Relação entre Escore GRACE e Espessura da Gordura Epicárdica em Pacientes com IMSSST

Palavras-chave:
Síndrome Coronariana Aguda; Tecido Adiposo; Ecocardiografia; Pericárdio; Escore Grace

Ao Editor,

Li o artigo intitulado "Relação entre Escore GRACE e Espessura da Gordura Epicárdica em Pacientes com IMSSST" de Gul et al.¹ com grande interesse. Os investigadores relataram que o escore GRACE mostrou uma correlação positiva com a espessura da gordura epicárdica (EGE) ao final da sístole e EGE ao final da diástole,¹ e análises estatísticas também demonstraram uma melhor correlação entre o escore GRACE e a EGE ao final da diástole, em vez da EGE ao final da sístole.¹

O tecido adiposo epicárdico tem a mesma origem do tecido adiposo visceral. O tecido adiposo epicárdico é conhecido por ter funções de atividade endócrina e metabólica. A secreção de citocinas inflamatórias e a liberação de moléculas bioativas por meio da EGE pode desencadear a aterosclerose coronária.^2,3

A avaliação da EGE através de ecocardiografia apresenta várias vantagens, tais como baixo custo, fácil acessibilidade e boa reprodutibilidade. No entanto, a avaliação de EGE por ecocardiografia é de utilização restrita devido ao conhecimento insuficiente nesta área.⁴ No presente estudo, a EGE foi medida no corte paraesternal do eixo longo ao final da sístole e da diástole, em três ciclos cardíacos. A avaliação ecocardiográfica da EGE pode não ser uma alternativa ideal para a quantificação do tecido epicárdico. O padrão-ouro na avaliação da EGE é a ressonância magnética (RM); a falta da RM constitui uma das limitações desse estudo. A EGE tem uma distribuição tridimensional e a ecocardiografia bidimensional não pode avaliar de forma adequada todas as estruturas cardíacas.⁵

Embora a EGE esteja intimamente relacionada com a doença arterial coronariana, há dados escassos sobre o acompanhamento da EGE em pacientes com doença arterial coronariana na literatura. Desse ponto de vista, mais estudos são necessários para avaliar o acompanhamento da EGE em pacientes com doença arterial coronariana.

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Resposta

Caro Editor

Sabe-se que o tecido adiposo visceral tem funções de atividade endócrina e metabólica. O tecido adiposo epicárdico é parte do tecido adiposo visceral localizado entre o coração e o pericárdio, particularmente no sulco atrioventricular e interventricular, parede lateral do ventrículo direito, e ao redor das artérias coronárias.^1-3 A importância da espessura da gordura epicárdica (EGE) foi demonstrada por uma crescente quantidade de dados de apoio nos últimos anos. O aumento da EGE está associado com hipertensão, resistência à insulina e processos inflamatórios, tais como diabetes mellitus e síndrome metabólica.^1-4 Como resultado dos estudos que investigam a relação entre EGE e doença arterial coronariana (DAC), a EGE foi associada com a gravidade e carga da DAC.^5-7

A EGE pode ser medida pela ecocardiografia transtorácica, tomografia computadorizada e ressonância magnética (RM). A avaliação por ecocardiografia transtorácica tem se destacado por causa de suas muitas vantagens, como a facilidade de acesso, baixo custo, sem exposição à radiação, rapidez e reprodutibilidade. A medida da EGE por ecocardiografia foi definida pela primeira vez por Iacobellis et al.⁸ Através desse método, eles determinaram que as medidas da EGE correlacionam-se com as medidas da RM e confirmaram a precisão das medidas por ecocardiografia.

Estudos adicionais começaram a medir a EGE considerando esse método, que foi recomendado por Iacobellis et al.,⁸ como referência. Para a medição da EGE, o indivíduo é colocado em decúbito lateral esquerdo, e tenta-se obter um corte paraesternal de eixo longo ideal através do espaço intercostal 2-3 esternal esquerdo. O septo interventricular e, particularmente, a raiz da aorta são considerados como os pontos de referência para a medida a partir do corte paraesternal no eixo longo. Tomando a raiz da aorta como referência, a medição é feita colocando a parede livre do ventrículo direito e o anel aórtico na linha média das ondas de ultrassom.^8-13

Ilker Gul

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Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  Ago 2016

Histórico

• Recebido
  16 Mar 2016
• Revisado
  23 Mar 2016
• Aceito
  13 Maio 2016