Acessibilidade / Reportar erro

É possível pensar a história em uma era pós-subjetiva?

Resumos

O ensaio discute as categorias de sujeito, temporalidade e modernidade, a partir do empreendimento teórico de Koselleck, nos marcos do debate contemporâneo em torno das articulações entre filosofia, história e política. O exame das mutações conceituais experimentadas, no tempo, pela ideia de subjetividade, desde a sua origem às formulações mais recentes, propõe pensar a História, isto é, a agência humana, em uma era pós-subjetiva marcada pela ruptura de qualquer projeto de sentido.

sujeito; subjetividade; temporalidade; história dos conceitos.


This essay examines the categories of subject, temporality and modernity, from the theoretical enterprise of Koselleck, considering the contemporary debate on the articulation between philosophy, history and politics. Following the conceptual changes experienced by the idea of subjectivity, from its origin to the most recent formulations, the essay explores to think History, that is, human agency, in a post-subjective age characterized by the disruption of any proposal of meaning.

subject; subjectivity; temporality; Conceptual History.


Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • 1
    FRANK, Manfred. Is subjectivity a Non-Thing, an Absurdity {Unding}? On Some Difficulties in Naturalistic Reductions of Self-Consciousness. In: AMERIKS, Karl & STURMA, Dieter (comps.). The Modern Subject. Conceptions of the Self in Classical German Philosophy. New York: State University of New York Press, 1995, p. 177.
  • 2
    Ibid.
  • 3
    "O homem passa a ser aquele existente no qual se funda todo o existente à maneira de seu ser e de sua verdade. O homem se converte em meio de referência do existente como tal. Mas isso só é possível se se transforma a totalidade do existente. Em que se expressa essa transformação? O que é, de acordo com ela, a essência da Idade Moderna? {HEIDEGGER, Martin. La época de la imagen del mundo. In: ______. Sendas perdidas (Holzwege). Buenos Aires: Editorial Losada, 1960.p. 79} &"Der Mensch wird zur Bezugsmitte des Seienden als solchen. Das ist aber nuch möglich, wenn die Auffassung des Seienden im Ganzen sich wandelt. Worin zeigt sich diese Wandlung? Was ist ihr gemä das Wessen der Neuzeit?" [HEIDEGGER, Martin. Die Zeit des Weltbildes (1938). In: ______. Holzwege. Gesamtausgabe, Band 5. Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 1977. s. 88 #093;.
  • 4
    HEGEL, G. W. Friedrich. Fenomenología del espíritu. México: Fondo de Cultura Económica, 1985, p. 15.
  • 5
    Ibid, p. 15-6.
  • 6
    KOSELLECK, Reinhart. Futuro pasado. Barcelona: Paidós, 1993, p. 265-6.
  • 7
    LAPLACE, Pierre. A Philosophical Essay on Probabilities. New York: Dover, 1951. Sobre a ideia de "pequeno demônio" de Laplace ver, também, CASSIRER, Ernst. Determinism and Indeternism in Modern Physiscs. New Haven: Yale University Press, 1956, p. 3-25.
  • 8
    A razão, dizia Meyerson, "procede de identidade em identidade, de modo que não pode representar-se a diversidade da na-tureza". (MEYERSON, Emile. Identity and Reality. Londres: Allen & Unwin, 1964, p. 399).
  • 9
    Ver MATURANA, Humberto. Biology of Cognition. Urbana: University of Illinois Press, 1970; MATURANA, Humberto & VARELA, Francisco. Autopoietic Systems. Urbana: University of Illinois Press, 1975 e JANTSCH, Erich. The Self-Organizing Universe. Oxford: Pergamon Press, 1989.
  • 10
    Ver PRIGOGINE, Ilya & STENGERS, Isabelle. La nueva alianza. Madrid: Alianza, 1990 e Entre el tiempo y la eternidad. Madrid: Alianza, 1990.
  • 11
    BADIOU, Alain. ¿Se puede pensar la política?Buenos Aires: Nueva Visión, 1990, p. 59.
  • 12
    Da História poder-se-ia dizer, enfim, o mesmo que Joseph de Maistre dizia do Homem, quando afirmava que havia visto muitos polacos, franceses, alemães etc., mas que jamais havia visto um Homem. Do mesmo modo, todos nós temos visto uma pluralidade de acontecimentos, fatos etc., mas jamais se nos deparamos com a História.
  • 13
    BAUMAN, Zygmunt. Legisladores e intérpretes. Sobre la modernidad, la posmodernidad y los intelectuales. Buenos Aires: Universidad Nacional de Quilmes, 1997.
  • 14
    Sobre o fundo aporético das categorias políticas modernas, ver ROSANVALLON, Pierre. Por una historia conceptual de lo político. Buenos Aires: FCE, 2003.
  • 15
    BADIOU, Alain. El siglo. Buenos Aires: Manantial, 2005.
  • 16
    A estrutura de pensamento a que dá lugar uma era pós-secular é o tema que desenvolvo em meu livro Verdades y saberes del marxismo. Reacciones de una tradición política ante su "crisis". Buenos Aires: FCE, 2005.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jun 2010
Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro Largo de São Francisco de Paula, n. 1., CEP 20051-070, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21) 2252-8033 R.202, Fax: (55 21) 2221-0341 R.202 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: topoi@revistatopoi.org