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Avaliação Trienal 2007-2009 dos Programas de Pós-graduação da Área 21 pela CAPES

EDITORIAL

Avaliação trienal 2007-2009 dos Programas de Pós-graduação da Área 21 pela CAPES

Avaliação Trienal 2007-2009 realizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), considerada uma das mais aprimoradas no âmbito do Ministério da Educação (MEC) do Brasil e amplamente reconhecida pela comunidade cientifica nacional e internacional, na qual foram avaliados 2718 Programas de Pós-Graduação (PPGs), envolvendo 46 áreas de avaliação e do conhecimento, aconteceu recentemente. A Fisioterapia e a Terapia Ocupacional, juntamente com a Fonoaudiologia e a Educação Física, compõem uma dessas áreas de avaliação (Área 21). A avaliação trienal é a ocasião em que se analisa o que cada área produziu, em especial sua produção científica e a formação de novos mestres e doutores, os quais provavelmente ingressarão na carreira docente das universidades brasileiras.

Apesar de a avaliação propriamente dita ter ocorrido nestes últimos meses, cabe assinalar que o processo de avaliação da Área 21 envolveu diversas etapas, desde os preparativos iniciados no primeiro semestre de 2008, com a composição e início dos trabalhos das Comissões de Qualis Periódicos e de Avaliação de Livro, passando por diversas Comissões de Visitas de Acompanhamento, especialmente dos novos PPGs e daqueles com conceito 3; realização de reuniões anuais com todos os coordenadores dos PPGs, além de participações nos Fóruns da Área, oportunizando discussões e informações a respeito do processo de avaliação, em particular dos critérios e elementos que foram objeto desta avaliação, os quais, embasados nos dados fornecidos anualmente pelos PPGs por meio do sistema de informações Coleta CAPES, possibilitou a exploração dos cinco quesitos, com seus respectivos subitens, num total de dezoito, conforme aprovação pelo Conselho Técnico Científico do Ensino Superior (CTC-ES) da CAPES.

Em comparação com triênios anteriores, neste triênio procurou-se, dentre os quatro quesitos quantitativos da avaliação, valorizar mais aqueles que tratam dos produtos da pós-graduação stricto sensu, como: 1º. – produção intelectual (40%); 2º. – corpo discente, teses e dissertações (30%) e 3º. – inserção social (15%), e menos o quesito que implica o processo, como é o caso do 4º. – corpo docente (15%). Lembrando que o 5º. desses quesitos, o qual se refere à proposta do programa, recebe uma avaliação qualitativa, levando em consideração a coerência interna do PPG. Com isso, salienta-se que a produção intelectual do corpo docente, agora também valorizada no corpo discente, centrada na publicação de artigos científicos em periódicos qualificados e na publicação de livros, passou a ser o principal fator discriminador entre os PPGs e, como tal, decisivo para a atribuição de notas e conceitos.

Com esse cenário, torna-se cada vez mais importante a escolha do veículo de divulgação científica (periódico) no qual os autores (docentes e discentes da pós-graduação) irão depositar a divulgação do conhecimento por eles produzido. Esse aspecto, de certa forma, está fortemente relacionado ao Qualis Periódicos, pois, de acordo com o dinamismo com que o fator de impacto age sobre os periódicos internacionais, eles influenciam e também passam a ser influenciados pela vida da pós-graduação. Atrelado a isso, vários outros elementos de importância discriminatória no meio científico começam a surgir como possíveis marcadores futuros neste processo da avaliação, como a visibilidade do produto intelectual, dada pelas citações que podem ser estimadas pelo "fator h" dos autores. Nunca antes a qualidade da produção intelectual, medida pelo impacto, teve tanta importância no meio científico, particularmente na avaliação da pós-graduação realizada pela CAPES.

Se, por um lado, este panorama de destaque da produção intelectual ganha força neste processo da avaliação da pós-graduação stricto sensu, por outro é preocupante o reduzido número de periódicos internacionais especializados e de forte impacto nesta área, especialmente no processo de composição de um Qualis Periódicos que atenda satisfatória e integralmente as quatro áreas profissionais que a compõem (Educação Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional). Além disso, essa característica multidisciplinar da Área 21 lhe confere diferentes áreas de concentração e uma grande quantidade de linhas de pesquisa, resultando em diversificação do seu nicho de publicação, impactando a complexidade de estratificação dos periódicos. Há um grande trabalho a ser realizado com o esforço conjunto de todos os segmentos desta área de avaliação para que, num curto espaço de tempo, haja uma melhora na identificação dos veículos de divulgação de sua produção científica.

Como inovações nesta avaliação trienal, além da produção de artigos, a CAPES valorizou também a produção de livros e capítulos de livros. A Área 21 apreciou 420 produtos, que resultaram em 65 coletâneas, 134 textos integrais e 1393 capítulos. Esses dados demonstram a existência de um potencial peculiar de determinados PPGs, ou de algumas áreas de concentração ou de linhas de pesquisa, com características e vocação para este tipo de publicação, até então pouco explorado. Associado a esse aspecto de valorização de novos e importantes elementos da pós-graduação, situa-se a inserção social, a qual também passou a ser objeto de pontuação dos PPGs, pois ela permite valorizar elementos tais como: inserção e impacto regional e/ou nacional; integração e cooperação com outros PPGs e centros de pesquisa e desenvolvimento profissional relacionado à sua área de conhecimento, com vistas ao desenvolvimento da pesquisa e da pós-graduação; completude, atualização, transparência de recursos, critérios de seleção, dentre outros, bem como a disponibilização dos textos completos das dissertações e teses nos respectivos sites.

Um outro importante elemento discriminatório introduzido nesta avaliação trienal, especificamente no corpo docente e particularmente na Grande Área da Saúde, foi a capacidade de captação de recursos financeiros para subsidiar pesquisas, a exemplo do que ocorre em grandes centros de pesquisas de países mais desenvolvidos. Esse aspecto, no entendimento da Grande Área da Saúde, contribui para o desenvolvimento científico e tecnológico, tanto dos PPGs quanto da própria área do conhecimento envolvida. Associado a isso e em consonância com as agências nacionais de fomento, optou-se por valorizar também o natural reconhecimento que a comunidade científica atribui aos pesquisadores de reconhecido destaque e liderança científica em suas áreas específicas, de forma a pontuar o corpo docente que contou com bolsistas de Produtividade em Pesquisa (Bolsa-PQ) do CNPq.

Nesta avaliação trienal, a Área 21 teve um bom desempenho, notado pelas oscilações de conceito predominantemente para cima, ou seja, do total de PPGs avaliados, 52% permaneceram inalterados, 28% tiveram conceitos aumentados e apenas 8%,conceitos diminuídos. De maneira mais específica, o quadro a seguir mostra como estava e como ficou a distribuição dos PPGs por conceito.

A Área 21 contava com 35 PPGs até o final do triênio passado. Foram aprovados cinco novos no decorrer deste triênio, com início de funcionamento em 2010, além de dois novos cursos de doutorado criados em PPGs já existentes. Com isso, passou a contar com 40 PPGs, envolvendo 56 cursos.

Destaca-se a elevação, neste triênio, de dois novos PPGs para o conceito de excelência (6), o PPG em Motricidade Humana da UNESP-RC e o PPG em Fisioterapia da UFSCar.

De acordo com o atual estágio de desenvolvimento da Área 21, pode-se observar que os PPGs mais consolidados começam a se destacar em função do seu bom desempenho quantitativo e qualitativo, especialmente de seus produtos (formação de recursos humanos qualificados e produção intelectual). Da mesma forma, uma boa parcela dos PPGs com conceitos 3 e 4 tem demonstrado amadurecimento e consolidação, observados pelas mudanças de conceitos obtidos nesta avaliação trienal.

Notou-se ainda que a produção intelectual, registrada pelas publicações dos dois triênios (2004/2006 e 2007/2009), tem melhorado substancialmente sua qualificação. Tal constatação pode ser demonstrada pela quantidade de artigos publicados nos estratos A1 e A2 (821), com fator de impacto correspondente aos periódicos dos antigos estratos IA e IB (299). Isso representa um aumento de 247% de produtos altamente qualificados na Área 21.

A Área 21 teve a expressiva produção de 4654 artigos científicos entre 2007/2009, distribuídos em estratos, conforme o quadro a seguir:

Além desses importantes dados sobre a produção intelectual, ressalta-se que 212 novos doutores e 1599 novos mestres foram formados pelos PPGs da Área 21 no triênio 2007-2009, representando uma substancial contribuição para a melhora qualitativa do nível dos docentes de graduação nas respectivas áreas profissionais envolvidas.

Destaca-se ainda, neste triênio, a criação do primeiro programa exclusivamente em Terapia Ocupacional (TO), o PPG-TO da UFSCar.

Para o triênio em exercício (2010-2012), são grandes as expectativas da Área 21, especialmente pelo atual estágio de desenvolvimento em que ela se encontra, destacando-se a organização dos PPGs, bem como a progressiva assimilação que a comunidade da área vem obtendo sobre mecanismos da avaliação, sejam seus critérios ou seu próprio processo e dinâmica. Cabe, contudo, a necessária atenção de seus protagonistas, sobretudo do corpo docente, no sentido de se estabelecer uma constante reflexão sobre as Áreas de Concentração dos PPGs, com suas respectivas Linhas de Pesquisa, contribuindo sempre para que os PPGs mais novos se estabeleçam e que todos se consolidem, não permitindo que aqueles mais antigos se acomodem e envelheçam, especialmente na nobre missão de promover os avanços tecnológicos e o desenvolvimento científico das áreas que compõem a Área 21.

Dirceu Costa

Coordenador da Área 21 da CAPES

(Educação Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional)

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Fev 2011
  • Data do Fascículo
    Dez 2010
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