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Prevenção do suicídio em ambiente virtual: roteiro para ensino baseado em simulação * * A publicação deste artigo na Série Temática “Saúde digital: contribuições da enfermagem” se insere na atividade 2.2 do Termo de Referência 2 do Plano de Trabalho do Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Brasil.

Objetivo:

construir e validar um roteiro de ensino baseado em simulação sobre a prevenção do suicídio no ambiente virtual.

Método:

pesquisa metodológica subdividida em etapa de construção e validação. A construção foi realizada a partir de um template previamente elaborado e embasado por diretrizes internacionais em boas práticas de simulação clínica e literatura científica sobre a prevenção do suicídio no ambiente virtual. Para a validação, o roteiro foi validado por especialistas por meio de autoaplicação de formulário de avaliação com respostas baseadas em: “adequado, regular e inadequado”, com campo para as sugestões. Foi utilizada a estatística descritiva e o Índice de Validade de Conteúdo (IVC≥0,8).

Resultados:

participaram nove especialistas, sendo a maioria enfermeiras (66,7%), gênero feminino (55,6%), com média de idade de 42,22 anos. Todos os itens do roteiro alcançaram o critério de aceitação (IVC≥0,8).

Conclusão:

este estudo disponibiliza um roteiro útil para ser empregado no ensino sobre a prevenção do suicídio no ambiente virtual.

Descritores:
Suicídio; Prevenção ao Suicídio; Saúde Mental; Treinamento com Simulação de Alta Fidelidade; Redes Sociais Online; Mídias Sociais


Objective:

to build and validate a simulation-based education roadmap on suicide prevention in the virtual environment.

Method:

methodological research subdivided into a development and validation stage. The roadmap was built using a previously drafted template based on international guidelines on good clinical simulation practices and scientific literature on suicide prevention in the virtual environment. For validation, the roadmap was validated by experts through self-application of an assessment form with answers based on “adequate, fair, and inadequate”, with a field for suggestions. Descriptive statistics and the Content Validity Index (CVI≥0.8) were used.

Results:

nine experts took part in the study, the majority of whom were nurses (66.7%), female (55.6%), with an average age of 42.22 years. All the items in the roadmap met the acceptance criteria (CVI≥0.8).

Conclusion:

this study provides a useful roadmap for teaching suicide prevention in the virtual environment.

Descriptors:
Suicide; Suicide Prevention; Mental Health; High Fidelity Simulation Training; Online Social Networking; Social Media


Objetivo:

elaborar y validar un guion de enseñanza basada en la simulación sobre la prevención del suicidio en el entorno virtual.

Método:

investigación metodológica subdividida en etapa de elaboración y validación. La elaboración se realizó a partir de un template creado previamente y basado en lineamientos internacionales sobre buenas prácticas de simulación clínica y literatura científica sobre prevención del suicidio en el entorno virtual. Para la validación los especialistas validaron el guion mediante la autoaplicación de un formulario de evaluación cuyas respuestas son: “adecuado, regular e inadecuado”, con un campo para sugerencias. Se utilizó estadística descriptiva e Índice de Validez de Contenido (IVC≥0,8).

Resultados:

participaron nueve especialistas, la mayoría enfermeros (66,7%), mujeres (55,6%), con una edad promedio de 42,22 años. Todos los elementos del guion cumplieron con el criterio de aceptación (IVC≥0,8).

Conclusión:

este estudio proporciona un guion útil para la enseñanza sobre la prevención del suicidio en el entorno virtual.

Descriptores:
Suicidio; Prevención del Suicidio; Salud Mental; Enseñanza Mediante Simulación de Alta Fidelidad; Redes Sociales en Línea; Medios de Comunicación Sociales


Destaques:

(1) Estudo inovador sobre a prevenção do suicídio, ensino simulado e o ambiente virtual.

(2) Roteiro validado por especialistas e disponível na íntegra para o ensino simulado.

(3) Apresentação de um protótipo de rede social virtual fictícia para a prática simulada.

(4) Resultados indicaram adequação da construção, com boa concordância nas análises.

(5) O roteiro favorece a formação e capacitação profissional no contexto da saúde mental.

Introdução

Os impactos relacionados ao suicídio são extensos e afetam significativamente a sociedade. Ao considerar um fenômeno multifatorial e com repercussões na saúde pública em nível mundial, o suicídio é prevenível, entretanto, existem desafios que são observados no desenvolvimento de estratégias que abordam o continuum do comportamento (ideação suicida, plano suicida, tentativa suicida e morte por suicídio) ( 11. World Health Organization. Mental Health Action Plan 2013-2020 [Internet]. Geneva: WHO; 2013 [cited 2023 Jul 17]. 46 p. Available from: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/89966/1/9789241506021_eng.pdf
http://apps.who.int/iris/bitstream/10665...
- 22. Hofstra E, van Nieuwenhuizen C, Bakker M, Özgül D, Elfeddali I, de Jong SJ, et al. Effectiveness of suicide prevention interventions: A systematic review and meta-analysis. Gen Hosp Psychiatry. 2020;63:127-40. https://doi.org/10.1016/j.genhosppsych.2019.04.011
https://doi.org/10.1016/j.genhosppsych.2...
) .

A prevenção do suicídio requer preparo profissional para uma atuação que considere as especificidades do suicídio, de modo a romper as barreiras, estigmas e tabus que permeiam essa temática ( 33. Faria JS, Marcon SR, Nespollo AM, Santos HGB, Espinosa MM, Oliveira KKB de, et al. Attitudes of health professionals towards suicidal behavior: an intervention study. Rev Saude Publica. 2022;56(54). https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2022056003320
https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2022...
) . Nos últimos anos, as ações e as estratégias de prevenção tem se expandido para os ambientes virtuais, em especial as redes sociais virtuais ( 44. Pereira C, Botti N. O Suicídio Na Comunicação Das Redes Sociais Virtuais: Revisão Integrativa Da Literatura. Rev Port Enferm Saúde Mental. 2017;17:17-24. https://doi.org/10.19131/rpesm.0179
https://doi.org/10.19131/rpesm.0179...
- 66. Platts D, Morgan S. Comment on “Web-Based tools and mobile applications to mitigate burnout, depression, and suicidality among healthcare students and professionals: a systematic review.” Acad Psychiatry. 2018;42:422-3. https://doi.org/10.1007/s40596-018-0906-6
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) . Estudos têm investigado a relação entre a prevenção do suicídio e o uso das redes, as quais são fontes para a compreensão de como os conteúdos sobre o suicídio têm sido publicados e compartilhados nesses meios ( 77. Mishara BL, Dargis L. Systematic comparison of recommendations for safe messaging about suicide in public communications. J Affect Disord. 2019;244:124-54. https://doi.org/10.1016/j.jad.2018.09.031
https://doi.org/10.1016/j.jad.2018.09.03...
- 1111. Shoib S, Chandradasa M, Nahidi M, Amanda TW, Khan S, Saeed F, et al. Facebook and suicidal behaviour: user experiences of suicide notes, live-streaming, grieving and preventive strategies, a scoping review. Int J Env Res Public Health. 2022;19(20):13001. https://doi.org/10.3390/ijerph192013001
https://doi.org/10.3390/ijerph192013001...
) . Os riscos relacionados às divulgações de conteúdos sobre o suicídio no ambiente virtual podem ser amplos, principalmente quando se tratam de publicações potencialmente nocivas, que afetam diretamente os usuários que utilizam as redes sociais virtuais em seu cotidiano ( 55. Franco-Martín MA, Muñoz-Sánchez JL, Sainz-de-Abajo B, Castillo-Sánchez G, Hamrioui S, de la Torre-Díez I. A systematic literature review of technologies for suicidal behavior prevention. J Med Syst. 2018;42. Available from: https://doi.org/10.1007/s10916-018-0926-5
https://doi.org/10.1007/s10916-018-0926-...
, 1212. Pedrollo LFS, Silva AC, Zanetti ACG, Vedana KGG. Creation and validation of a high-fidelity simulation scenario for suicide postvention. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2022;30:e3699. https://doi.org/10.1590/1518-8345.6034.3699
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) . Atualmente, existem lacunas na oferta de cuidado que considere a prevenção do suicídio no ambiente virtual, principalmente pelos profissionais da saúde ( 77. Mishara BL, Dargis L. Systematic comparison of recommendations for safe messaging about suicide in public communications. J Affect Disord. 2019;244:124-54. https://doi.org/10.1016/j.jad.2018.09.031
https://doi.org/10.1016/j.jad.2018.09.03...
- 1111. Shoib S, Chandradasa M, Nahidi M, Amanda TW, Khan S, Saeed F, et al. Facebook and suicidal behaviour: user experiences of suicide notes, live-streaming, grieving and preventive strategies, a scoping review. Int J Env Res Public Health. 2022;19(20):13001. https://doi.org/10.3390/ijerph192013001
https://doi.org/10.3390/ijerph192013001...
) .

A formação em saúde para a prevenção do suicídio a partir do ensino simulado é uma prática promissora ( 1212. Pedrollo LFS, Silva AC, Zanetti ACG, Vedana KGG. Creation and validation of a high-fidelity simulation scenario for suicide postvention. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2022;30:e3699. https://doi.org/10.1590/1518-8345.6034.3699
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- 1313. O’Brien KHM, Fuxman S, Humm L, Tirone N, Pires WJ, Cole A, et al. Suicide risk assessment training using an online virtual patient simulation. mHealth. 2019;5:31. https://doi.org/10.21037/mhealth.2019.08.03
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) , pois possibilita ao participante a construção de conhecimentos, habilidades e atitudes variadas por meio de atividades de formação, que se aproximam da realidade da assistência a ser realizada ( 1414. Catto R, Tavares DH, Matos GC, Lisboa AD, Lopes COM, Cevenini LC. Simulation as a method of teaching in collective health for students in the health area. Res Soc Dev. 2022;11(8). https://doi.org/10.33448/rsd-v11i8.31032
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i8.31032...
- 1515. Gouvêa IB, Ribeiro V, Graminha PMF, Gonçalves MFC, Camargo RAA, Aredes NDA, et al. Clinical simulation as a teaching strategy: training and teaching practice. Rev Eletrônica Acervo Saúde. 2021;13(8). https://doi.org/10.25248/reas.e8462.2021
https://doi.org/10.25248/reas.e8462.2021...
) . O alcance de objetivos de aprendizagem esperados em uma simulação clínica dialoga com a utilização de um roteiro. Portanto, a construção de um roteiro para o ensino baseado em simulação perpassa por um planejamento sistematizado e organizado de um cenário, o qual é utilizado como um instrumento orientador e guia para a atividade a ser desenvolvida, especialmente para os facilitadores envolvidos na proposta ( 1212. Pedrollo LFS, Silva AC, Zanetti ACG, Vedana KGG. Creation and validation of a high-fidelity simulation scenario for suicide postvention. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2022;30:e3699. https://doi.org/10.1590/1518-8345.6034.3699
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) .

Desse modo, o ensino baseado em simulação tem sido recomendado e ampliado na área da saúde por favorecer a prática clínica de forma segura e participativa ( 1616. Costa RR, Medeiros SM, Coutinho VR, Veríssimo CM, Silva MA, Lucena EE, et al. Clinical simulation in cognitive performance, satisfaction and self-confidence in learning: a quasi-experimental study. Acta Paul Enferm. 2020;33. https://doi.org/10.37689/acta-ape/2020AO01236
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) , além de proporcionar os subsídios para as futuras interações que podem ser experienciadas na assistência em saúde mental ( 1313. O’Brien KHM, Fuxman S, Humm L, Tirone N, Pires WJ, Cole A, et al. Suicide risk assessment training using an online virtual patient simulation. mHealth. 2019;5:31. https://doi.org/10.21037/mhealth.2019.08.03
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, 1717. Attoe C, Lavelle M, Sherwali S, Rimes K, Jabur Z. Student interprofessional mental health simulation (SIMHS): evaluating the impact on medical and nursing students, and clinical psychology trainees. J Ment Health Train Educ Pract. 2019;14(1):46-58. https://doi.org/10.1108/JMHTEP-06-2018-0037
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- 1919. Williams B, Reddy P, Marshall S, Beovich B, McKarney L. Simulation and mental health outcomes: a scoping review. Adv Simul. 2017;2:2. https://doi.org/10.1186/s41077-016-0035-9
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) . Ao considerar as potencialidades dessa prática, este estudo teve como objetivo, construir e validar um roteiro para o ensino baseado em simulação sobre a prevenção do suicídio no ambiente virtual.

Método

Delineamento do estudo

Trata-se de um estudo metodológico ( 2020. Polit D, Beck CT. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: avaliação de evidências para a prática de enfermagem. Porto Alegre: Artmed; 2019. ) apresentado conforme as recomendações do Methodological Study Reporting Checklist (MISTIC) ( 2121. Lawson DO, Puljak L, Pieper D, Schandelmaier S, Collins GS, Brignardello-Petersen R, et al. Reporting of methodological studies in health research: a protocol for the development of the MethodologIcal STudy reportIng Checklist (MISTIC). BMJ Open. 2020;10(12):e040478. Available from: https://doi.org/10.1136/bmjopen-2020-040478
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) .

Roteiro

O roteiro para o ensino baseado em simulação foi construído entre os meses de julho a dezembro de 2020, a partir de um template disponível na literatura científica, previamente validado por especialistas ( 1212. Pedrollo LFS, Silva AC, Zanetti ACG, Vedana KGG. Creation and validation of a high-fidelity simulation scenario for suicide postvention. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2022;30:e3699. https://doi.org/10.1590/1518-8345.6034.3699
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, 2222. INACSL Standards Committee, Miller C, Deckers C, Jones M, Wells-Beede E, McGee E. Healthcare Simulation Standards of Best Practice™ Outcomes and Objectives. Clin Simul Nurs. 2021;58:40-4. https://doi.org/10.1016/j.ecns.2021.08.013
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- 2424. INACSL Standards Committee. Healthcare Simulation Standards of Best Practice™ Simulation Design. Clin Simul Nurs. 2021;58:14-21. https://doi.org/10.1016/j.ecns.2021.08.009
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) . Também foi realizado o levantamento simples, ou seja, sem envolver técnicas de revisão de literatura, sobre os aspectos do comportamento suicida em ambiente virtual e boas práticas de cuidado profissional ( 77. Mishara BL, Dargis L. Systematic comparison of recommendations for safe messaging about suicide in public communications. J Affect Disord. 2019;244:124-54. https://doi.org/10.1016/j.jad.2018.09.031
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, 2525. Thorn P, Hill NT, Lamblin M, Teh Z, Battersby-Coulter R, Rice S, et al. Developing a Suicide Prevention Social Media Campaign With Young People (The #Chatsafe Project): Co-Design Approach. JMIR Ment Health. 2020;7(5):e17520. https://doi.org/10.2196/17520
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) . Os materiais e os tópicos foram identificados e trabalhados conforme a expertise da equipe científica.

Participantes

Na etapa de validação, os especialistas foram selecionados na Plataforma Lattes a partir de duas buscas distintas, por meio dos termos: “comportamento suicida” e “simulação de alta fidelidade”. Os especialistas foram selecionados, por meio de técnica não probabilística, de acordo com os critérios prioritários adaptados (titulação de Mestre ou Doutor, orientação de trabalhos acadêmicos e experiência docente na área de interesse) ( 2626. Jasper MA. Expert: a discussion of the implications of the concept as used in nursing. J Adv Nurs. 1994;20(4):769-76. Available from: https://doi.org/10.1046/j.1365-2648.1994.20040769.x
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) . Foram considerados desistentes os especialistas que não retornaram o convite de validação no prazo estipulado de 30 dias.

Instrumentos utilizados para a coleta das informações

Os especialistas foram convidados a responder um questionário de caracterização do participante com questões sobre o gênero, a idade, a formação (graduação), a localização geográfica onde reside e a área de experiência (comportamento suicida e/ou simulação clínica). Também responderam um questionário com o roteiro do ensino simulado, no qual cada item foi avaliado com base nas respostas; adequado, regular e inadequado.

O roteiro foi elaborado com 13 itens: título, objetivo geral, público-alvo, recursos humanos, físicos e materiais, estudo prévio, tempo de duração ( briefing , simulação e debriefing ), pré-briefing (informações sobre os contratos e a condução da simulação), briefing (orientações básicas sobre o caso simulado), instruções para o(a) paciente simulado(a), exame clínico objetivo estruturado - ECOE (itens esperados e avaliados durante a simulação), debriefing estruturado em três fases (descritiva, analítica e aplicativa), conforme o modelo The Diamond ( 1212. Pedrollo LFS, Silva AC, Zanetti ACG, Vedana KGG. Creation and validation of a high-fidelity simulation scenario for suicide postvention. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2022;30:e3699. https://doi.org/10.1590/1518-8345.6034.3699
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, 2727. Jaye P, Thomas L, Reedy G. ‘The Diamond’: a structure for simulation debrief. Clin Teach. 2015;12(3):171-5. Available from: https://doi.org/10.1111/tct.12300
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) .

Coleta, tratamento e análise dos dados

A coleta de dados ocorreu entre os meses de janeiro e novembro de 2021 no formato virtual, via e-mail , com mensagem explicativa e hiperlink de redirecionamento para o formulário virtual. No formulário de coleta foram apresentados respectivamente, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), questionário de caracterização, leitura complementar sobre as temáticas (leitura opcional) e o roteiro simulado com cada tópico avaliado em escala de adequado, regular, inadequado e espaços para sugestões.

Todos os dados foram organizados e tratados no Microsoft Excel 10 e, posteriormente, processados e analisados pelo software estatístico STATA . Para a análise dos dados de caracterização foi realizada a estatística descritiva simples e para a avaliação do roteiro simulado, optou-se pela utilização do Índice de Validade de Conteúdo (IVC) com nível de aceitação em 80% ( 2828. Almanasreh E, Moles R, Chen TF. Evaluation of methods used for estimating content validity. Res Soc Adm Pharm. 2019;15(2):214-21. https://doi.org/10.1016/j.sapharm.2018.03.066
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) . Para o cálculo do IVC foi realizado o somatório das respostas concordo e neutro.

Aspectos éticos

Este estudo foi apreciado e aprovado sob o número do parecer nº 4.608.709 e CAAE 19918019.8.0000.5393 pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo (CEP/EERP-USP).

Resultados

Construção

O roteiro simulado “Acolhimento da comunicação suicida no ambiente virtual” foi construído para os estudantes e profissionais da área da saúde que cursaram disciplina de saúde mental e teve como objetivo geral acolher a comunicação suicida no ambiente virtual, estimulando as condutas iniciais de suporte. Para o roteiro foi desenvolvido um protótipo de rede social virtual fictícia para a prática simulada. É importante salientar que o protótipo da rede social foi inserido enquanto uma ferramenta para possibilitar os objetivos de aprendizagem validados no roteiro de simulação. A rede social virtual traz informações visuais sobre a paciente simulada (nome, idade, seguidores, status), publicações com indicativos de sofrimento emocional e fatores de risco, além de um chat inicial para propiciar o diálogo entre o profissional de saúde e a paciente simulada ( Figura 1 ).

Foram especificadas as instruções para auxiliar na construção da paciente simulada enquanto uma jovem, 24 anos, estudante de pré-vestibular que reside com as amigas, em uma cidade diferente da família. Foram inseridas as informações que continham os exemplos de como a encenadora poderia expressar sobre os sentimentos, os fatores de risco para o comportamento suicida, a relação com o ambiente virtual e a rede de apoio durante a simulação clínica. As ações esperadas dos participantes foram abordadas nos conteúdos indicados para um estudo prévio e abordaram o acolhimento, reconhecimento de sentimentos e necessidades, a comunicação segura no ambiente virtual, o estímulo ao bem-estar, a promoção da segurança e da busca pela rede de apoio e a assistência especializada ( Figura 2 ).

Figura 1
- Protótipo de rede social virtual desenvolvido para subsidiar a simulação clínica de alta fidelidade sobre o acolhimento do comportamento suicida em ambiente virtual. Ribeirão Preto, SP, Brasil, 2021

Figura 2
- Roteiro para o ensino simulado sobre o acolhimento da comunicação suicida no ambiente virtual, validado por especialistas (n=9). Ribeirão Preto, SP, Brasil, 2021

Validação por especialistas

O convite de participação da validação foi enviado para 36 especialistas, porém, participaram da etapa de validação do roteiro simulado nove especialistas, sendo a maioria do gênero feminino (55,6%), com média de 42,22 anos (mínima=34; máxima=62; (desvio padrão=8,41) residindo na região sudeste (77,8%). Em relação à formação acadêmica participaram seis enfermeiros (66,7%) e três psicólogos (33,3%), com experiência profissional média de 18,56 anos (mínima=10; máxima=38; desvio-padrão=9,11) e com experiência em simulação clínica (66,7%) e comportamento suicida (33,3%).

Em relação à aceitação e à concordância todos os itens do roteiro simulado alcançaram o critério mínimo de aprovação (IVC≥80%) (calculado, somando as respostas adequadas e regulares). A maioria dos itens atingiu a concordância máxima (100,0%) entre os especialistas. Apenas o título, objetivos, e os itens do exame clínico objetivo estruturado (ECOE) sobre o espaço de fala e o reconhecimento de sentimentos e necessidades (ECOE 1), promoção da comunicação segura no ambiente virtual (ECOE 2) e sem julgamento (ECOE 3), busca de apoio de acordo com as necessidades (ECOE 4), e identificar os sinais de alerta (ECOE 7) atingiram aproximadamente 89% de concordância na avaliação geral dos especialistas ( Tabela 1 ).

Tabela 1
- Aceitação e concordância da validação por especialistas (n=9) de um roteiro simulado sobre a prevenção do comportamento suicida no ambiente virtual. Ribeirão Preto, SP, Brasil, 2021

Dentre as sugestões dos especialistas destaca-se o uso do termo acolhimento: creio que acolhimento não seja o termo para designar o modo amplo do que vai ser feito, que não é só acolhimento (P9). Em relação à característica virtual, os especialistas sugeriram aprofundar a descrição dos recursos físicos. Sugiro discriminar a capacidade de Internet necessária, bem como os recursos tecnológicos (características do computador, ou tv etc.) (P03), além de mais versões do protótipo da rede social virtual. Ter variações com Whatsapp, Instagram, Twitter (P09).

Além de sugestões relacionadas ao briefing como a importância de destacar o papel dos facilitadores, participantes da cena e observadores. É importante destacar o papel de cada um. Exemplo: o participante não poderá interagir com os observadores ou com outra pessoa que tiver um papel técnico no roteiro. Deixar claro quais os meios para ele buscar / coletar dados. Também é importante esclarecer para os observadores que eles não poderão se comunicar com o participante, quando o roteiro estiver acontecendo (P05) e inserção de orientações sobre apoio emocional. Deve constar o fato de ser orientado sobre a necessidade de parar o procedimento, caso haja desconforto/sofrimento emocional e o apoio a ser recebido (P09). Embora, todos os itens tenham alcançado os critérios de aceitação, foram acatadas as sugestões relacionadas à especificação dos recursos tecnológicos e à inserção de maiores orientações papeis e segurança sobre no briefing .

Discussão

A utilização da simulação clínica nos processos de formação em saúde tem se apresentado de forma crescente, embora seja mais explorada nos cuidados relacionados à saúde física ( 2929. Amorim GC, Bernardinelli FCP, Nascimento JSG, Souza IF, Contim D, Chavaglia SRR. Simulated scenarios in nursing: an integrative literature review. Rev Bras Enferm. 2023;76(1). https://doi.org/10.1590/0034-7167-2022-0123pt
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2022-0...
- 3030. Assis MS, Nascimento JSG, Nascimento KG, Torres GAS, Pedersoli CE, Dalri MCB. Simulation in Nursing: production of the knowledge of the Graduate courses in Brazil from 2011 to 2020. Texto Contexto Enferm. 2021;30. https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2020-0090
https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-20...
) . Na saúde mental, estudos abordam os benefícios da simulação para o ensino, uma vez que o aluno pode vivenciar a realidade da prática clínica com a segurança de um ambiente educacional ( 3131. Felton A, Wright N. Simulation in mental health nurse education: The development, implementation and evaluation of an educational innovation. Nurse Educ Pract. 2017;26:46-52. https://doi.org/10.1016/j.nepr.2017.06.005
https://doi.org/10.1016/j.nepr.2017.06.0...
) , de modo a reduzir a ansiedade frente à assistência em saúde mental e também na discussão e no esclarecimento de atitudes estigmatizantes ( 3232. Alexander L, Sheen J, Rinehart N, Hay M, Boyd L. Mental Health Simulation With Student Nurses: A Qualitative Review. Clin Simul Nurs. 2018;14:8-14. https://doi.org/10.1016/j.ecns.2017.09.003
https://doi.org/10.1016/j.ecns.2017.09.0...
) .

Apesar dos esforços na adoção da simulação clínica no campo da saúde mental, a utilização da estratégia para a prevenção do comportamento suicida ainda apresenta lacunas na literatura ( 1717. Attoe C, Lavelle M, Sherwali S, Rimes K, Jabur Z. Student interprofessional mental health simulation (SIMHS): evaluating the impact on medical and nursing students, and clinical psychology trainees. J Ment Health Train Educ Pract. 2019;14(1):46-58. https://doi.org/10.1108/JMHTEP-06-2018-0037
https://doi.org/10.1108/JMHTEP-06-2018-0...
- 1919. Williams B, Reddy P, Marshall S, Beovich B, McKarney L. Simulation and mental health outcomes: a scoping review. Adv Simul. 2017;2:2. https://doi.org/10.1186/s41077-016-0035-9
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, 3131. Felton A, Wright N. Simulation in mental health nurse education: The development, implementation and evaluation of an educational innovation. Nurse Educ Pract. 2017;26:46-52. https://doi.org/10.1016/j.nepr.2017.06.005
https://doi.org/10.1016/j.nepr.2017.06.0...
- 3434. Murray BA. The Use of High-fidelity Simulation in Psychiatric and Mental Health Nursing Clinical Education. Int J Health Sci Educ. 2014;2(1). https://doi.org/10.59942/2325-9981.1005
https://doi.org/10.59942/2325-9981.1005...
) . Devido à complexidade do fenômeno, é necessário examiná-lo em múltiplos públicos, ambientes e contextos, inclusive aqueles relacionados ao mundo virtual ( 3535. Lucas LS, Bonomo M, Flauzino TA, Zamborlini VV, Ferreira BAM. “Suicídio?! E Eu com Isso?”: Representações Sociais de Suicídio em Comentários de Usuários do Facebook. Estudos Pesqui Psicol. 2021;21(1):196-216. https://doi.org/10.12957/epp.2021.59380
https://doi.org/10.12957/epp.2021.59380...
- 3737. Starcevic V, Aboujaoude E. Cyberchondria, cyberbullying, cybersuicide, cybersex: “new” psychopathologies for the 21st century? World Psychiatry. 2015;14(1):97-100. https://doi.org/10.1002/wps.20195
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) , que possui uma relação ainda investigada de ambiguidade entre os fatores de risco, protetivos e conteúdos preventivos e pró-suicidas ( 3838. Botti NCL, Pereira CCM. Blogs brasileiros sobre suicídio. Salud Soc. 2019;10(1):10-9. https://doi.org/10.22199/S07187475.2019.0001.00001
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) .

Dessa forma, o roteiro elaborado apresenta as possibilidades para o trabalho de uma temática de grande impacto social e no campo da saúde, a prevenção do suicídio, a partir de uma proposta original de construção de uma estratégia validada por especialistas, para colaborar na formação profissional em saúde e para a prevenção do comportamento suicida em ambiente virtual. O ambiente virtual, seu funcionamento e a transformação das funções sociais a partir destes roteiros, precisam ser consideradas no cuidado em saúde ( 3939. Gradim JGP, Silva AC, Pereira CCM, Vedana KGG. Análise de postagens sobre suicídio e comunidade LGBTQ no Twitter. Salud Soc. 2019;10(3):286-94. https://doi.org/10.22199/issn.0718-7475-2019-03-018
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) . Esse meio, e as diferentes redes sociais virtuais presentes em seu domínio, são espaços de expressão de sentimentos e interações, que podem identificar tendências e fatores de risco, comunicação suicida, além de oferecer as oportunidades de acolhimento, apoio e informações sobre os canais de ajuda ( 1111. Shoib S, Chandradasa M, Nahidi M, Amanda TW, Khan S, Saeed F, et al. Facebook and suicidal behaviour: user experiences of suicide notes, live-streaming, grieving and preventive strategies, a scoping review. Int J Env Res Public Health. 2022;19(20):13001. https://doi.org/10.3390/ijerph192013001
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, 4040. Krysinska K, Westerlund M, Niederkrotenthaler T, Andriessen K, Carli V, Hadlaczky G, et al. A Mapping Study on the Internet and Suicide. Crisis. 2017;38(4):217-26. https://doi.org/10.1027/0227-5910/a000444
https://doi.org/10.1027/0227-5910/a00044...
) .

Para a elaboração do roteiro de ensino baseado em simulação, foram contemplados os objetivos e resultados esperados, bem como a realização de um pré-briefing adequado, a própria simulação e uma reflexão para a aprendizagem no debriefing . Cada etapa do processo está interligada durante a criação dos roteiros, permitindo a sua reprodução e implementação na prática diária de estudantes e profissionais ( 4141. Kaneko RMU, Lopes MHBM. Realistic health care simulation scenario: what is relevant for its design? Rev Esc Enferm USP. 2019;53. https://doi.org/10.1590/S1980-220X2018015703453
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) . Para a formação, a simulação clínica, além de envolver os aspectos didático-pedagógicos, necessita da compreensão dos significados sociais, culturais e históricos para os profissionais, construídos nas vivências ao longo do ciclo de vida ( 1515. Gouvêa IB, Ribeiro V, Graminha PMF, Gonçalves MFC, Camargo RAA, Aredes NDA, et al. Clinical simulation as a teaching strategy: training and teaching practice. Rev Eletrônica Acervo Saúde. 2021;13(8). https://doi.org/10.25248/reas.e8462.2021
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) .

O contexto do roteiro foi construído para permitir a atuação em situações que se aproximam do cotidiano social e dos profissionais de saúde sobre a temática, aspecto esse que justifica o desenvolvimento da proposta por meio do ensino baseado em simulação, a partir das orientações internacionais que norteiam esses processos ( 2424. INACSL Standards Committee. Healthcare Simulation Standards of Best Practice™ Simulation Design. Clin Simul Nurs. 2021;58:14-21. https://doi.org/10.1016/j.ecns.2021.08.009
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) . Nesse sentido, foram trabalhadas as vivências de uma jovem de 24 anos, se preparando para o pré-vestibular, residindo em um município separado de sua rede familiar e se expressando por publicações em sua rede social virtual, com indicativos de sofrimento emocional. Alguns estudos destacam a elevada mortalidade por suicídio em jovens entre 15 a 29 anos e mediação complexa de fatores desta etapa de vida, especialmente as diversidades da vivência frente a era digital ( 4242. Robinson J, Hill NTM, Thorn P, Battersby R, Teh Z, Reavley NJ, et al. The #chatsafe project. Developing guidelines to help young people communicate safely about suicide on social media: A Delphi study. PLoS One. 2018;13(11):e0206584. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0206584
https://doi.org/10.1371/journal.pone.020...
- 4343. World Health Organization. Suicide in the world: Global Health Estimates [Internet]. Geneva: WHO; 2019 [cited 2023 Jul 17]. 32 p. Available from: https://iris.who.int/bitstream/handle/10665/326948/WHO-MSD-MER-19.3-eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://iris.who.int/bitstream/handle/10...
) . Assim, o desenvolvimento do estudo caminha em consonância com as propostas de prevenção do comportamento suicida no ambiente virtual ( 4444. Notredame CE, Grandgenèvre P, Pauwels N, Morgiève M, Wathelet M, Vaiva G, et al. Leveraging the Web and Social Media to Promote Access to Care Among Suicidal Individuals. Front Psychol. 2018;9. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2018.01338
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) .

O roteiro simulado foi construído para possibilitar a aprendizagem da identificação precoce, comunicação segura em ambiente virtual, vínculo e a expansão do suporte profissional em rede além dos espaços virtuais. Tais recomendações são amplamente corroboradas pela literatura científica nacional e internacional. Diversos estudos foram desenvolvidos pensando na relação entre o comportamento suicida, o ambiente virtual e as possibilidades de prevenção por estratégias, tecnologias e recursos virtuais seguros e baseados em conhecimento científico ( 55. Franco-Martín MA, Muñoz-Sánchez JL, Sainz-de-Abajo B, Castillo-Sánchez G, Hamrioui S, de la Torre-Díez I. A systematic literature review of technologies for suicidal behavior prevention. J Med Syst. 2018;42. Available from: https://doi.org/10.1007/s10916-018-0926-5
https://doi.org/10.1007/s10916-018-0926-...
- 66. Platts D, Morgan S. Comment on “Web-Based tools and mobile applications to mitigate burnout, depression, and suicidality among healthcare students and professionals: a systematic review.” Acad Psychiatry. 2018;42:422-3. https://doi.org/10.1007/s40596-018-0906-6
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, 4545. Pereira CCM, Silva AC, Pedrollo LFS, Amaral LC, Chiarelo BM, Zanetti ACG, et al. “InspirAção”: Development and use of a website to prevent suicidal behavior. Arch Psychiatr Nurs. 2022;39:54-8. https://doi.org/10.1016/j.apnu.2022.03.003
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- 4646. Pereira CCM, Nogueira DM, Silva AC, Pedrollo LFS, Chiarelo BM, Miasso AI, et al. Prevenção do suicídio no ambiente virtual: estratégias de divulgação e métricas de acessos de um website. Res Soc Dev. 2021;10(17):e216101724430. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i17.24430
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) .

Dentre as principais ações encontra-se a disseminação de informações de suporte, uso seguro da Internet , redução do estigma em saúde mental e fortalecimento de fatores protetivos ( 4444. Notredame CE, Grandgenèvre P, Pauwels N, Morgiève M, Wathelet M, Vaiva G, et al. Leveraging the Web and Social Media to Promote Access to Care Among Suicidal Individuals. Front Psychol. 2018;9. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2018.01338
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) e a comunicação segura sobre o comportamento suicida, considerando o ambiente virtual, suas características, potencialidades, limitações e possibilidades ( 77. Mishara BL, Dargis L. Systematic comparison of recommendations for safe messaging about suicide in public communications. J Affect Disord. 2019;244:124-54. https://doi.org/10.1016/j.jad.2018.09.031
https://doi.org/10.1016/j.jad.2018.09.03...
, 4242. Robinson J, Hill NTM, Thorn P, Battersby R, Teh Z, Reavley NJ, et al. The #chatsafe project. Developing guidelines to help young people communicate safely about suicide on social media: A Delphi study. PLoS One. 2018;13(11):e0206584. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0206584
https://doi.org/10.1371/journal.pone.020...
, 4545. Pereira CCM, Silva AC, Pedrollo LFS, Amaral LC, Chiarelo BM, Zanetti ACG, et al. “InspirAção”: Development and use of a website to prevent suicidal behavior. Arch Psychiatr Nurs. 2022;39:54-8. https://doi.org/10.1016/j.apnu.2022.03.003
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) . Ao entender quais são as barreiras, facilitadores e recomendações sobre a comunicação segura, estimula-se o uso benéfico das redes, o potencial de prevenção quanto à temática e a prevenção do efeito contágio ou efeito Werther ( 77. Mishara BL, Dargis L. Systematic comparison of recommendations for safe messaging about suicide in public communications. J Affect Disord. 2019;244:124-54. https://doi.org/10.1016/j.jad.2018.09.031
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- 88. Blatt MR. A relevância das redes sociais na prevenção ao suicídio. Rev Saúde AJES [Internet]. 2019 [cited 2023 Jul 17];5(10). Available from: https://www.revista.ajes.edu.br/index.php/sajes/article/view/326/265
https://www.revista.ajes.edu.br/index.ph...
, 4545. Pereira CCM, Silva AC, Pedrollo LFS, Amaral LC, Chiarelo BM, Zanetti ACG, et al. “InspirAção”: Development and use of a website to prevent suicidal behavior. Arch Psychiatr Nurs. 2022;39:54-8. https://doi.org/10.1016/j.apnu.2022.03.003
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) .

A qualidade da experiência do ensino baseado no roteiro apresentado neste estudo dependerá da qualidade do preparo dos facilitadores, bem como do funcionamento adequado dos recursos tecnológicos. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) têm sido amplamente utilizadas para disseminar os conteúdos, e esse roteiro tem contribuído para o reconhecimento da importância do desenvolvimento de metodologias criativas e inovadoras que possam auxiliar na promoção da comunicação, saúde e bem-estar da comunidade em geral ( 4747. Pinto LF, Rocha CMF. Inovações na Atenção Primária em Saúde: o uso de ferramentas de tecnologia de comunicação e informação para apoio à gestão local. Cien Saude Colet. 2016;21(5):1433-48. https://doi.org/10.1590/1413-81232015215.26662015
https://doi.org/10.1590/1413-81232015215...
) .

A validação do roteiro simulado com especialistas é fundamental para a avaliação de sua qualidade, adequação cultural e pedagógica. Os roteiros clínicos validados para a simulação podem ser amplamente utilizados no ensino e replicados em diferentes locais e instituições. Este roteiro não requer estrutura ou recursos tecnológicos muito sofisticados, de alto custo ou pouco acessíveis, tornando a simulação uma estratégia de ensino flexível e adaptável às necessidades das diferentes instituições e públicos ( 4848. Dias AAL, Souza RS, Eduardo AHA, Felix AM S, Figueiredo RM. Validation of two clinical scenarios for simulation-based learning for the prevention and control of healthcare-associated infections. Rev Eletr Enferm. 2022;29(24). https://doi.org/10.5216/ree.v24.70072
https://doi.org/10.5216/ree.v24.70072...
) .

Neste estudo, os resultados da validação estiveram inseridos nos critérios determinados para o IVC, com valores acima de 80,0% para ensino baseado em simulação, comportamento suicida e também na avaliação geral. Destaca-se que a escolha desse crivo de avaliação dialoga com demais estudos de validação de roteiro simulado ( 1212. Pedrollo LFS, Silva AC, Zanetti ACG, Vedana KGG. Creation and validation of a high-fidelity simulation scenario for suicide postvention. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2022;30:e3699. https://doi.org/10.1590/1518-8345.6034.3699
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, 4949. Negri EC, Pereira GA Júnior, Cotta CK Filho, Franzon JC, Mazzo A. Construction and validation of simulated scenario for Nursing care to colostomy patients. Texto Contexto Enferm. 2019;28. https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2018-0199
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) . Os resultados relacionados ao comportamento suicida evidenciam, ainda, a complexidade de se abordar essa temática, até mesmo no que se refere ao consenso de especialistas frente às ações esperadas para o cuidado e prevenção ( 5050. Kasal A, Táborská R, Juríková L, Grabenhofer-Eggerth A, Pichler M, Gruber B, et al. Facilitators and barriers to implementation of suicide prevention interventions: Scoping review. Global Ment Health. 2023;10:e15. https://doi.org/10.1017/gmh.2023.9
https://doi.org/10.1017/gmh.2023.9...
) .

A simulação que utiliza uma rede social virtual fictícia (inexistente), mas com características semelhantes às plataformas existentes, apresenta a necessidade de uma explicação prévia sobre os tipos de interações, reações, conteúdos postados e ferramentas criadas pelas próprias plataformas existentes, que podem ser utilizadas na prática simulada. Existe também a possibilidade de adaptação do roteiro apresentado para o contexto de telessimulação (prática muito utilizada após a pandemia do coronavírus), como uma possibilidade de modernização do ensino, fomentando a inclusão e adaptabilidade dos estudantes, enquanto possibilita o acesso aos conteúdos de forma remota e universal ( 5151. Silveira MS, Cogo ALP. The contributions of digital technologies in the teaching of nursing skills: an integrative review. Rev Gaúcha Enferm. 2017;38(2):e66204. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2017.02.66204
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) .

Mesmo que a simulação possa ser projetada com base em dados e informações disponíveis, é impossível prever todas as possíveis situações que possam ocorrer no ambiente virtual simulado, e proporcionar o mesmo nível de interatividade de uma rede social real. Essas questões podem impactar o realismo, uma característica importante para as boas práticas em simulação, por isso, é importante ter atenção às informações que serão oferecidas aos participantes e atenção ao feedback dos mesmos para as adaptações na implementação do roteiro. Ademais, recomenda-se que o roteiro seja reformulado e avaliado periodicamente para o acompanhamento das tecnologias em ascensão.

As plataformas virtuais têm um alcance global e sua utilização e adaptação podem variar conforme as jurisdições dos diferentes países ( 5252. Mishara BL, Weisstub DN. Ethical, legal, and practical issues in the control and regulation of suicide promotion and assistance over the Internet. Suicide Life Threat Behav. 2007;37(1):58-65. https://doi.org/10.1521/suli.2007.37.1.58
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) . Nesse contexto, discussões sobre as políticas públicas para a prevenção de comportamentos suicidas no ambiente virtual devem ser consideradas. É fundamental que as políticas públicas abordem as especificidades do comportamento suicida no ambiente virtual, incluindo a identificação precoce de sinais de risco, o desenvolvimento e avaliação das estratégias eficazes de prevenção e intervenção, a capacitação de profissionais de saúde e o envolvimento do universo offline no processo de prevenção online .

Este estudo contribui para o avanço do conhecimento científico, uma vez que utiliza de estratégias que proporcionam uma formação mais alinhada às demandas da sociedade, diversificando os formatos e as sequências de ensino e aprendizagem na área da Enfermagem, integrando o conhecimento científico com os avanços tecnológicos de maneira ética, e envolvendo ativamente o aluno em seu processo educacional, aproximando-o da realidade além do ambiente acadêmico ( 5353. Yamane MT, Machado VK, Osternack KT, Mello RG. Realistic simulation as a teaching tool in health: an integrative review. Rev Espaço Saúde. 2019 Jul 11;20(1):87-107. https://doi.org/10.22421/15177130-2019v20n1p87
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- 5454. Costa RRO, Medeiros SM, Martins JCA, Coutinho VRD. A simulação no ensino de enfermagem: reflexões e justificativas a luz da bioética e dos direitos humanos. Acta Bioeth. 2018;24(1):31-8. https://doi.org/10.4067/S1726-569X2018000100031
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) . Além disso, traz inovações no campo de formação em saúde mental, protagonismo da Enfermagem e o uso de tecnologias.

Quanto às limitações da pesquisa, temos a dificuldade de adesão dos participantes, o que pode estar relacionado ao período da pandemia da COVID-19, e expansão de pesquisas virtuais e a moderada participação de especialistas em comportamento suicida no ambiente virtual, que pode estar relacionada à justa confiabilidade nesta temática. Por fim, ressalta-se a necessidade de estudos futuros para a validação do protótipo das redes sociais proposto para o roteiro, além de investigações com a possibilidade de uso da inteligência artificial ou de outras ferramentas que colaborem para uma melhor realidade do ensino baseado em simulação, considerando o avanço das novas tecnologias presentes no cotidiano e, consequentemente, os novos desafios que podem surgir a partir das novas tecnologias.

Apesar das limitações, ressalta-se que este estudo oferta para à área da saúde um produto com potencial formador e que poderá favorecer os processos de capacitação profissional sobre a prevenção do suicídio no ambiente virtual. Com originalidade e a possibilidade de ser acessado e utilizado na íntegra, o roteiro elaborado ainda se destaca por apresentar a validação por juízes especialistas, sendo um recurso a ser utilizado em variados contextos e por diferentes profissionais da saúde, em especial, no campo da saúde mental.

Conclusão

Este estudo resultou na construção e validação de um roteiro de simulação clínica que pode ser utilizado gratuitamente na formação de profissionais de saúde para atuarem na prevenção do comportamento suicida em ambiente virtual. A validação realizada por especialistas nas áreas de comportamento suicida e de simulação clínica, evidenciou a adequação da construção com boa concordância nas análises em relação aos resultados obtidos.

Destaca-se que não foi identificado na literatura científica, nacional ou internacional, um roteiro de simulação clínica que utilize o ambiente virtual e as redes sociais virtuais com o propósito de prevenir o comportamento suicida na formação de profissionais da saúde. Desse modo, os resultados deste estudo são considerados inovadores, inéditos e representam uma alternativa acessível para a capacitação de profissionais, contribuindo para a adoção de práticas seguras e embasadas cientificamente no cuidado em saúde mental e na prevenção do suicídio na era digital.

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    A publicação deste artigo na Série Temática “Saúde digital: contribuições da enfermagem” se insere na atividade 2.2 do Termo de Referência 2 do Plano de Trabalho do Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Brasil.
  • Como citar este artigo Pereira CCM, Silva AC, Pedrollo LFS, Vedana KGG. Suicide prevention in a virtual environment: a roadmap for simulation-based education. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2024;32:e4158 [cited ano mês dia]. Available from: URL . https://doi.org/10.1590/1518-8345.6948.4158
  • Todos os autores aprovaram a versão final do texto.

Editado por

Editora Associada:
Maria Lúcia Zanetti

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Abr 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    17 Jul 2023
  • Aceito
    28 Dez 2023
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