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BIOLOGIA E CONSUMO FOLIAR POR Urbanus esmeraldus BUTLER (LEPIDOPTERA: HESPERIIDAE) EM TRÊS ESPÉCIES DA FAMÍLIA LEGUMINOSEAE

BIOLOGY AND LEAF CONSUMPTION BY Urbanus esmeraldus Butler (LEPIDOPTERA: HESPERIIDAE) OF THREE SPECIES OF LEGUMINOSAE FAMILY

RESUMO

A biologia e consumo foliar por Urbanus esmeraldus (Lepidoptera: Hesperiidae) foram avaliados em Centrosema pubescens, Clitoria fairchildiana, Galactia striata e numa alimentação alternada, com Centrosema pubescens e Clitoria fairchildiana. O estudo foi conduzido no Laboratório de Entomologia Florestal do Instituto de Florestas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. A temperatura média durante a condução do experimento foi de 23,74 oC + 1,43 oC e UR foi de 74,35% + 13,75%. Foram avaliados os seguintes parâmetros biológicos: período larval, pupal, longevidade e ciclo de vida, como também o peso por fase de desenvolvimento. A alimentação interferiu no ganho de peso das fases larval e pupal. U. esmeraldus alimentada com G. striata não completa o ciclo de vida.

Palavras-chaves
Urbanus esmeraldus; lepidoptera; área foliar

ABSTRACT

The biology and leaf area consumption of Urbanus esmeraldus (Butler) (Lepidoptera: Hesperiidae) was available in Centrosema pubescens Benth., Clitoria fairchildiana How., Galactia striata Jacq. and in alternate food with Centrosema pubescens and Clitoria fairchildiana. The study was conducting in Laboratory of Forest Entomology from the Forest Institute from Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. The average temperature during the experiment was 23,7 0C + 1,43 0C, and RU 74,3% + 13,75%. The following biological parameters were appraised: larval and pupal period, longevity and life cycle, as well as the weight for development phase. The feeding interfered in the gain of weight of the larval and pupal phases. U. esmeraldus feed with Galactia striata forage did not complete life cycle.

Key words:
Urbanus esmeraldus; Lepidoptera; leaf area

INTRODUÇÃO

O nome Urbanus esmeraldus vem do grego esmeralda, pedra preciosa. Esta espécie é semelhante a Urbanus proteus L.; entretanto, os adultos possuem uma coloração verde mais intensa e azulada, as manchas hialinas nas asas anteriores são maiores em U. esmeraldus quando comparadas a U. proteus e Urbanus acawoios (Willians). Em ambas as espécies estas manchas são muito variadas. A distribuição geográfica inclui Vila Velha (Brasil), México, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Equador, Peru, Paraguai, Bolívia, Argentina (Missiones, Tucumán) (HAYWARD, 1948HAYWARD, K.I. 1948. Genera et species animalium. Familia Hesperiidarum. Tomus primus. Musei Argentini Historiae Naturalis “Bernardino Rivadavia. Argentina. 389p.).

MORELLATO (1992)MORELLATO, L.P.C. 1992. História natural da Serra do Japi. Ecologia e preservação de uma área florestal no Sudeste do Brasil. São Paulo: UNICAMP. 321 p., registra a espécie U. esmeraldus na Serra do Japi no Estado de São Paulo, ovipositando em Urera sp. (urtigão) e MORELLATO & LEITÃO FILHO (1995)MORELLATO, L.P.C. & LEITÃO FILHO, H. Ecologia e preservação de uma floresta tropical urbana: Reserva de Santa Genebra. São Paulo: UNICAMP. 1995. 135 p. relatam a ocorrência da mesma para a Mata de Santa Genebra no Estado de São Paulo.

U. esmeraldus é comum em formações secundárias, florestas tropicais, com altitude abaixo de 800m, caatinga, cerrado, ambientes antropizados, tais como, campos baldios, jardins, florestas de eucaliptos ou pinheiros (MORELLATO, 1992MORELLATO, L.P.C. 1992. História natural da Serra do Japi. Ecologia e preservação de uma área florestal no Sudeste do Brasil. São Paulo: UNICAMP. 321 p.).

Algumas leguminosas têm sido utilizadas com êxito para a recuperação de áreas degradadas e para fixação de nitrogênio. Consorciadas a outras espécies florestais, estas são consideradas de suma importância para a revegetação destas áreas em virtude de seu rápido crescimento. Dentre uma gama de espécies podem ser citadas Clitoria fairchildiana How., Galactia striata Jacq. e Centrosema pubescens Benth.

Os seres vivos são em geral um reflexo daquilo que consomem, e este fato evidencia a importância do alimento para o organismo. No caso dos insetos, muitos aspectos da sua biologia, incluindo o comportamento, a fisiologia e a ecologia estão de uma forma ou outra, inseridas dentro de um contexto nutricional (PANIZZI & PARRA, 1991PANIZZI, A.R. & PARRA, J.R.P. Introdução à Ecologia Nutricional de Insetos. In: Ecologia nutricional de insetos e suas implicações no manejo de pragas. São Paulo: Manole. 1991. 359 p.).

Este trabalho teve como objetivos determinar a biologia (número de ínstares, peso, largura e comprimento de cápsula cefálica, duração do ciclo de vida) e o consumo de área foliar de U. esmeraldus em C. fairchildiana, G. striata, C. pubescens e num tratamento com alimentação alternada com C. fairchildiana e C. pubescens.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi conduzido no Laboratório de Entomologia Florestal do Departamento de Produtos Florestais do Instituto de Florestas da Universidade Federal Rural Rio Janeiro. As posturas de U. esmeraldus foram coletadas em folhas e pecíolos de sombreiros, C. fairchildiana. No laboratório, as posturas foram deixadas em caixas Gerbox (11,0 x 11,0 x 3,0 cm) até o momento da eclosão, sendo que as caixas foram forradas com papel absorvente e as tampas foram borrifadas diariamente com água para a manutenção da umidade.

Em relação ao experimento, este foi dividido em quatro tratamentos, sendo que cada um constou da alimentação das lagartas com C. fairchildiana, C. pubescens, G. striata e uma alimentação alternada, na qual usou-se C. fairchildiana em um dia e no seguinte substituiu-se por C. pubescens.

Quando da eclosão, as lagartas foram individualizadas por tratamento e acondicionadas em novas caixas Gerbox, sendo que cada tratamento foi composto por dez repetições, composta por um indivíduo. Nestas caixas, as lagartas foram mantidas até o início da fase de pupa. Todas as caixas Gerbox tiveram etiquetas contendo o nome do tratamento e o número de repetição correspondente.

Diariamente foram distribuídas folhas para as lagartas em todos os tratamentos. As folhas foram primeiramente lavadas em água corrente, sendo depois deixadas secando sobre folhas de papel absorvente. As folhas já secas foram separadas e ofertadas para a alimentação das lagartas. A higiene das caixas Gerbox também foi feita todos os dias e constava da troca dos alimentos e do papel absorvente que forrava o fundo da caixa. As tampas, foram também borrifadas com água para a manutenção da umidade no interior das caixas.

O peso das lagartas, em cada um dos ínstares, foi feito um dia após a troca da cápsula cefálica, quando foram pesadas em uma balança analítica com precisão de quatro casas decimais.

As cápsulas cefálicas foram também analisadas medindo-se o comprimento e a largura das mesmas, com o auxílio de um microscópio esteroscópico binocular e um paquímetro, sendo que em seguida, a estas medições, aplicou-se a Regra de Dyar, onde determinou-se a crescimento da lagarta em cada um dos seus ínstares.

No período de pré-pupa observou-se o tempo de duração e as mudanças que caracterizaram esta fase, além de seu peso. Após a transformação de pré-pupa para pupa esta foi pesada em balança analítica. Verificou-se também o tempo de duração, em dias, desta fase até a emergência do adulto. As pupas, logo que pesadas, foram retiradas das caixas Gerbox e transferidas para recipientes plásticos, de dois litros, cortados em uma das faces. O fundo dos recipientes foi forrado com papel absorvente e as pupas foram acondicionadas. Foi colocado, para cobrir o corte do recipiente, um tecido tipo filó, fixado nas extremidades com fita adesiva.

Os adultos, quando da emergência, foram mantidos vivos dentro dos recipientes tendo sido anotado o dia da emergência e a morte, para obter a longevidade em cada um dos tratamentos. Durante este período os adultos foram alimentados diariamente com uma solução de mel diluída em água a 10%, quando umedecia-se pequenos pedaços de algodão nesta solução que eram colocados sobre tecido de filó para que os adultos se alimentassem.

A partir da eclosão das lagartas neonatas foi avaliado o consumo de área foliar em cada um dos ínstares por tratamento. As folhas logo depois de serem lavadas em água corrente e secadas sobre o papel absorvente foram desenhadas traçando-se sua área sobre uma folha branca de papel sulfite, já devidamente identificada com o nome do tratamento e o número da repetição, bem como anotado o dia e o ínstar corresponde a cada um. A área foliar consumida diariamente foi obtida através da superposição do alimento não consumido do dia anterior.

Os dados da área foliar consumida foram primeiramente copiados e gravados em disquete, sendo posteriormente processados através do programa, Sistema Integrado para Análise de Raízes e Cobertura de Solos (SIARCS) de acordo com JORGE & CRESTANA (1996)JORGE, L.A.C. & CRESTANA, S. SIARCS 3.0: Novo aplicativo para análise de imagens. In: XVII CONGRESSO LATINO AMERICANO DE CIÊNCIA DO SOLO, 13, Resumos expandidos. Águas de Lindóia, ESALQ/SBCS, 1996. p. 365 - 371., onde foram estimados por análise digital de imagens. Este programa foi desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). A análise do consumo da área foliar foi feita no Laboratório de Ecofisiologia de Plantas Cultivadas do Departamento de Solos do Instituto de Agronomia da UFRRJ. Metodologia semelhante foi aplicada por LIMA et al. (1998) e CARVALHO et al. (1999)CARVALHO, A.G. de, WENDT, J.G.N., LIMA, W.G. & BRASIL, F. da C. Parâmetros biológicos e consumo de área foliar de Urbanus acawoios (Williams, 1926) (Lepidoptera: Hesperiidae) em Galactia striata (Jacq.) ub (Leguminoseae: Faboidae). In: Floresta e Ambiente, v.6, 1999. p. 88 - 94. para o consumo de área foliar de Urbanus acawoios em Galactia striata.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Todas as lagartas alimentadas com C. pubescens, C. fairchildiana e alimentação alternada completaram seu ciclo, entretanto, as alimentadas com G. striata morreram; ALLEN & ALLEN (1981)ALLEN, O.N. & ALLEN, E.K. The Leguminoseae. A source book of characteristics, uses and nodulation. Winconsin: EUA, 1981. 290 p. afirmam que esta planta é tóxica para alguns insetos. A alimentação no primeiro e segundo ínstar ocorreu somente em folhas novas e tenras, comendo primeiramente as bordas. As lagartas neonatas de

U. esmeraldus, assim como as da espécie U. proteus e U. acawoios, fazem abrigos cortando pequenos pedaços da folha e dobrando-os sobre si mesma, como proteção contra seus inimigos naturais.

As lagartas de primeiro, segundo e terceiro ínstar são parecidas com as de U. proteus, o que torna difícil a identificação. Possui coloração esverdeada com uma listra verde escura ao centro e mais duas listras laterais de cor amarela que estende-se por todo o corpo da lagarta no sentido longitudinal, estas listras situam-se na parte dorsal .

A partir do terceiro ínstar, nas lagartas de U. esmeraldus, nota-se que não possuem um par de manchas amareladas no dorso próximo a parte final do seu corpo, o que ocorre nas lagartas de U. proteus. A cabeça tem a coloração castanhoavermelhada com dois pontos vermelhos, mimetizando um par de olhos. Sempre que perturbadas as lagartas regurgitam um líquido verde escuro como forma de defesa. Próximo à troca da cápsula cefálica as lagartas diminuem a capacidade de alimentação e a freqüência de movimentos, logo após a troca voltam a alimentar-se e a movimentarse.

Os representantes da espécie U. esmeraldus não possuem hábito gregário, bem como U. proteusSILVA (1998)SILVA, M.R. da, Biologia comparativa de Urbanus proteus (Linneaus, 1758) (Lepidoptera: Hesperiidae) em Centrosema pubescens, Clitoria fairchildiana, Glycine max e Phaseolus vulgaris (Leguminoseae). Seropédica: [s. n.] 78 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais e Florestais). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 1998., ao contrário da U. acawoios descrita por SILVA (1995)SILVA, L.K.F. da. Aspectos biológicos de Urbanus acawoios (Williams, 1926) (Lepidoptera: Hesperiidae) em Clitoria fairchildiana, Centrosema pubescens, Glycine max e Phaseolus vulgaris (Leguminoseae). Seropédica: [s. n.] 111 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais e Florestais). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 1995..

A razão média da largura da cápsula cefálica, em mm, de U. esmeraldus para os tratamentos, C. pubescens, C. fairchildiana e alimentação alternada foram de 1,6; 1,7 e 1,6 respectivamente, sendo a razão do comprimento de 1,6; 1,6 e 1,6 para C. pubescens, C. fairchildiana e alimentação alternada. (Tabela 1)

Pela quantidade de cápsulas cefálicas encontradas por lagarta, verificou-se que a espécie U. esmeraldus possui um total de cinco ínstares larvais, sendo que, este valor não variou para nenhum dos tratamentos.

No primeiro ínstar o peso das lagartas, em gramas, alimentadas com folhas de C. fairchildiana, C. pubescens e alimentação alternada, não apresentou diferença estatística a nível de 5% de probabilidade, obtendo-se uma variação de 0,0033; 0,0037 e 0,0047, respectivamente (Tabela 2). Para o segundo ínstar o peso, em gramas, das lagartas alimentadas com folhas de C. pubescens, alimentação alternada e C. fairchildiana, também não apresentou diferença estatística, obtendo-se uma variação de 0,0080; 0,0114 e 0,0121, respectivamente (Tabela 2). No terceiro e quinto ínstar o peso das lagartas alimentadas com folhas de C. pubescens apresentaram diferença estatística a nível de 5%, obtendo-se um valor, em gramas, de 0,0355 para terceiro e 0,4861 no quinto (Tabela 2). No quarto ínstar o peso das lagartas alimentadas com folhas de C. fairchildiana apresentaram diferença estatística a nível de 5%, obtendo 0,4904 gramas (Tabela 2).

Os pesos obtidos através dos diversos tratamentos nos cinco ínstares larvais no mínimo dobraram de um ínstar para o subseqüente, com exceção dos tratamentos C. fairchildiana e alimentação alternada, onde do quarto para quinto ínstar o fato não foi registrado.

A duração, em dias, para as lagartas alimentadas com C. pubescens apresentou diferenças estatísticas no terceiro e quarto ínstar, em relação as demais que foram submetidas a alimentação com C. fairchildiana e alimentação alternada (Tabela 3).

Lagartas alimentadas com C. pubescens tiveram uma duração média, em dias, de cada ínstar, superior às lagartas dos outros tratamentos, no entanto, foram as que apresentaram valores de peso médio, em gramas, inferiores às lagartas dos demais tratamentos. Portanto, pode-se inferir que a espécie vegetal interfere no ganho de peso das lagartas, provavelmente pela qualidade nutricional e/ou físico-químico do material vegetal consumido.

Na fase de pré-pupa as lagartas pararam de se alimentar neste estágio, seus movimentos foram menos freqüentes e lentos, diminuíram de peso. Produziram fios de seda, os quais ficaram presos nas extremidades das caixas Gerbox, concordando com os resultados obtidos por SILVA (1995)SILVA, L.K.F. da. Aspectos biológicos de Urbanus acawoios (Williams, 1926) (Lepidoptera: Hesperiidae) em Clitoria fairchildiana, Centrosema pubescens, Glycine max e Phaseolus vulgaris (Leguminoseae). Seropédica: [s. n.] 111 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais e Florestais). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 1995. que estudou U. acawoios e por DIODATO (1999)DIODATO, M.A. Bioecologia, aspectos morfológicos e consumo de Conylorrhiza vestigialis (Guenée, 1854) (Lepidoptera: Crambidae) em Populus deltoides Bartr. Ex Marsh. (Salicaceae). Curitiba: [s.n.] 100 f. Tese (Doutorado em Entomologia) Universidade Federal do Paraná - Setor de Ciências Biológicas. 1999. com Condylorrihiza vestigialis (Guenée) (Lepidoptera: Crambidae), atacando Populus deltoides Bart. Ex Marsh. (Salicaceae).

O peso médio das pré-pupas cujas lagartas foram alimentadas com C. pubescens foi de 0,4667g que, dentre os tratamentos, foi o único que demonstrou uma diferenciação estatística quando comparada com as tratadas com C. fairchildiana (0,5767g) e alimentação alternada (0,5681g).

A duração do período de pré-pupa, apenas variou no tratamento com C. fairchildiana, com média de 1,1 dias em relação aos demais tratamentos (1,0 dia), entretanto quando comparada estatisticamente não apresentou diferença estatística a 5% de probabilidade.

As pupas oriundas dos tratamentos estudados apresentaram coloração castanha escura e ficaram recobertas por um pó branco, igual ao encontrado em pupas de U. acawoios e U. proteus, sendo que o menor ganho de peso foi para as oriundas de lagartas alimentadas com C. pubescens com 0,4667 g, e, este tratamento foi o único a apresentar uma diferenciação estatística quando comparado com os demais, 0,5632 para C. fairchildiana e 0,5567 para alimentação alternada.

A duração média do período pupal não apresentou diferença estatística em relação ao tipo de alimentação, cuja variação foi de 14,5 a 14,7 dias.

Os adultos de U. esmeraldas apresentaram, em média, uma envergadura de 35,0; 35,6 e 43,0mm para

C. pubescens, C. fairchildiana e alimentação alternada, respectivamente, discordando deHAYWARD (1948)HAYWARD, K.I. 1948. Genera et species animalium. Familia Hesperiidarum. Tomus primus. Musei Argentini Historiae Naturalis “Bernardino Rivadavia. Argentina. 389p. o qual obteve para adultos em média de 40 a 53mm de envergadura.

A duração da longevidade média dos adultos, em dias, para os três tratamentos aplicados foi de 31,7; 36,8 e 28,6 sendo C. pubescens, C. fairchildiana e alimentação alternada, respect ivamente, onde não apresentou diferença estatística entre as médias pelo teste de Tuckey a 5% de probabilidade.

O ciclo de vida médio, larva-adulto, de U. esmeraldas durou 70,7; 74,1 e 64,1 dias para C. pubescens, C. fairchildiana e alimentação alternada, respectivamente. A duração do ciclo de vida de U. esmerald as não apresentou diferença significativa entre os tratamentos.

A área foliar consumida pelas lagartas de U. esmeraldus, alimentadas com C. fairchildiana, no primeiro in star e alimentação alternada, no quinto instar, apresentou diferença estatística.

Tabela l
Média da razão de crescimento da cápsula cefálica, em mm, de Urbanas esmerald as em Centrosema pubescens, ditaria fairchildiana e em alimentação alternada. Seropédica, RJ, 1998.
Tabela 2
Peso médio, em gramas, dos instares larvais de Urbanus esmerald as em Centrosema pubescens, ditaria fairchildiana e em alimentação alternada. Seropédica, RJ, 1998.
Tabela 3
Duração média, em dias, dos instares larvais de Urbanas esmeraldas em Centrosemapubescens, Clitoriafairchildiana e em alimentação alternada. Seropédica, RJ, 1998.
Tabela 4
Consumo médio de área foliar dos instares larvais, em cm 2, de Urbanus esmeraldus em Centrosema

As lagartas de U. esmeraldas de primeiro instar apresentaram como característica alimentarem-se raspando a superfície das folhas, isto vem caracterizar o baixo consumo por esses indivíduos, a saber, 0,5; 0,1 e 0,6 cm2 para C. pubescens, C. fairchildiana e alimentação alternada, respectivamente, (Tabela 4), concordando com DIODATO (1999)DIODATO, M.A. Bioecologia, aspectos morfológicos e consumo de Conylorrhiza vestigialis (Guenée, 1854) (Lepidoptera: Crambidae) em Populus deltoides Bartr. Ex Marsh. (Salicaceae). Curitiba: [s.n.] 100 f. Tese (Doutorado em Entomologia) Universidade Federal do Paraná - Setor de Ciências Biológicas. 1999. para a espécie C. vestigialis em P. deltóides.

CONCLUSÃO

Ao final deste trabalho pode-se afirmar que a espécie U. esmeraldas possui cinco instares larvais, em todos os tratamentos aplicados. As lagartas de U. esmeraldas não completaram o ciclo de vida em G. stríata, porém completaram em C. pubescens, C. fairchildiana e em alimentação alternada. O maior período de duração larval ocorreu para as lagartas de U. esmeraldas alimentadas com C. pubescens. O peso das pré-pupas e pupas oriundas das lagartas que foram alimentadas com C. pubescens é inferior às alimentadas com C. fairchildiana e alimentação alternada. A menor longevidade de U. esmeraldas ocorreu no tratamento com C. fairchildiana, seguido por C. pubescens e alimentação alternada.

LITERATURA CITADA

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Jan 2024
  • Data do Fascículo
    Jan-Dec 2001
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