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Um acerto de contas entre Latour e a semiótica?

PEVERINI, P. Inchiesta sulle reti di senso:. Bruno Latour nella svolta semiotica. Milano: Meltemi, 2023. 192 p.

Resumo

A semiótica é um campo de estudo frequentemente visitado por outras disciplinas. Um dos pesquisadores que retoma conceitos semióticos e que encontrou mais visibilidade e repercussão nas ciências humanas e sociais é, sem dúvida, Bruno Latour, sociólogo francês responsável, entre outras coisas, por análises do discurso científico e pelo desenvolvimento da teoria ator-rede. O livro Inchiesta sulle reti di senso: Bruno Latour nella svolta semiotica, escrito por Paolo Peverini, propõe justamente evidenciar possíveis correlações entre a teoria semiótica e a produção de Latour. A missão a que se propõe a publicação, na verdade, é dupla: se, de um lado, pretende explicitar como conceitos semióticos elaborados inicialmente por Algirdas Julien Greimas e seus colaboradores foram retomados nas investigações de Latour, reatribuindo a eles seu devido crédito, de outro lado pretende também abrir novas possibilidades investigativas no próprio campo da semiótica, ao imaginar como temas discutidos por Latour podem impactar desenvolvimentos futuros dos trabalhos semióticos.

Palavras-chave
Bruno Latour; semiótica; discurso científico; enunciação; teoria ator-rede

Abstract

Semiotics is a field of study which is frequently visited by other disciplines. One of the researchers who assumes semiotic concepts and who has found great visibility and repercussions in human and social sciences is undoubtedly Bruno Latour, a French sociologist, responsible, among other things, for analyzing scientific discourse and for developing the actor-network theory. The book Inchiesta sulle reti di senso: Bruno Latour nella svolta semiotica, written by Paolo Peverini, proposes precisely to highlight possible correlations between semiotic theory and Latour’s work. The mission assumed by this publication is actually double: if, on one hand, it intends to clarify how semiotic concepts initially elaborated by Algirdas Julien Greimas and his collaborators were retaken in Latour’s investigations, giving back to them their due credit, on the other hand, it also intends to open new investigative possibilities in the field of Semiotics itself, by imagining how themes discussed by Latour can impact future developments of semiotic studies.

Keywords
Bruno Latour; semiotics; scientific discourse; enunciation; actornetwork theory

A semiótica é um campo que se propõe aberto à interdisciplinaridade, sendo frequentemente visitado por pesquisadores de áreas vizinhas. A própria construção da teoria semiótica, conforme sua elaboração em vertente discursiva, nasce de uma pesquisa fortemente apoiada nas contribuições da linguística, antropologia, fenomenologia e narratologia, ou seja, nasce de uma aproximação de disciplinas diversas. Seu criador, Algirdas Julien Greimas, já imaginava a semiótica como uma teoria que forneceria subsídio para outros campos de conhecimento, ou seja, pensava que a disciplina semiótica deveria cumprir uma “função ancilar ― a mais nobre ―, contribuindo para a constituição das ciências sociais” (GREIMAS, 1984GREIMAS, A. J. Pragmatique et sémiotique. Actes Sémiotiques - Documents, v. 50, 1984., p. 7, tradução nossa).

Um dos projetos teóricos que retoma conceitos semióticos e que encontrou mais visibilidade e repercussão nas ciências humanas e sociais é, sem dúvida, aquele levado a cabo por Bruno Latour, sociólogo francês responsável, entre outras coisas, por análises do discurso científico e pelo desenvolvimento da teoria ator-rede. Ao longo de sua formação, e especialmente na década de 1970, Latour participou do Groupe de Recherches Sémio-Linguistique de Greimas, em Paris, colaborando com alguns de seus participantes. Trabalhou sobre o tema do discurso científico com Paolo Fabbri, por exemplo, e dialogou com Françoise Bastide, de modo que tinha amplo conhecimento da teoria semiótica. Muito da sua própria proposta teórica baseia-se em conceitos semióticos, como sua interpretação da noção de actante, para citar apenas um ponto evidente de conexão.

Bruno Latour teve grande repercussão não apenas nas áreas dos estudos sociais e da sociologia da ciência, mas também do marketing, da administração e da comunicação. Entretanto, muitos dos que leem hoje a sua obra não parecem conhecer essa conexão entre o autor e a semiótica, por vezes surpreendendo-se ao descobrir que o sociólogo francês já fizera parte do grupo de semioticistas greimasianos. E, entre os semioticistas, há também aqueles que criticam uma possível falta de reconhecimento de Latour perante o campo semiótico. Veja-se, por exemplo, o comentário de Eric Landowski sobre a incorporação do vocabulário semiótico na produção latouriana:

E o fato de que este grande adepto de todas as formas de hibridização tenha logo incorporado às suas reflexões um vocabulário que nos é familiar ― actante, ator, modo de existência, enunciação, programa, prova etc. ―, longe de facilitar a compreensão, mais facilitou a confusão, visto que os conceitos analíticos precisos que designam esses metatermos se transformaram, sob sua pena, em noções reelaboradas para seu próprio uso, isto é, a serviço de uma abordagem que em seu conjunto tem muito pouco a ver com o método semiótico que praticamos

(LANDOWSKI et alii, 2023LANDOWSKI, E. et alii. Profession : sémioticiens. II. Import/export en 2023. Acta Semiotica, III, 5, p. 247-264, 2023., p. 248, tradução nossa).

O livro de que tratamos a seguir se propõe justamente como uma tentativa de esclarecimento de alguns desses mal-entendidos e de explicitação de possíveis correlações entre a teoria semiótica e a produção de Bruno Latour.

Inchiesta sulle reti di senso: Bruno Latour nella svolta semiotica [Investigação sobre redes de sentido: Bruno Latour na virada semiótica] é a obra lançada em 2023 por Paolo Peverini que propõe um acerto de contas entre Latour e a semiótica.

Peverini é semioticista, professor na Libera Università Internazionale degli Studi Sociali (LUISS), em Roma, e vem estudando há algum tempo a obra de Latour. Assim como outros semioticistas italianos que vêm se dedicando à leitura e a uma redescoberta das propostas de Bruno Latour (para citar somente alguns: Gianfranco Marrone, Dario Mangano, Franciscu Sedda), Peverini também acredita que, ainda que o sociólogo francês não desenvolva uma pesquisa propriamente semiótica, ele propõe ideias que poderiam estimular reflexões interessantes para a semiótica. Esse livro é o resultado de sua pesquisa e reflexão nos últimos cinco anos de trabalho e visa identificar correlações entre a teoria semiótica e a proposta latouriana.

Conforme o próprio autor argumenta, o trabalho nasce com o objetivo de evidenciar “uma ligação nunca interrompida com a perspectiva semiótica sobre fenômenos sociais”, tentando identificar, conectar e relançar, com base na obra de Latour, “as razões de um diálogo tanto vivo quanto profícuo e que, entretanto, ainda hoje, com vários anos de distância, surge como pouco reconhecido, em primeiro lugar no âmbito das ciências sociais” (PEVERINI, 2023PEVERINI, P. Inchiesta sulle reti di senso: Bruno Latour nella svolta semiotica. Milano: Meltemi, 2023., p. 9, tradução nossa).

A missão a que se propõe essa publicação, na verdade, é dupla: se, de um lado, pretende explicitar como conceitos semióticos elaborados inicialmente por A. J. Greimas e seus colaboradores foram retomados nas investigações de Latour, reatribuindo a eles seu devido crédito, de outro lado pretende também abrir novas possibilidades investigativas no próprio campo da semiótica, ao imaginar como temas discutidos por Latour podem impactar desenvolvimentos futuros dos trabalhos semióticos. Em suma, uma batalha disputada em duas frentes: entre os semioticistas greimasianos e entre os estudiosos latourianos. Conforme sintetiza o próprio autor:

Em outras palavras, se é inegável que existiu uma “semiótica para Latour”, pretendemos demonstrar a presença e a produtividade de um movimento inverso, a saber, aquele de um “Latour para a semiótica”, cujo trabalho é precioso para fazer avançar a reflexão semiótica sobre o modo como o sentido se articula e se manifesta em uma contemporaneidade cada vez mais marcada por uma multiplicidade de relações entre atores humanos e não humanos, confirmando-se como ocasião de confronto e de inspiração em uma multiplicidade de planos: epistemológico, teórico, metodológico-empírico. É, portanto, no espaço aberto entre essas duas perspectivas simétricas entre si que se situa este livro, na convicção de que a semiótica tenha não apenas exercido um papel importante na célebre investigação latouriana sobre as redes de sentido em jogo na contemporaneidade, mas possa ainda se desenvolver, recolhendo hoje a herança de um intelectual “inatual”, ou seja, colhendo o desafio de repensar os próprios instrumentos de investigação sobre o sentido e abrindo-se a um confronto construtivo.

(PEVERINI, 2023PEVERINI, P. Inchiesta sulle reti di senso: Bruno Latour nella svolta semiotica. Milano: Meltemi, 2023., p. 12-13, tradução nossa).

Para avançar naquilo a que se propõe discutir, Peverini organiza sua obra em quatro capítulos, que tratam, respectivamente, do estudo das práticas científicas, das retomadas semióticas na criação da teoria ator-rede, do conceito de enunciação e, por fim, das provocações deixadas por Latour para a semiótica.

No primeiro capítulo, Semiótica narrativa e o estudo das práticas científicas, Peverini dedica-se a mostrar como o diálogo entre a abordagem semiótica e a etnometodologia possibilitou a Latour adotar uma perspectiva nova e multidisciplinar sobre as lógicas de funcionamento do discurso científico. O ponto de partida é um artigo escrito por Latour em colaboração com Paolo Fabbri, semioticista italiano, intitulado La rhétorique de la science (1977). Esse interessante trabalho a quatro mãos mostra como um texto científico, a despeito de sua suposta descrição fria e objetiva de uma prática de laboratório, emprega na verdade diversas estratégias discursivas de convencimento de seus destinatários.

Analisando um artigo científico do campo da neurociência, Latour e Fabbri (1977)LATOUR, B.; FABBRI, P. La rhétorique de la science. Actes de la recherche en sciences sociales, v. 13, p. 81-95, 1977. revelam como há uma multiplicação de referentes, tanto internos (imagens, tabelas) quanto externos (citações de outros artigos científicos), que contribuem para a construção de um efeito de sentido de verdade. Eis uma das conclusões de tal análise:

É como se a solidez do artigo, alguns diriam sua objetividade, surgisse das correspondências estabelecidas ao sobrepor cada uma dessas diferentes camadas de texto. Não é a natureza que se encontra sob o texto científico, é a literatura dos instrumentos

(LATOUR; FABBRI, 1977LATOUR, B.; FABBRI, P. La rhétorique de la science. Actes de la recherche en sciences sociales, v. 13, p. 81-95, 1977., p. 89, tradução nossa).

Além de se dedicar às contribuições desse artigo inicial, o primeiro capítulo de Inchiesta sulle reti di senso se consagra ao trabalho de Fraçoise Bastide, especialmente aquele desenvolvido em um seminário temático pautado na análise do texto científico, e trata de explicitar seu impacto no projeto de pesquisa latouriano, o qual tratava então de compreender as lógicas responsáveis pela eficácia retórica dos discursos das ciências.

No segundo capítulo, A Semiótica para a teoria ator-rede, Peverini expõe como certos elementos do arcabouço teórico semiótico foram retomados e reinterpretados por Latour na criação de sua difundida teoria. Em especial, os modelos actanciais e a estrutura narrativa elaborados por Greimas e seus colaboradores são apresentados como bases fundamentais e imprescindíveis para o desenvolvimento do modelo latouriano.

Como apresenta Peverini, “a fim de evidenciar as razões de um diálogo ininterrupto, ainda que muitas vezes negado ou marginalizado no âmbito dos estudos das ciências sociais, neste capítulo são levados em consideração os principais conceitos semióticos na base do trabalho de Latour”, objetivando ainda “evidenciar algumas das principais afinidades e descontinuidades que emergem a nível teórico e metodológico, com particular referência à Actor Network Theory” (PEVERINI, 2023PEVERINI, P. Inchiesta sulle reti di senso: Bruno Latour nella svolta semiotica. Milano: Meltemi, 2023., p. 50, tradução nossa). Assim, Peverini nos conta como noções basilares da semiótica foram acionadas por Bruno Latour, por exemplo, na passagem do programa narrativo greimasiano ao programa de ação latouriano. Este capítulo, portanto, é aquele que mais explicitamente se compromete com um dos primeiros objetivos do livro, a saber, creditar devidamente as contribuições semióticas incorporadas por Latour em seu trabalho investigativo.

Já a partir da sessão seguinte, o autor de Inchiesta sulle reti di senso passa a tratar mais diretamente do segundo objetivo do livro, a saber, a apresentação de tópicos da produção latouriana que podem despertar reflexões úteis entre os semioticistas.

O terceiro capítulo, chamado Enunciação, parte da apresentação de um artigo de Bruno Latour chamado Piccola filosofia dell’enunciazione [Pequena filosofia da enunciação]. Em resumo, Latour encara a enunciação não como uma produção de discurso pressuposta no conjunto de marcas linguísticas textualizadas, mas como uma passagem-transferimento produtora de sentido. Para ele, a enunciação é um “um ato de envio, de mediação, de delegação”, e pode ser definida como o “conjunto dos atos de mediação cuja presença é necessária ao sentido” (LATOUR, 1999LATOUR, B. Piccola filosofia dell’enunciazione. In: BASSO, P.; CORRAIN, L. (Orgs.) Eloquio del senso: dialoghi semiotici per Paolo Fabbri. Genova: Costa & Nolan, 1999. p. 71-94., p. 73, tradução nossa). Uma definição de enunciação afastada, portanto, da tradição linguística, e agnóstica quanto ao tipo de linguagem em jogo ou quanto ao tipo de actantes envolvidos.

Com base nessa visada de enunciação, o sociólogo francês desenvolve seus chamados modos de existência, proposições que tentam dar conta de categorizar as diferentes formas de apreender o mundo segundo a tradição moderna das diversas dimensões da vida social: a ciência, a religião, a economia etc. Peverini argumenta que sua meta no livro não é realizar uma descrição detalhada de todos esses modos de existência, mas sim evidenciar como a teoria da significação está implicada em tal projeto de pesquisa. Levando em consideração o fato de que coexistimos de forma cada vez mais evidente entre humanos e não humanos, Peverini aponta que um dos traços interessantes da proposta latouriana é justamente a possibilidade de olharmos para nosso entorno sem um pensamento dicotômico que separaria sujeito de objeto, mas que abarcaria os ditos híbridos de natureza e cultura, de pessoa e coisa.

Enfim, no quarto e último capítulo, Latour para a semiótica, Peverini expande as considerações realizadas no tópico precedente, indicando caminhos possíveis de desenvolvimento para a pesquisa semiótica. A hipótese é a de que, se é verdade que vivemos em um mundo em que se entrecruzam pessoas e coisas, humanos e não humanos, natureza e cultura, então uma abordagem teórica que não discrimine nenhuma das entidades heterogêneas que compõem nossa vivência cotidiana poderia apresentar direções profícuas de pesquisa. Em particular, Peverini delineia três possibilidades.

Em primeiro lugar, prosseguir o debate acerca de uma teoria ampla da enunciação, em paralelo ao ampliamento do tipo de fenômeno de significação explorado hoje pela pesquisa semiótica. Em segundo lugar, com base na superação da dicotomia natureza versus cultura, reconhecer “a exigência de investigar os diversos modos de existência em jogo nos fenômenos da contemporaneidade à luz de noções como multinaturalismo e internaturalidade” (PEVERINI, 2023PEVERINI, P. Inchiesta sulle reti di senso: Bruno Latour nella svolta semiotica. Milano: Meltemi, 2023., p. 121, tradução nossa). E, em terceiro lugar, tentar dar conta da dimensão sociossemiótica dos artefatos contemporâneos, incluindo aí os frutos da inteligência artificial, os aparelhos smart e a internet das coisas ? tudo aquilo que compõe, em termos latourianos, a rede de agentes híbridos.

Ao final, que ponto alcança a reflexão desenvolvida por Peverini, em relação a seus objetivos declarados? Em primeiro lugar, Inchiesta sulle reti di senso evidencia a importância, nem sempre reconhecida, do emprego da teoria semiótica por Latour na construção de sua própria perspectiva de análise do discurso científico, das redes significantes e dos modos de existência. Assim, a publicação faz avançar um movimento de esclarecimento e de crédito à semiótica pelos seus contributos originais retomados por Latour na construção de sua teoria. Ainda que, evidentemente, um livro apenas não seja o bastante para esclarecer à comunidade científica todas as interrelações estabelecidas entre a semiótica greimasiana e o pensamento latouriano, seguramente mais um passo foi dado nessa direção.

Já em relação ao segundo objetivo do livro, aquele de indicar possibilidades de reflexão e de desenvolvimento para o próprio campo semiótico, é certo que as provocações destacadas por Peverini com base na obra de Latour não deixam de ser instigantes. Ainda que muitos desses temas já estejam desenvolvidos em vertentes contemporâneas voltadas ao estudo do social, como a sociossemiótica, a etnossemiótica ou a antropossemiótica ― o que, aliás, reconhece o autor ao longo do livro ―, ainda assim, a obra apresenta desafios de pesquisa relevantes para os semioticistas, como a questão da análise dos híbridos, dos objetos smart, da inteligência artificial.

Enfim, para além desse duplo objetivo, a publicação de Paolo Peverini poderia servir ainda para cumprir uma terceira função: para um público de semioticistas, ela funcionaria como uma espécie de guia de leitura da obra de Latour, uma introdução ao seu pensamento alicerçada em bases teóricas já conhecidas por aqueles familiarizados com a perspectiva semiótica. Em suma, como ler Latour à luz da semiótica.

Referências

  • GREIMAS, A. J. Pragmatique et sémiotique. Actes Sémiotiques - Documents, v. 50, 1984.
  • LANDOWSKI, E. et alii. Profession : sémioticiens. II. Import/export en 2023. Acta Semiotica, III, 5, p. 247-264, 2023.
  • LATOUR, B.; FABBRI, P. La rhétorique de la science. Actes de la recherche en sciences sociales, v. 13, p. 81-95, 1977.
  • LATOUR, B. Piccola filosofia dell’enunciazione. In: BASSO, P.; CORRAIN, L. (Orgs.) Eloquio del senso: dialoghi semiotici per Paolo Fabbri. Genova: Costa & Nolan, 1999. p. 71-94.
  • PEVERINI, P. Inchiesta sulle reti di senso: Bruno Latour nella svolta semiotica. Milano: Meltemi, 2023.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    09 Out 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    15 Jul 2023
  • Aceito
    10 Ago 2023
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