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Assistência ao parto no Brasil: uma situação crítica ainda não superada. 1999-2013

Resumo

Objetivos:

analisar a evolução da assistência ao parto no Brasil, entre 1999-2013.

Métodos:

foi realizado um estudo ecológico de séries temporais, utilizando dados dos sistemas de informações do Ministério da Saúde, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e Rede Interagencial de Informações para a Saúde. Analisaram-se 18 indicadores referentes aos nascimentos e óbitos.

Resultados:

percebeu-se redução da fecundidade, natalidade e número total de partos. Houve crescimento dos leitos em UTI adulto, e redução dos leitos de obstetrícia. Identificou-se aumento dos nascimentos entre mulheres com 40 anos e mais, com crescimento maior de 100% de primíparas nesse grupo etário, e 19% de nascimentos de mães adolescentes. O expressivo crescimento dos partos cesarianos, da cobertura de consultas pré-natal e hospitalização dos partos ocorreram simultaneamente com o crescimento: dos óbitos infantis preveníveis por adequada atenção na gestão e parto, da prematuridade; do baixo peso; da síndrome de Down; e da persistência das mortes maternas por causas obstétricas diretas.

Conclusões:

persiste hegemônico o modelo tecnocrático de assistência ao parto, frente às mudanças observadas no perfil das mães e nascimentos, com redução lenta dos óbitos perinatais e neonatais e manutenção de elevada mortalidade materna demonstrando que a situação crítica do modelo de assistência ao parto no Brasil ainda não foi superada.

Palavras-chave:
Assistência à saúde; Saúde materno-infantil; Indicadores básicos de saúde

Abstract

Objectives:

to analyze the evolution of childbirth care in Brazil, between 1999-2013.

Methods:

a time-series ecological study, using data from Ministry of Health, Brazilian Institute of Geography and Statistics, and Interagency Network of Information for Health. 18 indicators were analyzed related to childbirth and mortality.

Results:

there was a reduction in rates of fertility, natality and the total number of births, with increased cesarean surgeries. Growth of prenatal consultation, intensive care beds and reduction of beds in obstetrics sector. The significant growth of caesarean deliveries, prenatal consultation coverage and concentration of births in hospitals occurred simultaneously with the growth: of preventable child deaths by adequate attention, management causes and appropriate delivery, prematurity; low weight; Down's syndrome; and the persistence of maternal deaths due to direct obstetric causes.

Conclusions:

persists hegemonic technocratic model of childbirth care without considering the observed changes in the profile of mothers and births, with slow reduction of perinatal and neonatal deaths and maintenance of high maternal mortality demonstrating that the critical situation of delivery care model in Brazil has not, yet, been overcome.

Key words:
Delivery of health care; Maternal and child health; Health status indicators

Introdução

A qualidade da assistência à mulher no pré-natal, parto e pós-parto guarda estreita relação com a morbi-mortalidade materna e infantil.11 Moreira MEL, Gama SGN, Pereira APE, Silva AAM, Lansky S, Pinheiro RS, Gonçalves AC, Lea MC. Práticas de atenção hospitalar ao recém-nascido saudável no Brasil. Cad Saúde Pública. 2014; 30 (Supl): S128-S139.-22 Leal MC, Pereira APE, Domingues RMSM, Theme Filha MM, Dias MAB, Nakamura-Pereira M, Bastos MH, Gama SGN. Pesquisa Nascer Brasil: Intervenções obstétricas durante o trabalho de parto e parto em mulheres brasileiras de risco habitual. Cad Saúde Pública. 2014; 30 (Supl. 1): S17-S47. No Brasil, onde a assistência ao parto tem os cuidados centrados na hospitalização, na realização de intervenções invasivas e no uso excessivo de tecnologias e drogas para celeridade do trabalho de parto, predominam os óbitos maternos e infantis evitáveis.33 Lansky S, Friche AAL, Silva AAM, Campos D, Bittencourt SDA, Carvalho ML, Frias PG, Cavalcante RS, Cunha AJLA. Pesquisa Nascer Brasil: Perfil da mortalidade neonatal e avaliação da assistência à gestante e ao recém-nascido. Cad Saúde Pública. 2014; 30 (Supl. 1): S192-S207.

4 Carneiro RG. Cenas de parto e políticas do corpo. Rio de Janeiro: FIOCRUZ; 2015. 328p.

5 Santos HG, Andrade SM, Silva AMR, Mathias TAF, Ferrari LL, Mesas AE. Mortes infantis evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde: comparação de duas coortes de nascimentos. Ciênc Saúde Coletiva. 2014; 19 (3): 907-16.
-66 Souza JP. Mortalidade materna e desenvolvimento: a transição obstétrica no Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35 (12): 533-5.

As mortes maternas evitáveis são definidas por Morte Materna Obstétrica Direta, resultante de complicações obstétricas durante gravidez, parto ou puerpério, devido a intervenções, omissões, tratamento incorreto ou a uma cadeia de eventos resultantes de qualquer dessas causas.77 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Departamento de Análise de Situação de saúde. Guia de vigilância epidemiológica do óbito materno. Brasília; 2009.

As causas de óbitos infantis evitáveis são consideradas como aquelas preveníveis, total ou parcialmente, por ações efetivas dos serviços de saúde que estejam acessíveis em um determinado local e época. A evitabilidade dos óbitos de menores de cinco anos de idade é analisada utilizando-se como referência grupamentos de causa básica, segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID). No Sistema Único de Saúde (SUS) utiliza-se a Lista de Causas de Mortes Evitáveis proposta por Malta et al.,88 Malta DC, Duarte EC, Almeida MF, Dias MAF, Neto OLB, Ferraz W, Souza MFM. Lista de causas de mortes evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde do Brasil. Epidemiol Serv Saúde. 2007;16(4):233-44. com a seguinte classificação: reduzíveis por ações de imunoprevenção; reduzíveis por adequada atenção à mulher na gestação; reduzíveis por adequada atenção à mulher no parto; reduzíveis por adequada atenção ao recém-nascido; reduzíveis por ações adequadas de diagnóstico e tratamento; e reduzíveis por ações adequadas de promoção à saúde, vinculadas a ações adequadas de atenção à saúde.88 Malta DC, Duarte EC, Almeida MF, Dias MAF, Neto OLB, Ferraz W, Souza MFM. Lista de causas de mortes evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde do Brasil. Epidemiol Serv Saúde. 2007;16(4):233-44.-99 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Manual de vigilância do óbito infantil e fetal e do Comitê de Prevenção do Óbito Infantil e Fetal. Brasília, DF; 2009.

Visando superar as lacunas e fragilidades do modelo de atenção ao parto, foi implantado, no ano 2000, no Sistema Único de Saúde, o Programa de Humanização do Parto e Nascimento (PHPN). Buscou-se assegurar a promoção do parto e nascimento saudáveis e a prevenção da mortalidade materna e perinatal, garantindo a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério às gestantes e ao recém-nascido, na perspectiva dos direitos de cidadania.1010 Pontes, MGA, Lima GMB, Feitosa IP, Trigueiro JVS. Parto nosso de cada dia: um olhar sobre as transformações e perspectivas da assistência. Rev Ciênc Saúde Nova Esperança. 2014; 12 (1): 69-78.

Na prática cotidiana dos serviços, entretanto, encontram-se diversos problemas que interferem na qualidade da assistência prestada às mulheres. As redes de saúde ainda não estão consolidadas, há fragilidade na integração entre os cuidados de pré-natal e a assistência ao parto. Persiste a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, com marcantes diversidades regionais e intra-regionais na distribuição e qualidade dos serviços de saúde.33 Lansky S, Friche AAL, Silva AAM, Campos D, Bittencourt SDA, Carvalho ML, Frias PG, Cavalcante RS, Cunha AJLA. Pesquisa Nascer Brasil: Perfil da mortalidade neonatal e avaliação da assistência à gestante e ao recém-nascido. Cad Saúde Pública. 2014; 30 (Supl. 1): S192-S207.,1111 Silva ALA, Mendes ACG, Miranda GMD, Sá DA, Souza WV, Lyra TM. Avaliação da assistência hospitalar materna e neonatal: índice de completude da qualidade. Rev Saúde Pública. 2014; 48 (4): 682-91.,1212 Radis, Comunicação e Saúde: acesso e humanização, direitos da mãe e do bebê. Editora FIOCRUZ, 2012; 117. Retrieved from http://www6.ensp.fiocruz.br/radis/sites/default/files/117/radis_117.pdf
http://www6.ensp.fiocruz.br/radis/sites/...

A avaliação da assistência prestada às mulheres durante o ciclo gravídico-puerperal é um objeto de grande interesse no campo da saúde. Para isso, a produção de informações, por meio de uma Análise de Situação de Saúde, é fundamental para orientação das ações em saúde, possibilitando a identificação de necessidades e prioridades, subsidiando a tomada de decisão.1313 Organización Panamericana de La Salud (OPAS). Resúmenes metodológicos en epidemiología: análisis de la situación de salud. Boletín Epidemiológico, Washington, Organización Panamericana de la Salud; 1999. p. 1-3.

Nesse sentido, os Sistemas de Informações à Saúde (SIS) constituem-se ferramentas valiosas ao planejamento, organização e avaliação dos serviços e ações de saúde.1414 Lima CRA, Schramm JMA, Coeli CM, Silva MEM. Revisão das dimensões de qualidade dos dados e métodos aplicados na avaliação dos sistemas de informações em saúde. Cad Saúde Pública. 2009; 25 (10): 2095-2109. Evolution of childbirth care in Brazil, 1999-2013 No entanto, a qualidade e confiabilidade das informações produzidas por esses sistemas são diretamente influenciadas pelos processos de coleta, registro, processamento e produção dos dados.1515 Mota E, Carvalho DMT. Sistemas de Informação em Saúde. In: Rouquayrol MZ, Almeida Filho N (Org.). Epidemiologia e Saúde. Rio de Janeiro: MEDSI; 2003. cap. 21. p. 605-28.

Ao longo dos 28 anos de implantação do SUS, sucessivas políticas foram direcionadas à assistência obstétrica e neonatal com a finalidade de garantir atendimento oportuno e de qualidade às gestantes e recém-nascidos, incidindo assim na redução e controle dos indicadores de saúde materno e infantil. Nesse sentido, o presente estudo se propôs a analisar a assistência ao parto no Brasil nos últimos quinze anos, segundo o perfil dos nascimentos, as características dos nascidos vivos e os óbitos maternos e infantis evitáveis, a partir dos dados dos Sistemas de Informações à Saúde.

Métodos

Foi realizado um estudo ecológico de séries temporais sobre a evolução da assistência ao parto e nascimento no país, no período de 1999 a 2013. Utilizaram-se dados secundários dos sistemas oficiais do Ministério da Saúde: Sistema de Informações Hospitalares (SIH), Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM); do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); e da Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa).

Foram analisados 16 indicadores referentes aos nascimentos e óbitos. As informações relativas à assistência ao parto (número de partos normais e percentual de cesáreas) originaram-se do SIH (que registra exclusivamente as internações nas unidades do SUS); os dados relacionados à assistência pré-natal (número de gestantes com sete ou mais consultas) foram obtidos do Sinasc.

Foram utilizadas as frequências absolutas e relativas das primíparas com idades até 15 anos e 40 e mais anos de idade e dos nascidos vivos (NV) que apresentavam: síndrome de Down, baixo peso ao nascer (peso até 2499 g) e prematuridade (idade gestacional até 36 semanas), agrupados segundo as faixas etárias das mães (10 a 19 anos; 20 a 39 anos; 40 a 49 anos e 50 e mais anos).

Os coeficientes de mortalidade neonatal (número de óbitos de crianças com até 27 dias de vida completos, por mil NV) e perinatal (número de óbitos ocorridos no período perinatal - entre vinte e duas semanas completas de gestação e sete dias completos após o nascimento, por mil nascimentos totais (nascidos vivos e óbitos fetais), foram obtidos do SIM.

Os dados referentes à população total e ao número de mulheres em idade fértil (10 a 49 anos) foram calculados com base nos dados das estimativas inter-censitárias e do censo do IBGE.1616 IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Diretoria de pesquisas. Coordenação de população e indicadores sociais. Gerência de estudos e análises da dinâmica demográfica. Projeção da população do Brasil por sexo e idade para o período 2000 - 2060. [accessed 20 Oct. 2015]. Retrieved from http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?ibge/cnv/projpopbr.def
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftoht...

A taxa de fecundidade total (número médio de filhos NV, tidos por uma mulher, na faixa etária de 15 a 49 anos), a taxa bruta de natalidade (número de NV, por mil habitantes, na população residente) e a razão de morte materna (número de óbitos maternos, por 100 mil NV de mães residentes) foram obtidos, diretamente, da matriz de indicadores produzida pela Ripsa.1717 RIPSA (Rede Interagencial de Informação para a Saúde). Indicadores e Dados Básicos para a saúde no Brasil 2012. [accessed 5 Oct. 2015]. Retrieved from http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm
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Considerou-se como morte materna a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez. Causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela.77 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Departamento de Análise de Situação de saúde. Guia de vigilância epidemiológica do óbito materno. Brasília; 2009.

As informações relativas à evitabilidade dos óbitos infantis e às causas da mortalidade materna foram extraídas do Painel de Monitoramento da Mortalidade Infantil e Materna, da Coordenação Geral de Informações e Análises Epidemiológicas (CGIAE/SVS/MS).

A partir da Lista de Causas de Mortes Evitáveis por Intervenções do Sistema Único de Saúde do Brasil proposta por Malta et al.,88 Malta DC, Duarte EC, Almeida MF, Dias MAF, Neto OLB, Ferraz W, Souza MFM. Lista de causas de mortes evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde do Brasil. Epidemiol Serv Saúde. 2007;16(4):233-44. foram selecionadas para este estudo como causas de óbitos infantis evitáveis: reduzíveis por adequada atenção à gestação e parto; por adequada atenção ao feto e ao recém-nascido; por ações de promoção à saúde; e óbitos não evitáveis. Entre as causas da mortalidade materna foram incluídas: causas obstétricas diretas (hipertensão, hemorragia, infecção puerperal e aborto); e causas obstétricas indiretas (mortes por aids e doenças do aparelho circulatório, complicando a gravidez, o parto e o puerpério).77 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Departamento de Análise de Situação de saúde. Guia de vigilância epidemiológica do óbito materno. Brasília; 2009.

Para cada um dos 16 indicadores analisados, foi calculado o Coeficiente de Variação Proporcional (VP), através da equação: VP = [(Indicador último ano/Indicador primeiro ano) - 1] x 100.

A análise da tendência temporal dos indicadores foi realizada utilizando modelos de regressão linear simples. Todas as decisões foram tomadas considerando o nível de significância estatística de 5,0%.18

Foram utilizados os softwares Tabwin 36b, The R Project for Statistical Computing 3.0.2 e Microsoft Excel 2007 para construção e análise do banco de dados.

A pesquisa obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, da Fundação Oswaldo Cruz, no Recife, Pernambuco (Certificado de Apresentação para Apreciação Ética 13161113.7.0000.5190).

Resultados

O número médio de filhos por mulher reduziu continuamente até atingir uma taxa de 1,78 em 2010, média inferior ao nível de reposição da população (2,1). Essa tendência de declínio foi acompanhada pela queda da taxa de natalidade, que reduziu 28,50%, entre o primeiro e último ano analisado (Tabela 1).

Tabela 1
População geral, de mulheres em idade fértil, natalidade e fecundidade. Brasil - 1999 a 2013.

Segundo o SIH, ocorreram mais de 32,5 milhões de partos, representando 72,42% dos nascimentos ocorridos no país em todo o período avaliado. Paradoxalmente, houve significativa redução dos partos vaginais (p<0,001), com aumento de 63,68% das cesáreas (p<0,001) (Tabela 2).

Tabela 2
Partos normais, percentual de cesárea e consultas de pré-natal. Brasil, 1999 a 2013.

As consultas de pré-natal também apresentaram crescimento significativo (p<0,001), representando um aumento médio anual superior a 28 mil gestantes assistidas com mais de sete consultas, nas redes pública e privada (Tabela 2).

Foram registradas aproximadamente 45 milhões de crianças nascidas vivas, nas redes pública e privada de saúde, com redução significativa de mais de 24 mil nascimentos por ano no Brasil (p<0,001) (Tabela 3).

Tabela 3
Nascidos vivos segundo faixa etária da mãe. Brasil, 1999 a 2013.

Apesar do decréscimo na proporção dos nascimentos entre as mães com idade até 19 anos, a maternidade na adolescência permaneceu elevada no país (19,28%). Ao contrário, observou-se aumento da proporção de nascidos vivos nas demais faixas etárias, com destaque para as faixas etárias entre 40 e 49 anos (35,03%) e de mais de 50 anos (175,00%). Verificou-se um aumento expressivo e significativo de primíparas com 40 anos e mais de idade (p<0,001), com um acréscimo médio de 490 nascimentos ao ano (Tabela 3).

Em relação às crianças com síndrome de Down, o maior acréscimo foi verificado entre as mães com 40 e mais anos de idade (223,88%), proporção 30 vezes maior que o verificado nas outras faixas etárias, em 2013 (Tabela 4).

Tabela 4
Nascidos vivos com síndrome de Down, baixo peso ao nascer e prematuridade, segundo faixa etária das mães. Brasil, 1999 e 2013.

A variação proporcional dos nascimentos com baixo peso também foi maior entre as mães da faixa etária mais elevada (32,84%), enquanto entre os filhos das adolescentes registrou-se redução significativa (p<0,001). A prematuridade apresentou a variação mais marcante com tendência crescente significativa em todas as faixas etárias (Tabela 4).

A razão de mortalidade materna apresentou redução média anual de 1,09 chegando em 2011 a 64,75 óbitos para cada cem mil NV. As taxas de mortalidade de crianças também reduziram. O coeficiente de mortalidade neonatal passou de 13,49 para 9,20/1.000. Enquanto a mortalidade perinatal reduziu de 22,95 para 17,79/1.000 nascimentos (Tabela 5).

Tabela 5
Mortalidade materna e infantil segundo grupos de causas. Brasil, 1999 a 2013.

O número de óbitos infantis reduziu significativamente, entretanto, aproximadamente 70,00% ocorreram por causas evitáveis, vitimando mais de 26.900 crianças em 2013. Entre os grupos de causas, aqueles relacionados à adequada atenção à gestação e ao parto apresentaram crescimento significativo (p<0,001) com variação proporcional de 33,00% (Tabela 5).

Entre os óbitos maternos, a maioria das mortes esteve ligada às causas obstétricas diretas, com redução média anual de 0,70% de óbitos (Tabela 5).

Discussão

Nos quinze anos estudados, do total dos nascimentos quase 3/4 foram realizados na rede do SUS. Houve nessa rede um crescimento substantivo de cirurgias cesarianas. As taxas bem mais elevadas que os 15% máximos recomendados pela OMS situaram o Brasil como líder no ranking de partos operatórios no mundo, quadro crítico e desafiador para a assistência ao parto.

Com a maior prevalência de cesáreas (56,7%)1919 Brasil. Ministério da Saúde. Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. 2015. [accessed 20 Oct. 2015]. Retrieved from http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvuf.def
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do mundo, o Brasil se aproxima dos valores da Turquia (50,4%), México (45,2%), Chile (44,7%), e muito superior à Dinamarca (22,2%), Suécia (16,4%) e Holanda (15,6%).2020 Organization for Economic Co-operation and Development. Health at a glance 2015. Paris: OECD Publishing; 4 Nov. 2015.

O modelo assistencial tecnocrático pautado na supervalorização da tecnologia médica, medicalização e hospitalização do parto, na rede pública ainda que prevaleçam os partos vaginais, "a prática assistencial é excessivamente ritualística, intervencionista e não baseada em evidências científicas".2121 Oliveira MIC, Dias MAB, Cunha CB, Leal MC. Qualidade da assistência ao trabalho de parto pelo Sistema Único de Saúde, Rio de Janeiro (RJ), 1999-2001. Rev Saúde Pública. 2008; 42 (5): 895-902.

O número de partos reduziu nos quinze anos avaliados, entretanto, a gravidez na adolescência se manteve elevada. Entre as mulheres com 40 anos e mais de idade, as primíparas aumentaram em mais de 100%, caracterizando a postergação do nascimento do primeiro filho no País.

Nessa faixa etária, a idade representa um fator de risco independente para placenta prévia, descolamento prematuro da placenta, parto cesáreo e mortalidade perinatal, inclusive natimorto. Portanto, o papel da vigilância pré-natal de rotina entre essas gestantes exige uma investigação mais aprofundada.2222 Padilha JF, Torres RPP, Gasparetto A, Farinha LB, Mattos KM. Parto e idade: características do Estado do Rio Grande do Sul. Rev Saúde. 2013; 39 (2): 99-108.

A Síndrome de Down foi mais frequente entre os filhos de mulheres com 40 e mais anos de idade, assim como o baixo peso ao nascer (BPN), este ultrapassando os 10% aceitáveis de acordo com a Declaração Mundial sobre a Sobrevivência, a Proteção e o Desenvolvimento da Criança.2323 Organização das Nações Unidas (ONU). Declaração Mundial sobre a Sobrevivência, a Proteção e o Desenvolvimento da Criança. Nova Iorque: ONU; 1990. A prematuridade apresentou um crescimento marcante, entre os nascimentos das mães em todas as faixas etárias. Esses fatores representam risco direto para a morbidade, mortalidade e desenvolvimento das crianças.

O nascimento de crianças com baixo peso está associado à baixa qualidade e equidade no pré-natal, excesso de intervenções médicas e aumento da prematuridade. A prevenção da prematuridade requer atenção pré-natal adequada e oportuna, e o controle das cesarianas sem indicação técnica.22 Leal MC, Pereira APE, Domingues RMSM, Theme Filha MM, Dias MAB, Nakamura-Pereira M, Bastos MH, Gama SGN. Pesquisa Nascer Brasil: Intervenções obstétricas durante o trabalho de parto e parto em mulheres brasileiras de risco habitual. Cad Saúde Pública. 2014; 30 (Supl. 1): S17-S47.,33 Lansky S, Friche AAL, Silva AAM, Campos D, Bittencourt SDA, Carvalho ML, Frias PG, Cavalcante RS, Cunha AJLA. Pesquisa Nascer Brasil: Perfil da mortalidade neonatal e avaliação da assistência à gestante e ao recém-nascido. Cad Saúde Pública. 2014; 30 (Supl. 1): S192-S207.,2323 Organização das Nações Unidas (ONU). Declaração Mundial sobre a Sobrevivência, a Proteção e o Desenvolvimento da Criança. Nova Iorque: ONU; 1990.,2424 Capelli JCS, Pontes JS, Pereira SEA, Silva AAM, Carmo CN, Boccolini CS, Almeida MFL. Peso ao nascer e fatores associados ao período pré-natal: um estudo transversal em hospital maternidade de referência. Ciênc Saúde Coletiva. 2014; 19 (7): 2063-72.

O significativo crescimento do número das consultas de pré-natal identificado no estudo revela a ampliação do acesso à assistência durante a gestação. Entretanto, estudos têm demonstrado que, apesar da alta cobertura, a assistência pré-natal não apresenta qualidade satisfatória, comprometendo a prevenção, diagnóstico e tratamento das mães e bebês.1212 Radis, Comunicação e Saúde: acesso e humanização, direitos da mãe e do bebê. Editora FIOCRUZ, 2012; 117. Retrieved from http://www6.ensp.fiocruz.br/radis/sites/default/files/117/radis_117.pdf
http://www6.ensp.fiocruz.br/radis/sites/...
,2525 Anversa ETR, Bastos GAN, Nunes LN, Dal Pizzol TS. Qualidade do processo da assistência pré-natal: unidades básicas de saúde e unidades de Estratégia Saúde da Família em município no Sul do Brasil. Cad Saúde Pública. 2012; 28 (4): 789-800.,2626 Domingues RMSM, Hartz ZMA, Dias MAB, Leal MC. Avaliação da adequação da assistência pré-natal na rede SUS do município do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2012; 28 (3): 425-37.

A redução dos óbitos neonatais e perinatais ocorreu em ritmo lento com cerca 0,3 óbitos/1.000 NV por ano. Além disso, houve um aumento nas causas evitáveis dos óbitos infantis relacionadas à adequada atenção na gestação e parto. O lento decréscimo dos óbitos neonatais frente à redução substancial da mortalidade infantil aponta para a falta de integração entre a assistência pré-natal e o parto, e às altas taxas de cesarianas, muitas vezes desnecessárias. A predominância das causas de óbitos preveníveis por adequada atenção na gestação e parto evidencia a necessidade de qualificar a assistência durante a gestação e parto.55 Santos HG, Andrade SM, Silva AMR, Mathias TAF, Ferrari LL, Mesas AE. Mortes infantis evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde: comparação de duas coortes de nascimentos. Ciênc Saúde Coletiva. 2014; 19 (3): 907-16.,2727 Barros FC, Matijasevich A, Requeio JH, Giugliani E, Maranhão EG, Monteiro CA, Barros AJD, Bustreo F, Merialdi M, Victora CG. Recent Trends in Maternal, Newborn, and Child Health in Brazil: Progress Toward Millennium Development Goals 4 and 5. Am J Public Health. 2010; 100 (10): 1877-89.

A razão de morte materna manteve-se persistentemente elevada e a maioria dos óbitos esteve relacionada às causas obstétricas diretas, principalmente por hipertensão e hemorragias, preveníveis em sua maioria com acompanhamento no pré-natal e atenção ao parto e nascimento de qualidade, contexto que sugere falhas na adequação e qualidade da assistência obstétrica, desde o pré-natal até o pós-parto imediato.2727 Barros FC, Matijasevich A, Requeio JH, Giugliani E, Maranhão EG, Monteiro CA, Barros AJD, Bustreo F, Merialdi M, Victora CG. Recent Trends in Maternal, Newborn, and Child Health in Brazil: Progress Toward Millennium Development Goals 4 and 5. Am J Public Health. 2010; 100 (10): 1877-89. No mundo, nas últimas décadas, A Razão de Morte Materna reduziu em ritmo bem mais acelerado que observado no Brasil, e nos países onde esses óbitos apresentam valores aceitáveis, conforme classificação da OMS, predominam as causas de morte indiretas.66 Souza JP. Mortalidade materna e desenvolvimento: a transição obstétrica no Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35 (12): 533-5.,2828 Szwarcwald CL, Escalante JJC, Rabello Neto DL, Souza Jr. PRB, Victora CG. Pesquisa Nascer Brasil: Estimação da razão de mortalidade materna no Brasil, 2008-2011. Cad Saúde Pública. 2014; 30 (Supl. 1): S71-S83.,2929 Laurenti R, Mello Jorge MH, Gotlieb LD. Mortes por doenças infecciosas em mulheres: ocorrências no ciclo gravídico-puerperal. Rev Assoc Med Bras. 2009; 55 (1): 64-9.

Os resultados do presente estudo apontam para possíveis problemas na qualidade da assistência obstétrica hospitalar e no pré-natal, quando o aumento em sua cobertura ocorreu simultaneamente ao crescimento dos óbitos infantis preveníveis por adequada atenção na gestão e parto; da prematuridade; do baixo peso; da síndrome de Down; e manutenção das mortes maternas por causas obstétricas diretas.

Nos quinze anos estudados, houve profundas transformações, que demonstram que a situação crítica do modelo de assistência ao parto no Brasil ainda não foi superada, e representa um cenário desafiador. Persiste hegemônico o modelo tecnocrático de assistência ao parto, frente às mudanças observadas no perfil das mães e nascimentos, com redução lenta dos óbitos perinatais e neonatais e manutenção de elevada mortalidade materna. Denunciando que o sistema precisa se organizar para solucionar antigos problemas e atender às novas demandas, direcionando esforços para garantia do cuidado que assegure o direito ao parto e nascimento seguros e saudáveis.

References

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Apr-Jun 2016

Histórico

  • Recebido
    14 Dez 2015
  • Aceito
    07 Abr 2016
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