RESUMO
O objetivo deste artigo é discutir a constituição do discurso acadêmico do professor de inglês sobre experiências exitosas no ensino da língua. Para isso, filio-me à Linguística Aplicada e adoto a perspectiva dialógica da linguagem para explorar 12 resumos de comunicações publicados no caderno de resumos do III Seminário Internacional da Associação Brasileira de Professores de Língua Inglesa na Rede Federal de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (ABRALITEC) em 2020. Os resumos são tomados como enunciados imbuídos do discurso oficial sobre o ensino de inglês no Brasil e do discurso teórico mobilizado para a realização da investigação no campo da atividade científica. A análise dialógica do corpus elucidou que o discurso acadêmico do professor de inglês se bivocaliza com o discurso teórico por meio da nomenclatura de conceitos e da citação a autores para fundamentar teorias pedagógica, metodológica e de linguagem, ao passo que se bivocaliza com o discurso oficial por meio da inserção de léxico específico ou da menção à política de educação linguística para complementá-la ou transgredi-la.
Palavras-chave: discurso acadêmico; ensino de língua inglesa; experiências exitosas; análise dialógica do discurso
ABSTRACT
The aim of this paper is to discuss the constitution of the academic discourse of the English teacher in successful experiences in language teaching. To that end I adopt the dialogic perspective of language to explore 12 abstracts of oral presentations published in the program of the III International Seminar of the Brazilian Association of English Language Teachers in the Federal Network of Basic, Technical and Technological Education (ABRALITEC) in 2020. The abstracts are seen as utterances imbued with the official discourse on English teaching in Brazil and with the theoretical discourse mobilized to carry out research. Results show that in theoretical discourse double-voicing is realized through the nomenclature of concepts and the citation of authors to support pedagogical, methodological, and language theories. In official discourse double-voicing takes place when a specific lexicon is used, or language education policies are mentioned with the purpose of complementing or transgressing them.
Keywords: academic discourse; English teaching; successful experiences; dialogic discourse analysis
1. Introdução
No âmbito da Linguística Aplicada (LA), questões relativas à interface entre Linguagem e Educação são predominantes, embora se reconheça que o foco da LA no Brasil tenha se ampliado consideravelmente nos últimos anos (cf. Szundy & Guimarães, 2020). Em relação à educação linguística e, mais particularmente, ao ensino de inglês, importantes reflexões têm sido realizadas em vertente crítica/transgressiva, apontando possibilidades de relacionar o ensino da língua a problemas sociais (Mulico, 2020; Da Silva, 2020; entre outras). Em meio a esse debate, Rajagopalan (2018) apresenta a concepção de World English, isto é, uma língua que leva em consideração os impactos da globalização e o reconhecimento de que nos tornamos indivíduos transnacionais por meio de movimentos migratórios em virtude do trabalho, ou por meio de movimentos de refugiados, ou por meio do deslocamento tempo/espaço oportunizado pelo uso de tecnologias digitais.
Em relação ao ensino da língua, Kumaravadivelu (2016) apresenta uma opção decolonial como uma discussão a ser promovida entre professores de inglês que ocupam o espaço subalternizado na ordem do discurso dicotômico sobre falante nativo versus falante não-nativo. O mito do falante nativo, também denunciado por Rajagopalan (2013), possui forte vinculação a projetos imperialistas. Esse mito/discurso subalterniza o professor de inglês brasileiro, de modo que é necessária a mobilização da comunidade subalternizada para o desenvolvimento de um conjunto de ações coletivas com o potencial de tensionar contra esse discurso que promove assimetrias na sociedade por meio de relações (de poder) políticas, culturais, econômicas e educacionais. Para Kumaravadivelu (2016), os métodos de ensino de inglês podem pressupor uma competência presumida pelo falante nativo, seus estilos de aprendizagem, seus padrões de comunicações, suas crenças culturais. Desse modo, percebe-se que a ideologia propagada por métodos e materiais didáticos produzidos por grandes centros hegemônicos pode ser mitigada por professores de comunidades periféricas, de modo que uma opção decolonial pode ser atualizada em práticas situadas, o que nos leva a compreender que “[...] nem sempre as teorias e abordagens gestadas na Metrópole atendem aos interesses da periferia” (Rajagopalan, 2013, p. 154).
Na condição de professor-pesquisador do ensino de línguas na escola pública, filio-me à LA mestiça para criar inteligibilidade sobre problemas sociais em que a linguagem tem um papel central (Moita Lopes, 2006a), assumindo que a educação linguística na escola brasileira seja um problema social, pois ainda há “uma lacuna entre as propostas oficiais de ensino de língua, a formação docente nas universidade e as demandas sociais por uma educação capaz de assegurar os direitos linguísticos do cidadão e de lhe permitir construir sua cidadania” (Bagno & Rangel, 2005, p. 67). Pressupondo que “o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa” (Freire, 2019, p. 95-96), opto por compreender a escola como um lugar de esperança, intimamente ligada à sociedade, podendo ser transformadora, como um espaço para estudos, conversas, discussões e política (Gadotti, 2007). Esses pressupostos são fundamentais para a discussão sobre o discurso acadêmico do professor de inglês, pois ele se constitui culturalmente situado, sendo necessário explicitar a compreensão do espaço que o promove, neste caso, a escola brasileira.
Neste artigo, objetivo discutir a constituição do discurso acadêmico do professor de inglês sobre experiências exitosas no ensino da língua. Considerando que a LA mestiça problematiza o ensino de línguas a partir de sua natureza interdisciplinar, faz-se necessária a explicitação das teorias mobilizadas para essa reflexão: em interface com a concepção de ensino crítico de inglês, compreendido como uma teoria pedagógica resultante da articulação entre a vertente crítica da LA e o ensino de inglês que contempla aspectos sociais e políticos da aprendizagem da língua (Rajagopalan, 2013; Kumaravadivelu, 2016; entre outros), adoto como teoria linguística a perspectiva dialógica da linguagem (Bakhtin, 2016; Brait, 2016; Volóchinov, 2018). Essa filiação reconhece a produtividade da relação entre a LA e a teoria dialógica do discurso para se pensar a própria área e para tratar a aula de língua como um espaço dialógico (Szundy et al., 2020; Amaral et al., 2020).
Para dar conta da discussão, estabeleço como recorte os resumos de comunicações publicados no caderno de resumos do III Seminário Internacional da Associação Brasileira de Professores de Língua Inglesa na Rede Federal de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (ABRALITEC) em 2020. Vale lembrar que, há mais de 2 décadas, Moita Lopes (1999) ressaltou a importância da criação de associações de professores e a organização de eventos científicos, caracterizando esses elementos como uma fotografia da LA no campo de línguas estrangeiras no Brasil. No presente artigo, o foco recai sobre a criação recente da ABRALITEC, em 2017, e, mais particularmente, sobre os textos publicados no caderno de resumos de seu III Seminário Internacional (SIABRALITEC), realizado de forma remota em novembro de 2020. Esse recorte se justifica por ele ser considerado uma fotografia relevante da LA no campo de ensino de língua inglesa no Brasil, uma vez que o evento conta com a participação de renomados pesquisadores da área - em 2020, participaram como palestrantes os pesquisadores Vera Menezes, da Universidade Federal de Minas Gerais; Istvan Kecskes, da State University of New York; Kanavillil Rajagopalan, da Universidade Estadual de Campinas; Hiraly Janks, da University of the Witwatersrand - e integra professores da área de Letras dos Institutos Federais (IF), dos Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFET), do Colégio Pedro II, dos Colégios Militares e de Aplicação.
Na presente selfie - fotografia tirada pela própria pessoa que aparece na foto, uma vez que sou sócio da ABRALITEC na condição de professor de inglês da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT) desde 2018, quando foi realizado seu I Seminário Internacional -, organizo o artigo da seguinte forma: além desta introdução, a seguir, apresento a postura dialógica resultante da adoção da concepção bakhtiniana de linguagem e caracterizo o corpus da investigação. Em seguida, discuto os dados resultantes da análise dialógica dos resumos. Por fim, apresento as considerações finais.
2. Postura dialógica para explorar o discurso acadêmico do professor de inglês
A postura dialógica que adoto nesta investigação para explorar o discurso acadêmico do professor de inglês me leva a tomar textos enquanto enunciados concretos, isto é, elos da comunicação discursiva (Bakhtin, 2016; Brait, 2016; Volóchinov, 2018). Segundo Brait (2016), abordar enunciados/textos levando em consideração o conjunto da obra de Bakhtin e o Círculo (Volóchinov, Medvedev e outros participantes do grupo multidisciplinar russo que desenvolveu reflexões sobre temas diversos no início do século XX, entre eles, filosofia e linguagem) motivou o que hoje se denomina análise/teoria dialógica do discurso, uma teoria que se caracteriza por meio de um conjunto de conceitos “que especificam a postura dialógica diante do corpus discursivo, da metodologia e do pesquisador” (Brait, 2016, p. 29, grifos da autora). Desse modo, uma análise dialógica não se constitui uma proposta fechada e linearmente sistematizada, mas um procedimento de “fazer da análise um processo de diálogo entre sujeitos” (Brait, 2016, p. 28).
No conjunto de conceitos que podem orientar uma postura dialógica, interessa-me, particularmente, o de enunciado. Em perspectiva dialógica, o enunciado/texto é considerado o dado primário da análise linguística, filológica, literária e das Ciências Humanas em geral (Bakhtin, 2016). Nessa perspectiva, o enunciado é a unidade real do fluxo discursivo, isto é, o acontecimento social da interação discursiva - a realidade da linguagem. Além disso, todo enunciado responde a algo e se orienta a uma resposta, constituindo-se um elo na cadeia ininterrupta dos discursos, formando-se “entre dois indivíduos socialmente organizados, e, na ausência de um interlocutor real, ele é ocupado, por assim dizer, pela imagem do representante médio daquele grupo social ao qual o falante pertence” (Volóchinov, 2018, p. 204). Assim, adotar a perspectiva dialógica da linguagem pressupõe compreender a importância da orientação da palavra para o interlocutor, pois
Em sua essência, a palavra é um ato bilateral. Ela é determinada tanto por aquele de quem ela procede quanto por aquele para quem se dirige. Enquanto palavra, ela é justamente o produto das inter-relações do falante com o ouvinte. Toda palavra serve de expressão ao “um” em relação ao “outro”. Na palavra, eu dou forma a mim mesmo do ponto de vista do outro e, por fim, da perspectiva da minha coletividade. A palavra é uma ponte que liga o eu ao outro. Ela apoia uma das extremidades em mim e a outra no interlocutor. A palavra é o território comum entre o falante e o interlocutor (Volóchinov, 2018, p. 205, grifos do autor).
Desse modo, o enunciado/texto, como produto da interação social, precisa ser abordado de modo a presumir o diálogo no sentido amplo, isto é, “qualquer comunicação discursiva, independentemente do tipo” (Volóchinov, 2018, p. 219), pois todo discurso possui uma natureza dialógica. Sobre a natureza dialógica dos discursos, Volóchinov (2018, p. 249, grifos do autor) afirma que “O ‘discurso alheio’ é o discurso dentro do discurso, o enunciado dentro do enunciado, mas ao mesmo tempo é também o discurso sobre o discurso, o enunciado sobre o enunciado”. Além disso, uma vez que o discurso não pode ser separado do seu conteúdo ideológico, todo enunciado “participa de uma espécie de discussão ideológica em grande escala: reponde, refuta, ou confirma algo, antecipa as respostas e críticas possíveis, busca apoio e assim por diante” (Volóchinov, 2018, p. 219). Ainda sobre a natureza dialógica dos discursos, para Bakhtin (2018), todo discurso é bivocal, pois carrega diferentes posicionamentos e valorações sociais - a presença do outro no enunciado é marcada por diversos pontos de vista - vozes sociais - de modo que as relações dialógicas entre pontos de vista diversos são possíveis entre enunciados distintos ou até mesmo entre palavras em um mesmo enunciado.
Para abordar textos como unidades reais do fluxo da linguagem, é fundamental que se considere o fluxo histórico do enunciado em um determinado espaço/cultura. Desse modo, o uso da linguagem, em perspectiva dialógica, está relacionado aos campos da atividade humana, sendo que, para Bakhtin (2016, p. 12, grifos do autor), “[...] cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso”. Vale destacar que, enquanto unidade da comunicação discursiva, os limites de cada enunciado são definidos pela alternância dos sujeitos que participam do diálogo, de modo que a relativa estabilidade dos enunciados possibilita a comunicação humana. Em vista disso, “toda palavra traz em si marcas sociodiscursivas de esferas, de situações de interação que, em confluência, constituem seus sentidos, seus efeitos de sentido, integrando-a organicamente à situação de interação e à esfera da atividade humana da qual faz parte (Pereira & Brait, 2020).
A concepção dialógica de enunciado/texto é fundamental para fazer o tratamento do que denomino, nesta investigação, de discurso acadêmico do professor de inglês, pois pressuponho que esse discurso se constitua bivocalizado com, pelo menos, mais dois discursos alheios que tenho compreendido como (de Carvalho Lima, 2021): 1) o discurso oficial sobre o ensino de inglês, isto é, os documentos que norteiam o ensino de língua inglesa do professor (leis, decretos, portarias, documentos institucionais, programas de curso, entre outros); e 2) o discurso teórico, isto é, teorias e conceitos mobilizados para a realização da investigação no campo da atividade científica (teoria de linguagem, teoria pedagógica, entre outras). Abordar os textos acadêmicos de professores-pesquisadores de inglês para discutir a constituição do discurso desses sujeitos pressupondo essa bivocalização alinha-se à compreensão de que “[...] o discurso alheio mantém a sua independência construtiva e semântica, sem destruir o tecido discursivo do contexto que o assimilou” (Volóchinov, 2018, p. 249). Desse modo, assumo a postura investigativa de que meu objeto de estudo seja
justamente a inter-relação dinâmica entre essas duas grandezas: o discurso transmitido (“alheio”) e o discurso transmissor (“autoral”). Pois, na realidade, eles existem, vivem e se formam somente nessa inter-relação e não isoladamente, cada um por si. O discurso alheio e o contexto transmissor são apenas termos de uma inter-relação dinâmica. Essa dinâmica, por sua vez, reflete a orientação social mútua entre as pessoas na sua comunicação verboideológica (Volóchinov, 2018, p. 255).
Levando isso em consideração, em interface com a LA na modernidade recente, encontro possibilidades para explorar como o discurso acadêmico do professor participa da discussão ideológica sobre o ensino de inglês no Brasil, de modo a não reduzir a investigação à aplicação de metodologia e à validação de teorias, mas para construir, conforme afirma Rohling (2014, p. 46), “conhecimentos relevantes e responsáveis no âmbito dos estudos da linguagem”. Ao assumir uma postura dialógica para explorar o discurso acadêmico do professor de inglês, é necessário ter em conta que
O pesquisador se aproxima do campo para conhecê-lo, porém distancia-se dele para auscultar, pensar e refletir sobre um conjunto de enunciados que materializam determinado discurso. Nessa caminhada de reflexão, ele se lança para um universo discursivo e busca, dentro de uma profusão de vozes, um distanciamento analítico. No entanto, nessa empreitada de pesquisa há sempre uma permeabilidade das convicções do pesquisador, de suas experiências/vivências, de suas leituras no ato de selecionar/constituir e analisar determinado objeto de estudo (Rohling, 2014, p. 48).
Em vista disso, o corpus da investigação no presente artigo é constituído pelos resumos das comunicações do III SIABRALITEC, que teve como tema abordagens críticas no ensino de língua e literaturas anglófonas na Rede Federal de Educação em uma sociedade polarizada: perspectivas, embates e resistências. O evento é composto pelas seguintes atividades acadêmicas: expediente, palestras, mesas-redondas, oficinas, comunicações e pôsteres. Essa composição é refletida em seu caderno de resumos (Araújo-Silva et al., 2020). Os resumos das comunicações, foco desta discussão, estão divididos nas seguintes temáticas, organizadas no Quadro 1.
Essa distribuição aponta para a compreensão de que as experiências exitosas no ensino de língua inglesa se constituem como uma temática de maior interesse por parte dos professores-pesquisadores de inglês, de modo que sua inteligibilidade ganha destaque no critério quantitativo (12 comunicações) ao ser comparada com as demais temáticas propostas pelo evento. Diante do exposto, estabeleci como recorte a seleção dos resumos publicados na temática Experiências exitosas no ensino de língua inglesa, por compreender esses textos como enunciados que trazem (auto)reflexões teórico-práticas de sujeitos professores-pesquisadores do ensino de língua inglesa que avaliam suas experiências de forma positiva, o que pode contribuir significativamente para o objetivo do evento, isto é, a melhoria no Ensino de Línguas Adicionais - interesse também alinhado às reflexões que tenho realizado junto a professores-pesquisadores de inglês sobre experiências de ensino na escola pública (Lima & Mendes, 2020; Mendes & Lima, 2020; de Carvalho Lima, 2021) -. Para a análise dialógica dos resumos, destaco que
se trata de uma análise aberta, em que as regularidades dos dados direcionam o diálogo. No entanto, o contorno/acabamento realiza-se ancorado no objetivo da pesquisa no agenciamento da multiplicidade de vozes (dos dados e da teoria) pelo pesquisador, a fim de atribuir inteligibilidades aos discursos analisados (Rohling, 2014, p. 58).
Assim, para explorar a constituição do discurso acadêmico do professor de inglês, sigo os seguintes procedimentos: iniciar as reflexões a partir da análise das interações sociais entre os interlocutores, levando em consideração as condições de produção dos enunciados; analisar as formas que os enunciados assumem; realizar a análise linguística habitual para a elucidação das inter-relações situadas no campo do discurso. Desse modo, é possível conceber a linguagem na inter-relação com a história e a sociedade, pois, para isso “é necessário considerar que o ponto de partida para a análise do discurso (materializado nos enunciados) são os estratos sociais mais amplos, para então se chegar à materialidade linguística” (Rohling, 2014, p. 49).
Seguindo os procedimentos assinalados, o corpus desta investigação é constituído pelos 12 resumos publicados na temática Experiências exitosas no ensino de língua inglesa de modo a se constituírem tipos relativamente estáveis de enunciado cujo objetivo, compartilhado no campo da atividade científica, é apresentar para a comunidade acadêmica as principais informações resultantes de reflexões teórico-práticas que contribuem para a melhoria no ensino de inglês. Os títulos desses resumos são apresentados no Quadro 2.
Na próxima seção, passo a discutir os dados resultantes da análise dialógica dos resumos - 12 resumos publicados entre as páginas 35 e 42 (Araújo-Silva et al., 2020) -, ilustrando a análise com referências à identificação dos resumos (R1, R2... R12), destaques de excertos do corpus (uso de itálico) e apresentação de um exemplar na íntegra, selecionados por se demonstrarem mais representativos para a elucidação de como o discurso acadêmico se compõe por meio da bivocalização com o discurso oficial e o discurso teórico. A seleção do que é trazido como ilustração da análise de dados pressupõe, também, que, na pesquisa dialógica, há permeabilidade das convicções, das experiências e das vivências do pesquisador em relação a sua pesquisa, cabendo ao pesquisador tentar se distanciar de seus objetos para ouvi-los e refletir sobre eles, conforme orienta Rohling (2014).
3. Discussão dos dados
Os resumos analisados estão ligados às condições de produção e circulação de textos acadêmicos por professores-pesquisadores de língua inglesa que debatem suas experiências de ensino da língua. Assim, o enunciado do professor-pesquisador estabelece relações dialógicas tanto com a prática de ensino realizada no campo de sua atividade profissional, na instituição de educação, quanto com a prática de produção de conhecimento no campo científico, no evento especializado. Considerando um contexto mais imediato, ao submeter seus resumos, o professor-pesquisador de inglês atende às normas prescritas para submissão de trabalhos ao passo que endereça seu texto à análise da comissão científica do evento acadêmico. No diálogo mais amplo, após aprovados, os textos integram o caderno de resumos, participando do debate ideológico sobre o ensino de língua inglesa no Brasil, de modo a refletir uma avaliação positiva da prática de ensino realizada, pois se articulam à temática experiências exitosas. Enquanto exemplares do gênero do discurso resumo/abstract, o texto do professor-pesquisador de inglês se compõe de forma sintética, apresenta objetivo, teoria, metodologia, resultados e conclusão, refletindo a relativa estabilidade desse tipo de enunciado.
A análise do corpus revelou que o discurso acadêmico do professor de inglês se bivocaliza com o discurso teórico de maneira explícita, por meio da nomenclatura de conceitos e citação a autores, para fundamentar, sobretudo, uma teoria pedagógica (R3, R5, R7, R8, R9, R10, R11, R12). Entre as teorias pedagógicas reveladas, estão presentes: pedagogia dos multiletramentos; ensino crítico de línguas; pedagogia visual; metodologia ativa (aprendizagem colaborativa e linguagem comunicativa); pedagogia intercultural; pedagogia de projetos; pedagogia para a autonomia e motivação; abordagem baseada em tarefas; abordagem teórico-prática. Esses dados apontam para uma aproximação do professor de inglês com a vertente crítica da LA, pois se observa o predomínio de teorias pedagógicas de natureza reflexiva que não se limitam à aplicação de métodos que, conforme salienta Kumaravadivelu (2016), podem apresentar, com sutileza, pressupostos distantes da realidade mais imediata do professor que ensina a língua inglesa, neste caso, do professor brasileiro.
Do mesmo modo, também foi possível observar que o discurso acadêmico do professor de inglês se fundamenta com uma teoria de linguagem (R1, R2, R4, R6, R11, R12). Em relação às teorias de linguagem, são encontradas referências a: gêneros discursivos; interação; inglês como língua acadêmica; bilinguismo; comunicação; fonética. Neste caso, os dados apontam para pouca explicitação - apenas 50% dos resumos - da concepção basilar que delimita o objeto (língua) a ser ensinado e aprendido na aula de inglês e discutido na comunicação apresentada na esfera acadêmica. De toda forma, ao mencionar gêneros do discurso/interação e ao fazer citação indireta a autores, o discurso acadêmico do professor de inglês revela uma aproximação com as reflexões promovidas no escopo da pesquisa em LA mestiça, pois é possível perceber uma tendência para a adoção da concepção de linguagem dialógica ou performativa na vertente transgressiva (cf. Moita Lopes, 2006b). Ainda em relação à bivocalização com o discurso teórico, com menos frequência, o discurso acadêmico do professor de inglês mobiliza conhecimentos de natureza metodológica (R5, R6, R7), explicitando: abordagem qualitativa interpretativista; procedimentos; levantamento empírico e bibliográfico.
Por outro lado, ao bivocalizar-se com o discurso oficial, o discurso acadêmico expressa sua valoração de maneira mais difusa, sobretudo por meio da inserção de léxico específico ou alusão a um conhecimento partilhado (R1, R3, R4, R6, R8, R9). Nesse caso, o discurso acadêmico do professor de inglês revela que, quando sua prática profissional se alia ao conhecimento científico por meio da bivocalização com o discurso teórico, ele se torna capaz de promover a complementação da prescrição do discurso oficial, conforme excerto: A experiência tem mostrado bons resultados no processo de ensino e aprendizagem. Essas ferramentas têm despertado o interesse dos estudantes pelas aulas de Língua Inglesa, contribuindo para o processo de formação integral do educando. Uma vez que a experiência exitosa do professor de inglês é contextualizada no ensino médio de um Instituto Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, ao usar a expressão formação integral, o discurso acadêmico do professor de inglês demonstra aderência, embora de forma difusa, ao que se tem preconizado como um compromisso da oferta de ensino médio na RFEPCT, isto é, uma formação humana que contemple tanto os conhecimentos científicos historicamente construídos quanto a aprendizagem de uma profissão que capacite os estudantes para a produção material de sua existência por meio do trabalho.
Em menor frequência, o discurso acadêmico se bivocaliza com o discurso oficial de maneira mais explícita, por meio da menção e citação direta e indireta aos Parâmetros Curriculares Nacionais (R2, R7, R12) ou ao livro didático (R5), para complementar ou transgredir a política de educação linguística nacional, conforme pode ser observado, respectivamente, nos seguintes excertos: 1) A aprendizagem de uma língua estrangeira, conforme o que é previsto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, “contribui para o processo educacional como um todo, indo muito além da aquisição de um conjunto de habilidades linguísticas” (2001, p. 37) [...] Dessa forma, oportunizar o ensino de uma língua estrangeira é fazer de um indivíduo um cidadão do mundo; 2) O livro didático adotado pela instituição, quando não é expandido e levado em consideração o contexto dos/as discentes, por seu caráter prescritivo, reducionista e apolítico, pode vir a ser instrumento de reprodução e reforço de relações de poder e ideologias coloniais. Esses excertos direcionam, respectivamente, para as seguintes reflexões: quando concorda com o discurso oficial (1), o discurso acadêmico o responde de forma a complementá-lo ao produzir o conhecimento necessário para articular teoria e prática, vinculando as orientações prescritas à experiência na aula de inglês; quando a relação dialógica com o discurso oficial é de natureza polêmica (2), o discurso acadêmico se ampara no conhecimento científico resultante da bivocalização com o discurso teórico para criticar o status quo (o livro didático adotado pela instituição), alinhando-se de maneira mais explícita à vertente transgressiva da LA, que tem reivindicado o ensino crítico de inglês, a exemplo de Mulico (2020) e Da Silva (2020), entre outros pesquisadores, que reivindicam a relação entre o ensino de inglês e a discussão sobre problemas sociais (cf. Carneiro, 2021).
Por fim, ainda em relação à bivocalização com o discurso oficial, o discurso acadêmico do professor de inglês revela a necessária flexibilidade para atendimento às regulamentações emergentes do contexto de pandemia de Covid-19 em 2020 que instaurou tanto o distanciamento social quanto o ensino remoto emergencial (R10, R11), conforme pode ser observado no excerto: O projeto Be on the move foi criado pela necessidade de estabelecimento de práticas pedagógicas de ensino remoto durante a quarentena a fim de motivar e engajar os estudantes do Ensino Médio Integrado (EMI) do IFRN, Câmpus Lajes, tornando-os mais próximos do processo de ensino-aprendizagem da língua inglesa, mesmo com o isolamento social. Neste caso, de maneira indireta, o discurso acadêmico do professor de inglês sobre experiências exitosas, ao delimitar seu objeto que descreve a realização da prática profissional de ensino da língua, aponta para a acomodação às orientações institucionais que já são resultantes do diálogo entre a instituição e a sociedade civil, que tem seu comportamento e mobilidade orientados por meio dos decretos estaduais e municipais durante a pandemia. A seguir, apresento um exemplar na íntegra de modo a ilustrar a análise dialógica do discurso acadêmico do professor de inglês.
Resumo do trabalho Interseccionalizações possíveis entre letramento crítico e recursos didáticos na educação linguística
Neste resumo, ao tomarmos seu primeiro trecho constitutivo, percebemos que a professora-pesquisadora menciona explicitamente a política de educação linguística oficial (O livro didático adotado pela instituição) para criticá-la, adjetivando o livro didático como prescritivo, reducionista e apolítico. Dessa forma, o discurso acadêmico da professora de inglês, ao bivocalizar-se com o discurso oficial, constitui-se na tensão entre o dado e o novo, isto é: a política de educação linguística está posta, cabendo à professora agir sobre ela, de forma a expandi-la e a adaptá-la ao seu contexto mais imediato da aula com seus estudantes, o que é evidenciado por meio do uso da condicional no excerto quando não é expandido e levando em consideração o contexto dos/as discentes. Assim, o discurso acadêmico da professora instaura a condição necessária para o combate ao que é denominado por ideologias coloniais, de modo a explicitar a forma como combatê-las, sem necessariamente deixar de contemplar a política de educação linguística, o que fica explícito no seguinte excerto: No entanto, pode fazer parte de uma abordagem crítica de ensino de línguas desde que seu uso reflita as desestabilizações que advêm na/pela aula. Em outras palavras, a política de educação linguística é integrada (pode fazer parte) a partir do interesse de transgredi-la (abordagem crítica).
No exemplar, a avaliação da experiência de ensino da professora de inglês como exitosa se condiciona à bivocalização do discurso acadêmico com o discurso teórico, pois este tanto respalda (teoria pedagógica) quanto guia (teoria metodológica) as decisões positivamente avaliadas pela professora-pesquisadora. Por meio da citação a autores, portanto, o discurso acadêmico se ampara em aporte teórico que reflete ensino crítico de línguas, decolonialidade, atitude curricular e tem seus procedimentos guiados por meio da abordagem qualitativa interpretativista. Em síntese, o discurso acadêmico da professora de inglês se bivocaliza com o discurso teórico de maneira explícita, por meio da nomenclatura de conceitos e da citação a autores, para fundamentar suas teorias pedagógica e metodológica, ao passo que se bivocaliza com o discurso oficial, de maneira explícita, por meio da menção à adoção do livro didático para complementá-la de maneira crítica. Dada a análise, percebemos a heterogeneidade da composição do discurso acadêmico do professor de inglês ao explorarmos sua inter-relação com o discurso teórico e o discurso oficial, discutindo dados que refletem como o professor de inglês participa da discussão ideológica sobre o ensino da língua no Brasil. A seguir, passo às considerações finais.
4. Considerações finais
Neste artigo, a constituição do discurso acadêmico do professor de inglês sobre experiências exitosas foi explorada a partir da perspectiva dialógica da linguagem de modo a revelar sua bivocalização com os discursos denominados teórico e oficial. No escopo da vertente mestiça da LA, o discurso sobre o ensino de inglês foi problematizado por meio da interdisciplinaridade entre a teoria dialógica da linguagem e a teoria pedagógica do ensino crítico de inglês, interface que possibilitou abordar os textos acadêmicos de professores-pesquisadores de inglês como elos na comunicação discursiva que participa da discussão ideológica sobre o ensino de inglês no Brasil. Essa reflexão, portanto, cria inteligibilidade sobre um problema social definido como educação linguística no contexto brasileiro, particularmente referente ao ensino de inglês, por meio de textos que circulam no campo da atividade científica (evento especializado), refletindo e refratando experiências de ensino da língua realizadas no campo de atuação profissional (instituição de educação) e avaliadas positivamente.
Perceber que, em exemplares do gênero do discurso resumo/abstract, o discurso acadêmico do professor de inglês se bivocaliza com o discurso teórico para fundamentar teorias pedagógica, metodológica e de linguagem, e com o discurso oficial para complementar ou transgredir a política de educação linguística possibilita a verificação da natureza constitutivamente dialógica desses textos, além de motivar a continuidade da pesquisa dessa natureza para explorar outros gêneros do discurso da esfera acadêmica e da esfera profissional, evidenciando outros elos que tematizam o ensino de inglês como política de educação linguística no Brasil.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
20 Out 2023 -
Data do Fascículo
2023
Histórico
-
Recebido
11 Ago 2021 -
Aceito
02 Fev 2022