Resumo
Este artigo trata da educação na contemporaneidade segundo a lógica do diálogo ético entre atores que marcam este tempo presente. Em suas diferentes perspectivas, este diálogo ético e educativo procura cuidar da pessoa e da vida planetária em tempos da cultura do descarte, da globalização da economia e de relações líquidas. Neste artigo, esta reflexão recai sobre o Pacto Educativo Global protagonizado pelo papa Francisco no possível diálogo com Zygmunt Bauman e Edgar Morin em suas diferentes perspectivas éticas e educativas. Todos, contudo, lançam luzes convergentes para o cuidado do ser humano e da vida no planeta em tempos de incertezas e de profundas mudanças que exigem nova ética educativa. Aqui, trabalhamos com o seguinte problema: É possível, a partir do Pacto Educativo Global do teólogo Francisco, estabelecer diálogos éticos e educativos com o sociólogo Zygmunt Bauman e o filósofo Edgar Morin? Para responder a tal questão, temos por objetivo compreender a possibilidade de diálogo ético-educativo entre o Pacto Educativo Global, do papa Francisco, a Globalização e o Mundo descartável, de Zygmunt Bauman, e a Civilização-Planetária, de Morin. Em sua metodologia, trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo bibliográfica-documental e de natureza interpretativa, que se fundamenta em subsídios epistêmicos na teoria da complexidade. Os resultados evidenciam que o Pacto Educativo Global é chamado a fomentar um novo humanismo que promova uma cidadania ecológica em escala planetária, objetivando promover uma perspectiva de globalização com enfoque em uma educação para a ecologia integral, e que a educação sistêmica é chamada a operar com o pensamento complexo. Conclui-se pela continuidade do diálogo entre diferentes atores na consolidação de um Pacto Educativo Global promotor de educação integral.
Palavras-chave: Pacto Educativo; Globalização; Educação; Ética; Casa comum.
Abstract
This article deals with contemporary education in the logic of ethical dialogue between actors that mark this present time. In its different perspectives, this ethical and educational dialogue seeks to take care of the person and planetary life in times of throwaway culture, economic globalization and liquid relationships. In this article, this reflection focuses on the Global Educational Pact led by Pope Francis in the possible dialogue with Zygmunt Bauman and Edgar Morin in their different ethical and educational perspectives. All, however, shed convergent light on the care of human beings and life on the planet in times of uncertainty and profound changes that require new educational ethics. In this article we work with the following problem: Is it possible, based on the Global Educational Pact by the theologian Francisco, to establish ethical and educational dialogues with the sociologist Zygmunt Bauman and the philosopher Edgar Morin? To answer this question, we aim to understand the possibility of ethical-educational dialogue between Pope Francis' Global Educational Pact, Zygmunt Bauman's Globalization and Disposable World and Morin's Planetary Civilization. In its methodology, it is a research with a qualitative approach, of a bibliographic-documentary type and of an interpretative nature, which is based on epistemic subsidies in complexity theory. The results show that the Global Educational Pact is called to foster a new humanism that promotes ecological citizenship on a planetary scale, aiming to promote a perspective of globalization with a focus on education for integral ecology, and that systemic education is called to operate with complex thinking. It concludes by the continuity of dialogue between different actors in the consolidation of a Global Educational Pact promoting integral education.
Keywords Educational Pact; Globalization; Education; Ethic; Common home.
Introdução
Nossa reflexão tem seu início impulsionada na divulgação do Pacto Educativo Global pelo papa Francisco em 2015. Nesse documento, o teólogo humanista denuncia as mazelas individualistas, egoístas e consumistas/hedonistas que assolam a humanidade e colocam em risco de extinção a própria vida planetária. Ele, Jorge Mario Bergoglio, nasceu em 1936, no Bairro das Flores, em Buenos Aires, Argentina. Viveu em seu contexto, e no da realidade da América Latina, o legítimo sentido da pobreza, miséria e da fome (espiritual) até tornar-se religioso da Companhia de Jesus (Jesuíta). No dia 19 de março de 2013 é proclamado o primeiro papa latino-americano que se inspira e age a partir dos valores da humildade, simplicidade e ética de São Francisco de Assis, razão pela qual escolheu seu nome papal de Francisco.
É nesse sentido que o papa Francisco olha para as dores humanas e planetárias e, em sua perspectiva teológica, escreve a carta encíclica Laudato Si (LS), que prioriza e direciona os povos para o caminho do diálogo como a única condição possível de rupturas aos antropocentrismos e aos individualismos egocêntricos das “sombras de um mundo fechado” (Francisco, 2020a, p. 15). Na encíclica, segue recordando que o futuro da humanidade é a constituição de um novo projeto de educação, porque “a educação será ineficaz e os seus esforços estéreis se não se preocupar, também, por difundir um novo modelo relativo ao ser mundo, à vida, à sociedade e à relação com a natureza” (Francisco, 2015, p. 163).
Essa preocupação global ou planetária, difundida pelo papa Francisco para a sociedade em 12 de setembro de 2019, acenou para a seguinte problemática: É possível, a partir do Pacto Educativo Global, proposto pelo teólogo Francisco, estabelecer diálogos ético-educativos com os textos do sociólogo polonês Zygmunt Bauman e do filósofo francês Edgar Morin? Nessa reflexão, serão apresentados alguns indicativos que consideram essas aproximações entre os pensadores de áreas diferentes do conhecimento possíveis em razão das legítimas preocupações planetárias. Em decorrência disso, o objetivo geral deste estudo constitui-se em: Compreender a possibilidade de diálogos ético-educativos entre os pressupostos teóricos do Pacto Educativo Global do papa Francisco com os conceitos de Globalização e de mundo descartável de Zygmunt Bauman, e a noção de complexidade e Civilização Planetária em Edgar Morin.
A busca por estabelecer relações de diálogo entre o Pacto Educativo Global com os escritos dos autores indicados requer trocar as lentes da miopia para se dispor a enxergar a realidade a partir do paradigma da complexidade. Nessa epistemologia, compreende-se que são múltiplos os fios que constituem o tecido do real. O termo complexus, originado do latim, significa aquilo que é tecido junto (Morin, 2021) e nessa tessitura somos todos convidados a se envolver na teoria da complexidade e a realizar novos mergulhos investigativos quando se compreende que “as metodologias são guias a priori que programam as pesquisas, enquanto que o método derivado do nosso percurso será uma ajuda à estratégia geral” (Morin, 2015b, p. 36). Isso posto, o desafio proposto é o de estabelecer possíveis diálogos entre os textos de Francisco, de Bauman e de Morin.
No Pacto Educativo Global, os diálogos entre o papa Francisco e o sociólogo Zygmunt Bauman constituem-se em preocupações comuns que tratam da perversidade constituída nas relações líquido-modernas do consumismo, “[...] que reduz o ser humano apenas a uma das suas necessidades: o consumo” (Francisco, 2013, p. 55). Essa redução do humano para o consumismo resulta em uma destruição da espiritualidade e do sentido pleno de cuidado, o que abre caminhos perigosos para o mundo do descartável. Bauman (2005, p. 14-15), neste sentido, considera que “os ‘problemas do refugo (humano)’ e da remoção do lixo (humano) pesam ainda mais fortemente sobre a moderna e consumista cultura da individualização”. Está aí o desafio ético-planetário de pensar em uma educação que resista à cultura do descartável. Também declarou Francisco na Homilia durante a Santa Missa com os Bispos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), sacerdotes, religiosos e seminaristas (2013b): “vocês tenham a coragem de ir contra a corrente dessa cultura eficientista, dessa cultura do descarte”; uma cultura que indica aquelas e aqueles “humanos natimortos, inadequados, inválidos ou inviáveis, nascidos com a marca do descarte iminente” (Bauman, 2005, p. 14-15).
Quanto ao filósofo francês, é fundamental recordar-se que Edgar Morin esteve, em 27 de junho de 2019, no Vaticano, em diálogo com o papa Francisco. Esse encontro já se estabelece como um possível diálogo ético e educativo das preocupações humanas e planetárias entre os autores. Para Francisco (LS, 2015, 63), “se tivermos presente a complexidade da crise ecológica e as suas múltiplas causas, deveremos reconhecer que as soluções não podem vir duma única maneira de interpretar e transformar a realidade”. Ele manifesta a urgência por diálogos, haja vista que “o enfraquecimento de uma percepção global leva ao enfraquecimento do senso de responsabilidade” (Morin, 2003a, p. 18).
Pacto Educativo Global
Uma das mais complexas e significativas reflexões de nossa atualidade traduz-se na construção de um Pacto Educativo Global que identifique os desafios e as perspectivas de uma educação integral e com condições legítimas e éticas de assegurar a vida humana e planetária. O papa expressa-se em sua mensagem única e inconfundível na construção de uma cultura para viver o referido pacto, a saber: I) Exortação apostólica Evangelii Gaudium (2013a); II) na Carta Encíclica Laudato Si, sobre o cuidado da casa comum (2015); III) no projeto Economia de Francisco e Clara (2019); IV) na A Exortação pós-sinodal Querida Amazônia (2020c); V) na proposta do Pacto Educativo Global (2020a); VI) na carta Encíclica Fratelli Tutti, sobre a fraternidade e a amizade social (2020b); e na VII) Exortação apostólica Laudate Deum (2023), entre outros documentos e discursos protagonizados por Francisco. O papa trata no discurso de novos esperançares que se preocupem com o futuro, não do amanhã, mas do hoje, ou seja, de condições reflexivas para realizar escolhas responsáveis e que resultem em uma proposta educativa acerca da “ecologia para a qual educar deve ser integral” e de que “a educação deve visar o sentido de responsabilidade” (Francisco, 2019, p. 25). Ele registra nesses documentos e discursos a reverberação do Pacto Educativo Global. Assim também o fez no próprio lançamento, em 12 de setembro de 2019, do Pacto Global em Roma, quando conclamava outras vozes singulares, responsáveis e éticas para somar-se à sua proposta de esperança.
Diante disso, para este texto se escolheu refletir sobre a Carta Encíclica Laudato Si, porque nela emerge um sentido profundo de consciência que é entoada na “origem comum”, da “recíproca pertença” e de em um “futuro partilhado” (LS, 2015, 202). Não por acaso, o papa centra suas discussões, em um dos capítulos da Laudato Si, entre a educação e o ecológico, não negando ou excluindo a espiritualidade do humano. Trata-se, pois, de uma melodia de muitas vozes, mas vibrante no som único ao chamado à consciência ética de uma vida voltada para o consumismo, o descartável e o totalmente ausente das preocupações da responsabilidade planetária.
Consideram-se inúmeras situações que sinalizam para um “apocalipse ecológico”, social e ético, como as alterações climáticas, o aumento da população após a Segunda Grande Guerra Mundial, as explorações sem limite dos recursos naturais não renováveis e as invenções de novas tecnologias biológicas e químicas usadas para fins bélicos. Ainda reforçam-se como principais vilões da humanidade: as empresas de agrotóxicos (pesticidas e inseticidas), pois estes são danosos à saúde e ao ambiente, uma vez que contaminam o solo, a água e os alimentos; e as injustiças sociais resultantes da exploração dos povos. Desse modo, todos e todas são responsáveis na construção de um Pacto Educativo Global, cuja principal característica apresenta-se como um novo horizonte de educação, o que o papa chama de uma “cidadania ecológica” (LS, 2015, p. 211).
O Pacto Educativo Global propõe um (re)pensar as ações humanas; ele nos convida a revisitar e a desconstruir quaisquer posicionamentos em que o ser humano se coloca no pedestal da hierarquia entre as demais espécies e a própria Gaia - TERRA MÃE. Ele nos possibilita questionar sobre a sobrevivência da humanidade em um constante e contínuo presente. Nele, expressam-se preocupações legítimas que ultrapassam fronteiras geográficas e são constituídas com base em um clamor que tem um propósito ético. Destaca-se, também, o compromisso ético na “Encíclica Laudato Si”, contribuição inigualável assinada pelo papa Francisco no dia 24 de maio de 2015, em que nela se reforça a tese de que o Planeta Terra é a Casa Comum, isto é, de todas as formas de vida no Planeta, inclusive humana: “Lanço um convite para renovar o diálogo sobre a maneira como estamos construindo o futuro do planeta” (LS, 2015, 14).
Neste sentido, todos(as) são responsáveis pela formação de uma consciência global. Disso resulta um pensar educativo para se sensibilizar com os problemas ambientais e sociais, acenando para uma caminhada educativa entre os povos e se traduzindo naquilo que caracterizamos como Pedagogia da Terra: “muitos esforços na busca de solução concreta para a crise ambiental, acabam com frequência, frustrados não só pela recusa dos poderosos, mas também pelo desinteresse dos outros” (LS, 2015, 14).
Em sua proposta o papa também denuncia a destruição das alteridades, provocada pelas catástrofes naturais, crises sanitárias, conflitos violentos e guerras, em tempos de liquidez ética do humano. Em decorrência disso, esse cantar do papa fez com que se reunissem outras vozes preocupadas com a casa comum, e disso resultou na publicação do Dicionário do Pacto Educativo Global (2021), com 72 verbetes e em versão bilíngue. Dito isso, considerou-se fundamental trazer e refletir a respeito de alguns desses verbetes: 2. Aldeia; 5. Alteridade educativa; 6. Bem comum; 9. Casa Comum; 12. Cidadania ecológica; 14. Compromisso ético; 20. Cultura do descartável; e 70. Tudo está interligado. A escolha por tais verbetes dá-se porque eles expressam também o pensamento de outras duas vozes de uma melodia única e inconfundível - a do sociólogo polonês Zygmunt Bauman e a do filósofo francês Edgar Morin, que traremos na sequência dessa reflexão sobre o Pacto Educativo Global.
Neste primeiro movimento do diálogo, chegamos a um dos resultados de nossa reflexão: O Pacto Educativo Global é chamado a fomentar um novo humanismo que promova cidadania ecológica planetária; esta ocorre por diálogos construtores de novo conceito antropológico que supere as relações líquidas, a cultura do descarte e as policrises da contemporaneidade. Esta nova educação opera com o suporte de um pacto por uma ética que recobra valores e cuidado com a vida integral de todas as formas de vida, bem como a consciência global do diálogo intercultural e inter-religioso, além da produção de sentido. Não entenderemos, todavia, a urgência da necessidade de um pacto educativo global se não explicitarmos em que consiste a globalização.
O Pacto educativo global em tempos de globalização
O desafio de pensar a relevância de um Pacto Educativo Global nos remete a problematizar e compreender as novas condições sociais, históricas e culturais. O advento da globalização, e mesmo sua crise na atualidade, representa uma nova fase da história da humanidade. Nela estão contidas as esperanças de um futuro comum compartilhado, de maior convivialidade democrática, de paz e de justiça social. Também se manifestam as contradições do mundo social e histórico na forma de um crescimento e expansão indeterminados dos mercados e das economias capitalistas. De uma parte cresce o sentido de alimentarmos uma ética da vida que integre a todos e nos traga a salvaguarda do Planeta e dos mais sofridos. De outra parte, surge uma espécie de emergência e hegemonia de uma ética do lucro, a qual imprime uma lógica da competitividade em escala global, tornando descartável tudo aquilo que não seja útil à lógica de reprodução do capital. As formas políticas da ética do lucro encontram-se expressas nas novas lógicas neoliberais (Mcchesney, 2002).
O destaque para a problematização do neoliberalismo ganha importância à medida que este se tornou, desde a década de 1980 do século 20, na linguagem e na prática social e política, dominante. Sua artimanha consiste em apregoar a necessidade de desregulamentar os mercados e abrir as fronteiras para a livre-circulação dos capitais, reduzindo a intervenção do Estado na economia e na vida social. Neste aspecto, a nova hegemonia econômica tem seu processo político marcado na ênfase de retirar o lugar social de proteção e segurança conferido pelo Estado nos períodos do Estado de Bem-Estar Social. O Pacto Educativo Global, de certo modo, problematiza as contradições que alimentam o modo hegemônico de produção da vida, o qual exacerba as desigualdades, as guerras e os conflitos, degradando a natureza. Ele parece encarnar uma consideração especial pelos rostos e faces dos mais sofridos e oprimidos, como também parece valorizar algo que Boff (2000, p. 44) destaca como uma forma de “cultura da cidadania, da democracia, da participação, da solidariedade e da libertação”. Em outras palavras, poderíamos afirmar que enquanto o mundo avança em descontrole sob a ótica da globalização de Anthony Giddens (2003), o Pacto Educativo Global buscaria uma nova aliança e forma de viver em comum.
A abordagem de Giddens (2003) evidencia que a globalização é um fenômeno político, tecnológico e cultural, e não apenas econômico. Nesse sentido, nossa abordagem sobre a educação envolveria dimensões complexas e ambivalentes. Um aspecto relevante sobre este tópico é a de que uma capacidade de diálogo e de reflexão intercultural estaria na base da mudança social e cultural. Zygmunt Bauman, muito marcado pela tentativa de definir as transições de nosso tempo a partir da ideia de pós-modernidade e, mais recentemente, de modernidade líquida, compreenderá que as condições de nosso tempo são distintas da fase anterior à da globalização. Um ponto em comum, compartilhado com Giddens (2003), diz respeito ao fato de que a noção de globalização em Bauman (1999b) parece referir-se mais ao que está acontecendo conosco do que propriamente ao que estamos fazendo no mundo. Bauman (1999b), do mesmo modo, refere-se, dentre outras coisas, à economia e à transição do capitalismo, o qual, em sua fase global, subordina a política e os Estados à própria dinâmica dos mercados mundiais. Segundo Bauman (1999b, p. 73), “a globalização nada mais é do que a extensão totalitária de sua lógica a todos os aspectos da vida”, no sentido de que “os Estados não têm recursos suficientes nem liberdade de manobra para suportar a pressão - pela simples razão de que alguns minutos bastam para que empresas e até Estados entrem em colapso”.
Em uma de suas principais obras, intitulada Modernidade líquida, Bauman (2001, p. 12) interpreta, de forma semelhante a Giddens (2003), acerca do descontrole da globalização e de nossa perda de comando:
O “derretimento dos sólidos”, traço permanente da modernidade, adquiriu, portanto, um novo sentido, e, mais que tudo, foi redirecionado a um novo alvo, e um dos principais efeitos desse redirecionamento foi a dissolução das forças que poderiam ter mantido a questão da ordem e do sistema na agenda política (p. 12).
Fica evidente nesta passagem algo que Bauman (1999b, p. 67) havia considerado na sua obra intitulada Globalização: as conseqüências humanas, quando afirma que: “o significado mais profundo transmitido pela ideia de globalização é o caráter indeterminado, indisciplinado e de autopropulsão dos assuntos mundiais”, ou seja, há na atualidade, “a ausência de um centro, de um painel de controle, de uma comissão diretora, de um gabinete administrativo”. Isto significa que o autor entende a globalização como uma “nova desordem mundial”. Neste contexto, o termo líquido, associado à noção de fluidez, pretende dar um novo sentido ao mundo em que vivemos, uma vez que a ideia de um mundo sólido, ordenado e capaz de ser controlado parece ter perdido sua força. O mundo anterior ao da globalização corresponderia, ainda, a uma expectativa de um sonho de universalização e de construção de uma sociedade ordenada e estável. Neste aspecto, a aposta de Bauman (2017) acerca das condições possíveis de uma transformação social ou de construção de um mundo cosmopolita, de uma sociedade autônoma, inclui uma capacidade de amparar-se numa cultura do diálogo e numa postura reflexiva e interrogativa. Nessa direção, o autor cita o papa Francisco e permite-se perceber como o Pacto Global pela Educação poderia ser feito de forma democrática e horizontal. Bauman (2017, p. 152), tendo em vista a crescente fragmentação do mundo e a erosão das identidades tradicionais, teme que a nova convivialidade global crie uma atmosfera que produza uma separação do tipo nós e eles, sendo o nós o que seria o civilizado e o eles o que seria o bárbaro. O sociólogo questiona: “pode o parto da humanidade cosmopolitamente integrada ser induzido e o bebê nascer ileso?” e responde afirmando:
A resposta mais convincente (embora quase uma palavra mágica que afirme produzir resultados instantâneos, convidando-nos, em vez disso, a empreender um esforço adiado, tortuoso e decerto sem sucesso garantido) a essa pergunta seminal de vida ou morte para a humanidade eu encontrei no discurso do papa Francisco - hoje a única pessoa entre as figuras públicas com autoridade planetária considerável, ousado e determinado o suficiente para propor e lidar com esse tipo de questão - pronunciado em 6 de maio de 2016, quando ele recebeu o Prêmio Europeu Carlos Magno. E a resposta é: capacidade de diálogo (Bauman, 2017, p. 152).
O problema ao fundo, para Bauman (2017), refere-se a um cenário social que tem, desde 2010, reafirmado uma onda regressiva e antidemocrática em vários lugares do mundo. A mensagem do papa Francisco ilumina a abordagem que Bauman (2017) acredita como via e saída para a crise do tempo presente, e ela praticamente encerra o livro Retrotopia. Em nosso entendimento, o Pacto Educativo Global poderia ser iluminado e pensado a partir deste enfoque que tem, no diálogo e na capacidade de diálogo, um aspecto central. É emblemática a aposta de Bauman (2017) na força e na autoridade do papa Francisco e na sua noção potente de cultura do diálogo como via para reconstruir o tecido social, mas ela pode ser lida e interpretada tendo em vista as considerações que Bauman (1999b) tece sobre a globalização, e, particularmente, sobre os intelectuais (Bauman, 2010) e a sociologia (Bauman, 2015). A noção de diálogo assume um lugar central e importante tanto para as ciências e os intelectuais quanto para as novas formas de agências, que precisam ser criadas em um mundo globalizado que separou poder e política. Uma aposta que tem, no enfoque de uma hermenêutica sociológica, sua estrutura para pensar a construção do conhecimento, sendo o intelectual um intérprete capaz de dialogar com o mundo e com várias tradições de pensamento (Bauman, 2010). Uma posição que permite a Bauman (2010) interpretar a transição social e histórica, tendo em vista as características que a sociologia assumiu durante a modernidade em sua fase sólida e que entra em crise na modernidade líquida.
A abordagem de Zygmunt Bauman (1999a), por sua vez, ao apontar a necessidade de uma leitura que reconheça a ambivalência do real, de certa forma também nos permite buscar explicitar as vias para um Pacto Educativo Global que não seja pela fonte da homogeneização, pelo apagamento das culturas e dos estranhos e diferentes. A luta pelo combate à desigualdade, em Bauman, não suprime a necessidade de reconhecimento da diferença, tampouco prescinde de uma concepção acerca da necessidade de projetar formas sustentáveis de vida e de uma perspectiva de ética e política democráticas. Se um Pacto Educativo Global é possível, ele precisaria amparar-se na busca por construir sociedades autônomas reflexivas. O horizonte da democracia e de uma ética da responsabilidade, em Bauman (2009), integra-se com a ambição de um projeto de liberdade que questiona as fontes de opressão e exploração de toda ordem. A ética do cuidado, em Leonardo Boff (2000), assim como a perspectiva ética do papa Francisco, portanto, podem ser complementadas com uma ética que enfrente o individualismo contemporâneo de uma vida em fragmentos, como sugere Bauman (2009). A virada paradigmática, rumo a uma mudança social, pode ser construída, neste sentido, desde uma postura crítica, dialética e hermenêutica.
Na tentativa de síntese entre nossos atores, apresentamos o segundo achado deste diálogo: O Pacto Educativo Global ambiciona promover a globalização de uma educação para a ecologia integral. Esta educação constitui-se de valores como a solidariedade, o convívio social e o direito à diferença, à democracia e à justiça social. Esta forma de educação busca, ainda, globalizar a cultura da reflexão e da reconstrução do tecido social pelo diálogo, como nova maneira de agenciamentos educacionais, éticos, políticos e culturais. Cumpriria discutir, a partir de Edgar Morin (2003c) e de seu pensamento complexo, outros aspectos implicados em tempos de globalização no sentido de projetarmos uma civilização planetária.
O Pacto Educativo Global no cenário do pensamento complexo: novos enfoques sobre cidadania e civilização planetária
O entendimento de que as condições dos novos tempos diferem radicalmente do que havíamos vivido até então, tem provocado, como vimos, uma reconceptualização do nosso pensamento sobre o mundo. Edgar Morin (2003c), eminente e reconhecido intelectual francês, mesmo que operando nas margens, tem provocado reflexões pertinentes sobre a educação, a ética e a epistemologia. Em linhas gerais, seu pensamento, movido pela ânsia de compreender as crises de nosso tempo e de refazer as vias possíveis para pensar um destino comum da humanidade, tem permitido questionar o que ele denomina de paradigma simplificador. O paradigma moderno, que tem alimentado nosso modo de pensar e viver, tem se amparado, sobretudo, numa visão de ciência e de tecnologia que se originou nos séculos 16 e 17, a qual, apesar de seus méritos, precisa ser reconstruída a partir das reconceptualizações internas à ciência, e mesmo externas, devido à policrise que estamos vivendo. Talvez um dos grandes méritos de Edgar Morin, e, portanto, esta seria sua forma de diálogo com a noção de Pacto Educativo Global, é de que ele coloca no centro da educação o problema do conhecimento e da crise civilizacional. Pensar a educação implica, neste caso, reconhecer que precisamos mudar de paradigma a fim de criar outras condições de vida social, ou mesmo para enfrentar as policrises de nosso tempo.
É interessante notar que a noção de paradigmas holonômicos ou sistêmicos, que buscam destacar a relevância de noções, tais como a de totalidade, tem aparecido e muito no debate sobre a educação, o conhecimento e a sustentabilidade. Neste sentido, alguns enfoques que sugerem a noção de uma cidadania planetária e a construção de um futuro sustentável, questionam o particularismo e a fragmentação, mas não problematizam nossa forma de conhecer. O pensamento complexo procura não apenas superar o paradigma moderno, simplificador, refutando-o, mas, sobretudo, busca mostrar suas insuficiências. Com isso, sugere uma perspectiva que Edgar Morin denomina de dialógica, a qual comporta a possibilidade de articular ideias/teorias que, apesar de serem contraditórias, podem ser complementares. A noção de dialógica em Edgar Morin substitui a noção de dialética. Embora com pretensões de buscar a totalidade, o pensamento complexo e dialógico reconhece a impossibilidade de abarcar a totalidade. O pensamento complexo e dialógico, sobretudo, procura dialogar com a parte e a totalidade, sugerindo a necessidade de contextualizar e globalizar ao mesmo tempo. A máxima pressuposta no tempo do Estado-Nação moderno, que imaginava uma noção de cidadania nacional, agora desdobra-se para o âmbito de uma cidadania planetária. A pergunta mestra de Kant, no século 18, acerca do que podemos conhecer, é retomada por Morin (2001) no século 21. A questão do conhecimento é o aspecto central do problema que precisamos enfrentar no adentrar no século 21. Uma nova relação com o conhecimento e com o real precisaria advir se pretendemos estabelecer um outro projeto civilizatório (Morin, 2000). Trata-se de vencer nossas barbáries interiores, nossos modos de pensar determinísticos, que buscam a certeza e não reconhecem a incerteza da vida, do mundo, da ética e da política. A educação, assim entende Morin (2015a), encontra-se nesta encruzilhada das policrises que vivemos, e o projeto de uma nova civilização planetária depende, acima de tudo, de uma reforma do pensamento. As três principais obras que Morin escreve sobre educação enfrentam este problema. A primeira delas intitula-se Os sete saberes necessários à educação do futuro (Morin, 2000). Nela, já se encontra o problema do conhecimento e da necessidade de ensinar a condição humana e a identidade terrena. Também já se expressa um novo entendimento sobre o problema da incerteza histórica, o que Edgar Morin denomina de ecologia da ação. Adquire destaque, ainda, a questão de ensinar a compreensão; algo que dialoga com as preocupações de Bauman (2017) e Giddens (2003) sobre como podemos criar uma civilização cosmopolita e não fundamentalista.
Está em questão, nesta passagem, algo fundamental para um Pacto Educativo Global; não apenas uma visão cosmológica, sociológica e antropológica renovada se apresenta, mas, especialmente, uma perspectiva filosófica e ética de uma racionalidade crítica e autocrítica que permita ao Ocidente problematizar e rever o que a cultura europeia atrofiou de outras culturas. A orgulhosa cultura ocidental, argumenta Morin (2000, p. 102), que se tornou uma “cultura-mestra”, agora deve se tornar uma “cultura aprendiz”. A formação para um novo tipo de cidadania em escala planetária depende de uma ética da compreensão. Este modo de pensar a ética em escala planetária guarda relações com a ética do cuidado em Boff (2000) e a ética da responsabilidade em Bauman (2011), sendo intitulada por Morin (2000) de antropoética. Em seu entendimento, a ética tem uma missão antropológica: a de produzir uma consciência e uma cidadania planetária. Aparecem como tarefas centrais (Morin, 2000, p. 106) a serem desenvolvidas na e pela educação: a) “trabalhar para a humanização da humanidade”; b) “efetuar a dupla pilotagem do planeta: obedecer à vida, guiar a vida”; c) “alcançar a unidade planetária na diversidade”; d) “respeitar no outro, ao mesmo tempo, a diferença e a identidade quanto a si mesmo”; e) “desenvolver a ética da solidariedade”; f) “desenvolver a ética da compreensão”; e g) “ensinar a ética do gênero humano”.
A segunda obra de Edgar Morin (2001) sobre educação intitula-se A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Nela, encontram-se muitos aspectos que nos ajudam a entender a necessidade de um Pacto Educativo Global, embora este termo não esteja assim formulado. O problema a ser tratado refere-se ao mesmo indicado na obra anterior, somente ganha realce a ideia de que mais vale uma cabeça bem-feita do que uma cabeça cheia. Isso significa, em outras palavras, um sentido renovado para a educação, que não pode apenas se enclausurar no âmbito do problema de ensinar as disciplinas e de criar um pensamento enciclopédico que não ajuda a compreender e conhecer o mundo em que vivemos. A terceira obra de Morin (2015a), que trata de educação, foi publicada com o título Ensinar a viver: manifesto para mudar a educação. Os temas tratados incluem uma retomada do pensamento anterior, mas vinculam algo novo que se refere ao aprender a viver. Merece destaque o problema da crise multidimensional de nosso mundo e do sentido da educação. Interrogações acerca do futuro do mundo e de que mundo deixaremos aos nossos filhos, já mostram a preocupação ética e ecológica de Morin (2015a). O vínculo entre a crise da cultura e a crise do ensino é tratado pelo autor de forma a evidenciar seu vínculo complexo.
Trata-se da necessidade de religar as culturas científicas e humanísticas. O desvalor da cultura das humanidades tem crescido e, com isso, têm ganhado destaque as culturas tecnoeconômicas. Um senso de utilitarismo e de empobrecimento de nossa forma de perceber e compreender o mundo em sua complexidade amplia-se. O enfoque de Morin (2000), de certo modo, aproxima-se das preocupações de Bauman (2011) quanto ao sentido da cidadania em um mundo globalizado. Para este último, o problema do mundo globalizado é que esse se divide em duas categorias os seres humanos: os móveis, que conseguem se globalizar e se integram, e os imóveis, que ficam circunscritos aos seus territórios e que, de certa forma, só sentem os efeitos da globalização.
Em Bauman (2001) aparece também o temor de uma incompreensão e o crescimento dos fechamentos e dos ódios fabricados. Todos os problemas articulam-se no sentido de um aumento da violência. Morin (2000) parece estar ciente de que os desafios da era planetária incluem os dramas das desigualdades, assim como o problema do futuro comum do planeta e das populações mais pobres. Em ambos os autores estudados é preciso superar a lógica do lucro e empresarial para instaurar uma nova educação ética, solidária, promotora de cidadania global, possível e necessária em tempos de globalização e mundialização. Questionar a racionalidade instrumental hegemônica que anima os processos de educação em escala global e projetar uma nova racionalidade, que religue os seres humanos ao planeta e lhes amplie o potencial de participar da vida pública e política, em escala nacional e mundial, talvez seja o caminho para enfrentar as diferentes formas de dominação e de crises civilizatórias. Para tanto, precisamos, também, de uma reforma do pensamento, o que nos permitirá civilizar nossas ideias e enfrentar nossas formas de cegueiras e incompreensões.
Estas aproximações nos levam à apresentação do nosso terceiro achado: A educação sistêmica é chamada a operar com o pensamento complexo. Este pensamento lida com a construção do conhecimento imerso na crise civilizacional. Situa-se, igualmente, no novo paradigma existencial perpassado pelas multicrises, sejam elas econômicas, sociais, culturais ou educacionais. A todas elas, pessoas e grupos esperam a instauração de uma nova cultura promotora de vida cidadã.
Considerações finais
O Pacto Educativo Global caracteriza-se como uma mensagem urgente de preocupações éticas acerca da sobrevivência humana e planetária em tempos líquido-modernos. Nele, emerge uma legítima tarefa da educação: a de constituir um novo humanismo. Este artigo tratou da educação na contemporaneidade a partir do Pacto Educativo Global, à sombra do prisma do diálogo ético-educativo entre o papa Francisco, Zygmunt Bauman e Edgar Morin. Em suas diferentes perspectivas este diálogo está ocupado com o cuidado da pessoa e da vida no planeta. Conforme o papa Francisco, o combate à cultura do descarte volta-se para as proporções de uma economia global que não pode descuidar da globalização da solidariedade humana. Os tempos difíceis em que vivemos estão marcados por relações líquidas, voláteis, individualistas, que desprezam o bem comum, como destaca Zygmunt Bauman. São tempos marcados pelo crescimento da incompreensão, do ódio, da barbárie e da cegueira, como nos lembra Edgar Morin, o que nos exige projetar uma nova civilização planetária.
Em seus distintos olhares, os três autores aproximam-se no entendimento de uma nova forma de existir que priorize a vida antropológica e a biodiversidade do Planeta Terra numa relação perpassada pela ética do cuidado de si e do outro, num habitar que favorece o encontro da vida em suas múltiplas formas de existir. O problema trabalhado esculpiu a pergunta: É possível, a partir do Pacto Educativo Global do teólogo Francisco estabelecer diálogos ético-educativos com o sociólogo Zygmunt Bauman e o filósofo Edgar Morin? No aprofundamento do pensamento dos autores, encontramos aproximações de uma nova educação que trabalhe com os princípios de uma educação enquanto forma de cultura dialógica e reflexiva de uma comunidade inteira, implicando e envolvendo todos os seus atores. Esta nova cultura, na complexidade das relações, do mercado e da superação da cultura do descarte e da mera globalização econômica, necessita globalizar um novo humanismo educativo que valorize as pessoas e o cuidado com a casa comum - a mãe terra -, inclusive a atenção às novas gerações.
O objetivo em compreender a possibilidade de diálogo ético-educativo entre o Pacto Educativo Global do papa Francisco, a Globalização e o Mundo descartável de Bauman e a Civilização-Planetária de Morin, mostra-se uma possibilidade viável, urgente e necessária para instaurar uma nova ética educativa que compactue globalmente com uma educação que se ocupe integralmente da pessoa e sua relação de cuidado e promoção da biodiversidade planetária. Este diálogo alerta, ainda, para o grande caminho a ser percorrido na superação de um imperativo da ética do mercado, que conhece para dominar e explorar, para o da ética do cuidado, que busca promover a vida que se manifesta em múltiplos encontros.
Os resultados mostraram-se promissores na medida em que entendemos que: o Pacto Educativo Global é chamado a fomentar um novo humanismo que promova uma cidadania ecológica planetária; o Pacto Educativo Global promove a globalização de uma educação para a ecologia integral; a educação sistêmica é chamada a operar com o pensamento complexo. O avanço da pesquisa está na iminente possibilidade de resgate da pessoa, da sociedade e de uma nova economia pela lógica de uma ética educativa que realmente coloque a vida, e todas as formas de vida, como condição necessária para a continuidade de uma coexistência planetária sem tantas ameaças na complexidade da trama da vida.
A reflexão aqui construída avança no conhecimento da área quando aproxima autores relevantes na busca pelo fortalecimento de um Pacto Educativo Global que promova a cidadania planetária. Sem demérito destes avanços, as limitações da pesquisa centram-se na análise documental e da literatura ainda sem a exploração de cases de sucesso que possam instigar a busca por evidências da importância do estreitamento do diálogo ao redor de um pacto educativo inclusivo para todos. Futuras pesquisas, portanto, poderão abordar as boas práticas mundiais que consideram os princípios do Pacto Educativo Global nos diferentes continentes, ampliando o diálogo com outros autores que se ocupam da temática educativa na atualidade. Conclui-se pela continuidade do diálogo entre diferentes atores na consolidação de um Pacto Educativo Global promotor de educação integral.
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Como citar:
TEDESCO, Anderson Luiz; SILVA, Sidinei Pithan da; FOSSATTI, Paulo. Pacto Educativo Global: diálogos entre Papa Francisco, Zygmunt Bauman e Edgar Morin. Revista de Filosofia Aurora, Curitiba: Editora PUCPRESS, v. 36, e202431884, 2024. DOI: https://doi.org/10.1590/2965-1557.036.e202431884.
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Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
29 Nov 2024 -
Data do Fascículo
2024
Histórico
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Recebido
17 Jul 2024 -
Aceito
07 Ago 2024