APLICATIVOS MÓVEIS PARA SEGURANÇA DO PACIENTE: REVISÃO DE ESCOPO

RESUMO

Objetivo:

mapear a produção científica relacionada a aplicativos voltados para segurança do paciente.

Método:

revisão de escopo baseada no método proposto pelo JBI e nas recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-Analyses for Scoping Reviews. A busca ocorreu entre os meses de fevereiro e março de 2022 em seis bases de dados, literatura cinzenta e escritórios de registro de propriedade intelectual. A revisão foi realizada por pares.

Resultados:

foram analisados 28 estudos. As metas internacionais mais contempladas pelos softwares foram a prevenção de erros de medicação, cirurgia segura e comunicação eficiente. Os aplicativos usaram diferentes sistemas operacionais e descreveram em sua maioria o processo de seleção de conteúdo e arquitetura do software. O sistema de avaliação contou com uso de escalas de usabilidade, testes antes e depois e ensaios clínicos.

Conclusão:

a construção de aplicativos em saúde, em especial, os voltados para aplicação das metas de segurança do paciente é um amplo campo a ser explorado. Faz-se necessário fortalecer a qualidade das informações ofertadas e o envolvimento de uma equipe multiprofissional para seu desenvolvimento. Observam-se lacunas relativas aos desenhos metodológicos e carência quanto às legislações que regulamentam aspectos relacionados à qualidade e veracidade das informações ofertadas pelos softwares. Protocolo de pesquisa registrado no Open Science Framework (https://osf.io/8b9pz/)

DESCRITORES:
Aplicativos móveis; Segurança do paciente; Enfermagem perioperatória; Educação em saúde; Assistência perioperatória; Aplicações da informática médica

ABSTRACT

Objective:

to map scientific production related to patient safety applications.

Method:

scoping review based on the method proposed by the JBI and the recommendations of the Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-Analyses for Scoping Reviews. The search took place between February and March 2022 in six databases, gray literature and intellectual property registration offices. The review was conducted by peers.

Results:

a total of 28 studies were analyzed. The international goals most often covered by the software were the prevention of medication errors, safe surgery and efficient communication. The applications used different operating systems and mostly described the process of content selection and software architecture. The evaluation system used usability scales, before and after tests and clinical trials.

Conclusion:

the construction of healthcare applications, especially those aimed at implementing patient safety targets, is a broad field to be explored. It is necessary to strengthen the quality of the information offered and the involvement of a multi-professional team in its development. There are gaps in the methodological designs and a lack of legislation regulating aspects related to the quality and veracity of the information provided by the software. Research protocol registered in the Open Science Framework (https://osf.io/8b9pz/)

DESCRIPTORS:
Mobile applications; Patient safety; Perioperative nursing; Education in health; Perioperative care.; Medical Informatics Applications

RESUMEN

Objetivo:

mapear la producción científica relacionada con aplicaciones orientadas a la seguridad del paciente.

Método:

revisión de alcance basada en el método propuesto por JBI y en las recomendaciones previstas en Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-Analyses for Scoping Reviews. La búsqueda se realizó entre los meses de febrero y marzo de 2022 en seis bases de datos, literatura gris y oficinas de registro de propiedad intelectual. Se realizó la revisión por pares.

Resultados:

se analizaron 28 estudios. Los objetivos internacionales más contemplados por el software fueron la prevención de errores de medicación, cirugía segura y comunicación eficiente. Las aplicaciones utilizaron diferentes sistemas operativos y en su mayoría describieron el proceso de selección de contenido y la arquitectura del software. El sistema de evaluación incluyó el uso de escalas de usabilidad, antes y después de pruebas y ensayos clínicos.

Conclusión:

la construcción de aplicaciones de salud, especialmente aquellas destinadas a implementar objetivos de seguridad del paciente, es un campo amplio por explorar. Es necesario reforzar la calidad de la información ofrecida e implicar a un equipo multidisciplinario para su desarrollo. Se advierten lagunas en cuanto a diseños metodológico, como también la falta de legislación que regule aspectos relacionados con la calidad y veracidad de la información que ofrece el software. Protocolo de investigación registrado en el Open Science Framework (https://osf.io/8b9pz/)

DESCRIPTORES:
Aplicaciones móviles; Seguridad del paciente; Enfermería perioperatoria; Educación en salud; Cuidados perioperatorios; Aplicaciones de la informática médica

INTRODUÇÃO

Os erros na assistência sempre foram uma realidade, mas alcançaram maior visibilidade a partir do relatório "To err is human", publicado no final da década de 90, no qual identificou-se que morriam mais pessoas nos Estados Unidos decorrentes de erros na assistência do que por câncer e HIV1.

A partir desse relatório, a Organização Mundial de Saúde (OMS) começou a traçar estratégias voltadas para segurança do paciente, como a criação da aliança mundial para segurança do paciente no ano de 2004 e o lançamento de três desafios globais: higienização das mãos, cirurgias seguras e medicação sem danos2.

No Brasil, no ano de 2013, foi instituído o Programa Nacional de Segurança do Paciente3, com proposição de seis protocolos, a saber, higienização das mãos; cirurgia segura; prevenção de queda; segurança na prescrição; uso e administração de medicamentos; prevenção de lesões por pressão e identificação do paciente. Além disso, o programa prevê o fomento à pesquisa e o incentivo a inovações técnicas e operacionais que possam mitigar a ocorrência de erros3.

A segurança do paciente hoje é compreendida como um conjunto de atividades que permite a criação de cultura, estrutura, processos, condutas e tecnologias para possibilitar a redução dos riscos relacionados à assistência à Saúde, além de reduzir seu impacto caso este ocorra4.

Apesar de todos os esforços envolvidos para melhoria e fomento da segurança do paciente, ainda se estima que um em cada dez pacientes em países de alta renda e um em cada quatro pacientes em países de baixa e média renda está sujeito a erros evitáveis. Com isso, além de um aumento nos custos na assistência à saúde, estes erros contribuem para cerca de 2,6 milhões de mortes4.

A inovação tecnológica pode colaborar no alcance das metas de segurança do paciente, seja pelo envolvimento do próprio paciente neste processo, seja pelo desenvolvimento de sistemas que auxiliem diretamente o profissional de saúde5^-6.

O uso da tecnologia como apoio a assistência à saúde está cada vez mais presente na vida da população, a partir do uso de m-Healths. Dentro deste espectro, destaca-se o consumo de aplicativos de saúde que podem ser utilizados para diversas finalidades e com diferentes funcionalidades. Por estarem sempre acessíveis, eles permitem que os pacientes exerçam o gerenciamento de suas patologias, ampliando seu conhecimento por meio de recursos educacionais e permitem o contato direto com profissionais de saúde7.

Milhares de aplicativos são lançados anualmente, sendo que, na área da saúde, havia cerca de 325.000 aplicativos disponíveis em lojas de aplicativos em 2017. Muitos destes aplicativos são desenvolvidos sem o envolvimento de especialistas da área e sem um processo claro de validação e avaliação dos mesmos. Assim, da mesma forma que o m-Health pode auxiliar na segurança do paciente, pode atuar de forma contrária, ao ofertar informações que não são baseadas em evidências científicas8. Desta maneira, mostra-se importante uma avaliação dos aplicativos disponíveis previamente ao seu uso ou recomendação.

Frente à necessidade de fomentar pesquisas e inovações tecnológicas que possam contribuir para segurança do paciente, justifica-se a realização de uma revisão de escopo que permita mapear os aplicativos desenvolvidos para essa área temática. Acredita-se que esse levantamento poderá identificar lacunas e indicará caminhos para se construir tecnologias que possam avançar em relação aos modelos já existentes.

No dia 21 de dezembro de 2021, foi realizada uma busca nas bases de dados Cinahl, Pubmed, Open Science com o intuito de identificar revisões de escopo com o mesmo objetivo e não foi encontrado nenhum registro.

Assim, esta revisão objetiva mapear a produção científica relacionada a aplicativos voltados para segurança do paciente.

MÉTODO

Trata-se de uma revisão de escopo, baseada no método proposto pelo JBI9 e nas recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-Analyses for Scoping Reviews (Prisma SCR) - Referência com protocolo de pesquisa registrado no Open Science Framework (https://osf.io/8b9pz/). Para sua execução, foram percorridas cinco etapas: identificação da questão de pesquisa; identificação de estudos relevantes; seleção dos estudos; análise dos dados; agrupamento síntese e a apresentação dos dados10.

A pergunta de pesquisa foi delineada a partir da estratégia P (Participantes= pacientes, profissionais de saúde ou estudantes da área saúde), C (Conceito= aplicativos móveis) e C (Contexto= segurança do paciente). Assim, a questão a ser respondida pela presente revisão foi: quais são os aplicativos relacionados à segurança do paciente e suas características, disponíveis para pacientes, estudantes e profissionais de saúde?

Para identificação dos estudos relevantes, identificação de palavras-chave e Meshs que contemplassem a temática abordada na presente revisão, foi realizada uma busca inicial nas bases de dados indexados PUBMED, e Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL). Após esta etapa, com o auxílio de uma bibliotecária, as estratégias de buscas para cada base foram definidas utilizando-se a combinação dos operadores boleanos AND e OR (Quadro 1).

Os dados da revisão foram coletados entre fevereiro e março de 2022 nos bancos de dados Science Direct, PUBMED, Embase, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL). Na avaliação da literatura cinzenta foram utilizadas as bases: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), Catálogo de Teses e dissertações da Capes, Networked Digital Library of Theses and Dissertations (NDLTD), E-Theses online service (Ethos), Red de Repositório latino-americano e o Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (ACAAP). A busca por registro de propriedade ocorreu nos escritórios: Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), World Intelectual Property Organization (WIPO), United States Patent and Trademark Office (USPTO) e Espacenet e Latipati.

Na avaliação da literatura cinzenta e registro de propriedade intelectual, foram utilizadas as combinações “Segurança do Paciente” AND “Aplicativos móveis”, “Patient Safety” AND “Mobile Applicatons”.

Quadro 1 -
Estratégia de busca por base consultada. São Paulo, SP, Brasil, 2022.

Base de dados	Estratégias de busca
SCOPUS	(TITLE-ABS-KEY ("patient safety") AND TITLE-ABS-KEY ("Mobile Applications" OR "Mobile Application" OR "Mobile Apps" OR "Mobile App" OR "Portable Electronic App" OR "Portable Electronic Applications" ) )
EMBASE	'patientsafety':ti,ab,kw AND 'mobile application':ti,ab,kW
LILACS	Segurança do Paciente e Aplicativos móveis
PUBMED	("patient safety"[MeSH Terms] AND ("Mobile Applications"[MeSH Terms] OR "Mobile Application"[All Fields] OR "Mobile Apps"[All Fields] OR "Mobile App"[All Fields] OR "Portable Electronic Apps"[All Fields] OR "Portable Electronic Applications"[AllFields])
CINAHL	MH patient safety AND AB (mobile applications or apps or mobile apps or mhealth or ehealth)
SCIENCE DIRECT	"patient safety" AND ("mobile applications")

Foram incluídos estudos originais, literatura cinzenta, patentes e registros de programas de computador produzidos em qualquer idioma, direcionados para pacientes, estudantes e profissionais da saúde, publicados entre os anos de 2005 e 2021, que abordem a descrição da construção e/ou utilização de aplicativos voltados para segurança do paciente, vinculados a uma das metas internacionais de segurança do paciente: (1) identificar o paciente corretamente; (2) melhorar a eficácia da comunicação; (3) melhorar a segurança dos medicamentos de alta-vigilância; (4) assegurar cirurgias com local de intervenção correto, procedimento correto e paciente correto; (5) reduzir o risco de infecções associadas a cuidados de saúde; (6) reduzir o risco de danos ao paciente, decorrente de quedas. Para a meta relacionada à medicação, foi considerado qualquer tipo de medicamento. O recorte temporal foi proposto em decorrência da publicação em 2005 do primeiro desafio global de segurança do paciente “Uma Assistência Limpa é Uma Assistência Mais Segura”, envolvendo ações relacionadas à melhoria da Higienização das Mãos em Serviços de Saúde11.

Foram excluídas revisões, editoriais, anais, ensaios teóricos, estudo de caso único, jogos e aplicativos sem relação direta com uma das metas de segurança do paciente, como aplicativos voltados para o gerenciamento clínico de doenças.

Após seleção, compuseram a amostra 27 estudos encontrados nas bases de dados e um aplicativo identificado nos escritórios de registro de propriedade intelectual (Figura 1). A extração dos dados dos artigos e literatura cinzenta foi realizada a partir de instrumento construído pelas autoras contendo informações importantes para avaliação dos artigos e aplicativos.

As seguintes informações foram extraídas a partir da leitura dos estudos: título do artigo, ano de publicação, país, objetivo do estudo e do aplicativo, compatibilidade, funcionalidades do aplicativo, informações disponíveis, público-alvo, informações sobre método de construção do aplicativo, testes utilizados e público de testes, resultados, meta internacional de segurança do paciente. Para extração dos dados de patentes e registros de computador, foram extraídas as informações: título, país, ano de registro, informações disponíveis, público-alvo, meta internacional de segurança do paciente.

O processo de seleção e extração foi realizado por dois revisores e, no caso de divergências, um terceiro revisor foi responsável por nova avaliação. Os artigos foram submetidos à leitura de títulos e resumos e os pré-selecionados submetidos à leitura na íntegra. Foi realizado um teste de concordância entre os revisores para garantia da efetividade do instrumento de coleta de dados e alinhamento da seleção com a avaliação de 15 manuscritos.

Os dados foram analisados e categorizados de forma descritiva e agrupados de acordo com a meta de segurança abordada, apresentando as informações relevantes na forma de quadros. A revisão foi construída de acordo com o Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews(PRISMA-ScR).

Por se tratar de uma revisão com a utilização de dados de domínio público, não foi necessário submeter o estudo ao Comitê de ética em Pesquisa.

Figura 1.
Fluxograma PRISMA.

RESULTADOS

Foram encontradas nos bancos de dados 813 referências e realizadas três avaliações de duplicata, a primeira pelo sistema convencional do sistema de gerenciamento de referências Endnote, a segunda avaliando-se o nome do artigo e a terceira pela autoria do artigo, restando 609 referências. Após análise dos títulos e resumos, 35 artigos seguiram para leitura na íntegra. Ao final, foram selecionados 23 artigos, sendo 12 excluídos por motivos diversos, como: não se tratar de artigo original ou aplicativo, não estar em consonância com uma das metas internacionais de segurança do paciente. A estratégia de busca na literatura cinzenta resultou em 32 estudos e, após exclusão de duplicatas, seguiram para avaliação de texto completo cinco estudos. Destes, quatro estudos compuseram a amostra (Figura 1).

Na busca de anterioridade em bases de registro de propriedade intelectual, foram obtidos 133 registros, dos quais sete foram avaliados na íntegra e cinco foram excluídos, pois não se tratavam de aplicativo ou não estavam em consonância com as metas definidas no escopo desta revisão. Foi incluído apenas o aplicativo “SafeCare - Gestão para Segurança do Paciente”12, que apresentava protocolos diversos de segurança do paciente para consulta por profissionais de saúde (higienização das mãos, prevenção de quedas, identificação do paciente, uso administração e prescrição de medicamentos, comunicação entre profissionais de saúde e alguns protocolos clínicos específicos). O App não estava disponível nas lojas de aplicativo Play Store e Apple store no momento da realização da pesquisa, não sendo possível avaliá-lo integralmente.

Quadro 2 -
Características dos estudos incluídos, meta de segurança, público-alvo e sistema operacional de disponibilização do aplicativo. São Paulo, SP, Brasil, 2022.

Autor	País	Tipo de estudo	Tema Segurança abordado	Público-alvo	Sistema operacional
Yap et al, 201213	Cingapura	Metodológico	Medicação	Profissionais da saúde	IOS
Mira et al, 201414	Espanha	Estudo Clínico Randomizado	Medicação	Pacientes idosos	IOS
Mira et al, 201515	Espanha	Metodológico	Medicação	Pacientes Idosos em polifarmácia	IOS e Android
Buning et al, 201616	Holanda	Metodológico	Medicação	Pacientes	IOS
Wentzel et al, 201617	Holanda	Metodológico	Medicação	Enfermeiros	Não informado
Marien et al, 201818	Bélgica	Metodológico	Medicação	Pacientes	Não informado
Baumann et al, 201919	Alemanha	Metodologico	Medicação	Profissionais de Saúde	Não informado
Ankem et al, 201920	EUA	Metodológico	Medicação	Pacientes, cuidadores e médicos	IOS
Nedovic et al, 201921	Suiça	Metodológico	Medicação	Pacientes com deficiência visual	IOS e Android
Taber et al, 201922	EUA	Metodológico	Medicação	Profissionais da saúde e pacientes com transplante renal	Não informado
Santos, 201923	Brasil	Metodológico	Medicação	Enfermeiro	Android
Pereira, 201924	Brasil	Metodológico	Medicação	Paciente	Android
Madrigal-Cadavid et al, 202025	Colômbia	Metodológico	Medicação	Pacientes com deficiência visual	Android
Holden et al, 202026	EUA	Metodológico	Medicação	Pacientes idosos	Android
Misiak Caldas et al, 202027	Brasil	Metodológico	Medicação	Profissionais da saúde	Não informado
Aldughayfiq, Sampalli, et al, 202128	Canadá	Metodológico	Medicação	Pacientes	Android
Siebert et al, 202129	Suiça	Ensaio Clínico Randomizado	Medicação	Paramédicos	Não informado
Beck et al, 201830	Alemanha	Ensaio Clínico Randomizado	Cirurgia Segura	Profissionais de Saúde	Não informado
Molina et al, 201731	EUA	Metodológico	Cirurgia Segura	Médicos	IOS
Betancourt et al, 201732	Colômbia	Ensaio Clínico com Intervenção	Cirurgia Segura	Profissionais da saúde	IOS e Android
Russ et al 202033	Reino Unido	Metodológico	Cirurgia Segura	Pacientes cirúrgicos	IOS
LindI et al, 202034	Suécia	Metodológico	Identificação	Profissionais da saúde	Android
Jeonet al, 201935	Coreia	Metodológico	Identificação	Profissionais de saúde	Android
Flohr et al, 201836	México	Metodológico	Comunicação	Profissionais da saúde	Não informado
Schmidt et al, 201937	Suiça	Metodológico	Comunicação	Profissionais da saúde	Não informado
Barbosa, 202138	Brasil	Metodológico	Comunicação	Profissionais da saúde	Não informado
Han et al., 202039	Coreia	Estudo experimental (grupo pré e pós-teste)	Prevenção de quedas	Pacientes pediátricos e cuidadores	Não informado

A maior parte dos artigos originais avaliados foi produzida nos últimos cinco anos (16; 69,5%), com destaque para os países: Estados Unidos da América (EUA) (4; 17,3%), Brasil (4; 17,3%) e Suíça (3; 13,4%). Houve predominância de estudos metodológicos (22; 81,4%), seguidos por ensaios clínicos (04; 14,81%) (Quadro 2).

Dos aplicativos identificados, a maior parte (17; 62,9%) está relacionada à meta de medicação segura, seguida por cirurgia segura (4; 14,81%), comunicação segura (3; 11,1%), identificação correta (2; 7,4%) e múltiplas metas (1; 3,7%) (Quadro 2).

Os aplicativos voltados para a meta de medicação segura começaram a ser produzidos a partir de 2012 e têm como foco principal os pacientes 14^-16^,18^,21^,24^-26^,28 (9; 52,9%), incluindo populações especiais, como idosos14^,15 e portadores de deficiência visuais15^-16; profissionais de saúde13^,17^,19^,23^,27^,29 (7; 41,1%); ou, ainda, a combinação de ambos20^,22 (profissionais e pacientes) (2; 11,7%) (Quadro 2). Os aplicativos direcionados para pacientes tinham como principal função o registro de medicamentos utilizados15^,18^,20^,21^,24, lembretes de ingesta e educação em relação às possíveis interações14^,20^,21^-22, armazenamento14^-15^,18 e efeitos colaterais15^,22. Para os profissionais de saúde esses aplicativos se direcionam a consulta de interações medicamentosas13, cálculo de doses17^,19^,29 e educação para evitar erros de medicação17^,23^,27 (Quadro 3).

Os aplicativos que abordam o tema cirurgia segura (4; 14,8%) começaram a ser produzidos em 2012, direcionados a públicos diversos (pacientes33, profissionais de saúde32 residentes de anestesia30 e médicos31), e estão voltados para educação do paciente33, prevenção de retenção de materiais cirúrgicos31 e treinamento de residentes30 e equipe de saúde32 (Quadro 3).

Na área de comunicação eficaz, os aplicativos começaram a ser divulgados a partir de 2018 e são voltados para otimizar a comunicação entre a equipe de saúde36^-38. As metas de prevenção de quedas38 foram abordadas por um estudo e a identificação do paciente foi abordada por dois34^-35, produzidos a partir de 2019.

O sistema operacional não foi informado em 1117^-19^,22^,27^,29^-30^,36^-39 (40,7%) da literatura avaliada e houve semelhança no número de aplicativos disponíveis para o sistema operacional Android23^-26^,28^,34^,35 (7; 25,9%) e IOs13^-14^,16^,20^,31^,33 (6; 22,1%). A maioria dos estudos13^-15^,20^-28^,30^-33^,35^-39 (21; 77,7%) descreve o processo de construção do aplicativo quanto a seleção de conteúdo ou arquitetura do software. Quanto a sua avaliação de usabilidade, foram utilizados formulários construídos pelos pesquisadores13^,15^,18^,20^-21^,25^,28^,33^,35 ou escalas validadas como a System Usability Scale (SUS)16^,26^,38, por meio de testes de simulação ou teste de antes e depois do uso do APP.

Na revisão foi possível identificar que o processo de construção dos aplicativos contou com uma equipe multiprofissional em alguns estudos26^-27^,33^-34^,36 e que o design centrado no usuário foi um dos métodos utilizados14^,17^,25^-27. Além disso, para construção do conteúdo dos aplicativos, estudos relatam a realização de revisões de literatura13^,21^,25^,39. As avaliações de eficiência, qualidade e eficácia dos APPs não apresentam um padrão de uniformidade, sendo que, para usabilidade, a ferramenta mais comum foi a SUS16^,26^,38. Quanto à ferramenta utilizada na construção dos APPs, identificou-se em três artigos a sua descrição: adobe experience design27, ionic337, adobe dreamweaver CS413.

Os testes realizados por meio de simulação e estudo clínico nos aplicativos demonstraram que seu uso foi positivo para auxiliar no alcance das metas de segurança17^,29^,33. Em avaliações qualitativas realizadas com entrevistas semi-estruturadas e reuniões, usuários relataram acreditar que a inserção da tecnologia poderia auxiliar a mitigar os erros de medicação14^,28, descreveram que o uso do aplicativo pode proporcionar maior engajamento do paciente26^,33^,39 e se mostraram dispostos a utilizar os dispositivos15^,21. As simulações e estudos clínicos evidenciaram melhoria na tomada de decisão13, na aprendizagem30 e redução das perdas de stents ureterais31.

Quadro 3 -
Características dos estudos incluídos, nome do aplicativo, objetivo do aplicativo, funcionalidades. São Paulo, SP, Beasil, 2022.

Autor	Nome do aplicativo	Objetivo do aplicativo	Funcionalidades
Medicação
Aldughayfiq, Sampalli, et al 202128	Não informado	Otimizar o processo de prescrição e o processo de dispensação de medicamentos prescritos.	Rastreamento de receitas eletrônicas; autenticação biométrica; transferência de prescrição pelo Near Field Communication - (NFC).
Balman et al, 201919	Não informado	Promover apoio no cálculo e administração de medicamentos.	Consulta e informações sobre medicamentos.
Madrigal-Cadavid et al., 202025	Não informado	Facilitar o acesso às informações do medicamento.	Consulta e apresentação de informações Assistente de voz, vibração, alertas sonoros, ajustes do tamanho da letra, texto alterativo não textual, verbalização de avisos e talkback. Localização de farmácias e hospitais.
Holden et al, 202026	Brain Buddy	Informar e capacitar os idosos a considerar os riscos e benefícios dos anticolinérgicos.	Textos, vídeos e teste para calcular pontuação de risco pessoal para uso de anticolinérgicos.
Mira et al, 201414	Alice	Lembrar sobre uso de medicamentos nas doses corretas, distinguir medicamentos, evitar possíveis interações conhecidas e erros no uso dos medicamentos. Ensinar sobre armazenagem de medicamentos.	Armazena prescrições e instruções relacionadas, imagens dos medicamentos e recomendações dos prescritores. Interação por mensagem de texto - foto - uso de texto - alarmes.
Buning et al., 201616	Mymedication	Criação de lista dos medicamentos utilizados.	Escaneamento do código de barras nas embalagens dos medicamentos; e informações sobre o nome e a dosagem do comparadas com um banco de dados de medicamentos incluído no aplicativo. Registro manual de informações. Alarmes para lembrete de medicação.
Ankem et al, 201920	Scopia RX	Gerenciar medicamentos do paciente e fornecer informações atualizadas, personalizadas como dosagem adequada e possíveis interações medicamentosas.	Analisa a entrada de medicamentos e emite avisos de alertas para discrepâncias, como incompatibilidades, dosagens incorretas.
Nedovic et al, 201921	MyPills	Gerenciamento de medicamentos para pessoas cegas.	Identificação da embalagem do medicamento. Saída de voz do nome do medicamento e esquema de ingestão. Armazenamento de informações de medicação e dosagem. Exibição de código permite transferir a medicação atual para outro profissional de saúde. Lembrete sobre renovação de receita.
Mira et al, 201515	Tumedicina	Transformar Ean-13 e QR codes associados a medicamentos em instruções verbais, para possibilitar o uso mais seguro de medicamentos pelo paciente.	Armazenar informações sobre medicamento (finalidade, dose, efeitos colaterais, cuidados, validade, armazenamento). Leitura do código da caixa de medicamentos. Oferta de informações por áudio.
Taber et al, 201922	Não informado	Monitoramento de pacientes transplantados para segurança no uso de medicamentos.	Avisos de verificação da pressão arterial, glicemia, registro dos horários de ingestão de medicamentos, pesquisa sobre eventos adversos de medicamento e sua gravidade.
Siebert et al, 202129	PedAmines	Fornecer informações sobre preparo e administração de medicamentos.	Informações sobre preparo e administração de medicamentos utilizados na ressuscitação cardiopulmonar, de acordo com peso e idade do paciente.
Yap et al, 201212	OncoRX-Mi	Detectar interações droga-tratamento alternativo (DCIS) entre Regime de quimioterapia (CRegs) e Medicamentos complementares e Alternativos (CAMs).	Pesquisa de interações com base nas siglas dos CRegs e no nome comum dos CAMs. Banco de dados com 2750 pares de interações entre CRegs e CAMs, perfazendo um total de 4408 pares DCI.
Wentzel et al, 201617	Antibiotic APP	Informação de antibióticos para apoio da atuação do enfermeiro.	Instruções para administrar ou preparar antibióticos parenterais, informações sobre efeitos colaterais, alergias ou os mecanismos de ação do medicamento.
Marien et al, 201818	Não informado	Documentar listas de medicamentos.	Registro dos medicamentos utilizados, forma de uso, se adequada ou não e prescritor.
Misiak Caldas et al, 202027	PrevMed	Treinar a equipe de saúde em relação ao uso de um protocolo de prevenção de erros de medicação potencialmente perigosa.	Informações por meio de textos sobre Prescrição médica; Armazenamento, separação e distribuições dos medicamentos; Preparo dos medicamentos; Administração dos medicamentos; Cuidados pós administração.
Santos, 201923	Não informado	Orientação sobre administração de quimioterapia antineoplásica para enfermeiros.	Informações sobre vias de administração das principais drogas, cuidados no momento da administração, possíveis efeitos adversos, cuidados pós-administração e condutas que o enfermeiro deverá ter em relação ao extravasamento de determinada quimioterapia.
Pereira, 201924	MEDPAD	Possibilitar aos pacientes participar do processo de segurança medicamentos no ambiente hospitalar.	Registro de acesso para profissionais e pacientes; captura e digitalização da prescrição; movimentação na prescrição, aprazamento e dispensação ; confirmação - o paciente poderá acompanhar a lista de medicamentos e confirmar se o mesmo foi ou não administrado, com a respectiva justificativa.
Prevenção de quedas
Han et al, 202039	APP SK	Prevenir incidentes de segurança entre crianças hospitalizadas de 3 a 6 anos.	Jogos, áudios, textos e testes
Cirurgia Segura
Russ et al, 202033	Mysurgery	Capacitar pacientes para otimizar a segurança de cuidados durante cirurgia.	Interação por mensagem, textos informativos, vídeos.
Molina et al, 201731	StentTracker	Melhorar a segurança do paciente, facilitar a coleta de dados e fornecer uma interface eficiente para simplificar o rastreamento do stent uretral.	Fornece informações sobre procedimento, datas de remoção programadas e descrição do produto para os stents ureterais da Boston Scientific.
Beck et al, 201830	Não informado	Apresentar uma lista de verificação audiovisual para apoiar os residentes de anestesia no processo de indução anestésica.	A lista de verificação questiona se os seguintes itens estão corretos: Identificação, procedimento e local, presença de alergias, risco de via área difícil, disponibilidade de materiais e medicamento.
Kaltsidou et al, 201732	Não informado	Identificar precocemente um evento crítico durante a cirurgia e, fornecer soluções para o enfrentamento.	Fluxograma que permite a identificação precoce de um evento crítico durante a cirurgia e, uma vez detectado, fornece as etapas para o enfrentamento.
Identificação do paciente
Jeon et al, 201935	Não informado	Realizar a identificação facial de pacientes antes da realização de procedimentos.	Biometria facial e acesso a prontuário.
LindI et al, 202034	Não informado	Facilitar e agilizar a identificação do paciente para funcionários de hospitais ou asilos.	Escaneamento de etiqueta na pulseira de identificação do paciente com o leitor NFC do dispositivo móvel.
Comunicação eficaz
Flohr et al, 201836	VitalPed	Resolver problemas de comunicação e fluxo de trabalho.	Exibição integrada de parâmetros vitais para pacientes individuais e múltiplos, alarmes inteligentes e lembretes, ferramenta de comunicação em equipe.
Schmidt et al, 201937	Não informado	Auxiliar os profissionais de saúde na estruturação de suas informações para notificação e passagem de plantão.	Criar, armazenar, modificar e excluir uma nota ISBAR.
Barbosa, 202138	Não informado	Auxiliar na passagem de plantão em uma sala de emergência.	Instrumento de passagem de plantão baseado no SBAR e escala de avaliação de risco do paciente NEWS.

DISCUSSÃO

O objetivo do presente estudo foi mapear os aplicativos móveis voltados para a segurança do paciente de acordo com as metas internacionais da Organização Mundial de Saúde. A meta mais contemplada pelos aplicativos encontrados nesta revisão foi a relacionada à prevenção de erros de medicação, seguida pela cirurgia segura e comunicação eficaz. Chama atenção a pequena quantidade de achados relacionados às demais metas e a ausência de aplicativos voltados para a meta “Reduzir o risco de infecções associadas a cuidados de saúde”, que foi o tema do primeiro desafio global da OMS11.

Os aplicativos voltados para prevenção de erros de medicação estão em consonância com o 3º desafio global da OMS, Medicação sem danos, lançado em 201740, que prevê a redução de pelo menos 50% de eventos adversos até o ano de 2022, utilizando para tanto de estratégias que tornem mais eficientes as etapas do processo de medicação. No terceiro desafio, prevê-se o desenvolvimento de tecnologias e o empoderamento de pacientes e familiares para prevenir os erros de medicação40. Os softwares analisados buscam envolver pacientes no processo de medicação segura, possibilitando a configuração de uma lista dos medicamentos utilizados e ofertando informações sobre uso, dosagem, efeitos adversos, armazenamento, além de contribuírem para a lembrança de ingesta da medicação. Destaca-se a possibilidade de tais ferramentas contribuírem para a transição do cuidado, também prevista pelo desafio14^,16^,18^-21^,24^-26^,28.

Para os profissionais de saúde, os achados referentes aos aplicativos de prevenção de erros de medicação se relacionam prioritariamente à educação permanente13^,17^,19^-20^,23^,27^,29, o que contribui para prevenção de erros, ao possibilitar ao profissional acesso rápido e fácil a informações sobre medicamentos. Uma das grandes vantagens do desenvolvimento de tecnologias móveis se relaciona à possibilidade de otimizar as ações de educação em saúde, já que os aplicativos permitem que informações sejam consultadas na frequência desejada, em qualquer lugar, por meio de um Smartphone41. Sendo assim, a estratégia de uso de aplicativos móveis para educação permanente pode estender-se a outras metas e também no processo de formação de estudantes da área da saúde, população não contemplada nos estudos analisados.

O desenvolvimento de aplicativos específicos para idosos14^-15^,26 é um dado que merece atenção, tendo em vista o envelhecimento da população mundial. Segundo dados do IBGE, 67% dos idosos fazem uso do telefone móvel e este número apresenta uma tendência crescente42. A criação de softwares para idosos permite a inclusão digital deste público e possibilita-lhe autonomia e independência nos cuidados com a própria saúde43. Os aplicativos identificados nesta revisão exploraram a área de segurança medicamentos, não sendo encontrado com os descritores utilizados nenhum APP voltado especificamente para prevenção de quedas, ponto importante a ser trabalhado com esta população.

Os aplicativos relacionados à comunicação36^-38 foram construídos para otimizar o processo de trabalho das equipes de saúde, melhorando o tráfego de informações entre os membros da equipe e prevenindo assim eventos adversos. O uso de processos padronizados para comunicação tem sido incentivado por organizações internacionais por contribuir para segurança do paciente e melhorar a qualidade e eficácia do atendimento44.

Dois dos aplicativos utilizaram o instrumento SBAR (Situation-Background-Assessment-Recommendation) recomendado pela OMS e pelo Institute for Healthcare Improvement45. Aplicativos que aperfeiçoem a comunicação profissional x paciente surgem como uma possibilidade de inovação a ser desenvolvida.

Para a meta de cirurgia segura, os aplicativos encontrados30^-33 tinham como objetivos: prevenir o esquecimento de stents ureterais, treinar a equipe para identificação e intervenção em eventos críticos que poderiam impactar na segurança da assistência e promover a educação do paciente. Os aplicativos relacionados à segurança do paciente podem ser uma alternativa para melhorar o autogerenciamento dos pacientes e possibilitar acesso a informações que aprimoram seus conhecimentos, o que pode funcionar como barreiras na prevenção de eventos adversos46.

A busca por informações por parte da população tem sido crescente e, com a instalação da pandemia de Covid-19, houve um aumento de 50% de downloads de aplicativos de saúde47. Esta informação pode constituir um aspecto preocupante, quando se identifica a ausência de controle regulatório sobre o processo de construção, conteúdo e avaliação dos softwares. As informações ofertadas aos pacientes não são fiscalizadas, o que pode impactar negativamente na saúde e segurança dos pacientes48.

Na presente revisão, foi possível identificar que os dispositivos construídos apresentaram informações sobre arquitetura do software, seleção do conteúdo e testes utilizados. O método de construção descrito com maior frequência foi o Design centrado no usuário, que foca na participação do cliente na construção do software, colocando-o no centro do desenvolvimento do projeto de design, conteúdo e usabilidade49. Há heterogeneidade no método de seleção da evidência, de plataforma de construção e avaliação por parte dos responsáveis pela elaboração dos softwares. Dentre os testes mais encontrados para avaliar os aplicativos, está o de usabilidade, que se refere à eficiência do uso e facilidade de utilização50.

Porém, neste quesito também houve uma variabilidade de instrumentos utilizados. A ausência de uma padronização de criação, segurança e validade do aplicativo torna o processo de replicação de estudos desafiador. Resultado similar foi encontrado em outro estudo, o que reafirma que o uso de instrumentos variados na criação e avaliação dos softwares dificulta uma comparação válida e a reprodução das pesquisas51. O instrumento da International Organization for Standardization (ISO) e International Electrotechnical Commision denominado ISO/IEC 2501052 descreve os requisitos necessários para um software: adequação funcional; confiabilidade; usabilidade; eficiência de desempenho; compatibilidade; segurança; manutenibilidade, portabilidade. Porém, ele não é um documento legislador e não foi encontrada nenhuma referência à sua utilização nos aplicativos avaliados.

O cenário de uso de tecnologias móveis tem crescido exponencialmente, fortalecido com o isolamento social imposto pela pandemia de Covid19, e tende a se consolidar, assim como o consumo de aplicativos voltados para área da saúde, sendo este o novo modus operandis de se fazer saúde53.

A pesquisa realizada traz como avanços a indicação de que há um vasto campo a ser explorado com o desenvolvimento de novos aplicativos que possam contemplar as metas internacionais do paciente. Ressalta-se, contudo, a necessidade de uma legislação que regulamente a veracidade das informações ofertadas e a segurança no tráfego dos aplicativos, condições pouco exploradas nos estudos analisados, e o fortalecimento do envolvimento da população-alvo do APP e de profissionais de saúde na sua construção e validação.

CONCLUSÃO

A presente revisão identificou aplicativos relacionados às principais metas internacionais de segurança do paciente e levantou suas principais características. A prevenção de erros de medicação foi abordada pela maioria dos aplicativos e houve lacunas em relação a metas como a de higienização das mãos e prevenção de quedas. Os aplicativos de medicação foram focados primordialmente nos pacientes de maneira a auxiliá-los no gerenciamento do uso de medicamentos. Para as demais metas, o foco voltou-se para os profissionais de saúde. Identificou-se que não há um marco regulatório para certificação de aplicativos da área da saúde, tampouco um padrão para seu desenvolvimento e validação, o que dificulta a reprodução de estudos.

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NOTAS

• FINANCIAMENTO

  O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001. Vanessa de Brito Poveda agradece o suporte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq (Processo 313857/2023-7).

Editado por

EDITORES

Editores Associados: Gisele Cristina Manfrini, Maria Lígia Bellaguarda. Editor-chefe: Elisiane Lorenzini.

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  15 Abr 2024
• Data do Fascículo
  2024

Histórico

• Recebido
  26 Jul 2023
• Aceito
  07 Nov 2023