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Editorial

Editorial

A Revista Brasileira de Saúde Ocupacional chega ao seu trigésimo volume.

Tem cumprido seu papel de difundir conhecimentos científicos no campo da saúde e segurança do trabalhador (SST), sobretudo ao abrir-se a novas "representações" - acerca da relação entre saúde e trabalho, dos acidentes do trabalho e de suas causas e dos agravos à saúde e seus determinantes - mais próximas da realidade e mais efetivas para as ações de prevenção.

Constituiu-se, nesse longo período, como fórum de debates entre pesquisadores e profissionais da área, tornando-se referência obrigatória para aqueles que militam no campo da SST.

Poder-se-ia, aqui, discorrer sobre as dificuldades e limitações enfrentadas durante esses longos anos, mas, ao invés disso, prefere-se expor alguns princípios que guiarão seu futuro, que se espera longo. Teceremos três pontos que nos parecem essenciais dentro da política editorial atual.

Em primeiro lugar, é preciso continuar a difundir novas representações e dimensões sobre os conceitos e fenômenos que os expliquem melhor e que permitam ações preventivas efetivas. É preciso, também, no nível editorial, adotar algumas posições claras* * A posição do British Medical Journal a respeito da palavra "acidente" é exemplar. Em 2001, esse importante periódico da área médica decidiu bani-la de seus números, pois, segundo Davis e Pless (seus editores), "um acidente é em geral entendido como algo imprevisível... e, portanto, inevitável. No entanto, a maioria dos agravos e os eventos que os provocam são previsíveis e podem ser prevenidos" (p. 1320). DAVIS, R.M.; PLESS B. Editorials. BMJ bans accidents. Accidents are not unpredictable. BMJ, vol. 322, 1320-1321, 2001. O que dizer, então, a respeito da expressão "acidente do trabalho"? . Nesse sentido, por exemplo, qual deve ser a posição da revista a respeito da noção de acidente do trabalho e de suas causas? Para que isso ocorra, é fundamental abrir-se para outras disciplinas, tais como as ciências sociais e políticas, e também trazer o debate de questões atuais para o "seio" da revista.

Chega-se, então, no segundo ponto. A revista, em seus próximos números, fará "chamadas especiais": a primeira sobre saúde e trabalho no setor de tele-atendimento e a segunda sobre, justamente, concepções dos acidentes do trabalho. Pesquisadores com respeitabilidade serão editores convidados.

Nosso terceiro ponto concerne à continuidade pela busca do aumento da qualidade de nossa revista. A reflexão permanente sobre nossa política editorial e a insistência no processo peer-review estão na base dessa busca.

Enfim, gostaríamos de agradecer a todas as pessoas que contribuíram por meio da submissão de artigos, dos pareceres emitidos, das atividades de organização e coordenação editorial, ou seja, de diversas maneiras para manter a credibilidade, a qualidade e o interesse de nossa revista. Dentre elas, enaltecemos a participação ativa do colega José Carlos Crozera, que infelizmente não está mais presente entre nós.

José Marçal Jackson Filho

Dorival Barreiros

  • *
    A posição do
    British Medical Journal a respeito da palavra "acidente" é exemplar. Em 2001, esse importante periódico da área médica decidiu bani-la de seus números, pois, segundo Davis e Pless (seus editores), "um acidente é em geral entendido como algo imprevisível... e, portanto, inevitável. No entanto, a maioria dos agravos e os eventos que os provocam são previsíveis e podem ser prevenidos" (p. 1320). DAVIS, R.M.; PLESS B. Editorials. BMJ bans accidents. Accidents are not unpredictable.
    BMJ, vol. 322, 1320-1321, 2001. O que dizer, então, a respeito da expressão "acidente do trabalho"?
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      06 Dez 2012
    • Data do Fascículo
      Jun 2005
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