Acessibilidade / Reportar erro

Apresentação

Este número de Cadernos de Tradução apresenta 10 artigos inéditos, 1 artigo traduzido, 5 resenhas, 5 resenhas de tradução e 3 entrevistas. Na seção de artigos inéditos, Elizabeth Lowe em “A tradução sem fronteiras: perspectivas internacionais sobre práticas em transição na teoria e pedagogia da tradução”, aborda o estado presente da área e estuda as tendências de algumas pesquisas e de suas implicações para a pedagogia da tradução. Em “Formação do audiodescritor: a estética cinematográfica como base para o aprendizado da estética da audiodescrição – materiais, métodos e produtos”, Soraya Ferreira Alves e Vera Lúcia Santiago Araújo trazem um relato da montagem de um projeto cinematográfico utilizando as técnicas de audiodescrição, a fim de verificar como o conhecimento da primeira pode contribuir para a formação do audiodescritor. Em “Cognitive effort in direct and inverse translation performance: Insight from eye-tracking technology”, de Aline Ferreira, John Wayne Schwieter, Alexandra Gottardo e Jefferey Jones, é examinada a performance de tradução de quatro tradutores profissionais com o propósito de explorar o esforço cognitivo envolvido na tradução direta e inversa. Na sequência, Dennys Silva-Reis e Marcos Bagno, em “Os intérpretes e a formação do Brasil: os quatro primeiros séculos de uma história esquecida”, examinam a questão da visibilidade dos intérpretes e de sua contribuição para a história cultural e linguística do Brasil, destacando o papel desses agentes culturais para uma reescrita da história da tradução no Brasil. Em “O sequestro do barroco italiano: Botelho e a tradução oculta de Padre Spada”, Yuri Brunello, analisa a relação entre Manuel Botelho de Oliveira e autores italianos como Giambattista Marino, cuja relação foi mediada pelo manual de um eclesiástico italiano, o Giardino de gli Epitteti, do Padre Giambattista Spada.

José Roberto O’Shea, em “Desacralising Shakespeare’s “Word” by Means of Cultural Translation/Transposition”, enfoca maneiras de como a tradução cultural/transposição/tradução não-literal pode ajudar em determinados tipos de tradução, mais especificamente, na tradução do teatro de Shakespeare para o português brasileiro. Natalia Kaloh Vid, em “The Challenges of Translating Culturally-Specific Elements: The case of M. Bulgakov’s The Master and Margarita” avalia as estratégias de três traduções para o inglês desse romance, especialmente as questões relacionadas a elementos culturais específicos. A partir do aforismo “traduttore-traditore”, e mesmo considerando o tradutor como um certo tipo de traidor, Biagio D’Angelo, em “Traduttore-traditore”: #sóquenão, trata de questões relacionadas à tradução intersemiótica como um desafio educativo das artes. Breno Battistin Sebastiani, em “Apontamentos para uma poética da tradução de historiadores gregos”, fala sobre a sua prática de tradução de historiadores gregos, apresentando exemplos de traduções de Heródoto, Tucídides e Políbio, que dão sustentação às premissas práticas. No artigo “Tradução como Iniciação”, Evelyn Schuler Zea analisa, a partir de articulações do evento da iniciação xamânica narrada em A queda do céu (Kopenawa & Albert, 2010, 2013, 2015), questões do acesso à alteridade, a interlocução com ela e as vias da transformação que percorrem o campo da antropologia e da tradução. Na seção artigos traduzidos, Eduardo César Godarth, Yéo N’gana e Bernardo Sant’Anna traduzem o texto “Descritivismo: o background intelectual”, de Anthony Pym, que figura no capítulo 5 do livro Exploring Translation Theories (Routledge, 2010), e trata do background histórico e intelectual do paradigma descritivo da teoria da tradução. Na sequência, temos 5 resenhas dos seguintes livros: Vozes Tradutórias: 20 anos de Cadernos de Tradução, organizado por Andréia Guerini, Marie-Hélène C. Torres e Walter Carlos Costa, de 2016, por Fabiano Fernandes; Tradução literária: veredas e desafios, organizado por Andréa Cesco, Giles Jean Abes e Juliana Bergman, de 2016, por Ingrid Bignardi e Fernanda Christmann; Ensino da Tradução em Macau: Dos curricula de formação às necessidades de mercado, de Maria de Lurdes Nogueira Escaleira, de 2013, por Letícia M.V.S. Goellner, Patrícia Rodrigues Costa e Yéo N’gana; Translation in Anthologies and Collections (19th and 20th Centuries), organizado por Teresa Seruya, Lieven D´Hulst, Alexandra Assis Rosa, Maria Lin, de 2013, por Paulo H. Pappen e Rosario L. Igoa; La voce del testo. L’arte e il mestiere di tradurre, de Franca Cavagnoli, de 2012, por Stella Rivello. Na seção resenhas de tradução, foram resenhados os livros: Emily Brontë. O vento da noite. Tradução de Lúcio Cardoso. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016, por Denise Bottmann; Nicola Gardini. Lost Words. Tradução de Michael F. Moore. New York: New Directions Publishing Corporation, 2016, por Nicoletta Cherobin, Sara Silva Oliveira, Patrícia Salviano de Oliveira; Jack London. Caninos Brancos. Tradução de Sonia Moreira. São Paulo: Companhia das Letras, 2014, por Bill Bob Adonis Arinos Lima e Sousa; Giorgio Agamben. Bartleby, ou da contingência. Belo Horizonte: Autêntica, 2015. Tradução de Vinícius Honesko, seguido de Herman Melville. Bartleby, o escrevente: Uma história de Wall Street. Tradução de Tomaz Tadeu, por Eclair Antonio Almeida Filho; John Milton. Paraíso Reconquistado. Tradução de Guilherme Gontijo Flores, Adriano Scandolara, Bianca Davanzo, Rodrigo Tadeu Gonçalves, Vinicius Ferreira Barth; ilustrações de William Blake. São Paulo: Cultura, 2014, por Beethoven Alvarez. Para fechar o volume, contamos com três entrevistas: uma com Daniela Ferrioli, tradutora de diversos autores brasileiros para o italiano, em especial Haroldo de Campos; a outra com Anna Mattamala, da Universitat Autònoma de Barcelona, especialista em Tradução Audiovisual e, por último, com Paulo Henriques Britto, professor da PUC do Rio de Janeiro, escritor e tradutor literário que fala sobre original, autor, tradutor, literariedade, adaptação, fidelidade.

Desejamos a todo(a)s uma boa leitura.

Os Editores

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Sep-Dec 2016
Universidade Federal de Santa Catarina Campus da Universidade Federal de Santa Catarina/Centro de Comunicação e Expressão/Prédio B/Sala 301 - Florianópolis - SC - Brazil
E-mail: suporte.cadernostraducao@contato.ufsc.br