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Morinaka, Eliza Mitiyo. Tradução como política: escritores e tradutores em tempos de guerra (1943-1947). Salvador: EDUFBA, 2020, 326 p.

Morinaka, Eliza Mitiyo. Tradução como política: escritores e tradutores em tempos de guerra (1943-1947). Salvador: EDUFBA, 2020. 326 p.

As traduções de textos literários fazem parte de projetos tradutórios que, por sua vez, contemplam interesses de quem os executa. Esses interesses podem representar desde projetos individuais, no caso de pessoas que traduzem por decisão própria, até instituições, governos ou empresas particulares. Em qualquer um desses casos, tais projetos incluem diferentes etapas, que aqui resumiremos em três: escolha do texto a ser traduzido, tradução e distribuição. No âmbito dos Estudos da tradução, é muito comum a observação crítica desses projetos ou de alguma de suas etapas, mediante pesquisas cujos resultados acrescentam informações importantes para uma melhor compreensão do texto final que chega ao público.

No ano de 2020, a EDUFBA publicou o livro Tradução como política: escritores e tradutores em tempos de guerra (1943-1947), de Eliza Mitiyo Morinaka, que se enquadra neste tipo de estudo. A obra, resultado da pesquisa de doutorado da autora, investiga o projeto tradutório da narrativa de ficção brasileira para os Estados Unidos nos anos 1940, trazendo resultados que revelam parte das estratégias de funcionamento da denominada Política da Boa Vizinhança entre os países americanos em um período tão particular como foi o da Segunda Grande Guerra (1939-1945). Nesse contexto, o país norte-americano, através da criação do Office of the Coordinator of Inter-American Affairs (OCIAA) [Escritório do Coordenador dos Assuntos Interamericanos], procurou administrar as ações de intercâmbio cultural para, assim, assegurar uma inserção efetiva nos países da região.

A autora do trabalho, Eliza Mitiyo Morinaka, cujas pesquisas se concentram na área dos Estudos da tradução, com ênfase no recorte de história da tradução e tradução e política, atualmente é professora e pesquisadora da Universidade Federal da Bahia. Sua formação acadêmica inclui Graduação em Letras pela Universidade Estadual de Londrina, Mestrado em Inglês: Estudos Linguísticos e Literários pela Universidade Federal de Santa Catarina e Doutorado em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Bahia.

O volume aqui resenhado conta com 326 páginas distribuídas, principalmente, em duas grandes partes denominadas Panoramas Literários e Normas Tradutórias, além do Prefácio, as Palavras Iniciais, as Palavras Finais, as Referências Bibliográficas e um Índice Remissivo de Autores, Tradutores e Obras. Antecedem, também, ao Sumário, listas de tabelas, quadros, figuras e abreviaturas, elementos que, como é de se esperar, facilitam o acesso às informações no livro. A Parte I está subdividida em dois grandes capítulos que apresentam, o primeiro, as estratégias utilizadas pela autora para identificar e delimitar as traduções ao inglês das ficções brasileiras realizadas no século XX e, o segundo, o sistema da literatura estadunidense. A Parte II, por sua vez, se debruça sobre o projeto de tradução e observa, minuciosamente, uma parte das obras e suas traduções, tomadas como amostra.

Essa estrutura, resultado da metodologia aplicada na pesquisa, vai do macro ao micro, começando pela contextualização do projeto de tradução e concluindo pelas letras pequenas das escolhas tradutórias. Por sua vez, a delimitação do recorte pesquisado, por ser bem específico, permite o aprofundamento detalhado no projeto. Assim, o/a leitor/a toma contato, em um primeiro momento, com os sistemas literários de partida e de chegada para, a continuação, conhecer a lógica que deu forma à importação literária e, finalmente, se debruçar sobre os textos traduzidos de acordo com a lógica apresentada.

Previamente às partes principais do livro, a autora inclui as Palavras iniciais. Como já foi mencionado, o volume resulta de pesquisa de doutorado, o que faz com que essa primeira seção se configure como uma interessante introdução ao livro. Nela, além do comentário sobre os capítulos posteriores, é possível perceber o que consideramos um dos principais méritos do volume, isto é, a minuciosidade da pesquisa realizada em campo. Como a própria autora explica, o fato de o catálogo principal de consulta sobre as traduções de autores brasileiros nos Estados Unidos, o Brazilian Authors Translated Abroad [Escritores Brasileiros Traduzidos no Exterior], da Biblioteca Nacional, criado na ocasião da Feira do Livro de Frankfurt, acontecida em 1994, já estar desatualizado e, por isso, não ser mais confiável como fonte única, fez com que ela precisasse construir, pesquisando diretamente em outros catálogos físicos e virtuais, um corpus de textos mais robusto e preciso sobre o qual teceu suas considerações.

Ainda nas Palavras Iniciais, a autora apresenta um levantamento bibliográfico de pesquisas que também se debruçaram sobre as relações culturais entre Estados Unidos e Brasil. Esta informação, junto com o restante da pesquisa bibliográfica apresentada ao longo do livro, traçará uma genealogia que, em conjunto com os resultados expostos por Morinaka, completarão um panorama amplo e minucioso das relações entre os dois países na primeira metade do século XX.

Com relação à primeira parte, Panoramas Literários, como já foi mencionado, encontramos nela uma subdivisão interna que atende os sistemas literários brasileiro e estadunidense. Não obstante, nos deparamos, logo no início, com a particularidade de a pesquisa ter sido realizada basicamente em bibliotecas e arquivos digitais dos Estados Unidos. Ou seja, o olhar sobre o corpus literário brasileiro importado, escopo principal da pesquisa, é construído a partir da cultura de chegada, o que dá, à investigação, coerência com a metodologia de análise, que se sustenta nos Estudos Descritivos da Tradução. Assim sendo, a reconstrução minuciosa da bibliografia composta pelos textos brasileiros traduzidos corresponde com o que, até a atualidade, consta nas bibliotecas e catálogos do país do norte.

Ainda no primeiro capítulo desta primeira parte, contamos com vários quadros que contemplam o total da narrativa de ficção brasileira traduzida para o inglês no século XX, detalhando, desde a década de 1920 até a de 1990, autor, título em português, título em inglês, tradutor, editora, ano de publicação em português, ano de publicação em inglês e o nome da biblioteca em que pode ser encontrada a obra. Compõe esta lista um total de 209 títulos.

O segundo capítulo se debruça sobre o sistema literário estadunidense. Adotando como base o conceito de sistema literário proposto por Even-ZoharEven-Zohar, Itamar. Polysystems studies. Durham: Duke University Press, 1990. em sua teoria dos polissistemas, Morinaka desenha um panorama das ficções publicadas naquele país, na década de 1940, procurando o lugar ocupado pelas traduções de textos brasileiros. A respeito, a autora conclui que, uma vez que a literatura traduzida adota as normas do sistema doméstico adequando-se, assim, aos valores que prevalecem nele, os textos brasileiros traduzidos reforçarão a temática do realismo social, preponderante na tradição canônica estadunidense das décadas precedentes. Só que, continua a autora, como característica própria, as mesmas obras introduzirão a temática geográfica, uma vez que as ficções narradas têm, como locus de suas aventuras, o Brasil. Isto, observa ainda, mantém os textos traduzidos no âmbito da “baixa literatura”. Para complementar as informações apresentadas no capítulo, apresenta uma tabela que contém os textos canonizados no sistema receptor, tanto de literatura doméstica quanto de literatura brasileira traduzida, ao longo da década de 1940.

Completam o capítulo informações sobre o mercado editorial estadunidense. Aqui, a autora descreve a situação dessa indústria no contexto da Grande Guerra e do pós-guerra, apresentando tanto informações sobre o aumento na publicação de livros devido às melhorias tecnológicas de distribuição e de divulgação, quanto ao decréscimo do mesmo índice quando comparado ao de décadas anteriores. Essa diminuição, segundo indica, teria acontecido devido à recessão econômica resultante da guerra e à migração dos autores à indústria cinematográfica, promovida pelo crescimento e os bons salários de Hollywood. Ainda neste capítulo, tratando do sistema literário estadunidense da época, Morinaka explica a mudança das preferências do público desse país por livros de não-ficção, especialmente aqueles que tratavam da guerra, da Alemanha e da Ásia, esta última especialmente após acontecido o ataque a Pearl Harbor.

O seguinte capítulo aponta o olhar para o sistema literário brasileiro, com foco na circulação de literatura dos Estados Unidos. A este respeito, a autora apresenta as estratégias que promoveram o consumo dessa literatura em detrimento de outras, como a europeia. Nesse contexto e em disputa com o atrativo das publicações francesas e inglesas, surgem, no Brasil, traduções das revistas Seleções, Em Guarda e Boletim semanal, entre outras, que, direcionadas à classe média brasileira, procuravam ganhar novos leitores através de artigos de temática diversa, muitas vezes resumidos e até simplificados. Em Guarda e Boletim semanal, responsáveis por divulgar as atividades do OCIAA, Office of the Coordinator of Inter-American Affairs [Escritório do Coordenador dos Assuntos Interamericanos], eram, ainda, enviadas de forma gratuita para o Brasil que, por sua vez, as remetiam para outras instituições de interesse, como universidades e bibliotecas públicas.

Encerrando o capítulo, a autora trata da política de tradução estadunidense no Brasil. Explica que, junto às atividades do OCIAA, o principal responsável pela tarefa foi o Consulado Geral dos Estados Unidos, sediado em São Paulo, cujo cônsul entendia a tradução como uma ferramenta através da qual era possível difundir a civilização e a história de seu país nas outras Américas. A este respeito, Morinaka apresenta a seguinte situação, interessante para ilustrar as tensões internas ao próprio projeto: comenta a autora que se, por um lado, o cônsul Cecil M. P. Cross mostrava preocupação pelo que entendia como a má qualidade das traduções que circulavam em português, chegando a solicitar o levantamento de todas as obras de literatura traduzidas até o momento e a contratar uma equipe de especialistas para revisá-las, por outro, um projeto paralelo do OCIAA, encabeçado pelo Dr. Lewis Hanke, diretor da Fundação Hispânica, tencionava a ampla divulgação de livros exportados dos Estados Unidos através de contatos com pessoas do mercado editorial brasileiro, mais preocupado pela quantidade que pela qualidade das edições.

A Parte II do livro, denominada Normas Tradutórias, está dividida em dois grandes capítulos, “O projeto de tradução e seu funcionamento” e “Rastros dos romances sociais”. No primeiro deles, como o nome indica, a autora analisa as primeiras etapas do projeto de tradução da ficção brasileira nos Estados Unidos, onde se configuram as normas preliminares, segundo os Estudos Descritivos da Tradução (Toury, 2000Toury, Gideon. “The nature and role of norms in translation”. In: Venuti, Lawrence (ed.) The Translation Studies reader. London: Routledge, 2000. p. 198-211. e 2012Toury, Gideon. Descriptive Translation Studies – and beyond. 2nd. Ed. Philadelphia: John Benjamins, 2012.). Para isso, observa, por sua vez, as estratégias dos diferentes projetos que visam divulgar a ficção latino-americana no país. Em relação especificamente ao Brasil, a necessidade de produzir uma aproximação e criar um gosto e um hábito por sua literatura demandou um conjunto de ações que incluíram a divulgação de informações e produções através de rádios, jornais, cinema e televisão. Já no que se refere à ficção, o investimento financeiro foi destinado à publicação de artigos sobre autores não só brasileiros, mas latino-americanos, sempre lembrando que o projeto principal dava conta de toda a região. O principal responsável por essa função foi o Professor Huber Herring que, com a produção de duzentos e trinta e seis artigos sobre autores latino-americanos em um período de nove meses, deixou os financiadores do OCIAA satisfeitos.

Outros projetos criados com o mesmo objetivo foram a Exhibit of Latin American books in the US [Exposição de livros latino-americanos nos Estados Unidos], destinado à circulação de livros latino-americanos em universidades e bibliotecas públicas, e o Experiment in stimulation of interest in books on other American countries and inter-american affairs [Experimento para estimular o interesse pelos livros sobre os outros países americanos e as relações interamericanas], proposto pela Division of Inter-American Activities in the US [Divisão de Atividades Inter-americanas nos Estados Unidos] com o objetivo de aumentar o interesse pela leitura de livros sobre assuntos interamericanos. De acordo com a autora, com base no livro de Manuel EspinosaEspinosa, José Manuel. Inter-American beginnings of U.S. cultural diplomacy (1936-1948). Washington, D.C.: Department of State Publications, 1976., Inter-American Beginnings of US Cultural Diplomacy [O Início da Diplomacia Cultural Interamericana dos Estados Unidos], publicado em 1976 pelo Departamento de Estado, responsáveis da Library of Congress e da biblioteca pública de Nova York assessoraram, em conjunto, a seleção de livros estadunidenses que seriam traduzidos ao português e ao espanhol, como também a escolha de livros latino-americanos que deveriam ser traduzidos ao inglês. Esse intercâmbio entre bibliotecas seguiu as diretrizes do OCIAA.

A continuação, aproveitando o título do relatório “O papel do livro nas relações Interamericanas”, elaborado por um conjunto de editoras estadunidenses e então confidencial, a autora aprofunda na descrição do sistema literário latino-americano como importador de traduções de livros dos EUA, sejam estas de literatura ou de textos científicos. Como principais conclusões, menciona as dificuldades encontradas pelos Estados Unidos para aumentar a circulação de seus textos nos países americanos de língua espanhola e portuguesa que, principalmente, traduziam obras da França, Espanha, Alemanha, Itália e Inglaterra. A preferência acontecia por causa do esquema de distribuição bem organizado dos países europeus, que facilitavam a venda por consignação, oferecendo prazos estendidos de pagamento, devolução de mercadorias e preços baixos.

Já sobre a circulação de livros latino-americanos nos Estados Unidos, a autora explica que acontecia, basicamente, através de uma única livraria localizada em Nova York, de nome La Prensa. Esses livros, por não haver um mercado suficientemente amplo de leitores/as de espanhol e português, chegavam ao público traduzidos. No entanto, essas traduções, realizadas por um programa oficial responsável pela América Latina, despertaram reações negativas dos/as leitores/as, o que levou a uma revisão do processo tradutório. A seguinte lista de pontos a serem considerados para a contratação de tradutores de livros técnicos, trazida por Morinaka com base em arquivos do OCIAA, resume as expectativas a respeito:

1. O tradutor deve mostrar-se competente e produzir um texto dentro de um padrão satisfatório, e, se necessário, fazer as adaptações locais, como por exemplo, termos da agricultura; 2. Deve-se garantir uma editora com boa reputação para que se tenha a máxima circulação; 3. A tradução, principalmente de livro científico ou didático, deve ser aprovada por uma comissão de educadores do país do tradutor antes da publicação; 4. A edição deve ser publicada a um preço razoável e no prazo de um ano após o contrato; 5. A editora estadunidense deve garantir a venda do direito à tradução para uma dada língua para somente uma editora; 6. Os royalties ou direitos de tradução podem ser negociados de acordo com o tamanho, o mercado e o interesse do autor; 7. As placas de eletrótipos para as ilustrações podem ser cedidas pela editora dos Estados Unidos por um custo; 8. A editora dos Estados Unidos pode optar sobre os direitos de tradução por meio de uma cotação prévia, que teria a validade de três meses a partir da data da cotação

(Morinaka, 2020Morinaka, Eliza Mitiyo. Tradução como política: escritores e tradutores em tempos de guerra (1943-1947). Salvador: EDUFBA, 2020., p. 196-197).

Com relação às obras de ficção, a autora observa que os/as leitores/as latino-americanos/as conheciam os best-sellers estadunidenses. Porém, a diferença dos/as leitores/as do país do norte, cuja preferência era por romances de mistério e policiais, os/as sul-americanos/as inclinavam-se por histórias de faroeste, sendo que estas já tinham sido as mais lidas nos Estados Unidos em décadas anteriores. Ainda a este respeito, um fator que determinava o consumo de literatura estadunidense na América Latina era que as editoras barateavam os livros traduzidos do inglês. Assim, estes eram escolhidos por estarem em português e serem baratos.

Ainda encerrando esta seção do capítulo, Morinaka explora mais dois tópicos: as atividades culturais relacionadas com a América Latina, desenvolvidas por institutos latino-americanos e em universidades nos Estados Unidos; e o recrutamento e participação de intelectuais estadunidenses e latino-americanos na tarefa de divulgar as Américas.

Finalmente, a Parte II do volume encerra-se com o capítulo “Rastros dos romances sociais”. Aqui, a autora adentra no cotejo das traduções, apontando diferenças e semelhanças entre as obras em português e suas versões em língua inglesa. Também faz um comentário da temática dos três livros traduzidos, analisados por ela neste trabalho, a saber, Caminhos cruzados (1935), de Erico Verissimo, cuja tradução, realizada por Louis C. Kaplan, resultou no título Crossroads (1944); Angústia (1941), de Graciliano Ramos, traduzido também por Kaplan como Anguish (1946) e Terras do sem fim (1943), obra de Jorge Amado que Samuel Putman traduziu sob o título The violent land (1945).

Como resultado da análise e do cotejo, a autora aponta para características dos romances que os fizeram integrar a lista de obras traduzidas, dentre as quais destaca seu caráter político e social, questões que chamavam a atenção dos críticos literários estadunidenses naquele momento. Também menciona outros motivos, como o interesse das editoras pela tradução dos volumes, e cita como exemplo o romance Angústia, que despertou a atenção da Editora Knopf pelo autor brasileiro. Sobre as normas operatórias (Toury, 1995Toury, Gideon. “The nature and role of norms in translation”. In: Venuti, Lawrence (ed.) The Translation Studies reader. London: Routledge, 2000. p. 198-211. e 2012Toury, Gideon. Descriptive Translation Studies – and beyond. 2nd. Ed. Philadelphia: John Benjamins, 2012.) identificadas nas traduções, Morinaka indica que os livros foram traduzidos na íntegra, procurando adequar-se aos textos de partida, porém não sem eliminar cenas de sexo, quando necessário. No entanto, e ainda com relação à crítica social presente nos três romances e muito próxima ao marxismo, a pesquisadora não identificou censura.

Para concluir a resenha deste último capítulo, ressaltamos que as seções de análise das versões em português e inglês apresentam tabelas exemplificando trechos cotejados que acompanham a discussão proposta. Tais tabelas, ao tempo que ilustram as conclusões parciais da autora, enriquecem a leitura da obra, uma vez que permitem um contato direto, mesmo que parcial, com as duas versões de cada romance.

Como conclusão, e considerando os diferentes aspectos do livro levantados ao longo da resenha, entendemos que a obra de Eliza Morinaka resulta de especial interesse para os estudiosos da tradução, mais ainda levando em conta o contexto geopolítico que atravessamos no momento em que este texto é escrito. Sabemos que a pesquisa foi realizada em outro momento e que, inclusive, a publicação do volume também precede o cenário bélico atual. No entanto, em uma conjuntura global de intensa troca de informações, atravessada pela tradução e favorecida pela quase onipresença das novas tecnologias informáticas, conhecer melhor, através de pesquisas de fôlego como a apresentada, os motivos e estratégias traçadas fora dos holofotes pelos diversos agentes que administram essa circulação é uma possibilidade que não podemos desaproveitar.

Referências

  • Espinosa, José Manuel. Inter-American beginnings of U.S. cultural diplomacy (1936-1948) Washington, D.C.: Department of State Publications, 1976.
  • Even-Zohar, Itamar. Polysystems studies Durham: Duke University Press, 1990.
  • Morinaka, Eliza Mitiyo. Tradução como política: escritores e tradutores em tempos de guerra (1943-1947) Salvador: EDUFBA, 2020.
  • Toury, Gideon. “The nature and role of norms in translation”. In: Venuti, Lawrence (ed.) The Translation Studies reader. London: Routledge, 2000. p. 198-211.
  • Toury, Gideon. Descriptive Translation Studies – and beyond 2nd. Ed. Philadelphia: John Benjamins, 2012.

Publication Dates

  • Publication in this collection
    14 Aug 2023
  • Date of issue
    2023

History

  • Received
    14 Aug 2022
  • Accepted
    11 Jan 2023
  • Published
    Feb 2023
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