Em vídeo de divulgação por ocasião do lançamento no Brasil de A escrita dos mundos de mulheres: histórias beduínas, a antropóloga norte-americana e autora da obra Lila Abu-Lughod assim se referiu ao trabalho: “Agora tenho sentimentos mistos sobre o livro. Conta histórias muito íntimas da vida cotidiana de cada mulher e de preocupações sociais. Deveria eu ter revelado tudo isto? Provavelmente não o teria feito agora. Mas eu o fiz para partilhar o meu amor e admiração pelas mulheres e garotas que tive a oportunidade de conhecer” (PAPÉIS SELVAGENS, 2020PAPÉIS SELVAGENS. Apresentação do livro “A escrita dos mundos de mulheres” de Lila Abu Lughod. YouTube, 24/10/2020. Disponível em: Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=H6YcCnghQzk&t=18s . Duração: 4’34”. Acesso em 28/01/2020
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, 2’05”). A declaração da pesquisadora não é carregada por um tom denso de arrependimento, mas pelo plácido lamento de quem observa o passado e busca revisá-lo criticamente dadas as condições do presente. O livro foi originalmente publicado em 1993 nos Estados Unidos e era à época o segundo resultado científico de uma longa pesquisa de campo desenvolvida por Abu-Lughod desde o final dos anos 1970 junto a famílias de uma comunidade árabe beduína da costa noroeste do Egito, os Awlad‘Ali. A matriarca Midgim, as coesposas do anfitrião Haj Sagr Gateefa e Saffiya, suas filhas Sabra e Kamla - dentre inúmeras outras mulheres da rede de parentesco estudada - têm suas memórias, comportamentos e subjetividades relatados com minúcias na obra. Assim, chama a atenção daqueles afeitos às pesquisas antropológicas as considerações editoriais da autora na atualidade em torno das “histórias muito íntimas” ali contidas. Somos levados a pensar: teríamos por meio desse lamento um drama ético, tão comum entre pesquisadores/as envolvidos/as com os imponderáveis que eclodem na condução de uma pesquisa de campo e posterior publicação dos resultados?
Menos interessado aqui em escrutinar as causas de possíveis tensões éticas entre a antropóloga e o grupo por ela estudado, acredito que a fala de Abu-Lughod nos serve de reflexão sobre dinâmicas morais e subjetivas que estão muito além dessas considerações. Quando nos arrependemos, revelamos as diferentes mediações que somos capazes de tecer ao longo dos tempos frente aos princípios socialmente compartilhados, às expectativas das pessoas ao nosso redor e aos anseios motivacionais construídos por nós mesmos em determinados contextos. Nesse sentido, o lamento no vídeo é como um proscênio que nos permite compreender o cerne da proposta do livro e a dimensão da iniciativa da autora em (re)contar “apenas histórias” (Lila ABU-LUGHOD, 2020ABU-LUGHOD, Lila. A escrita dos mundos de mulheres: histórias beduínas. Trad. de Maria Claudia Coelho. Rio de Janeiro: Papéis Selvagens Edições, 2020., p. 39) do dia a dia de beduínas. Como em um jogo de espelhos, vislumbramos nas alterações das motivações científicas de Abu-Lughod as ambiguidades, conflitos de interesse, dúvidas, intensidades, dinamismos e paixões que ela soube tão bem captar a partir dos cotidianos de suas interlocutoras Awlad‘Ali.
A escrita dos mundos de mulheres é uma densa etnografia dedicada ao relato da “vida como vivida” (ABU-LUGHOD, 2020ABU-LUGHOD, Lila. A escrita dos mundos de mulheres: histórias beduínas. Trad. de Maria Claudia Coelho. Rio de Janeiro: Papéis Selvagens Edições, 2020., p. 39), conceito de Paul Riesman utilizado pela autora para explicar a ênfase por ela dada às ações mais banais do cotidiano ao longo das páginas. Os “sentimentos mistos” expressados pela autora no vídeo de divulgação através de um leve arrependimento em relação à sua prática profissional também povoam de uma outra maneira a trajetória das beduínas do livro. As sensibilidades ambivalentes são capazes de revelar tais mulheres como pessoas em constantes contradições com seus próprios mundos domésticos, questionando suas atitudes e de outros, caindo em dúvidas e incertezas frente àquilo que é delas esperado. Acompanhamos suas hesitações e envolvimentos relacionados às decisões familiares patrilineares, aos casamentos arranjados com primos, aos cuidados com os/as filhos/as, às convivências em conjugalidades poligâmicas, aos sentidos de maternidade, aos conflitos geracionais, aos desejos coletivos de recato e modéstia ou até mesmo às devoções e respeito religioso ao Islã. Logo, poderíamos sintetizar A escrita dos mundos de mulheres como sendo uma etnografia ilustrativa dos “sentimentos mistos” que povoam os fluxos de nossas vidas enquanto sujeitos em determinados mundos morais, sejam aqueles experimentados na atuação científica em áreas urbanas estadunidenses por uma antropóloga, sejam os vividos no âmbito doméstico por mulheres de povos tradicionais em pequenas aldeias.
A obra chega ao mercado editorial brasileiro em delicada tradução feita pela antropóloga Maria Claudia Coelho . Permite-se assim a celebração por aqui da carreira de uma pesquisadora que vem fazendo contribuições longevas ao campo antropológico desde os anos 1980. Entretanto, tal ineditismo nunca impediu que Abu-Lughod fosse lida e se tornasse interlocutora de muitas/os estudiosas/os no país, principalmente no âmbito da pós-graduação. Para se ter uma ideia, sua primeira etnografia com as mulheres Awlad‘Ali - Veiled Sentiments: honor and poetry in a bedouin society (ABU-LUGHOD, 1986 ABU-LUGHOD, Lila. Veiled sentiments: honor and poetry in a Bedouin society. Berkeley/Los Angeles: University of California Press, 1986.) - é um marco para pesquisadoras/es de gênero e da chamada antropologia das emoções, por conta da análise empreendida acerca do papel das poesias amorosas na agência feminina em contextos de relações de parentesco patrilineares. Além do mais, alguns artigos traduzidos em periódicos nacionais também popularizaram muitas de suas ideias-chave sobre a articulação entre teorias antropológicas e feminismos, tornando-se referências também nas disciplinas de graduação, dentre eles “A Escrita contra a cultura” (originalmente de 1991, publicado apenas em 2018 na revista Equatorial) e, principalmente, “As mulheres muçulmanas precisam realmente de salvação? Reflexões antropológicas sobre o relativismo cultural e seus Outros” (de 2002, lançado na Estudos Feministas em 2012). Realço estes dois artigos porque os argumentos teóricos neles contidos estão diretamente entrelaçados ao experimento etnográfico de A escrita dos mundos de mulheres. Longe de apenas contar histórias íntimas do cotidiano incoerente de beduínas, as motivações de Abu-Lughod à época para escrever o livro ligavam-se também aos “sentimentos mistos” que ela possuía então com interlocutoras/es acadêmicas/os e dos movimentos sociais. Em linhas gerais, tais ambíguas sentimentalidades versavam de forma entrelaçada sobre: 1) as limitações do conceito de cultura utilizado pela matriz norte-americana de teoria antropológica; 2) as maneiras a seu ver essencialistas por meio das quais mulheres de povos tradicionais muçulmanos eram representadas pelos feminismos euro-americanos hegemônicos.
Com relação ao primeiro ponto, a autora busca fazer mediações feministas no livro com os debates sobre autoridade etnográfica rotulados de “pós-modernos” e que muito mobilizaram o cenário antropológico norte-americano dos anos 1980 e 1990 a partir de nomes como James Clifford, Georg Marcus, Arjun Appadurai, Paul Rabinow, dentre outros pesquisadores homens, cabe realçar, sendo Abu-Lughod talvez a estudiosa mulher com maior representatividade nessa “onda pós-moderna”. Ela desejava estimular experimentos analíticos que questionassem a escrita e a política de representação sobre o “outro” distante, tornado algo exótico por conta das dimensões de poder existentes nas mãos daqueles que relatam sobre ele. Abu-Lughod acredita que isso se fez possível na tradição antropológica principalmente pelo disseminado uso do conceito de cultura, nascido de uma tentativa relativizadora de se opor aos ideários hierárquicos e de poder como aqueles que embasavam a noção de raça ao final do século XIX. Para ela, com o passar dos anos, a noção de cultura acabou auxiliando na construção de uma distinção fundamental entre um “eu” e um “outro” e, com isso, cristalizou as diferenças entre os povos. O processo de tornar culturas evidentes revestiu-as de um valor duradouro e coerente, produzindo um efeito de homogeneidade e atemporalidade nos hábitos e visões de mundo dos grupos estudados pelos antropólogos.
A escrita dos mundos das mulheres é justamente a maneira encontrada pela autora para colocar em prática sua tentativa de descolonização ao nível textual da forma como estudiosos representam os “outros” do Oriente Médio. Ela busca, por meio de uma estratégia de escrita, amenizar os efeitos negativos provocados pelo conceito de cultura ao grupo de beduínas que ganhava evidência na antropologia por conta de seu próprio olhar “culturalista” sobre ele. Ao longo da obra, Abu-Lughod se refere a tal proposição como sendo uma “etnografia narrativa” (ABU-LUGHOD, 2020ABU-LUGHOD, Lila. A escrita dos mundos de mulheres: histórias beduínas. Trad. de Maria Claudia Coelho. Rio de Janeiro: Papéis Selvagens Edições, 2020., p. 32), uma “etnografia crítica” (ABU-LUGHOD, 2020, p. 53) e, como ficou posteriormente conhecida, uma “etnografia do particular” (ABU-LUGHOD, 2018ABU-LUGHOD, Lila. “A escrita contra a cultura”. Equatorial, v. 5, n. 8, p. 193-226, jul./dez. 2018.). A autora reconta histórias pormenorizadas sobre “outras” mulheres para um público majoritariamente ocidental. Assim, consegue informar cientificamente sobre modalidades culturais características de povos tradicionais ao evidenciar como pessoas experimentam padrões ou estruturas culturais de maneira complexa e ambígua, indo além da tipificação garantida pelos modelos clássicos de confecção da etnografia.
Vinte e oito anos após a investida “contra a cultura” de Abu-Lughod, verificamos que suas críticas soam hoje menos radicais do que naquele momento. Isso porque as conceituações sobre cultura se tornaram mais sofisticadas e as práticas da etnografia encontraram modelos de representação menos estáticos. Uma crítica comum ao “pós-modernismo” norte-americano foi a redução do aspecto político da etnografia à poética, ou seja, uma redução das hierarquias e relações de poder entre pesquisador e pesquisado a uma mera questão de “como escrever”. Abu-Lughod já era assertiva na “Introdução” do livro ao dizer que a ênfase no particular deixava intactos em vários planos os papéis da disciplina nos regimes de força global, indicando o quanto essa frente deveria ser encarada por outras/os antropólogas/os em suas práticas reflexivas pós-coloniais.
Além disso, muitos/as estudiosos/as quando leem A escrita dos mundos das mulheres ficam com a sensação de que fazer etnografia seria meramente “contar histórias” detalhadas sobre seus interlocutores a fim de evitar torná-los coesos e homogêneos. Constatamos hoje que a proposta da autora nunca foi a de substituir mas, sim, complementar a gama variada de projetos possíveis de serem efetuados na antropologia acerca de como pensar experiências culturais através de etnografias. Nesse sentido, o destaque dado por Abu-Lughod ao “particular” - aos “sentimentos mistos”, acrescentaríamos - por meio da descrição minuciosa de histórias de vida não consiste na defesa do fim das grandes teorias, das interpretações distanciadas de fenômenos sociais e da elaboração de análises críticas nos termos dos macroprocessos sociais. Trata-se apenas da escolha por um olhar científico mais atento ao imponderável do cotidiano, geralmente demandado pelas características específicas de certos contextos de pesquisa. A abordagem visa justamente realçar que muitos eventos culturais de grande magnitude só serão mais bem compreendidos quando interpretados a partir de suas formas locais.
As escolhas teórico-metodológicas feitas por Abu-Lughod no trabalho tornam-se ainda mais pertinentes por conta dos “sentimentos mistos” nela provocados pelas representações de algumas correntes feministas norte-americanas sobre a “mulher muçulmana”, essa “outra” figura genérica dos discursos ocidentais que mais esconde do que revela os meandros das relações de gênero no Oriente Médio. Vistas muitas das vezes apenas pelo prisma da “submissão” às tradições religiosas, seriam elas mulheres reduzidas aos véus que obrigatoriamente utilizariam por conta dos desígnios de seus maridos e de Deus?
A obra aqui em tela foi desenvolvida quase uma década antes dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 e as guerras subsequentes dos EUA em territórios orientais. Abu-Lughod indiretamente adiantava em alguns anos os intensos debates que viriam a ocorrer na esfera pública norte-americana sobre a “dominação” de gênero nos países árabes ao introduzir um olhar multifacetado para o fenômeno. Como bem relatou em outros trabalhos (ABU-LUGHOD, 2013ABU-LUGHOD, Lila. Do muslim women need saving? Cambridge: Harvard University Press, 2013., 2018), uma onda por salvamentos de “mulheres muçulmanas submissas” (ABU-LUGHOD, 2013, p. 15) se alastrou em sequência ao 11 de setembro nos EUA a partir de instâncias governamentais. Ela teve o apoio de quadros progressistas do feminismo por conta de atentar seletivamente para a situação de mulheres “pobres” e “do terceiro mundo” a fim, na verdade, de justificar políticas coloniais de dominação. Já um tanto distanciada deste período, Abu-Lughod (2013, p. 7) nos mostrou que a “guerra ao terror” fez o debate feminista hegemônico estadunidense de início do século XXI se deslocar das pautas domésticas para as propostas mais globais. Uma causa comum pelo mundo parecia ser mais fácil de gerar alguma unidade entre as divergentes vozes das ativistas. A busca acrítica por pautas feministas longe de casa - reforçando a ideia dos Estados Unidos humanitário e preocupado com os direitos humanos pelo mundo - indicava, na perspectiva da autora, que justas e pertinentes causas sociais sobre dinâmicas opressoras de gênero podem ser cooptadas por ações imperialistas para a dominação de territórios.
Questiona-se em linhas gerais Abu-Lughod: será que as muçulmanas se reconhecem nas imagens que fazemos delas? Elas se veem como oprimidas por sua religião, enjauladas por suas culturas e dominadas por seus maridos? (ABU-LUGHOD, 2012ABU-LUGHOD, Lila. “As mulheres muçulmanas precisam realmente de salvação? Reflexões antropológicas sobre o relativismo cultural e seus Outros”. Revista Estudos Feministas, v. 20, n. 2, p. 451-470, mai./ago. 2012., p. 466). A abordagem antropológica dos “sentimentos mistos” de beduínas permitiu a autora ir a fundo no livro nas especificidades das vidas de mulheres muçulmanas, fugindo de generalizações simplistas sobre cultura, religião e gênero. Somos envolvidos nas histórias da matriarca Midgim que de tudo fez no passado para não se casar com o primo. Acompanhamos também com atenção as ambiguidades da jovem Kamla, que desejava morar na capital com um esposo “educado”, era muito crítica ao fato de as mulheres serem afastadas ainda jovens dos colégios pela família e, ao mesmo tempo, defendia com fervor os valores tradicionais e a modéstia feminina beduína.
As críticas de Abu-Lughod a certos feminismos e seus vieses interpretativos colonialistas não deixa de lado a atenção às desigualdades de gênero nos contextos internacionais e as situações de sofrimento que muitas mulheres passam no dia a dia. Entretanto, a “etnografia do particular” demonstra como variáveis e complicadas são as fontes de sofrimento de muçulmanas, não possuindo causas e soluções simples como aquelas apresentadas pelas estratégias de resgate e salvamento de estados em guerra.
Por fim, de maneira pioneira A escrita dos mundos das mulheres auxilia a pensar o papel da antropologia no desenvolvimento de instrumentos internacionais de análise no que se refere às questões de gênero que estão além das fronteiras culturais. A obra joga luz também em início dos anos 1990 para o crescimento da diversidade de vozes feministas questionando o papel central de pautas do hemisfério norte nos temas de gênero e sexualidade. São vozes que clamavam por agendas interseccionais que levassem mais em consideração as questões raciais, de classe, geográficas, étnicas, religiosas, entre outras. Ao longo dos últimos anos vemos isso se consolidar de maneira mais “organizada” em torno de movimentos como os chamados feminismos negros, decoloniais, transnacionais, latinos etc.
Portanto, é justamente na confluência de inquietações entre pesquisa e ação, ciência e militância, que a autora decide por narrar histórias de beduínas capazes de desafiar paradigmas antropológicos e/ou feministas aparentemente bem resolvidos. Abu-Lughod explicita os nódulos tensores ao convocar nossa atenção para os múltiplos “sentimentos mistos” existentes por detrás de princípios consolidados em nossas teorias científicas e movimentos sociais
Referências
- ABU-LUGHOD, Lila. Veiled sentiments: honor and poetry in a Bedouin society Berkeley/Los Angeles: University of California Press, 1986.
- ABU-LUGHOD, Lila. “As mulheres muçulmanas precisam realmente de salvação? Reflexões antropológicas sobre o relativismo cultural e seus Outros”. Revista Estudos Feministas, v. 20, n. 2, p. 451-470, mai./ago. 2012.
- ABU-LUGHOD, Lila. Do muslim women need saving? Cambridge: Harvard University Press, 2013.
- ABU-LUGHOD, Lila. “A escrita contra a cultura”. Equatorial, v. 5, n. 8, p. 193-226, jul./dez. 2018.
- ABU-LUGHOD, Lila. A escrita dos mundos de mulheres: histórias beduínas Trad. de Maria Claudia Coelho. Rio de Janeiro: Papéis Selvagens Edições, 2020.
- PAPÉIS SELVAGENS. Apresentação do livro “A escrita dos mundos de mulheres” de Lila Abu Lughod. YouTube, 24/10/2020. Disponível em: Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=H6YcCnghQzk&t=18s Duração: 4’34”. Acesso em 28/01/2020
» https://www.youtube.com/watch?v=H6YcCnghQzk&t=18s
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Como citar esse artigo de acordo com as normas da revista:
BISPO, Raphael. “Por que lamenta Abu-Lughod? antropologia, feminismos e nossos ‘sentimentos mistos’”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 29, n. 3, e79714, 2021. -
Financiamento:
Não se aplica. -
Consentimento de uso de imagem:
Não se aplica. -
Aprovação de comitê de ética em pesquisa:
Não se aplica.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
24 Set 2021 -
Data do Fascículo
Sep-Dec 2021
Histórico
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Recebido
25 Fev 2021 -
Aceito
24 Maio 2021