Objetivo:
compreender as experiências de presenteísmo vivenciadas por profissionais de enfermagem de serviços hospitalares durante a pandemia da COVID-19.
Método:
estudo qualitativo, ancorado no materialismo histórico-dialético. Participaram da pesquisa 30 trabalhadores da enfermagem, distribuídos em seis grupos focais online, analisados a partir da Hermenêutica-Dialética.
Resultados:
emergiram três categorias de análise: “Agravamento do presenteísmo no contexto pandêmico”; “Por que fui trabalhar doente: decisão do trabalhador ou precarização laboral?”; “Velhos problemas, luta permanente”. Apesar do adoecimento de profissionais pela COVID-19, o presenteísmo na pandemia foi marcado pela pressão institucional para retorno ao trabalho, sofrimento mental e falta de reconhecimento e humanização. Dentre os fatores que levaram ao presenteísmo, destacaram-se a falta de testagem para a COVID-19, a preocupação com pacientes, colegas de trabalho e gestores, bem como o medo de perder o emprego e/ou benefícios financeiros. Diante desse cenário, os trabalhadores clamaram por uma nova realidade na qual direitos como salários dignos e condições seguras de trabalho sejam garantidos.
Conclusão:
o contexto pandêmico revelou um agravamento do presenteísmo entre os profissionais de enfermagem. Os resultados apontaram para a importância da valorização concreta da enfermagem em termos legais e para além das homenagens.
Descritores:
Presenteísmo; Saúde Ocupacional; Condições de Trabalho; Equipe de Enfermagem; Pandemias; COVID-19
Destaques:
(1)Pressão institucional, sofrimento mental e desvalorização marcaram o presenteísmo.
(2) Falta de acceso a las pruebas de detección de COVID-19 resultó en presentismo.
(3) Preocupação com pacientes, colegas de trabalho e gestores resultou em presenteísmo.
(4) Medo de perder o emprego ou benefícios financeiros resultou em presenteísmo.
(5) É urgente a valorização da enfermagem, para além de discursos e homenagens.