profissionais, processo formativo e ética.

RESULTADOS: os resultados foram organizados e exploram a discussão acerca das categorias temáticas: a ética que se constrói no processo de formação de enfermeiros, as concepções de professores e espaços e estratégias para o ensino da ética na formação em enfermagem.

CONCLUSÕES: o tema da ética mostrou-se transversal no processo formativo. O estudo evidenciou o desafio de se criar espaços e estratégias de ensino e fomenta a discussão acerca das novas demandas por mudanças colocadas às escolas, da qualificação do cenário do cuidado e do exercício da educação problematizadora e crítica.

Descritores: Educação em Enfermagem; Pesquisa em Educação de Enfermagem; Ética.

RESUMEN

OBJETIVO: Discutir las concepciones de los profesores sobre la dimensión ética de la formación del enfermero, a partir de las relaciones que establece con las competencias del perfil profesional; e identificar los espacios y estrategias para la enseñanza de la ética.

MÉTODOS: Estudio cualitativo delineado como estudio de caso. Los datos fueron obtenidos a partir de grupos focales, con profesores de seis cursos de pregrado en Enfermería del estado de Santa Catarina, totalizando 50 sujetos.

RESULTADOS: Los resultados fueran organizados y exploran la discusión de dos categorías temáticas: La ética que construye en el proceso de formación en enfermería - las concepciones de profesores y Los espacios y estrategias para la enseñanza de la ética en la formación de enfermería.

CONCLUSIONES: La ética se mostró transversal en el proceso formativo. El estudio mostró el reto de desarrollar espacios y estrategias de enseñanza y sus contribuciones fueron la discusión sobre las nuevas demandas por cambios presentadas a las escuelas y sobre la cualificación del escenario del cuidado y del ejercicio de la educación problematizadora y crítica.

Descriptores: Educación en Enfermería; Investigación en Educación en Enfermería; Ética.

Introdução

O ensino da ética na formação de enfermeiros representa uma esfera essencial na construção do papel dos futuros profissionais. Questões éticas permeiam as experiências pessoais, as vivências nos cenários de ensino e de trabalho, merecendo atenção que contemple as dúvidas e conflitos próprios do processo de formação. Os docentes são responsáveis por proporcionar espaços e construir estratégias que deem visibilidade à ética em todos os momentos da formação e promovam a reflexão ética a partir dos problemas práticos.

Os cursos de graduação em enfermagem, no Brasil, definem, como perfil dos egressos, profissionais capazes de articular competências de intervenção nos serviços de assistência à saúde, com seu papel de ator social no contexto das políticas públicas de saúde. Espera-se desse profissional senso crítico na tomada de decisões éticas e morais(1).

O ensino da ética nos cursos de enfermagem e da área da saúde não pode ser estruturado à parte da compreensão da realidade social(2) ou, tampouco, das críticas às formas de organizar e ofertar a atenção à saúde ou nos modos como a profissão responde a essas demandas.

Este estudo é parte de uma investigação que buscou analisar a construção discursiva da ética na formação do enfermeiro, presente em processos de mudanças curriculares. O presente desdobramento teve o objetivo de discutir as concepções de professores sobre a dimensão ética da formação do enfermeiro, com base nas relações estabelecidas entre essa dimensão, as competências e o perfil profissional, assim como identificar os espaços e as estratégias para o ensino da ética no processo de formação do enfermeiro.

Ao eleger a construção discursiva, o estudo tem inspiração na noção foucaultiana, pela qual textos e expressões orais são tomados como manifestações de discursos, já que são vistos como potencias operadores de práticas sociais, pondo em funcionamento e operando saberes e múltiplas formas de intervenção, enfim, estratégias de poder que circulam na vida social. Elementos discursivos não se reduzem à esfera textual, pois ao mesmo tempo em que são arquitetados por pensamentos também constroem formas de pensar e agir. Nossos objetos de estudo estão, assim, mergulhados nesses discursos e práticas e é isso que lhes empresta sentido próprio(3). Por essa via, os dados textuais (orais e documentais) não se restringem às variáveis ou elementos descritivos de conteúdos, pois são a própria substância da reflexão crítica.

Método

Trata-se de pesquisa qualitativa delineada como estudo de caso, considerado por sua utilidade na pesquisa social, ao focalizar fenômenos contemporâneos e buscar entender "como" se desenvolvem determinados processos ou experiências, especialmente quando os limites entre objeto e fenômeno não estão claramente distintos. O presente trabalho constitui-se em estudo de casos múltiplos, o que fortalece o método e seus achados e permite que as unidades de análise sejam abordadas na combinação de todos os casos estudados(4) .

Os dados foram coletados nos anos 2008 e 2009, por meio da realização de grupos focais, desenvolvidos pela pesquisadora principal em 6 cursos superiores de enfermagem de uma universidade do Estado de Santa Catarina, Brasil, selecionados conforme sua distribuição em todas as regiões geográficas do Estado e considerando-se um tempo mínimo de seis anos de funcionamento. Os sujeitos foram os professores de enfermagem dessas instituições, convidados por seu interesse na temática (sem requisito de ser professor de ética). O contato foi feito por intermédio da coordenação dos cursos e obteve-se a participação de 50 professores no total, com variação entre 5 e 15 participantes por grupo.

Todos os aspectos éticos foram respeitados, conforme a Resolução CNS 196/1996. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da Universidade Federal de Santa Catarina, sob Parecer nº075/07.

As discussões desenvolvidas pelos grupos foram transcritas e organizadas com o auxilio do software Atlas-Ti 5.0 (Qualitative Research and Solutions). Primeiramente, todo texto discursivo foi decomposto em excertos ou codes; esses receberam uma identificação de acordo com seu sentido ou pelo elemento que agregava ao tema geral (pré-categorização); posteriormente, essas categorias iniciais foram agrupadas por sua capacidade de constituir uma unidade discursiva, explorando facetas ou aprofundamentos da unidade central – a construção discursiva da ética na formação do enfermeiro. Desse objeto ou macrounidade se desdobram unidades incorporadas à análise, independentes de origem, em qualquer um dos casos ou contextos de pesquisa. No presente artigo, quatro dessas unidades discursivas incorporadas são exploradas, abordando as concepções de professores (sobre competências profissionais, processo formativo e ética) e os espaços e as estratégias para o ensino da ética.

Os resultados são apresentados sob a forma de sínteses discursivas, não tomadas em referência a discursos coletivos ou a métodos de análise específicos, mas apenas como recursos à síntese dos achados em unidades de relevância, passíveis de interpretação.

Resultados

Os dois objetivos do estudo se dirigiram para a discussão, partindo-se do discurso e da experiência dos professores participantes, das concepções e dos espaços e estratégias construídas para a ética na formação de enfermeiros. Esses dois focos são apresentados em quatro assertivas que sintetizam o conteúdo expresso pelos sujeitos e contemplam quatro subcategorias, três relativas às concepções (A1, A2 e A3) e uma relativa aos espaços e estratégias para o ensino da ética na formação (B).

A ética que se constrói no processo de formação de enfermeiros – as concepções de professores (A1, A2 e A3).

A1 - A ética se constrói e se manifesta na relação consigo mesmo e com o outro, supondo o respeito à pluralidade, a responsabilidade no agir profissional e a confiança na relação de cuidado

Responsabilidade sobre si, se posicionar. Eu não vejo saída para a profissão, a não ser que cada ser independente se posicione, para lá na frente ter uma somatória [...] e continuamos falando da falta de união da profissão.[...] venho trabalhando muita coisa do cuidado de si... de realmente se autoexaminar, se autoperceber. Fazer suas escolhas e ser responsável pelas suas escolhas (P4).

Eu comparo a ética com a cegueira. Falo para os alunos que ser ético é ter a consciência. – Caiu a pinça e só você viu? Tem que dizer para a professora: - eu não vou usar este material[...] na ética, ele [o outro] é cego, ele tem que confiar, não tem olhos, mas [o certo] tem que acontecer, em todas as relações (P3).

A2 - A competência ética é intrinsecamente vinculada à competência profissional, é integradora de diferentes capacidades ou dimensões do trabalho e um componente do posicionamento individual que expressa (faz falar) a profissão

[...] ele precisa de mais um suporte para seguir adiante, só um lado, só lado pessoal e as relações não fazem um enfermeiro, você precisa de um embasamento para chegar e assinar embaixo do que vai fazer (P3).

É uma questão de perceber que o enfermeiro, nesse mundo do trabalho, é diferente. Que vai ter que dar conta de ser um bom educador, um bom técnico, talvez um bom cientista, um bom pesquisador (P2).

A3 - O processo formativo é concebido nas relações com o trabalho, no modo como esse incorpora a formação ética em diferenciadas experiências e é também modificado pela abertura ao diálogo e ao outro

É tentar mudar a cabeça das pessoas? Eu acho que não! A gente tem que esperar que tenha um conflito interno, de ter a responsabilidade de criar pessoas com ética, que gostem de ter pensamentos mais abertos. [...] Aquele profissional que sabe lidar com a incerteza, que possa ser flexível diante do tecnológico, mais do que ser só crítico... que ele possa estar buscando soluções (P1).

O que é central é o profissional contextualizado, inserido na equipe e nas políticas públicas atuais. [...] É central o exercício da cidadania, este profissional construir o espaço profissional, agir como tal e ocupar um espaço político nesta realidade local (P5).

B – Espaços e estratégias para o ensino da ética na formação em enfermagem

A ética ocupa diferentes espaços no processo de formação. As discussões acerca de questões éticas transitam entre os momentos instituídos para esse fim e as diversas experiências e vivencias que permeiam o processo.

Na primeira fase a gente entra com ética para tentar instrumentalizar os alunos [...] a gente sempre procura fazer a partir de coisas práticas que os próprios alunos trazem e os fazer perceberem [...] (P4).

Apesar de organizada em conteúdos específicos, por convenção, a ética foi apontada pelos professores como tema transversal, que permeia todo processo de formação dos alunos de graduação em enfermagem. Dessa forma, a inclusão da discussão ética em todos os assuntos da teoria e da prática configurou-se como principal estratégia para o ensino.

[...] mas não existe um dia, um conteúdo criado em ensinos éticos, mas ela permeia todo o processo (P2).

E a discussão desse tema especificamente aparece em vários momentos desse período, por alguns temas específicos, algumas situações específicas, vivenciadas como conhecimento científico e até em algumas situações vivenciadas em campo com alunos. Há situações de considerar a temática importante e trazer ela para o dia a dia do curso e tentar produzir algo estratégico em relação a isso (P4).

Cuidado de si, do outro e do entorno. Que a gente tem que se preocupar também com a questão ambiental, mesmo, com o domicílio e a comunidade (P7).

Discussão

As falas que constituíram a assertiva A1 sinalizam a importância do posicionamento e do comprometimento ético e moral do futuro profissional. Logo, evidenciam a necessidade de instigar no(a) aluno(a) reflexão ética concebida em dois tipos de relações inalienáveis, na relação consigo mesmo e com o outro. Na primeira, pressupõem-se o autoconhecimento e o cuidado de si como parte da responsabilidade e do agir profissional. Na ética que se constrói e se manifesta na relação com o outro se pressupõem o respeito à diversidade, à pluralidade e uma nova forma de entender a verdade. Ela também é expressão das escolhas individuais e, portanto, ligada à responsabilidade pelos atos e suas consequências.

Nesse contexto, Foucault focaliza a elaboração do trabalho ético que cada um efetua sobre si mesmo, não somente para tornar o próprio comportamento conforme uma regra preestabelecida, mas, também, para tentar transformar a si mesmo em sujeito moral de sua própria atitude(5). O filósofo fala de uma ética da atitude, fortemente articulada à instrumentalização técnica e política(6).

Assim contextualizadas, a ética e a política constituem-se no epicentro de todas as relações. Quais relações? Relações de poder/governo de si e dos outros/relação de si para consigo. Relações que compõem uma cadeia, uma trama, e que na confluência dessas se articulam à questão da política e da ética. São relações que inserem o sujeito no mundo, o instrumentalizam a lidar com os acontecimentos, fazem cada um procurar agir como convém. Longe de isolar o sujeito da comunidade humana, aparecem, ao contrário, como aquilo que o articula a ela. Relações que devem permitir-lhe ser um sujeito ético, cidadão do mundo(5).

Dos contextos de experiências pessoais e familiares dos(as) alunos(as) também se delineiam espaços de onde surgem questões éticas que poderão ser discutidas em algum momento da sua formação. Ocorre o reconhecimento de si em situações com o outro ou em exemplos de reflexão teórica, quando esses alunos são motivados por experiências semelhantes ou porque seus próprios valores os remetem ao exercício de imaginação sobre as implicações éticas.

As discussões sobre temáticas éticas é uma das que se ajustam ao processo de ensino de inúmeras disciplinas, e costumam surpreender os professores responsáveis, pela repercussão positiva entre os(as) alunos(as). Nesse sentido, um estudo canadense e outro sul-coreano mostram, respectivamente, a educação como promotora da atitude para o trabalho interdisciplinar e a ética, tendo essa surgido como uma das temáticas que mais se adequava à educação interprofissional. Ambos evidenciaram que o estudo da ética e/ou a discussão de conteúdos éticos na formação representa, para os alunos, o desenvolvimento do raciocínio moral e a compreensão da relação entre tomadas de decisão e competência profissional(7-8).

A aproximação, diga-se acadêmica, com os estudos da ética, usualmente, inicia-se com a normas deontológicas que refletem a prática de enfermagem comprometida com a ética(9). Contudo, nesse processo de formação do(a) aluno(a), dever-se-ia conduzi-lo a ultrapassar a lógica de uma responsabilidade restrita ao sentido ético profissional, civil ou penal, como obrigação, encargo, compromisso ou dever de agir ,conforme uma convenção a ser satisfeita ou executada(5). Isso é, o agir deve ampliar a dimensão de responsabilidade quando o resultado das ações influenciará a saúde e a vida de outras pessoas. Cabe reconhecer que o enfermeiro tem a responsabilidade compartilhada e também responde pelos atos praticados sob sua supervisão, direta ou indiretamente. Daí que deve, mais do que ninguém, promover a reflexão e a capacitação para a tomada de decisão e ação correta no contexto assistencial(10).

Além disso, a responsabilidade demanda no sujeito liberdade de escolha das suas ações, a qual implica não apenas saber distinguir o bem do mal, o justo do injusto, mas, sobretudo, saber agir em função de valores que ele próprio escolheu. Não há atitude ética sem autonomia, ainda que o profissional deva compartilhar os valores e sofrer as regulações de sua profissão, assumindo, tacitamente, as responsabilidades que a legitimam socialmente(11-12).

Em suma, o exercício da autonomia leva a que os enfermeiros se confrontem com problemas éticos e com a consequente necessidade de tomarem decisões complexas, que exigem adequação aos princípios e valores éticos em geral e da profissão em particular. A autonomia tem de se refletir em qualquer tomada de decisão, inevitavelmente ligada à capacidade, à obrigação e ao compromisso e mandato social que o profissional assume(13).

A assertiva A2 remete à discussão para a representação da formação ética do(a) enfermeiro(a) como um importante desafio para profissionais e pesquisadores, especialmente porque exigências éticas estão no cerne das relações entre educação e trabalho. Tal desafio pode ser tomado do ponto de vista das competências, perfis, projetos e estratégias pedagógicas, assim como de problemáticas vividas nos contextos reais do trabalho, exigindo reflexão sobre como a dimensão ética se expressa no cotidiano da experiência formativa.

A concepção de competência profissional está intrinsecamente ligada à de competência ética, porque essa articula as diferentes competências necessárias ou ativadas na atuação profissional. A construção da competência profissional se dá no empenho por equilibrar (na formação) a diversidade de campos de atuação, de atribuições ou dimensões do trabalho, valorizando cada uma delas – o cuidado, a gerência, a educação e a pesquisa. A diferença do(a) enfermeiro(a) no trabalho coletivo é identificada nessa multidimensionalidade e na capacidade de tirar dela o melhor proveito – de se colocar como um novo e qualificado profissional num contexto de mudanças e crescentes exigências. Esse "colocar-se" no contexto real de trabalho toma o sentido de um posicionamento. O posicionar-se indica criar ressonâncias em todo o contexto de trabalho, pela capacidade de defender posições e argumentar em torno delas, sem perder a abertura para a busca do novo conhecimento.

Estudos(14-17) demonstram que a educação de enfermagem deve primar pelo cuidado integral, construído a partir de referenciais crítico-reflexivos na definição da área de competências profissionais, os docentes necessitam ampliar seus conhecimentos éticos além dos aspectos normativos e deontológicos, a aplicação de metodologias educativas implica a ressignificação da formação pedagógica do docente, para formar enfermeiros num discurso/ação proximal entre teoria/prática, que os capacite à cidadania, à ética e à política, ao cuidado em sociedade e o desenvolvimento de competências fundamentadas nos valores ético-políticos contribuirá para formar cidadãos sensíveis, capazes de atuar em esferas assistenciais, gerenciais e educacionais, colaborando para a construção das políticas de saúde.

É preciso deter-se na questão da competência para lidar com os problemas éticos em saúde. Os dilemas morais ou éticos ocorrem quando existem diferentes percepções sobre uma mesma situação e que coloca o indivíduo entre duas proposições opostas. Compreendem-se as situações em que valores morais ou éticos estão em conflito e a decisão por uma opção torna inválida a outra(18). Ressalta-se que a reflexão ética obriga o sujeito a escolher, a procurar e a problematizar entre as várias soluções possíveis, quais são aquelas que correspondem não só a critérios de eficiência e de eficácia, mas ao equilíbrio entre custos e benefícios, sobretudo a exigências de prioridade, equidade e moralidade.

Uma forma de apoiar os profissionais em lidar com problemas éticos (que extrapolam as situações dilemáticas) é a educação contextualizada em ética. Isso implica uma compreensão clara do trabalho e, por isso, a competência equivale à compreensão sobre o que está sendo feito e sobre o contexto em que se insere o seu trabalho; ou seja, é importante valorizar o sujeito, seu ambiente de trabalho e as especificidades de ambos(19).

A assertiva A3 reporta a indagar: que profissional enfermeiro(a) é necessário ser para estar fortemente inserido no processo de assistência à saúde? A formação profissional é concebida em estreita relação com o trabalho, em sua complexidade, múltiplas interações e experiências. Isso pressupõe um permanente imbricar, no processo educativo, de discursos, valores e princípios, além de espaços e oportunidades construídas para a ação de sujeitos, para a reflexão e o diálogo. Tal abertura ao outro, como sujeito, é condição para a formação ética produzir relações educativas diferenciadas em todos os momentos, inclusive na avaliação. Mas, o conflito pessoal e subjetivo é, também, mobilizador ou passagem de acesso à ética.

Há, também, um desafio de construir uma nova identidade profissional, que rompe modelos tradicionais. Mesmo adotando-se a concepção humanista e a valorização da dimensão relacional do trabalho (exigindo a inteligência emocional), deve-se ser capaz de superar o normatizado e o já posto como espaço de trabalho. Isso significa reconfigurar tais espaços de trabalho, se disponibilizando ao enfrentamento e ao posicionamento como sujeito de transformação dos contextos reais.

Para o empreendimento de mudanças na formação dos profissionais como promotores da cidadania, de si e dos outros, é necessário compreender a dimensão ética de valorização do ser humano agregado à saúde, como notável motivadora de outros valores. Assim, gerir conhecimentos torna-se um processo mais amplo, sobre o qual a educação profissional necessita reconstruir seu papel e reencontrar seu espaço na formação ética do profissional, pois os conhecimentos, as atitudes e, sobretudo, os comportamentos dos(as) enfermeiros(as), são cada vez mais importantes no cuidado de enfermagem e saúde e no alcance de resultados(20-21).

Nesse sentido, o enquadramento da ética como uma disciplina limita todas as possibilidades de explorar espaços que se constroem no processo de formação com a interação de professores e alunos, e desses com os cenários da sala de aula e do mundo do cuidado e do trabalho. Por isso, a ética instituída no currículo como uma disciplina não consegue atingir o desenvolvimento moral do aluno. A formação ética constitui-se em um processo complexo e abrangente, inserida em todas as disciplinas de modo transversal a todos os conteúdos(1).

A percepção de uma discussão sobre a ética de forma transversal ao processo foi revelada e constituiu a assertiva B. Dos relatos dos professores emergiram três diferentes âmbitos que se constituíram como espaços potenciais, para fomentar reflexões éticas, durante a formação dos alunos: o âmbito das relações institucionais, o âmbito das relações com a comunidade, o âmbito das relações dos alunos, no contexto da sua vida pessoal.

Das relações institucionais surgem, principalmente, questões articuladas à visão limitada de poder centrado na hierarquia institucional. As relações aluno e professor, aluno e profissional de enfermagem, aluno e demais trabalhadores da saúde representam a configuração de espaços potenciais para o surgimento de questões éticas a serem discutidas.

Os valores permeiam todas as relações que se estabelecem no processo de formação em enfermagem, pelo contato cotidiano dos docentes e alunos entre si, com os demais profissionais, com os usuários e com a comunidade(22).

Quando os alunos começam a interagir em cenários reais do trabalho, além das relações institucionais, eles passam a construir relações com os usuários dos serviços de saúde, com a família e com a comunidade. Dessa aproximação podem emergir inúmeros exemplos de implicações éticas. O aluno adentra ao mundo real da vida, da saúde, do sofrimento, das diferenças sociais, econômicas e culturais. Ele busca a aplicação da teoria à prática e se depara com os desafios da realidade.

A fragmentação teórico-prática da dimensão ética do cuidado foi evidenciada como uma fragilidade encontrada no processo de formação. Persistem lacunas entre os conteúdos teóricos e as ações nas vivências práticas. Esse paradoxo confunde e retarda a superação dos desafios de uma formação pautada na ética(23).

Esses âmbitos foram referenciados como espaços para além dos momentos formais, determinados pelos currículos e planos de ensino. Nesses espaços, a ética recebe tratamento mais próximo da esfera teórica e timidamente se permite aproximar da prática. Faz-se de modo verticalizado; os conteúdos são apresentados e os alunos não demonstram familiaridade com os temas. Contudo, essa diferenciação não deve denotar qualquer tipo de juízo de valor; tanto a abordagem ética, a partir das disciplinas, como as discussões que advêm das experiências na prática são elementos essenciais na formação. Cabe, sim, reafirmar a complementaridade entre os conteúdos teóricos e a aproximação com as demandas oriundas das vivências e das relações dos alunos.

A introdução da ética, bem como da bioética como disciplinas curriculares advém da interpretação das diretrizes e recomendações propostas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem (DCENF), Resolução CNE/SES 3 de 7 de novembro de 2001. A partir da DCENF, inicia-se um processo de reestruturação na organização curricular, didática e pedagógica, rumo à mudança no processo de formação do enfermeiro. Esse processo deve ser permeado pela dimensão ética do fazer cotidiano, construída a partir do pensamento critico, da reflexão, da análise social e das relações de sujeitos em uma realidade concreta. De outra forma, qualquer estratégia de mudança, baseada na DCENF, seria abstrata e insuficiente(22).

Uma estratégia utilizada pelos professores para fomentar a discussão de questões éticas, com resultados positivos, tem sido a problematização de experiências da prática. São exemplos reais, vivenciados pelos alunos, e que assumem sentido mais concreto para a reflexão. Logo, aos professores é lançado o desafio de ultrapassar a estratégia de ensino pautada na transmissão de valores e normas e avançar para o diálogo, tendo as experiências reais da vida como pano de fundo, articulando a ética e a prática ética no meio acadêmico(24).

O ensino da ética, vista como uma disciplina do processo de formação em enfermagem, necessariamente articula-se com a prática para atribuir significado e promover uma reflexão crítica. A adoção de metodologias ativas para a abordagem de problemas reais do cotidiano tem se configurado como uma das possibilidades para a formação de enfermeiros(25).

Os docentes são desafiados a tornar significativas as experiências vivenciadas pelos alunos, para além de uma racionalidade técnica, e articulando o conhecimento cientifico e o conhecimento sensível(26).

A oferta de uma variedade de experiências no processo de formação compõe uma das perspectivas para inserir a ética na pauta do ensino. Quanto mais possibilidades de vivenciar os diferentes espaços do cuidado, mais se aumenta a possibilidade de o aluno vivenciar situações que demandam ações e reflexões subsidiadas pelo conhecimento da ética profissional e da ética como campo do conhecimento. Foram apontadas estratégias para o ensino da ética, cujas fronteiras ultrapassam o ensino da ética profissional. O ensino da bioética, da ética sob a perspectiva de outras disciplinas, como a filosofia e a sociologia, a ética ambiental e a ética na pesquisa envolvendo seres humanos e animais, são exemplos de como ampliar o debate ético na formação e abranger outros aspectos da vida dos alunos.

O cenário de mudanças na formação profissional em saúde, especificamente nos cursos de enfermagem, agrega objetos fundamentais para uma discussão ampliada do tema. São elementos de dimensões macro, como a globalização e a sociedade da informação ou o contexto nacional das políticas públicas de saúde e de educação. Frente a esses elementos, professores e alunos são atores inseridos nessa dinâmica e enfrentam as situações impostas pela mesma. É desse universo que emergem as situações para o debate ético e construção do pensamento crítico e reflexivo na academia(27).

Considerações finais

A enfermagem brasileira está em intenso processo de mudança, destacadamente no campo educacional. O esforço por produzir impactos na formação de enfermeiros qualificados para a atuação no Sistema Único de Saúde e para a consolidação de políticas públicas se revela, também, na valorização da dimensão ética da relação trabalho e educação. Professores são importantes atores nesses processos e expressam os conflitos entre diretrizes, valores e princípios institucionais e pessoais, permanentemente atualizados no cotidiano pedagógico e na integração ensino/serviço. As concepções que conformam o discurso e a prática desses professores permitem avançar na problematização das experiências em construção.

O estudo reafirmou a complementaridade entre os conteúdos teóricos, identificados por sua estreita relação com a temática da ética, e as demandas e problemas reconhecidos nas vivências e relações dos alunos no campo prático. O cenário do cuidado é o principal espaço para a formação ética, mostrando-se em permanente construção. A ética tornou-se uma preocupação para professores, perpassando todos os momentos do processo formativo e desafiando-os a buscar novas referências e a reelaborar estratégias de ensino mais problematizadoras e críticas.

A efervescência das temáticas que emergiram do cotidiano dos professores deste estudo representa o fortalecimento da discussão da práxis em enfermagem. Apesar dos limites reconhecidos de uma pesquisa empírica, ressalta-se a capacidade que a mesma possui de agregar significado à prática educativa e profissional, além de fomentar a busca por experiências inovadoras na formação ética, em forte adesão às demandas do cenário assistencial. Nesse sentido, o estudo reforçou o conhecimento produzido acerca da relação entre educação, ética e o cuidado profissional qualificado, assim como a importância de instrumentalizar professores e práticas educativas voltadas às competências éticas.

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    La ética que se construye en el proceso de formación de enfermeros: concepciones, espacios y estrategias
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      01 Mar 2013
    • Data do Fascículo
      Fev 2013

    Histórico

    • Recebido
      27 Set 2012
    • Aceito
      04 Out 2012
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