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Votorantim: Estratégia de crescimento

NOTAS DA REM NEWS FROM REM

Votorantim. Estratégia de crescimento

A Votorantim Cimentos e a InterCement (empresa integrante do Grupo Camargo Corrêa) celebraram acordo para promover uma reorganização societária da Cimpor - Cimentos de Portugal, SGPS, S.A., que resultará no controle, pela Votorantim, dos ativos de sete países da cimenteira portuguesa, bem como a completa separação entre Votorantim e InterCement como acionistas da mesma companhia.

Após aprovação de todas as etapas legais previstas para essa reorganização, a Votorantim Cimentos passará a atuar, também, nos mercados da Turquia, Marrocos, Tunísia, Índia, China e Espanha, adicionando 15 milhões de toneladas à sua capacidade produtiva mundial, que crescerá de 42 milhões para 57 milhões de toneladas por ano. "O acordo celebrado representa um importante passo na estratégia de crescimento internacional da Votorantim Cimentos de ampliar sua participação como player global", afirma Walter Schalka, presidente da Votorantim Cimentos.

Para Raul Calfat, diretor-presidente da Votorantim Industrial, com essa expansão internacional, o Grupo "cria valor através de excelência operacional e logística, de um sistema de gestão replicável, atração e desenvolvimento de talentos e responsabilidade socioambiental".

Entre os ativos a serem controlados pela Votorantim Cimentos, estão 22 fábricas de cimento, 78 centrais de concreto, 22 plantas de agregados e 6 unidades de argamassas localizadas nesses diversos países. A empresa, também, receberá 3.670 profissionais e, considerando o ano-base de 2011, teria um incremento de € 778 milhões na sua receita líquida e de € 152 milhões de EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização).

A Votorantim Cimentos entrou no capital da Cimpor em 2010 com o objetivo de estabelecer uma plataforma de crescimento em mercados da Europa, Ásia e África. Com a integração desses ativos as suas operações, a Votorantim Cimentos passa a atuar em diversos continentes e nos mercados mais relevantes de consumo de materiais básicos de construção, tornando-se uma empresa brasileira global e com atuação em mercados maduros e emergentes. Uma das grandes empresas globais do setor, a Votorantim Cimentos é uma empresa do Grupo Votorantim, um dos maiores conglomerados empresariais da América Latina. Fundado há 94 anos e com atuação nas áreas de cimento, metais e mineração, siderurgia, celulose, suco de laranja e também no setor financeiro, o Grupo possui 40 mil funcionários e iniciou seu processo de internacionalização em 2001. Atualmente, possui operações em 23 países.

Aperam South America: 100 anos do aço inoxidável

Primeira produtora brasileira de aços inoxidáveis planos, a Aperam South America está celebrando os 100 anos da invenção do material. O inox mudou a dinâmica industrial do século XX, ao reunir propriedades mecânicas excelentes, normalmente só encontradas em metais economicamente inviáveis. Hoje, o inox é associado ao desenvolvimento sustentável e requisitado para aplicações modernas, tecnológicas, funcionais, em linha com as necessidades do planeta e da sociedade. Sua produção evidencia alguns dos seus principais atributos: durabilidade, estética e índice de 100% de reciclagem. A Empresa, que sempre assumiu uma posição de vanguarda na sua produção, continua investindo no desenvolvimento de novos produtos, para que as soluções em inox permaneçam e atendam as novas frentes econômicas abertas no Brasil, contribuindo, também, para o fortalecimento da infraestrutura do país.

Livro de Materiais de Construção

A Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de Sergipe (Codise) e a Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, do Ministério de Minas e Energia (MME), através da CPRM - Serviço Geológico do Brasil, lançaram o livro "Materiais da Construção Civil para a Região Metropolitana de Aracaju". A obra apresenta um diagnóstico dos recursos minerais na área da construção civil para a comunidade técnico-científica, empresários do setor mineral e para a sociedade em geral. No livro constam informações levantadas e trabalhadas sobre o fornecimento de areia, arenoso e brita, bem como da argila para as regiões produtoras de cerâmica vermelha, com indicações das fontes geológicas de suprimento, reservas, qualificação dos recursos, produção, processos produtivos, comercialização e preços de materiais. O abastecimento de substâncias minerais, para construção civil nas regiões metropolitanas do país, vem sendo agravado não apenas pela expansão urbana recobrindo áreas com potencial mineral, bem como pelas lavras informais, necessitando de um melhor ordenamento de seu uso. Para mais detalhes, acesse www.cprm.gov.br.

Fonte: Ascom/CPRM.

Petrobras anuncia descoberta no Espírito Santo

A Petrobras comunica a descoberta de uma nova acumulação de petróleo (15°API) no pós-sal da bacia do Espírito Santo, na Concessão BM-ES-24 (Bloco ES-M-661), localizada a 58 km da cidade de Vitória, no Estado do Espírito Santo.

A descoberta ocorreu durante perfuração do poço informalmente denominado Grana Padano, a 64 km do Campo de Golfinho, em profundidade de água de 1208 metros. A descoberta foi confirmada a partir da resposta do detector de gás e da perfilagem realizada em reservatórios localizados em profundidade de 2008 metros. A Petrobras é a operadora do consórcio para a exploração da concessão (40%) em parceria com as empresas IBV Brasil (30%) e Anadarko (30%).

O consórcio dará continuidade às atividades no bloco e pretende submeter à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) uma proposta de Plano de Avaliação com a finalidade de delimitar a acumulação descoberta, bem como estimar volumes e produtividade do reservatório.

Centenário de um ilustre mestre* * Publicado no jornal "O Estado de Minas" em 6/12/1987.

Haroldo Zeferino Silva

Ex-aluno da Escola de Minas, turma de 1950. Foi professor da Escola de Minas (UFOP) e da Universidade Federal de Minas Gerais

O mês de novembro assinalou, no dia vinte e três do corrente ano, o centenário de nascimento do professor Dr. Domingos Fleury da Rocha. Nascido em Ouro Preto, onde seu pai, originário do Espírito Santo, já se havia formado na Escola de Minas, também nesta escola formou-se em 1909. Jovem e preparado, desenvolveu bem-sucedida carreira profissional, quer nas atividades públicas do Governo Federal, quer no exercício do magistério, na Escola de Minas, onde ocupou a cátedra de "Pontes e Viadutos: Grandes Estruturas". Nas duas funções, ocupou posições de relevância e levou a termo grandes tarefas de interesse para o País.

Trabalhando sob as ordens iniciais de Gonzaga de Campos e, depois, de Euzébio de Oliveira, realizou, na Europa, no período de 1920 a 1922, importante trabalho de orientação e fiscalização de uma longa série de estudos e experiências, com o objetivo principal de investigar a possibilidade de utilização do carvão mineral brasileiro como agente siderúrgico de aquecimento e de redução. Para isto, o governo Epitácio Pessoa, na figura do ministro Simões Lopes, colocou, na França, Inglaterra, Bélgica e Suécia, os meios necessários, desde o envolvimento diplomático atuante, como o despacho de partidas de carvão mineral do Rio Grande do Sul, provindas de São Jerônimo, Butiá e Gravataí, e, também, de Santa Catarina, Tubarão, Urussanga e Criciúma. O volume despachado, em sucessivas remessas, seria testado em instalações industriais e os resultados alcançados foram representativos.

Sem dúvida, o País estava procurando uma política mineral desde o governo de D. Pedro II, que havia trazido ao Brasil dois grandes sábios: Gorceix, para criar a Escola de Minas, e Derby, para criar o Serviço Geológico e Mineralógico. Ambos foram bem-sucedidos, apesar das frustra-ções e dificuldades, mas nunca ninguém foi capaz de mínima censura aos dois alienígenas que deram ao País a inteligência e o trabalho pessoais. O trabalho de Fleury da Rocha, na Europa, foi extenso e complexo. Nos quatro países esteve em atividade contínua com as melhores cabeças da siderurgia, que participaram das pesquisas do estudo e transformação do carvão sulino em coque. Nem era para menos, porque anos antes, Gonzaga de Campos, então sucedendo Derby, estava estudando no Serviço Geológico, como seu diretor geral, a problemática do carvão, iniciado com a famosa Comissão White, em 1904. Ainda em 1907 e 1909, ele havia realizado um trabalho básico de economia mineral: "Os Minérios de Ferro da Região Central do Estado de Minas Gerais", o qual foi divulgado por Derby no XI Congresso Internacional de Geologia, Stockholm, 1910, e que havia despertado grande interesse.

O acoplamento do recurso ferrífero ao carvão para a instalação da grande siderurgia tornou-se objetivo de estudos do Serviço Geológico. Assim, em 1916, Gonzaga de Campos publicou análise profunda do futuro siderúrgico brasileiro, associando ao carvão e ao minério de ferro as condições abundantes de energia hidráulica.

É, pois, nesse ambiente, que Fleury da Rocha esteve na Europa, principalmente na Inglaterra, estudando a coqueificação. Com o seu talento, sentiu logo que fatores ainda desconhecidos dificultavam a sua missão e não hesitou em procurar e obter a cooperação de nomes sólidos na siderurgia, como Marie Stopes, Harbord, Lomax, Sieurin, todos inovadores e pesquisadores reputados.

Concluídos os trabalhos, obtidos os resultados, amplos e resolutivos, Fleury retoma ao País e, em 1927, o Serviço Geológico publica o relatório Final: "Carvão Nacional - Estudos e Experiências efetuadas na Europa no período de 1920 a 1922". Nele estão, em mais de quatrocentas páginas, todo o esforço feito, bem como um prefácio analítico, crítico também, da realidade do carvão nacional. A síntese era conclusiva, favoravelmente, para o carvão catarinense, e negativa, para o gaúcho, para fins coqueificantes, mas positivos como fonte de energia. O trabalho mostra originalidade constante, desde a imperiosa necessidade de se conhecer a constituição do carvão mineral, que foi feita pela Dra. Marie Stopes, descobridora dos compostos básicos de todos os carvões, fósseis, e do dr. Lomax, paleobotânico de nomeada, bem como o uso da "froth flotation" como processo hábil de melhorar os nossos carvões impuros. A pesquisa da cominuição também fixou a primeira condição de beneficiamento mineral.

Em 1927, assumiu a Diretoria da Escola de Minas, onde permaneceu até 1930. Em 1931, a convite do Ministro da Educação, Francisco Campos, foi membro da subcomissão de Engenharia da Comissão de Reforma do Ensino Superior e Organização do Ensino Universitário. Todos estes eventos, entretanto, além de ter o cenário econômico dos recursos minerais, tinham, também, o ideário do progresso do País, como fazê-lo. As ideias de Gonzaga de Campos que propugnavam pela participação política do Governo, nos recursos naturais, e o relatório de Clodomiro de Oliveira, o primeiro documento de engenharia econômico-mineral do País, sem dúvida qualquer, motivaram a definição de rumos mais firmes, resultando a promulgação do Código de Minas, em 1934, criando o direito minerário moderno e o Conselho Nacional do Petróleo, em 1938. Para a execução do Código de Minas, foi criado o Departamento Nacional da Produção Mineral, para cuja direção, como primeiro diretor, foi indicado Fleury da Rocha, a quem coube dar continuidade ao conhecimento do território brasileiro, insistindo na nova face energética a procura do petróleo no Brasil. Aí trabalhando, participou como autor e relator do projeto de lei que criou o Conselho Nacional do Petróleo, sucedendo o DNPM, na atividade de procura e perfuração. O poço pioneiro de Lobato, na Bahia, tem estreita ligação com a sua administração. Em 1938, passou ao CNP, como vice-presidente, tendo deixado o órgão como chefe da Divisão Técnica, em 1944, quando voltou à Escola de Minas. Lá, ocupou a diretoria de 1947 a 1956, quando se retirou.

Respeitado e consagrado pela comunidade da velha Casa de Gorceix, Fleury da Rocha, pela sua inteligência, talento e tirocínio, encerrou o ciclo nitidamente francês da Escola de Minas. Honrou e dignificou o ensino da engenharia, zelou pela Escola, transmitiu aos companheiros o respeito necessário à direção escolar e aos jovens, que muito o apreciavam. Fleury, em sua trajetória, nos legou um grande sentimento de vitória.

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    Publicado no jornal "O Estado de Minas" em 6/12/1987.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      02 Out 2012
    • Data do Fascículo
      Set 2012
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