RESUMO:
Um dos grandes desafios da educação antirracista no Brasil é ser pensada e executada em áreas que se colocam à margem da discussão étnico-racial. O presente ensaio traz reflexões sobre como a educação para as relações étnico-raciais pode ajudar a problematizar as noções de desenvolvimento e progresso (muito íntimas da episteme científica moderna), em aulas de ciências, a partir da análise de casos de conflitos político-territoriais que envolvem comunidades tradicionais e empreendimentos de Estado. Discutimos casos marcantes de conflitos étnico-raciais no Brasil e nos Estados Unidos no que tange à instalação de observatórios, de uma usina hidrelétrica e uma base de lançamento de foguetes, interpretados como elementos de desenvolvimento no contexto do Projeto Moderno e Contemporâneo de Ciência, mas que, alternativamente, resgatam as tensões entre a Tradição e a Razão Científica. Argumentamos do ponto de vista histórico, filosófico e epistemológico, buscando justificar e fomentar a discussão e a execução das Leis 10.639, 11.645 e das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na educação em ciências, nos ensinos básico e superior.
Palavras-chave:
Ensino e Divulgação de Astronomia e de Física; ERER; Educação Escolar Quilombola; Leis 10.639/11.645 e Racismo