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Espessura e excursão diafragmática em recém-nascidos usando ultrassonografia cinesiológica do diafragma: um estudo observacional

Resumo

Introdução

O estudo do músculo diafragma tem des-pertado o interesse dos fisioterapeutas que trabalham com ultrassonografia cinesiológica. Ainda pouco explo-rado, contudo, seus achados podem contribuir para a prática clínica dos pacientes internados em unidades de terapia intensiva neonatal (UTIN).

Objetivo

Mensurar a excursão e o espessamento diafragmático e descrever as medidas entre recém-nascidos prematuros e a termo.

Métodos

Realizou-se ultrassonografia cinesiológica diafragmática em recém-nascidos internados em UTIN, posicionados em supino em seu próprio leito, no sexto dia de vida. Foram realizadas três medidas repetidas do mesmo ciclo respiratório, tanto da excursão quanto do espessamento diafragmático.

Resultados

Participaram do estudo 37 recém-nascidos, dos quais 25 eram pre-maturos. O peso no momento da coleta foi de 2.307,0 ± 672,76 gramas e a idade gestacional foi de 35,7 ± 3,3 semanas. A excursão diafragmática aumentou de acordo com o aumento da idade gestacional (p = 0,01; df = 0,21). A espessura variou entre 0,10 e 0,16 cm durante a inspiração nos prematuros e entre 0,11 e 0,19 cm nos nascidos a termo (p = 0,17; df = 0,35).

Conclusão

Houve correlação positiva entre a excursão diafragmá-tica e a idade gestacional. Não observou-se diferença estatisticamente significativa das medidas de excursão e de espessamento diafragmático inspiratório entre recém-nascidos prematuros e recém-nascidos a termo, embora apontando para maiores medidas neste último grupo.

Diafragma; Unidade de Terapia Intensiva Neonatal; Recém-nascido; Fisioterapia; Ultrassonografia

Abstract

Introduction

The study of the diaphragm muscle has aroused the interest of physiotherapists who work with kinesiological ultrasonography, but still little explored; however, its findings can contribute to the clinical practice of hospitalized patients in neonatal intensive care units.

Objective

To measure the excursion and thickening of the diaphragm and describe measurements among neonates, preterm, and full-term.

Methods

Diaphragmatic kinesiological ultrasonography was performed on hospitalized newborns, in Neonatal Unit Care Unit, placed in supine position in their own bed, on the sixth day of life. Three repeated measurements of the same respiratory cycle were made, both for excursion and for diaphragmatic thickening.

Results

37 newborns participated in the study and 25 were premature. The mean weight at the time of collection was 2,307.0 ± 672.76 grams and the gestational age was 35.7 ± 3.3 weeks. Diaphragmatic excursion increased with increasing gestational age (p = 0.01, df = 0.21) in term infants (p = 0.17, df = 0.35).

Conclusion

There was a positive correlation between diaphragmatic excursion and gestational age. There was no statistically significant difference in the measurements of excursion and inspiratory diaphragm thickening between preterm and term newborns, although pointing to higher measurements in the latter group.

Diaphragm; Neonatal Intensive Care Unit; Newborn; Physiotherapy; Ultrasonography

Introdução

A funcionalidade do diafragma está relacionada aos volumes pulmonares mobilizados em cada ciclo respiratório.11. Olive Vetrugno L, Guadagnin GM, Barbariol F, Langiano N, Zangrillo A, Bove T. Ultrasound imaging for diaphragm dysfunction: a narrative literature review. J Cardiothorac Vasc Anesth. 2019;33(9):2525-36. Full text link https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1053077019300035
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Os recém-nascidos prematuros apresen-tam características anatômicas e fisiológicas distintas em comparação aos bebês nascidos a termo e aos lactentes.22. Baguma-Nibasheka M, Gugic D, Saraga-Babic M, Kablar B. Role of skeletal muscle in lung development. Histol Histopathol. 2012;27(7):817-26. Full text link https://www.hh.um.es/Abstracts/Vol_27/27_7/27_7_817.htm
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Em relação à anatomia, quando comparados com adultos, o tórax de recém-nascidos prematuros apresenta uma forma mais arredondada, pois o diâmetro anteroposterior e transversal tem dimensões simila-res, resultando em um tórax com formato cilíndrico, com menor capacidade de expansão. Consequentemente,as costelas são horizontalizadas e os músculos inter-costais são mais fracos, o que dificulta o trabalho muscular.33. Dassios T, Vervenioti A, Dimitriou G. Respiratory muscle function in the newborn: a narrative review. Pediatr Res. 2022; 91(4):795-803. DOI https://doi.org/10.1038/s41390-021-01529-z
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Essa constituição anatômica faz com que o diafragma neonatal seja morfologicamente achatado e fixado à parede do tórax em um ângulo maior, resultando em uma menor área de aposição e amplitude de deslocamento do diafragma, o que reduz a capacidade de gerar força durante o processo respiratório. Essa limitação mecânica pode levar a distorções durante o trabalho respiratório do recém-nascido prematuro.33. Dassios T, Vervenioti A, Dimitriou G. Respiratory muscle function in the newborn: a narrative review. Pediatr Res. 2022; 91(4):795-803. DOI https://doi.org/10.1038/s41390-021-01529-z
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O diafragma, como principal músculo da respiração, é alvo de tratamentos fisioterapêuticos, uma vez que sua contração muscular amplia a caixa torácica durante a inspiração e promove o aumento dos volumes pulmo-nares mobilizados.44. Shetty N, Samuel SR, Alaparthi GK, Amaravadi SK, Joshua AM, Pai S. Comparison of diaphragmatic breathing exercises, volume, and flow-oriented incentive spirometry on respiratory function in stroke subjects: a non-randomized study. Ann Neurosci. 2020;27(3-4):232-41. DOI https://doi.org/10.1177/0972753121990193
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,55. De Troyer A. Respiratory effect of the lower rib displacement produced by the diaphragm. J Appl Physiol (1985). 2012;112(4): 529-34. DOI https://doi.org/10.1152/japplphysiol.01067.2011
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Para avaliar o diafragma, algumas técnicas podem ser utilizadas além da ultrassonografia, como a ressonância nuclear magnética e a tomografia computadorizada.66. Silva PE, Carvalho KL, Melo L, Vieira L. Ultrassonografia musculoesquelética — Bases teóricas para avaliação da arqui-tetura muscular em pacientes criticamente enfermos. Profisio. 2018;ciclo8 (vol 4):73-120. Full text link https://tinyurl.com/3yet2zrh
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Inicialmente, as avaliações diafragmáticas por ul-trassonografia foram desenvolvidas para a população adulta e foram adaptadas para recém-nascidos.77. Boussuges A, Rives S, Finance J, Brégeon F. Assessment of diaphragmatic function by ultrasonography: Current approach and perspectives. World J Clin Cases. 2020;8(12):2408-24. DOI https://doi.org/10.12998/wjcc.v8.i12.2408
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É uma técnica não invasiva, livre de radiação, que pode ser utilizada por fisioterapeutas,88. Brasil. Liminar Justiça Federal. Seção Judiciária do Distrito Federal. 2021 [cited 2023 Jul 29]. Available from: http://tinyurl.com/yc7sybmy
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de fácil utilização à beira do leito, fornecendo informações do funcionamento da bomba muscular respiratória.33. Dassios T, Vervenioti A, Dimitriou G. Respiratory muscle function in the newborn: a narrative review. Pediatr Res. 2022; 91(4):795-803. DOI https://doi.org/10.1038/s41390-021-01529-z
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,99. Tuinman PR, Jonkman AH, Dres M, Shi ZH, Goligher EC, Goffi A, et al. Respiratory muscle ultrasonography: methodology, basic and advanced principles and clinical applications in ICU and ED patients-a narrative review. Intensive Care Med. 2020; 46(4):594-605. DOI https://doi.org/10.1007/s00134-019-05892-8
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A ultrassonografia com doppler colorido permite avaliar a excursão e o encurtamento deste músculo, e esta avaliação da fun-cionalidade está relacionada aos volumes pulmonares mobilizados em cada ciclo respiratório.11. Olive Vetrugno L, Guadagnin GM, Barbariol F, Langiano N, Zangrillo A, Bove T. Ultrasound imaging for diaphragm dysfunction: a narrative literature review. J Cardiothorac Vasc Anesth. 2019;33(9):2525-36. Full text link https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1053077019300035
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,1010. Rea G, Sperandeo M, Di Serafino M, Vallone G, Tomà P. Neonatal and pediatric thoracic ultrasonography. J Ultrasound. 2019;22(2):121-30. DOI https://doi.org/10.1007/s40477-019-00357-6
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Em crianças, a avaliação diafragmática apresentou correlação positiva com a pressão inspiratória máxima.1111. Ho S, Rock K, Addison O, Marchese V. Relationships between diaphragm ultrasound, spirometry, and respiratory mouth pressures in children. Respir Physiol Neurobiol. 2022; 305:103950. DOI https://doi.org/10.1016/j.resp.2022.103950
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Enquanto na população adulta1212. Llamas-Álvarez AM, Tenza-Lozano EM, Latour-Pérez J. Diaphragm and lung ultrasound to predict weaning outcome: systematic review and meta-analysis. Chest. 2017;152(6):1140-50. DOI https://doi.org/10.1016/j.chest.2017.08.028
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e pediátrica1313. Xue Y, Zhang Z, Sheng CQ, Li YM, Jia FY. The predictive value of diaphragm ultrasound for weaning outcomes in critically ill children. BMC Pulm Med. 2019;19(1):270. DOI https://doi.org/10.1186/s12890-019-1034-0
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os valores da espessura e excursão, medidos por ultrassonografia cinesiológica diafragmática, são bem conheci-dos e fornecem para a equipe subsídios que norteiam os processos de desmame e extubação,1414. Sklar MC, Dres M, Fan E, Rubenfeld GD, Scales DC, Herridge MS, et al. Association of low baseline diaphragm muscle mass with prolonged mechanical ventilation and mortality among critically Ill adults. JAMA Netw Open. 2020;3(2):e1921520. DOI https://doi.org/10.1001/jamanetworkopen.2019.21520
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15. Duyndam A, Smit J, Houmes RJ, Heunks L, Molinger J, IJland M, et al. No association between thickening fraction of the diaphragm and extubation success in ventilated children. Front Pediatr. 2023;11:1147309. DOI https://doi.org/10.3389/fped.2023.1147309
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16. Parada-Gereda HM, Tibaduiza AL, Rico-Mendoza A, Molano-Franco D, Nieto VH, Arias-Ortiz WA, et al. Effectiveness of diaphragmatic ultrasound as a predictor of successful weaning from mechanical ventilation: a systematic review and meta-analysis. Crit Care. 2023;27(1):174. DOI https://doi.org/10.1186/s13054-023-04430-9
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-1717. Valverde Montoro D, García Soler P, Hernández Yuste A, Camacho Alonso JM. Ultrasound assessment of ventilator-induced diaphragmatic dysfunction in mechanically ventilated pediatric patients. Paediatr Respir Rev. 2021;40:58-64. DOI https://doi.org/10.1016/j.prrv.2020.12.002
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na população neonatal, com características fisiológicas específicas e variáveis conforme a idade gestacional, estes valores estão ainda sendo investigados.1818. Rehan VK, McCool FD. Diaphragm dimensions of the healthy term infant. Acta Paediatr. 2003;92(9):1062-7. DOI https://doi.org/10.1111/j.1651-2227.2003.tb02578.x
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,1919. Kurepa D, Zaghloul N, Watkins L, Liu J. Neonatal lung ultrasound exam guidelines. J Perinatol. 2018;38(1):11-22. DOI https://doi.org/10.1038/jp.2017.140
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Estabelecer valores relacionados à mobilidade e encurtamento diafragmático na população neonatal para facilitar tomadas de decisão ainda é um desafio.1818. Rehan VK, McCool FD. Diaphragm dimensions of the healthy term infant. Acta Paediatr. 2003;92(9):1062-7. DOI https://doi.org/10.1111/j.1651-2227.2003.tb02578.x
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Desta forma, o objetivo deste estudo é avaliar a excursão e o espessamento diafragmático em recém-nascidos a termo e prematuros.

Métodos

Trata-se de um estudo observacional transversal, con-duzido em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) terciária no sul do Brasil, no período de junho a agosto de 2021. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, número 36202920.2.0000.0096) e registrado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (protocolo RBR-6vnftw).

A amostragem, realizada por conveniência, foi estimada considerando erro do tipo I de 5%, erro do tipo II de 15%, três níveis, calculando o tamanho do efeito de 0,25 mm, indicando amostra mínima de 10 casos em cada grupo. Foram incluídos todos os recém-nascidos clinicamente estáveis, no sexto dia de vida,em ar ambiente ou recebendo modalidades de oxigê-nio suplementar não invasivo (cateter nasal). Foram ex-cluídos aqueles com malformação do sistema nervoso central, em isolamento respiratório, com drenos torá-cicos ou cirurgias torácicas ou abdominais, hemorragia pulmonar, hérnia diafragmática, hipertensão pulmonar grave, pneumotórax não drenado, plaquetopenia, on-falocele ou gastrosquise ainda não corrigidas. Foram coletados dados demográficos (idade gestacional, sexo e peso ao nascimento) e antropométricos (medidas de comprimento e circunferência cefálica, torácica e abdominal).

Para a realização da ultrassonografia diafragmática, os recém-nascidos foram colocados em decúbito dorsal em sua própria incubadora, com a cabeça posicionada em linha média. Utilizou-se o equipamento SonoSite M-turbo® (Gorham St., Canadá), com transdutor de 5 MHz para a avaliação das excursões diafragmáticas e transdutor de 10 MHz para a medida da espessura dia-fragmática. O transdutor foi direcionado medialmente cefálico, de modo a manter o feixe de ultrassom per-pendicularmente ao terço posterior do hemidiafragma direito, na região subcostal. O modo 2D foi usado para visualizar e obter a melhor abordagem, com o fígado servindo como uma janela acústica à direita, para selecionar a linha de exploração. O modo M foi usado para exibir e medir a amplitude da excursão diafragmática craniocaudal durante a inspiração e expiração. Para a medida da espessura do diafragma, o transdutor foi posicionado na linha axilar, na zona de aposição do diafragma, entre o 8º e 11º espaço inter-costal (Figura 1). Os valores de três ciclos respiratórios consecutivos foram registrados.99. Tuinman PR, Jonkman AH, Dres M, Shi ZH, Goligher EC, Goffi A, et al. Respiratory muscle ultrasonography: methodology, basic and advanced principles and clinical applications in ICU and ED patients-a narrative review. Intensive Care Med. 2020; 46(4):594-605. DOI https://doi.org/10.1007/s00134-019-05892-8
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,2020. Lippi IS, Mendes JT, Orsini M, Costa CA, Tavares SG, Trajano ETL, et al. Ultrassonografia diafragmática como ferramenta de avaliação no desmame da ventilação mecânica Diaphragmatic ultrasound as assessment tool for mechanical ventilation weaning. Fisioter Bras. 2019;20(4):570-7. Full text link https://docs.bvsalud.org/biblioref/2021/07/1281619/ultrassonografia-diafragmatica-como-ferramenta-de-avaliacao-no_bt2LGYv.pdf
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,2121. Zeitoune R, Koifman ACB, Fong MS, Mogami R. Ultrasound evaluation of diaphragmatic dysfunction. Radiol Bras. 2017; 50(6):410-1. DOI https://doi.org/10.1590/0100-3984.2016.0072
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Os valores de ex-cursão e espessamento são dados em centímetros.

Figura 1
Posição do transdutor e imagens obtidas da excursão (A) e da espessura (B) do diafragma.

Todos os exames foram realizados em recém-nas-cidos eupneicos após uma hora da alimentação, com monitorização dos dados vitais. As avaliações foram sempre realizadas pelo fisioterapeuta pesquisador, que foi previamente treinado, acompanhado pelo orientador cardiologista.

Análise estatística

As variáveis contínuas estão apresentadas como média aritmética e desvio padrão para aquelas de dis-tribuição normal, e mediana e intervalo interquartílico (25-75%) para as de distribuição assimétrica. O teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para avaliar a normalidade da distribuição. As variáveis categóricas estão apresen-tadas em frequência absoluta e relativa. Para obter a média das medidas mais ajustadas, as três medidas do diafragma foram avaliadas quanto às suas diferenças pelo método de Bland-Altman (que avalia o grau de diferença e de concordância entre as medidas), teste t para uma amostra (que verifica se as diferenças entre as medidas são diferentes de zero) e coeficiente de concordância de Lin (que verifica a reprodutibilidade das medidas, com o valor de 1 indicando concordância máxima). A decisão de quais medidas utilizar para cal-cular a média foi tomada com base nas três avaliações, com prioridade para o coeficiente de concordância de Lin.2222. Altman DG. Practical statistics for medical research. 1st ed. New York: Chapman and Hall/CRC; 1990. 624 p. Full text link https://www.taylorfrancis.com/books/mono/10.1201/9780429258589/practical-statistics-medical-research-douglas-altman
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O teste t Student foi aplicado para estimar possí-veis diferenças entre variáveis contínuas de distribuição simétrica, enquanto para as de distribuição assimétrica foram aplicados o teste de Mann-Whitney e Anova de Kruskal-Wallis com teste post-hoc de Wilcoxon. As variá-veis categóricas foram estudadas pelos testes exato de Fisher e qui-quadrado de Pearson na dependência das tabelas de contingência. A correlação de Spearman foi utilizada para avaliar a associação entre as medidas diafragmáticas e a idade gestacional. Para todos os tes-tes considerou-se nível de significância de 5% (StatSoft Power Solutions®, Inc., Palo Alto, California, EUA).

Resultados

Constituíram a amostra do estudo 37 recém-nasci-dos, sendo 25 prematuros e 12 nascidos a termo. A dis-tribuição da idade gestacional, sexo, peso e a relação entre peso e altura em cada grupo estão descritas na Tabela 1. Os recém-nascidos internados que partici-param do estudo tinham como diagnóstico clínico síndrome do desconforto respiratório do recém-nascido, apneia e taquipneia transitória do recém-nascido. A idade materna foi semelhante em ambos os grupos, tendo média de 29,4 ± 6,8 no grupo de prematuros e de 29,7 ± 7,9 entre os recém-nascidos a termo (p = 0,92).

Tabela 1
Características dos recém-nascidos participantes do estudo

A Figura 2 ilustra a correlação entre a idade gesta-cional no momento do exame ultrassonográfico e a excursão diafragmática (r = 0,43). Este coeficiente de correlação foi ainda mais expressivo quando foram estudados somente os recém-nascidos do sexo feminino (r = 0,57). Correlação positiva semelhante foi observada entre a excursão diafragmática e as medidas de peso de nascimento (r = 0,42), perímetro cefálico (r = 0,51), perímetro torácico (r = 0,41), perímetro abdominal (r = 0,45) e comprimento (r = 0,46).

Figura 2
Correlação entre a medida de excursão diafragmática (mm) e a idade gestacional ao exame ultrassonográfico

Quando os recém-nascidos foram estratificados con-forme a idade gestacional corrigida no momento do exa-me ultrassonográfico (<34 semanas, >34<37 semanas nas e >37 semanas), observou-se maior excursão diafragmática quanto maior a categoria de idade gestacional (Tabela 2).

Tabela 2
Medidas de excursão e espessamento do diafragma de acordo com as categorias de idade gestacional

Observou-se maior espessamento diafragmático na inspiração, comparada à expiração, tanto em recém-nascidos prematuros quanto em recém-nascidos a termo (p < 0,001) (Figura 3).

Figura 3
Espessamento diafragmático (mm) na inspi-ração e expiração de acordo com os grupos de recém-nascidos prematuros e a termo.

Discussão

O exame de ultrassonografia diafragmática indicou maior excursão diafragmática na inspiração independen-temente da idade gestacional, aumentando de modo diretamente proporcional com a idade gestacional, com maior força de associação no sexo feminino.

As medidas da excursão e espessura diafragmática à beira-leito possibilitam a avaliação da carga de trabalho no sistema respiratório e auxiliam o diagnóstico de pare-sias e fraquezas musculares.2323. El-Mogy M, El-Halaby H, Attia G, Abdel-Hady H. Comparative study of the effects of continuous positive airway pressure and nasal high-flow therapy on diaphragmatic dimensions in preterm infants. Am J Perinatol. 2018;35(5):448-54. DOI https://doi.org/10.1055/s-0037-1608682
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A espessura do hemidia-fragma direito também está relacionada com o grau de ativação contrátil do músculo durante a ventilação, de modo que esta técnica pode ser utilizada na população adulta para avaliar a atrofia do diafragma.2424. Roussos C, Macklem PT. The respiratory muscles. N Engl J Med. 1982;307(13):786-97. DOI http://doi.org/10.1056/NEJM198209233071304
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Rehan e McCool1818. Rehan VK, McCool FD. Diaphragm dimensions of the healthy term infant. Acta Paediatr. 2003;92(9):1062-7. DOI https://doi.org/10.1111/j.1651-2227.2003.tb02578.x
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mensuraram o diafragma em um grupo de 34 recém-nascidos prematuros e observaram maior espessura do diafragma conforme as maiores medidas de peso, perímetro cefálico e comprimento dos recém-nascidos, sem associação, entretanto, com a idade gestacional. No presente estudo, observou-se correlação entre as medidas corporais e a excursão diafragmática, mas sem diferença no espessamento diafragmático entre recém-nascidos prematuros e a termo. Alonso-Ojembarrena e Oulego-Erroz2525. Alonso-Ojembarrena A, Oulego-Erroz I. How to improve precision and reliability of diaphragm ultrasonographic mea-surements in newborns. Eur J Pediatr. 2021;180(4):1323-4. DOI https://doi.org/10.1007/s00431-020-03873-4
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também observaram maior espessura do diafragma em recém-nascidos a termo, sem diferença na fração de encurta-mento na comparação com recém-nascidos prematuros.

Não há dúvida de que a ultrassonografia diafrag-mática pode ser uma ferramenta útil para avaliar a fun-ção diafragmática, tendo inúmeras vantagens sobre outras técnicas (não é invasiva, não emprega radiação ionizante, é reprodutível, de fácil aplicação, de baixo custo e aplicável a diferentes contextos clínicos77. Boussuges A, Rives S, Finance J, Brégeon F. Assessment of diaphragmatic function by ultrasonography: Current approach and perspectives. World J Clin Cases. 2020;8(12):2408-24. DOI https://doi.org/10.12998/wjcc.v8.i12.2408
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), en-tretanto, ainda não faz parte do arsenal de investigação e de apoio terapêutico na prática diária.

Algumas das razões para isso incluem a falta de reconhecimento do comprometimento diafragmático em muitas situações clínicas e a falta de domínio técnico. A curva de aprendizado no treinamento com ultrassonografia diafragmática é acentuada, indicando que médicos e fisioterapeutas devidamente treinados e dedicados à assistência clínica podem obter domínio e boa acurácia na avaliação ultrassonográfica do diafragma.2626. Santana PV, Cardenas LZ, Albuquerque ALP, Carvalho CRR, Caruso P. Ultrassonografia diafragmática: uma revisão de seus aspectos metodológicos e usos clínicos. J Bras Pneumol. 2020; 46(6):e20200064. DOI https://dx.doi.org/10.36416/1806-3756/e20200064
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Nos EUA, desde 1980 os fisioterapeutas utilizam a ultrassonografia para pesquisas e práticas clínicas que envolvam tecidos musculares, tendões e ligamentos.2727. Smith M, Hayward S, Innes S. A proposed framework for point of care lung ultrasound by respiratory physiotherapists: scope of practice, education and governance. Ultrasound J. 2022;14(1):24. DOI https://doi.org/10.1186/s13089-022-00266-6
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No Brasil, os órgãos reguladores passaram a permitir que fisioterapeutas operem equipamentos de ultrasso-nografia com a finalidade de pesquisa, bem como de estabelecer diagnósticos funcionais para orientar o tratamento e prognostico fisioterapêutico, a partir de 2021.77. Boussuges A, Rives S, Finance J, Brégeon F. Assessment of diaphragmatic function by ultrasonography: Current approach and perspectives. World J Clin Cases. 2020;8(12):2408-24. DOI https://doi.org/10.12998/wjcc.v8.i12.2408
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A ultrassonografia torácica, com a finalidade de avaliação pulmonar e/ou diafragmática, pode ser um grande fator de avanço na assistência respiratória.2727. Smith M, Hayward S, Innes S. A proposed framework for point of care lung ultrasound by respiratory physiotherapists: scope of practice, education and governance. Ultrasound J. 2022;14(1):24. DOI https://doi.org/10.1186/s13089-022-00266-6
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A ultrassonografia é, sem dúvida, um exame com componente avaliador-dependente, que necessita de aprendizagem direcionada,2828. Fadel NB, Pulgar L, Khurshid F. Point of care ultrasound (POCUS) in Canadian neonatal intensive care units (NICUs): where are we? J Ultrasound. 2019;22(2):201-6. DOI https://doi.org/10.1007/s40477-019-00383-4
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mas cujo treinamento, com algoritmos validados de tomadas de decisão,2929. Hayward S, Duncan C. Physiotherapists use of lung ultrasound during the COVID-19 pandemic. A practical guideline on supporting acute hospital colleagues. Plus Physiotherapy Lung Ultrasound; 2020 [cited 2023 Aug 14]. Available from: http://tinyurl.com/4xxnfk64
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pode torná-la um complemento valioso para avaliar e nortear o tratamento mais eficaz ao recém-nascido prematuro internado em terapia intensiva,1919. Kurepa D, Zaghloul N, Watkins L, Liu J. Neonatal lung ultrasound exam guidelines. J Perinatol. 2018;38(1):11-22. DOI https://doi.org/10.1038/jp.2017.140
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pois sabe-se que a funcionalidade do diafragma está relacionada direta-mente com os volumes pulmonares mobilizados em cada ciclo respiratório.11. Olive Vetrugno L, Guadagnin GM, Barbariol F, Langiano N, Zangrillo A, Bove T. Ultrasound imaging for diaphragm dysfunction: a narrative literature review. J Cardiothorac Vasc Anesth. 2019;33(9):2525-36. Full text link https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1053077019300035
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Em indivíduos adultos saudáveis, a avaliação da função e força de contração do diafragma realizada por fisioterapeutas indica que existe boa correlação entre a função do diafragma, amplitude de excursão e espessamento, com a força testada por meio da espirometria.3030. Cardenas LZ, Santana PV, Caruso P, Carvalho CRR, Albuquerque ALP. Diaphragmatic ultrasound correlates with inspiratory muscle strength and pulmonary function in healthy subjects. Ultrasound Med Biol. 2018;44(4):786-93. DOI https://doi.org/10.1016/j.ultrasmedbio.2017.11.020
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,3131. Di Polito A, Del Vecchio A, Tana M, Papacci P, Vento AL, Campagnola B, et al. Effects of early respiratory physiotherapy on spontaneous respiratory activity of preterm infants: study protocol for a randomized controlled trial. Trials. 2021;22(1):492. DOI https://doi.org/10.1186/s13063-021-05446-8
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O presente estudo é mais uma contri-buição para o melhor entendimento das medidas do diafragma em recém-nascidos em terapia intensiva. O erro do tipo II, em função do tamanho da amostra, especialmente nas análises realizadas de acordo com as categorias de idade gestacional, consiste em uma limitação na interpretação dos resultados obtidos. Assim, embora não tenha sido encontrada diferença estatisticamente significativa entre recém-nascidos prematuros e a termo, os valores de p entre 0,08 e 0,17, localizados na área considerada por muitos como de incerteza estatística,3232. Greenland S, Senn SJ, Rothman KJ, Carlin JB, Poole C, Goodman SN, et al. Statistical tests, P values, confidence intervals, and power: a guide to misinterpretations. Eur J Epidemiol. 2016;31(4):337-50. DOI https://doi.org/10.1007/s10654-016-0149-3
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apontam para maiores valores entre os recém-nascidos a termo e indicam que mais estudos devem ser realizados para definir valores de referência das dimensões diafragmáticas em recém-nascidos.

Conclusão

Houve correlação positiva entre a excursão diafrag-mática e a idade gestacional, além de correlação positiva também associada às medidas corporais de peso ao nascimento, comprimento, perímetro cefálico, torácico e abdominal, sugerindo que as dimensões diafragmáticas acompanham o crescimento. Não observou-se diferença estatisticamente significativa das medidas de excursão e de espessamento diafragmático inspiratório e expiratório entre recém-nascidos prematuros e a termo, porém apontando para maiores medidas neste último grupo.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    12 Fev 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    26 Fev 2023
  • Revisado
    14 Dez 2023
  • Aceito
    20 Dez 2023
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