EDITORIAL
Este primeiro número de 2005 dos Cadernos EBAPE.BR traz como novidade a versão do site da revista em língua inglesa. Gostaria de agradecer àqueles que trabalharam para que pudéssemos iniciar o ano de 2005 com esta realização, pois ela é importante para o processo de internacionalização de EBAPE e da própria revista. Assim, facilitamos o acesso de leitores do exterior, bem como de autores que queiram colaborar com o envio de artigos em língua estrangeira.
O controle estatístico que realizamos periodicamente permite-nos afirmar, com segurança, que esta revista está consolidada como periódico de divulgação de trabalhos acadêmicos de interesse amplo. No ano de 2004 a revista teve 1045 leitores que fizeram downloads de artigos. As resenhas bibliográficas publicadas também tiveram um número expressivo de leitores. A revista consta ainda com mais de 1000 acessos mensais. Esses números são gratificantes e demonstram o potencial do meio virtual na democratização do acesso a conhecimento de ponta.
Desde seu lançamento na forma eletrônica até março de 2005, os três trabalhos campeões de acessos nos Cadernos EBAPE.BR foram:
1º) Indicadores de sustentabilidade - um levantamento dos principais sistemas de avaliação, de autoria de Hans Michael van Bellen, com 349 acessos;
2º) A sociologia funcionalista nos estudos organizacionais: foco em Durkheim, de Augusto Cabral, com 260 acessos; e
3º) A avaliação da implementação de políticas públicas a partir da perspectiva neo-institucional: avanços e validade, de Roberto Rocha, com 241 acessos.
Neste volume 3, número 1 dos Cadernos EBAPE.BR, metodologia, cultura, poder são os temas principais e que ligam um texto ao outro de forma natural, tornando esta edição muito especial.
Roseanne Rocha Tavares assina o primeiro artigo. Nele, a autora reflete sobre o desenvolvimento de pesquisa baseada em fenômenos subjetivos como língua, cultura e imagem, fazendo uso da pesquisa qualitativa. Para ilustrar seus argumentos e reflexões, Roseanne Tavares apresenta o método e os resultados de uma pesquisa sobre a preservação de imagem, onde tece importante relato sobre o uso de imagens gravadas em vídeo e sua utilização na análise de uma realidade específica.
No segundo artigo Alexandre Faria e Ana Guedes tratam a questão do movimento cultural nos estudos organizacionais, com uma abordagem interdisciplinar centrada no consumo e na globalização. Os autores desenvolvem seu argumento afirmando que as áreas de organizações, estratégia e marketing tem uma raiz comum e que os pesquisadores da área de Estudos Organizacionais no Brasil deveriam reconhecer a dimensão consumo ao invés de desprezá-la, como forma de produzir textos mais completos sobre os problemas organizacionais.
No terceiro artigo Beatriz Gobbi, Elcemir Cunha, Mozar Brito e Igor Senger analisam o conceito de redes organizacionais, sugerindo que sua politização é fundamental para a ampliação do conceito de governança. Sugerem o uso do referencial teórico de Pierre Bourdieu para atingir seu objetivo.
Bruno Rocha assina o quarto artigo. Nele, o autor propõe uma metodologia para rastrear a seqüência de causalidade entre direcionadores e indicadores de desempenho em um sistema de avaliação de desempenho organizacional. Como ilustração, Bruno Rocha demonstra a aplicação da metodologia em uma empresa composta por unidades de negócio.
O quinto artigo é de autoria de Diogo Helal e explora, com base na teoria do capital humano, o tema da empregabilidade individual no contexto atual da flexibilidade organizacional. O autor propõe um modelo explicativo para a flexibilização e empregabilidade, inclusive com sugestões sobre a operacionalização das variáveis que o compõem. A partir da reflexão teórica necessária para a elaboração do modelo o autor afirma que "o mercado de trabalho deve ser inserido em um contexto social, no qual variáveis não meritocráticas, como aquelas ligadas ao capital cultural e social de um indivíduo, são valorizadas".
Marcos Castelo e José Luis Felício de Carvalho, no sexto artigo, utilizam a metáfora do "Grande Irmão" para analisar a indústria cultural e os espetáculos organizacionais. De forma criativa e crítica, os autores analisam a cultura de massa, os reality shows e as empresas como produtos e produtores de uma representação social que tem seu foco na hiper-realidade e no espetáculo.
O sétimo artigo deste número é de autoria de Paulo Vicente. O autor apresenta a metodologia da simulação e defende que ela é uma abordagem útil e promissora para a pesquisa em ciências sociais. O texto ainda apresenta dois exemplos interativos: um sobre teoria da complexidade aplicada ao marketing e outro sobre teoria microeconômica.
Controle em novas formas de trabalho é o tema do artigo de Isabel de Sá, o oitavo e último artigo deste número. A autora analisa o teletrabalho a partir de 25 entrevistas com trabalhadores residentes na cidade do Rio de Janeiro e conclui que esta forma de emprego representa um controle à distância por meio da formatação dos sujeitos adequados para o desempenho dos papéis organizacionais.
Duas resenhas bibliográficas completam este primeiro número de 2005 dos Cadernos EBAPE.BR. A primeira é de autoria de Enrique Saravia, professor da EBAPE, sobre o livro "O Barroco Brasileiro e as Políticas Públicas de Preservação do Patrimônio Cultural, de autoria de José Maria Arruda. A segunda resenha foi elaborada por Isabel Cerchiaro, da ESPM-RJ, sobre o livro de autoria de Carlos Lima Silva, intitulado "Licenciamento, Marca e Significado -Marketing de Reconhecimento".
Espero que este primeiro número de 2005 desperte em todos o interesse que espertou em mim, pela qualidade dos trabalhos aqui publicados.
Boa Leitura a todos.
Marcelo Milano Falcão Vieira,
Editor
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
13 Jul 2012 -
Data do Fascículo
Mar 2005