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TENDÊNCIAS

O Encarte Tendências apresenta características e informações sobre a "nova classe média". Considerada um segmento em ampla ascensão socioeconômica no país desde meados da década de 2000, observada pelo aumento de renda e capacidade de consumo, a "nova classe média" está apresentada segundo algumas opiniões sobre seu padrão de vida, as percepções sobre sua situação de classe, as expectativas com relação às condições futuras de vida e opiniões gerais sobre o Estado e políticas sociais. Em linhas gerais, não há diferenças significativas desse segmento frente às demais classes sociais.

As expectativas para vencer na vida e as perspectivas para a geração dos seus filhos conformam um cenário positivo para os indivíduos das classes média e alta, e menos positivo para as classes mais baixas; a boa educação como meio para o sucesso é um valor generalizado entre as classes, e a classe C é apenas pouco mais otimista que as demais com relação à expectativa de que os anos futuros trarão uma condição de vida muito melhor.

Esse cenário positivo embasa, em parte, os planos de gastos com bens duráveis, como móveis e eletrodomésticos, tal como mostram as informações.

Na dimensão das responsabilidades pelo acesso à saúde e à previdência, o papel do Estado é afirmado por todos os segmentos socioeconômicos, assim como é conferido ao governo por todos os segmentos a responsabilidade pela diminuição das desigualdades entre ricos e pobres. Mas para a maioria dos entrevistados de todas as classes, a responsabilidade por um padrão de vida melhor cabe ao indivíduo, e não ao governo.

As opiniões sobre o acesso à Educação têm destaque. As informações apontam que as medidas de ampliação do acesso ao Ensino superior têm apoio substantivo em todas as classes sociais, mas é a "classe C" a que menos apoia as cotas para estudantes de escolas públicas, assim como é a classe mais contrária ao acesso à universidade pública pelos que podem pagar pelo ensino.

As pesquisas que fornecem os dados são o estudo realizado em 2008 pelo IBOPE/CNI, que resultou no livro A Classe Média Brasileira, de Bolivar Lamounier e Amaury de Souza (ver ficha técnica) e o Estudo Eleitoral Brasileiro (CSES_ESEB) realizado em 2010 pelo CESOP e Vox Populi.

Autopercepção de classe, satisfação e perspectivas

Para as duas pesquisas apresentadas, os dados sugerem que a percepção de melhora da situação de vida e as expectativas de melhora no futuro são significativas para os cidadãos das classes D e E, os segmentos mais pobres.

São os cidadãos da Classe C, no entanto, que se destacam pelas perspectivas mais positivas quanto à situação de vida.

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Grau de instrução e expectativa de mobilidade social

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O acesso ao Ensino Superior

As cotas para estudantes pobres e estudantes de escolas públicas são medidas apoiadas pela maioria dos cidadãos de todas as classes sociais pesquisadas. Já a noção de que o estado é responsável pelo acesso ao ensino superior tem maior apoio das classes mais ricas e das mais pobres, mas menor apoio da classe C.

Quanto à satisfação com o acesso ao ensino superior, são os cidadãos que se consideram de classe media baixa os menos satisfeitos.

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O acesso à Justiça

As pesquisas analisadas mostram que a satisfação com o acesso à Justiça segue direção contrária à da confiança na instituição. Em 2008, os dados indicam forte desconfiança institucional em todas as classes sociais, além da noção generalizada de que há favorecimento de grupos e interesses específicos. Em 2010, a satisfação com o acesso do cidadão comum à Justiça caracteriza boa parte dos cidadãos de todas as classes, e são os cidadãos que se consideram das classes média baixa e baixa os mais satisfeitos.

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Interesse e opiniões sobre a atuação do governo

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Situação de trabalho

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Características da Moradia

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Gastos e endividamento

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Gastos com Saúde e Previdência Social e opinião sobre o papel do governo

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Nota metodológica

A definição de classes baseia-se em Neri (2008), apud Souza e Lamounier (2010). As classes delimitam-se por estratos de renda:

→ Classe E (renda baixa) = rendimentos até R$ 768,00;

→ Classe D (renda média baixa) = rendimentos entre R$ 768,00 (inclusive) e R$ 1115,00;

→ Classe C (renda média) = rendimentos entre R$ 1115,00 (inclusive) e R$ 4807,00.

→ Classe A/B (renda média alta) = rendimentos de R$ 4807,00 ou mais;

Para fins de demonstração, as classes D e E foram agrupadas neste Encarte, contrastando, assim, a classe C (nova classe média) às classes A/B, de um lado, e às classes D/E, de outro.

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Fichas Técnicas

Figura


  • NERI, M. A nova classe média. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, Instituto Brasileiro de Economia, Centro de Políticas Sociais, 2008.
  • SOUZA, A. & LAMOUNIER, B. A classe média brasileira: ambições, valores e projetos de sociedade. Rio de Janeiro: Elsevier; Brasília, DF: CNI, 2010.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Jul 2013
  • Data do Fascículo
    Jun 2013
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