Resumo
Objetivo:
Analisar os preditores sociodemográficos, clínicos e terapêuticos e a qualidade de vida em pacientes com radiodermatite.
Métodos:
Trata-se de um estudo longitudinal, realizado com 196 pessoas que desenvolveram reações cutâneas como evento adverso ao tratamento radioterápico. Foi utilizado um formulário para caracterização e avaliação clínica e o instrumento European Organization for Research and Treatment of Cancer Quality of Life Questionnaire-Core30 para mensuração da qualidade de vida em duas etapas. A análise dos dados foi constituída pelos testes Wilcoxon, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis , considerando diferença estatisticamente significativa para p < 0,05.
Resultados:
A comparação entre os escores de qualidade de vida mostrou que a radiodermatite contribuiu para piora do estado global de saúde e da qualidade de vida, deterioração da capacidade funcional, dificuldade financeira e intensificação de reações emocionais e de sintomas físicos como ansiedade, depressão, dor, fadiga, insônia e falta de apetite. Fatores como sexo, renda, escolaridade, quimioterapia concomitante, localização anatômica da lesão e grau de destruição tecidual foram determinantes para o maior comprometimento dos escores globais. Diante disso, surge a necessidade de intervenções de enfermagem que favoreçam a identificação de preditores e que otimizem o cuidado a partir de diretrizes e recomendações clínicas.
Conclusão:
A radiodermatite influenciou negativamente a qualidade de vida dos pacientes, tendo alto impacto associado ao maior grau de destruição tecidual e como principais preditores destacaram-se os aspectos clínicos e terapêuticos. Estudos dessa natureza são imprescindíveis para formulação de políticas públicas efetivas, integradas, sustentáveis e baseadas em evidências voltadas para prevenção, controle e tratamento da lesão.
Descritores
Neoplasia; Radioterapia; Radiodermatite; Qualidade de vida