Acessibilidade / Reportar erro

Prevalência e fatores associados a colonização por estreptococo do grupo B em gestantes

Resumo

Objetivos:

estimar a prevalência e apontar fatores associados à colonização por estreptococos do grupo B (EGB) em gestantes da zona urbana atendidas em unidades de saúde de um município do nordeste do Brasil.

Métodos:

trata-se de um estudo transversal realizado entre janeiro de 2017 a março de 2018. Foram coletados swabs vaginorretais de 210 gestantes entre a 32 e 40 semanas de gestação. As amostras foram semeadas em ágar sangue de carneiro 5% e ágar cromogênico. Para identificação confirmatoria de EGB foram utilizados o teste de CAMP e aglutinação em látex. Foram realizadas análise descritiva, de associação univariada e multivariada utilizando modelo logístico multinomial.

Resultados:

a prevalência de colonização por EGB entre as gestantes foi de 18,1% (n=38), e as variáveis renda e paridade no grupo de mulheres mais velhas na análise univariada além de cor da pele, idade e paridade na análise multivariada final estiveram estatisticamente associadas ao desfecho (p<0,05).

Conclusões:

a prevalência da colonização materna pelo EGB mostrou-se semelhante às descritas em outros estudos. Apesar de alguns fatores de risco como cor da pele, idade e paridade estarem associados à colonização, outros estudos são fundamentais para se estabelecer maiores informações sobre as gestantes mais passíveis de colonização pelo EGB.

Palavras-chave
Streptococcus do grupo B; Streptococcus agalactiae; Prevalência; Gestantes

Abstract

Objectives:

to estimate the prevalence and the factors associated with the colonization by group B streptococcus (GBS) in pregnant women from the urban area attended at health units in a municipality in northeastern Brazil.

Methods:

it is a cross-sectional study conducted from January 2017 to March 2018. Vagino-rectal swabs were collected from 210 pregnant women between 32 and 40 weeks of gestation. The swabs were seeded on 5% sheep blood agar and on chromogenic agar. For confirmatory identification of GBS, the CAMP test and latex agglutination were used. Descriptive analysis and univariate and multivariate association analysis were performed using a multinomial logistic model.

Results:

the prevalence of GBS colonization among pregnant women was 18.1% (n = 38), and a statistically significant association (p<0.05) was found for income and parity variables in the group of older women in the univariate analysis, and for skin color, age and parity in the final multivariate analysis.

Conclusions:

the prevalence of maternal colonization by GBS was similar to that described in other studies. Although some risk factors, such as skin color, age and parity, were associated with colonization, other studies are essential to establish more information on pregnant women more likely to be colonized by GBS.

Key words
Group B streptococcus; Streptococcus agalactiae; Prevalence; Pregnant women

Introdução

O estreptococo do grupo B (EGB) ou Streptococcus agalactiae faz parte da microbiota de membranas mucosas de seres humanos e animais, colonizando principalmente os tratos intestinal e geniturinário.11 Winn Jr. W, Allen S, Janda W, Procop G, Schreckenberger P, Woods G. Koneman Diagnóstico Microbiológico. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2008.

Em gestantes, o EGB está associado a infecções como cistite, pielonefrite, endometrite, além de comprometimento na evolução da gestação, com possível ocorrência de abortamento, morte fetal intra-uterina, corioamnionite, ruptura precoce de membrana e parto prematuro.22 Areal A, Nunes S, Moreira M, Faustino MA, Cardoso L, As C. Infecção perinatal por Streptococcus agalactiae pode ser evitada: Prevalência da colonização em parturientes no Hospital São Marcos, factores de risco e a sua relação com a infecção perinatal. Acta Pediatr Port. 2010; 41 (1): 16-21.

O EGB é o principal agente etiológico associado à sepse neonatal de início precoce. E, entre recém-nascidos de parturientes colonizadas pelo EGB, 12% desenvolverão doença invasiva de início precoce.33 Regan JA, Klebanoff MA, & Nugent RP. The epidemiology of group B streptococcal colonization in pregnancy. Vaginal Infections and Prematurity Study Group. Obstetr Gynecol. 1991; 77 (4): 604-10.,44 Gotoff SP. Group B streptococcal infections. Pediatr Rev. 2002; 23 (11): 381-6. Estes neonatos expostos podem desenvolver doenças graves como pneumonia, sepse e meningite.55 Heath PT, Balfour G, Weisner AM, Efstratiou A, Lamagni TL, Tighe H, Connell LAF, Cafferkey M, Verlander NO, Nicoll A, McCartney AC. Group B streptococcal disease in UK and Irish infants younger than 90 days. Lancet. 2004; 363 (9405): 292-4.

A transmissão do EGB para o recém-nascido pode ocorrer durante o trabalho de parto pela ascensão da bactéria para a cavidade uterina, principalmente após a ruptura das membranas amnióticas ou pelo contato com secreções maternas, no canal de parto.66 Baker CJ, Edwards MS. Group B streptococcal infections. IN: Remington J, Klein JO, eds. Infectious Diseases of the Fetus and Newborn Infant. 4th ed. Philadelphia, PA: WB Saunders Co; 980-1054; 1995.

A estratégia profilática recomendada para a doença invasiva pelo EGB no período neonatal é baseada na triagem pré-natal específica para o patógeno em material colhido do intróito vaginal e região perianal de mulheres entre a 35ª e 37ª semana de gestação. Para prevenção da transmissão vertical do EGB recomenda-se a profilaxia intraparto, com penicilina G cristalina - 5 milhões de unidades em dose de ataque e 2,5 milhões de unidades, a cada 4 horas, até o parto.77 Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Prevention of Perinatal Group B Streptococcal Disease: revised Guidelines from CDC. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2010; 59 (10): 1-23.

No Brasil, não existem protocolos ou recomendações técnicas acerca do tema.88 Costa ALR, Lamy Filho F, Chein MBC, Brito LMO, Lamy ZC, Andrade KL. Prevalência de colonização por estreptococos do grupo B em gestantes atendidas em maternidade pública da região Nordeste do Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2008; 30 (6): 274-80.,99 Amaral E. Estreptococo do grupo B: rastrear ou não rastrear no Brasil? Eis a questão. RBGO. 2005; 27 (4): 165-7. Apesar do rastrea-mento em gestantes ser acessível e a coleta simples, observa-se que a cultura do EGB atualmente ainda não é realizada rotineiramente no pré-natal.1010 Pogere A, Zoccoli CM, Tobouti NR, Freitas PF, d'Acampora AJ, Zunino JN. Prevalência da colonização pelo estreptococo do grupo B em gestantes atendidas em ambulatório de pré-natal. Rev Bras Ginecol Obstet. 2005; 27 (4): 174-80.

Estudos nacionais têm demonstrado taxas de colonização maternas entre 4,2% e 28,4%.1111 Linhares JJ, Neto PGC, Vasconcelos JL, Saraiva TV, Ribeiro AMF, Siqueira TM, Rocha AF. Prevalência de colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas em maternidade do Ceará, no Brasil, correlacionando com os resultados perinatais. Rev Bras Ginecol Obstetr. 2011; 33 (12):395-400.,1212 Melo SCCSD, Costa AB, Silva FTRD, Silva NMMG, Tashima CM, Cardoso RF, Pádua RAF, Previdelli I, Carvalho MDB, Pelloso SM. Prevalence of Streptococcus agalactiae colonization in pregnant women from the 18th Health Region of Paraná State. Rev Inst Med Trop São Paulo. 2018; 60: e1-e6. Estas variações acompanham a localização geográfica, inclusive com flutuações regionais.1010 Pogere A, Zoccoli CM, Tobouti NR, Freitas PF, d'Acampora AJ, Zunino JN. Prevalência da colonização pelo estreptococo do grupo B em gestantes atendidas em ambulatório de pré-natal. Rev Bras Ginecol Obstet. 2005; 27 (4): 174-80. Além disso, estes achados podem divergir devido ao sítio anatômico e época da coleta, tipo de amostra, técnica bacteriológica de isolamento utilizada, além de características da população estudada.1111 Linhares JJ, Neto PGC, Vasconcelos JL, Saraiva TV, Ribeiro AMF, Siqueira TM, Rocha AF. Prevalência de colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas em maternidade do Ceará, no Brasil, correlacionando com os resultados perinatais. Rev Bras Ginecol Obstetr. 2011; 33 (12):395-400.

Diante da relevância do EGB como causador de morbidade e mortalidade em recém-nascidos, do conhecimento da prevalência materna de colonização e da necessidade da implantação de medidas preventivas baseadas no rastreamento de gestantes, a adoção de medidas profiláticas podem contribuir para diminuição de óbitos infantis, especialmente neonatais. O presente trabalho objetivou estimar a prevalência e elencar fatores associados à colonização de Streptococcus agalactiae isolados em gestantes da zona urbana atendidas em unidades de saúde de Vitória da Conquista, Estado da Bahia.

Métodos

Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa realizado no município de Vitória da Conquista - Bahia entre fevereiro de 2017 e março de 2018. A amostra foi composta por 210 gestantes, com idade gestacional de 32 a 40 semanas, atendidas em nove unidades básicas de saúde e unidades de saúde da família do município, todas localizadas na zona urbana, foram selecionadas a partir de zoneamento do município seguido de sorteio das unidades por área.

Para o cálculo do tamanho da amostra, admitiu-se um erro de 5% e intervalo de confiança de 95%, levando em consideração os 5191 partos no município no ano de 2014 e a prevalência de colonização por EGB de 17% - encontrada em estudo realizado no município.1313 Oliveira MV, Teles MF, Viana TA. Prevalência e fatores de risco associados à colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas no Hospital Municipal Esaú Matos em Vitória da Conquista-BA. Ciênc Desenvolv Rev Eletr FAINOR. 2013; 6 (1): 172-84. Para definição do número de gestantes em cada unidade de saúde considerou-se o número amostral dividido proporcionalmente nas unidades envolvidas no estudo. Foram elegíveis para participar do estudo, gestantes em acompanhamento pré-natal na unidade de saúde com idade gestacional de 32 a 40 semanas que concordaram em participar do mesmo após aplicação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

A coleta de dados envolveu aplicação do questionário autorreferido com perguntas predefinidas acerca de possíveis variáveis explicativas para o desfecho pesquisado, exceto a idade gestacional que foi obtida por coleta de dados de ultrassonografia do prontuário da gestante. Esse questionário foi elaborado a partir da ficha de dados do estudo de Borger1414 Borger IL. Estudo da colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas na maternidade escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro [dissertação]. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2005. e passou por pré-testes para adequação da linguagem e manutenção de quesitos necessários para adequação do estudo.

A coleta do material foi feita por introdução de swab estéril único em canal vaginal, sem utilização de espéculo e, posteriormente, no esfíncter anal, e inoculação do swab em meio de transporte Stuart.77 Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Prevention of Perinatal Group B Streptococcal Disease: revised Guidelines from CDC. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2010; 59 (10): 1-23.,1313 Oliveira MV, Teles MF, Viana TA. Prevalência e fatores de risco associados à colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas no Hospital Municipal Esaú Matos em Vitória da Conquista-BA. Ciênc Desenvolv Rev Eletr FAINOR. 2013; 6 (1): 172-84.

Os swabs foram encaminhados em caixas para material biológico, em temperatura ambiente, para o Laboratório de Análises Clínicas da Universidade Federal da Bahia - Campus Anísio Teixeira -Instituto Multidisciplinar em Saúde, Vitória da Conquista - BA.

As amostras foram semeadas em meio cromógeno (Biomérieux®) para estreptococos pela técnica de esgotamento, e incubadas 18 à 24h na temperatura de 35 a 37°C. Posteriormente, semeadas em ágar Sangue (Isofar®) 5% (carneiro), com incubação de 18 à 24h em 35 a 37°C, e atmosfera de 5% de CO2. Seguindo o protocolo, o swab foi inoculado em tubo contendo meio Todd-Hewitt (Biomérieux®) a 35 a 37°C de 18 à 24h e após esse período, nova semeadura em meio cromógeno (Biomérieux®) para estreptococos e ágar Sangue (Isofar®) 5% (carneiro), seguindo as mesmas condições de incubação anteriores para essas culturas.77 Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Prevention of Perinatal Group B Streptococcal Disease: revised Guidelines from CDC. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2010; 59 (10): 1-23.,1313 Oliveira MV, Teles MF, Viana TA. Prevalência e fatores de risco associados à colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas no Hospital Municipal Esaú Matos em Vitória da Conquista-BA. Ciênc Desenvolv Rev Eletr FAINOR. 2013; 6 (1): 172-84.,1414 Borger IL. Estudo da colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas na maternidade escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro [dissertação]. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2005.

Para as culturas de ágar sangue com crescimento de colônias pequenas, com padrão acinzentado, circundadas por halo discreto de β-hemólise, ou sem hemólise, sugestivas de EGB, foram realizados teste de catalase, coloração de Gram convencional seguida de análise microscópica. Para os cocos Gram-positivos, catalase-negativos, obtidos do crescimento em ágar sangue e para colônias rosas ou vermelhas obtidas em meio cromógeno foi realizado teste CAMP (Christie, Atkins e Munch-Petersen) utilizando o kit composto por ágar Todd-Hewitt e Hemolisinabac® (Probac do Brasil) e aglutinação em látex (sorogrupagem) utilizando o kit Slidex® Strepto Plus B (Biomeriéux), para confirmação da espécie.

Para fundamentar as análises, o banco de dados foi construído em planilhas do pacote Microsoft Office Excel e as análises estatísticas: descritiva, univariada e multivariada realizadas no pacote estatístico EPI-INFO (versão 3.5.2 e versão 7.0.9).

A variável resposta neste estudo foi considerada colonização confirmada laboratorialmente por EGB e foram avaliadas as seguintes variáveis explicativas: a) sociodemográficas: faixa etária, cor, escolaridade, estado conjugal, renda; b) patologias: relato de diagnóstico de alguma doença; c) informações gestacionais anteriores: aborto e parto prematuro; d) informações gestacionais atuais: idade gestacional, peso, utilização de antibióticos durante a gestação e utilização de outros medicamentos.

Para a comparação de frequências utilizou-se o teste do qui-quadrado, adotando nível de significância de p<0,05. Para a modelagem final foram consideradas as variáveis que apresentaram valor p<0,20 na análise univariada, e a variável cor devido a relação descrita em outros estudos da mesma natureza. No modelo multivariado final, foram consideradas as variáveis com p<0,05 sendo considerada a melhor adequação estatística do modelo final por meio da avaliação do log likelihood.

A presente pesquisa teve anuência da Comissão de Ensino e Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde de Vitória da Conquista e posterior aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade da Federal da Bahia, sob o número de CAAE 58104116.8.0000.5556 e protocolo de número 1.736.058.

Resultados

A Tabela 1 apresenta a análise descritiva da população de gestantes incluída no estudo (n=210).

Tabela 1
Análise descritiva e univariada da colonização por EGB em gestantes de 32 a 40 semanas de gestação e variáveis selecionadas.

Verificou-se neste estudo que a idade das participantes variou entre 14 e 45 anos e a média de idade foi aproximadamente de 27 anos. A maioria das gestantes se declarou como não-branca, tinha 5 anos ou mais de estudo, possuía companheiro e referiu renda familiar inferior a 2 salários mínimos vigentes à época da pesquisa.

A coleta de secreção vaginal/retal, ocorreu em média nas gestantes com 34 semanas de gravidez, ocorrendo em quase metade delas entre 32 e 34 semanas. Em relação as informações obstétricas prévias a maioria das mulheres declararam-se como multíparas com número de gestações anteriores variando entre uma e sete gestações. Aborto espontâneo pregresso foi relatado por 15,2% (n=32) das gestantes enquanto que 9,2% (n=11) das participantes multíparas relataram parto prematuro. O uso de antibióticos na gestação atual foi referido por menos da metade das gestantes, sendo que amoxicilina e cefalexina foram os mais citados pelas gestantes que fizeram uso.

A prevalência de colonização por EGB nas gestantes foi 18,1% (n=38). Dentre elas, 65,8% (n=25) tinham entre 27 e 45 anos, 50% (n=19) estavam entre 32 e 34 semanas de idade gestacional e 55,3% (n=21) eram primíparas. Entre as gestantes colonizadas por EGB 81,6% (n=31) se declarou como não branca, 89,5% (n=34) possuía companheiro e 65,8% (n=25) revelou ter renda menor que 2 salários mínimos. Todas as gestantes colonizadas tinham 5 anos ou mais de estudo.

A Tabela 1 apresenta também a análise univariada onde verificou-se que a colonização por EGB associou-se estatisticamente (p<0,05) com renda familiar maior ou igual a 2 salários mínimos que demonstraram ter 2,2 vezes a chance de colonização por EGB comparando-se com mulheres com renda menor que 2 salários.

Não foi encontrada associação estatisticamente significativa entre colonização por EGB e paridade na análise univariada. Porém, ao analisar esta variável no grupo de mulheres mais velhas (27 a 45 anos) observou-se que as primíparas deste grupo tiveram 4,14 vezes a chance para colonização por EGB em relação as multíparas (p<0,05). No grupo de mulheres mais jovens (<27 anos) não houve associação estatisticamente significante entre paridade e colonização por EGB (Tabela 2).

Tabela 2
Análise univariada da colonização por EGB e paridade estratificado por idade.

O modelo final da análise multivariada (Tabela 3) revelou associação estatisticamente significativa entre a colonização por EGB e as variáveis: idade, cor e paridade. A associação entre renda e colonização por EGB que tinha se mostrado significante na análise univariada não mostrou associação na análise multivariada.

Tabela 3
Modelo final de regressão logística por grupo de variáveis selecionadas e colonização por EGB.

Discussão

A prevalência de colonização materna por EGB de 18,1% concorda com a maioria das pesquisas nacionais.88 Costa ALR, Lamy Filho F, Chein MBC, Brito LMO, Lamy ZC, Andrade KL. Prevalência de colonização por estreptococos do grupo B em gestantes atendidas em maternidade pública da região Nordeste do Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2008; 30 (6): 274-80.,1212 Melo SCCSD, Costa AB, Silva FTRD, Silva NMMG, Tashima CM, Cardoso RF, Pádua RAF, Previdelli I, Carvalho MDB, Pelloso SM. Prevalence of Streptococcus agalactiae colonization in pregnant women from the 18th Health Region of Paraná State. Rev Inst Med Trop São Paulo. 2018; 60: e1-e6.,1515 Senger FR, Alves IA, Pellegrini DDCP, Prestes DC, de Souza EF, Dalla Corte E. Prevalência da colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas na rede pública de saúde de Santo Ângelo-RS. Rev Epidemiol Controle Infecç. 2016; 6 (1): 1-5.,1616 Beraldo C, Brito ASJ, Saridakis HO, Matsuo T. Prevalência da colonização vaginal e anorretal por estreptococo do grupo B em gestantes do terceiro trimestre. RBGO. 2004; 26 (7): 543-9. Em relação aos sítios anatômicos de coleta do espécimes clínicos para análise, sabe-se que a coleta nas regiões vaginal e retal aumenta a sensibilidade do exame.1717 Schrag S, Gorwitz R, Fultz-Butts K, Schuchat A. Prevention of perinatal group B streptococcal disease. Revised guidelines from CDC. MMWR Recomm Rep. 2002; 51 (RR-11): 1-22. O presente estudo valeuse desta estratégia de coleta (vaginal/anal), assim como realizado no estudo de Borger et al.,1818 Borger IL, D'Oliveira REC, Castro ACD, Mondino SSB. Streptococcus agalactiae em gestantes: prevalência de colonização e avaliação da suscetibilidade aos antimicrobianos. Rev Bras Ginecol Obstet. 2005; 27 (10): 575-9. que encontrou prevalência de 19,2%. Divergindo do estudo de Linhares et al.,1111 Linhares JJ, Neto PGC, Vasconcelos JL, Saraiva TV, Ribeiro AMF, Siqueira TM, Rocha AF. Prevalência de colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas em maternidade do Ceará, no Brasil, correlacionando com os resultados perinatais. Rev Bras Ginecol Obstetr. 2011; 33 (12):395-400. que apontou baixa frequência de colonização que fora supostamente atribuída a coleta por swab único.

Em relação ao período de coleta para pesquisa de EGB é recomendado que a cultura seja realizada em mulheres com período gestacional entre 35ª e 37ª semana.77 Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Prevention of Perinatal Group B Streptococcal Disease: revised Guidelines from CDC. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2010; 59 (10): 1-23. Neste trabalho foram coletadas amostras de gestantes entre 32 e 40 semanas, considerando que a colonização por EGB pode aumentar o risco de aborto espontâneo e trabalho de parto pré-termo.33 Regan JA, Klebanoff MA, & Nugent RP. The epidemiology of group B streptococcal colonization in pregnancy. Vaginal Infections and Prematurity Study Group. Obstetr Gynecol. 1991; 77 (4): 604-10.,1919 Regan JA, Klebanoff MA, Nugent RP, Eschenbach DA, Blackwelder WC, Lou Y, Gibbs RS, Rettig PJ, Martin DH, Edelman R. Colonization with group B streptococci in pregnancy and adverse outcome. Am J Obstet Gynecol. 1996; 174 (4): 1354-60. Em Campinas, taxas elevadas de colonização materna em gestantes com trabalho de parto prematuro, e com ruptura prematura pré-termo de membrana foram demonstradas.2020 Nomura ML, Passini Júnior R, Oliveira UM, Calil R. Group B streptococcus maternal and neonatal colonization in preterm rupture of membranes and preterm labor. Rev Bras Ginecol Obstet. 2009; 31 (8): 397-403.

Neste estudo as gestantes foram categorizadas em três grupos: 32 a 34 semanas, 35 a 37 semanas e 38 a 40 semanas. Não foi encontrada diferença estatisticamente significante de colonização entre esses grupos. Esse achado aponta para a necessidade de investigação de EGB em períodos gestacionais diferentes do preconizado, principalmente devido as situações de prematuridade.

De acordo com a literatura, a prevalência de EGB varia de acordo com características da população estudada.33 Regan JA, Klebanoff MA, & Nugent RP. The epidemiology of group B streptococcal colonization in pregnancy. Vaginal Infections and Prematurity Study Group. Obstetr Gynecol. 1991; 77 (4): 604-10. Porém, no Brasil os estudos não têm sido convergentes ao associar colonização por EGB e características sociodemográficas ou obstétricas.88 Costa ALR, Lamy Filho F, Chein MBC, Brito LMO, Lamy ZC, Andrade KL. Prevalência de colonização por estreptococos do grupo B em gestantes atendidas em maternidade pública da região Nordeste do Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2008; 30 (6): 274-80.,1212 Melo SCCSD, Costa AB, Silva FTRD, Silva NMMG, Tashima CM, Cardoso RF, Pádua RAF, Previdelli I, Carvalho MDB, Pelloso SM. Prevalence of Streptococcus agalactiae colonization in pregnant women from the 18th Health Region of Paraná State. Rev Inst Med Trop São Paulo. 2018; 60: e1-e6.,1515 Senger FR, Alves IA, Pellegrini DDCP, Prestes DC, de Souza EF, Dalla Corte E. Prevalência da colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas na rede pública de saúde de Santo Ângelo-RS. Rev Epidemiol Controle Infecç. 2016; 6 (1): 1-5.,2020 Nomura ML, Passini Júnior R, Oliveira UM, Calil R. Group B streptococcus maternal and neonatal colonization in preterm rupture of membranes and preterm labor. Rev Bras Ginecol Obstet. 2009; 31 (8): 397-403.

Em relação à existência de associação entre a colonização por EGB e renda familiar maior ou igual a dois salários mínimos verificou-se, no modelo multivariado final, que a associação foi estatisticamente significante para idade e não para renda familiar. Isso ocorreu na presente investigação, pois, mulheres com idade inferior a 27 anos tinham também uma menor renda, e assim a idade foi uma variável confundidora na análise univariada. Após o ajuste final, foi verificado que mulheres com idade materna entre 27 e 45 anos apresentaram uma chance 60% menor de estarem colonizadas por EGB quando comparadas a gestantes com menos de 27 anos (P<0,05).

A associação entre paridade e colonização se mostrou significante (p<0,05) nas análises univariada e multivariada. Ao analisar a paridade no grupo de mulheres de 27 a 45 anos, as gestantes primíparas tiveram uma chance de 4,14 vezes para colonização por EGB, quando comparadas multíparas (p<0,05). Em Florianópolis, idade e paridade foram avaliadas conjuntamente e o risco de colonização entre as primíparas cresceu de acordo com um aumento do grupo etário.1010 Pogere A, Zoccoli CM, Tobouti NR, Freitas PF, d'Acampora AJ, Zunino JN. Prevalência da colonização pelo estreptococo do grupo B em gestantes atendidas em ambulatório de pré-natal. Rev Bras Ginecol Obstet. 2005; 27 (4): 174-80. Nos Estados Unidos, mulheres mais velhas com baixa paridade têm maior risco de serem colonizadas por EGB.33 Regan JA, Klebanoff MA, & Nugent RP. The epidemiology of group B streptococcal colonization in pregnancy. Vaginal Infections and Prematurity Study Group. Obstetr Gynecol. 1991; 77 (4): 604-10.

Na análise multivariada foi demonstrado que ser primípara é um fator de proteção (OR= 0,34) quando comparado as multíparas na amostra total do estudo (p<0,05). Assim gestantes primíparas tiveram uma chance 66% menor de colonização por EGB comparadas as multíparas. Corroborando esta relação, na Índia em um estudo com participantes de nível socioeconómico baixo, a taxa de colonização por EGB foi significantemente maior entre as multíparas do que entre as primíparas.2121 Orrett FA. Colonization with Group B streptococci in pregnancy and outcome of infected neonates in Trinidad. Pediatr Int. 2003; 45 (3): 319-23.

Verificou-se também que a cor da pele preta esteve associada à maior chance de colonização por EGB. A análise multivariada apontou que mulheres não brancas tiveram 2,19 vezes a chance para colonização por EGB em relação a mulheres brancas (p<0,05). Estes achados concordam com resultados encontrados no Ceará e em Santa Catarina.1111 Linhares JJ, Neto PGC, Vasconcelos JL, Saraiva TV, Ribeiro AMF, Siqueira TM, Rocha AF. Prevalência de colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas em maternidade do Ceará, no Brasil, correlacionando com os resultados perinatais. Rev Bras Ginecol Obstetr. 2011; 33 (12):395-400.,2222 Kruk CR, Feuerschuette OHM, Silveira SKD, Cordazo M, Trapani Júnior A. Epidemiologic profile of Streptococcus agalactiae colonization in pregnant women attending prenatal care in a city of southern of Brazil. Braz J Infect Dis. 2013; 17 (6): 722-3. Contudo, os resultados relacionados à cor/raça devem ser interpretados com cautela devido à miscigenação do povo brasileiro, podendo não haver consenso em relação a essa variável, a exemplo de Nomura et al.,2020 Nomura ML, Passini Júnior R, Oliveira UM, Calil R. Group B streptococcus maternal and neonatal colonization in preterm rupture of membranes and preterm labor. Rev Bras Ginecol Obstet. 2009; 31 (8): 397-403. que encontraram a cor branca associada à colonização em Campinas na análise univariada.

Neste trabalho, escolaridade não foi uma variável explicativa associada a colonização por EGB. Isto provavelmente ocorreu devido à homogeneidade em relação à população estudada composta por mulheres com 5 anos ou mais de estudo. Os achados encontrados neste e em outros trabalhos indicam que, apesar da literatura apontar alguns fatores de risco para colonização materna por EGB, os resultados têm se mostrado inconsistentes em vários estudos, não sendo possível selecionar um grupo de mulheres com alta probabilidade de estarem colonizadas. Deve-se reforçar que a pesquisa do EGB deve ser realizada em todas as gestantes e não somente nas que apresentarem fatores de risco.33 Regan JA, Klebanoff MA, & Nugent RP. The epidemiology of group B streptococcal colonization in pregnancy. Vaginal Infections and Prematurity Study Group. Obstetr Gynecol. 1991; 77 (4): 604-10.,1010 Pogere A, Zoccoli CM, Tobouti NR, Freitas PF, d'Acampora AJ, Zunino JN. Prevalência da colonização pelo estreptococo do grupo B em gestantes atendidas em ambulatório de pré-natal. Rev Bras Ginecol Obstet. 2005; 27 (4): 174-80.,1515 Senger FR, Alves IA, Pellegrini DDCP, Prestes DC, de Souza EF, Dalla Corte E. Prevalência da colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas na rede pública de saúde de Santo Ângelo-RS. Rev Epidemiol Controle Infecç. 2016; 6 (1): 1-5.

Quando as taxas de colonização materna superam 10%, os programas de rastreamento universal se mostram custo-efetivos.2323 Strickland DM, Yeomans ER, Hankins GD. Cost-effectiveness of intrapartum screening and treatment for maternal group B streptococci colonization. Am J Obstet Gynecol. 1990; 163 (1): 4-8. Para a estratégia de realização de culturas em gestantes no presente trabalho, estimou-se o custo para rastreamento do EGB, em R$18,00 por gestante, com sensibilidade de 96,9% para detecção do EGB.2424 Santana FAF. Comparação de metodologias de identificação, perfil de susceptibilidade antimicrobiana e determinação de genes de resistência em cepas de Streptococcus agalactiae isoladas de gestantes de Vitória da Conquista - BA [dissertação]. Vitória da Conquista: Universidade Federal da Bahia; 2018. Esse valor foi estipulado, baseando-se no uso de um swab com meio de transporte Stuart para coleta da amostra biológica, que seria inoculado no meio de Todd-Hewitt e repicado em placa de ágar cromogênico, e levou em consideração os gastos com a realização de antibiograma para as amostras positivas. Assim, o custo anual para o rastreamento, estimando um número de partos em Vitória da Conquista por ano em torno de 5 mil, seria em torno de R$ 90 mil reais. Considerando ainda essa média anual de partos e a taxa de colonização em gestantes encontrada no município de 18,1%, 905 gestantes estariam colonizadas por EGB. Assim, assumindo que até 2% dos recém-nascidos de parturientes colonizadas desenvolverão a doença invasiva de início precoce, pode-se estimar que aproximadamente 18 recém-nascidos a cada ano necessitarão de internamento hospitalar, inclusive em unidades de terapia intensiva (UTI). Baseado no trabalho de Desgualdo et al.,2525 Desgualdo CM, Riera R, Zucchi P. Estimativa de custo de internação hospitalar para recém nascidos prematuros em um hospital publico terciário no Brasil. Clinics. 2011; 66 (10): 1773-7. os custos envolvidos com esses internamentos chegariam a aproximadamente R$132 mil reais.

Apesar das limitações que envolvem os cálculos de custos neste trabalho, tais como indisponibilidade de dados atuais acerca dos gastos hospitalares com recém-nascidos infectados no município estudado, os achados revelam que o rastreamento das gestantes do munício é uma estratégia custo-efetiva quando são computados aos altos custos de internamento de recém-nascidos, afastamentos laborais dos pais e adoecimento mental pela permanência em ambiente hospitalar. Além disso é preciso considerar que, ao se adotar uma estratégia de prevenção, pode-se diminuir e até mesmo evitar a morbidade e mortalidade neonatais decorrentes de infecção por EGB e leitos hospitalares, inclusive de UTI neonatal são disponibilizados.

Este estudo mostrou uma nítida necessidade de implantação de uma estratégia de intervenção tendo como escopo a melhoria da assistência pré-natal e das condições de saúde neonatal no município de Vitória da Conquista. Os dados encontrados apontaram importante prevalência de colonização materna por EGB no município, e alguns fatores de risco associados a colonização, similares ao de trabalhos realizados em diferentes regiões do país. Em relação a idade gestacional para coleta, sugere-se que outros estudos sejam realizados para avaliar a colonização de gestantes em períodos gestacionais, considerando a necessidade de avaliar também as situações de prematuridade.

References

  • 1
    Winn Jr. W, Allen S, Janda W, Procop G, Schreckenberger P, Woods G. Koneman Diagnóstico Microbiológico. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2008.
  • 2
    Areal A, Nunes S, Moreira M, Faustino MA, Cardoso L, As C. Infecção perinatal por Streptococcus agalactiae pode ser evitada: Prevalência da colonização em parturientes no Hospital São Marcos, factores de risco e a sua relação com a infecção perinatal. Acta Pediatr Port. 2010; 41 (1): 16-21.
  • 3
    Regan JA, Klebanoff MA, & Nugent RP. The epidemiology of group B streptococcal colonization in pregnancy. Vaginal Infections and Prematurity Study Group. Obstetr Gynecol. 1991; 77 (4): 604-10.
  • 4
    Gotoff SP. Group B streptococcal infections. Pediatr Rev. 2002; 23 (11): 381-6.
  • 5
    Heath PT, Balfour G, Weisner AM, Efstratiou A, Lamagni TL, Tighe H, Connell LAF, Cafferkey M, Verlander NO, Nicoll A, McCartney AC. Group B streptococcal disease in UK and Irish infants younger than 90 days. Lancet. 2004; 363 (9405): 292-4.
  • 6
    Baker CJ, Edwards MS. Group B streptococcal infections. IN: Remington J, Klein JO, eds. Infectious Diseases of the Fetus and Newborn Infant. 4th ed. Philadelphia, PA: WB Saunders Co; 980-1054; 1995.
  • 7
    Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Prevention of Perinatal Group B Streptococcal Disease: revised Guidelines from CDC. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2010; 59 (10): 1-23.
  • 8
    Costa ALR, Lamy Filho F, Chein MBC, Brito LMO, Lamy ZC, Andrade KL. Prevalência de colonização por estreptococos do grupo B em gestantes atendidas em maternidade pública da região Nordeste do Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2008; 30 (6): 274-80.
  • 9
    Amaral E. Estreptococo do grupo B: rastrear ou não rastrear no Brasil? Eis a questão. RBGO. 2005; 27 (4): 165-7.
  • 10
    Pogere A, Zoccoli CM, Tobouti NR, Freitas PF, d'Acampora AJ, Zunino JN. Prevalência da colonização pelo estreptococo do grupo B em gestantes atendidas em ambulatório de pré-natal. Rev Bras Ginecol Obstet. 2005; 27 (4): 174-80.
  • 11
    Linhares JJ, Neto PGC, Vasconcelos JL, Saraiva TV, Ribeiro AMF, Siqueira TM, Rocha AF. Prevalência de colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas em maternidade do Ceará, no Brasil, correlacionando com os resultados perinatais. Rev Bras Ginecol Obstetr. 2011; 33 (12):395-400.
  • 12
    Melo SCCSD, Costa AB, Silva FTRD, Silva NMMG, Tashima CM, Cardoso RF, Pádua RAF, Previdelli I, Carvalho MDB, Pelloso SM. Prevalence of Streptococcus agalactiae colonization in pregnant women from the 18th Health Region of Paraná State. Rev Inst Med Trop São Paulo. 2018; 60: e1-e6.
  • 13
    Oliveira MV, Teles MF, Viana TA. Prevalência e fatores de risco associados à colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas no Hospital Municipal Esaú Matos em Vitória da Conquista-BA. Ciênc Desenvolv Rev Eletr FAINOR. 2013; 6 (1): 172-84.
  • 14
    Borger IL. Estudo da colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas na maternidade escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro [dissertação]. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2005.
  • 15
    Senger FR, Alves IA, Pellegrini DDCP, Prestes DC, de Souza EF, Dalla Corte E. Prevalência da colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas na rede pública de saúde de Santo Ângelo-RS. Rev Epidemiol Controle Infecç. 2016; 6 (1): 1-5.
  • 16
    Beraldo C, Brito ASJ, Saridakis HO, Matsuo T. Prevalência da colonização vaginal e anorretal por estreptococo do grupo B em gestantes do terceiro trimestre. RBGO. 2004; 26 (7): 543-9.
  • 17
    Schrag S, Gorwitz R, Fultz-Butts K, Schuchat A. Prevention of perinatal group B streptococcal disease. Revised guidelines from CDC. MMWR Recomm Rep. 2002; 51 (RR-11): 1-22.
  • 18
    Borger IL, D'Oliveira REC, Castro ACD, Mondino SSB. Streptococcus agalactiae em gestantes: prevalência de colonização e avaliação da suscetibilidade aos antimicrobianos. Rev Bras Ginecol Obstet. 2005; 27 (10): 575-9.
  • 19
    Regan JA, Klebanoff MA, Nugent RP, Eschenbach DA, Blackwelder WC, Lou Y, Gibbs RS, Rettig PJ, Martin DH, Edelman R. Colonization with group B streptococci in pregnancy and adverse outcome. Am J Obstet Gynecol. 1996; 174 (4): 1354-60.
  • 20
    Nomura ML, Passini Júnior R, Oliveira UM, Calil R. Group B streptococcus maternal and neonatal colonization in preterm rupture of membranes and preterm labor. Rev Bras Ginecol Obstet. 2009; 31 (8): 397-403.
  • 21
    Orrett FA. Colonization with Group B streptococci in pregnancy and outcome of infected neonates in Trinidad. Pediatr Int. 2003; 45 (3): 319-23.
  • 22
    Kruk CR, Feuerschuette OHM, Silveira SKD, Cordazo M, Trapani Júnior A. Epidemiologic profile of Streptococcus agalactiae colonization in pregnant women attending prenatal care in a city of southern of Brazil. Braz J Infect Dis. 2013; 17 (6): 722-3.
  • 23
    Strickland DM, Yeomans ER, Hankins GD. Cost-effectiveness of intrapartum screening and treatment for maternal group B streptococci colonization. Am J Obstet Gynecol. 1990; 163 (1): 4-8.
  • 24
    Santana FAF. Comparação de metodologias de identificação, perfil de susceptibilidade antimicrobiana e determinação de genes de resistência em cepas de Streptococcus agalactiae isoladas de gestantes de Vitória da Conquista - BA [dissertação]. Vitória da Conquista: Universidade Federal da Bahia; 2018.
  • 25
    Desgualdo CM, Riera R, Zucchi P. Estimativa de custo de internação hospitalar para recém nascidos prematuros em um hospital publico terciário no Brasil. Clinics. 2011; 66 (10): 1773-7.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    01 Fev 2021
  • Data do Fascículo
    Oct-Dec 2020

Histórico

  • Recebido
    06 Out 2019
  • Revisado
    20 Jul 2020
  • Aceito
    27 Ago 2020
Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira Rua dos Coelhos, 300. Boa Vista, 50070-550 Recife PE Brasil, Tel./Fax: +55 81 2122-4141 - Recife - PR - Brazil
E-mail: revista@imip.org.br